terça-feira, 17 de dezembro de 2019

SÃO 300 PICARETAS NUMA SÓ JARARACA


Augusto Nunes

Em 2008, Lula assinou o decreto que permitiu a compra da Brasil Telecom pela Oi Telemar. Depois disso, a benfeitora de Fábio Luís Lula da Silva, o Lulinha, passou a despejar quantias ainda mais generosas nas empresas do filho do ex-presidente. O que dizem os advogados de defesa? Coincidência.

Em 2011, Lula começou a desfrutar dos fins de semana no que a imprensa chamava de “sítio da família em Atibaia”. Só depois que a Lava Jato entrou em ação o ex-presidente lembrou-se de informar que a propriedade rural pertencia a amigos de Lulinha. Por que não dissera isso quando foi publicada a primeira de tantas reportagens que mencionaram que incluíam o sítio no seu patrimônio imobiliário? Coincidência, repetem os advogados de defesa.

Fernando Bittar, amigo de Lulinha, é o dono oficial da parte do sítio em que ficam a casa e a piscina. Mas nunca deu as caras no lugar onde Lula e Marisa Letícia passaram 111 fins de semana. Bittar dizia que queria deixar à vontade os pais do amigo. Mas por que continuou sumido mesmo depois que Lula foi instalado na cadeia em Curitiba? Coincidência, certamente dirão Bittar, Lulinha e Lula. Além dos advogados de defesa, naturalmente.

É muita coincidência e pouca vergonha.

domingo, 15 de dezembro de 2019

A DEMOCRACIA FASCISTA


Guuilherme Fiuza

A escalada fascista é um sucesso e está em cartaz num discurso febril perto de você. Mas você não sabia direito o que era fascismo e nós explicamos aqui: fascismo, na sua conotação moderna, é tudo aquilo que rasgue a minha fantasia progressista, desmascare o meu humanismo de butique e me impeça de ganhar a vida fingindo salvar o mundo de um inimigo imaginário – e eu aceito débito, crédito, dinheiro público e privado, mas prefiro público, que não é de ninguém.
Agora que você já entendeu o que é fascismo, vamos explicar o que é democracia. Existem várias formas de democracia – e a seguir apresentaremos algumas delas:
Democracia é roubar o Brasil e ir fazer palestra na USP para intelectuais de cabresto;
Democracia é usar o filho como laranja para receber 132 milhões de reais de empresa de telefonia (você não leu 132 mil, ok?) e investir no seu sítio que não é seu – para depois se deliciar lendo pesquisas arranjadas que dizem que você merece estar solto, porque afinal você é um bom ladrão;
Democracia é fingir fazer jornalismo e passar um ano inteiro escondendo indicadores de recuperação econômica – inclusive queda consistente da inflação – para depois transformar o preço da carne em tragédia nacional;
Democracia é se fantasiar de analista político para ficar panfletando a favor do mais demagogo e sectário trabalhismo inglês, espalhando que ele é a salvação contra o obscurantismo xenófobo protofascista – que por sua vez só ganha eleição com manipulação de redes sociais;
Democracia é dizer que toda eleição vencida por candidato que atrapalha sua narrativa hipócrita foi fraudada em conluio com a Rússia e as tias do WhatsApp;
Democracia é produzir fake news em veículos tradicionais fingindo combater fake news em redes sociais;
Democracia é defender uma agenda liberal e jogar pedra em quem está implantando exatamente essa agenda no país porque só serve se for feita por você, pelo seu partido ou pela sua ONG, de forma que você possa se beneficiar pessoalmente daquilo que você diz que é interesse público;
Democracia é tentar transformar o catastrofismo envernizado de uma adolescente em coisa séria – para investir nessa vida boa de ficar dizendo que Trump é belzebu e acusando todo mundo de tudo sem precisar propor nada, muito menos trabalhar por alguém;
Democracia é ver um governo trabalhando duro – com resultados consistentes – para libertar o povo do flagelo daqueles que sequestraram o Estado e a liberdade e ficar perguntando pelo AI-5;
Democracia é sabotar a construção do presente evocando a boçalidade do passado para viver eternamente como vítima profissional e herói de coisa alguma;
Democracia é atacar sistematicamente o grande contingente de pessoas comuns que se manifestam nas redes sociais em apoio às reformas governamentais acusando-as de serem robôs;
Democracia é fraudar a representação da classe dos advogados, se juntando aos que atropelaram a lei, para conspirar contra os que flagraram e puniram a delinquência dos seus parceiros de politicagem;
Democracia é ser porta-voz de empreiteiro ladrão espalhando suas lamúrias por aí para ver se cola;
Democracia é fazer militância dentro do tribunal de contas censurando e perseguindo de forma fútil os principais ministros do governo contra o qual você quer panfletar, porque os seus padrinhos foram parar na jaula.
Se após esse resumo ainda não estiver claro para você o que é fascismo e o que é democracia, não se desespere: sintonize agora um desses canais onde Gilmar Mendes era vilão e passou a herói no exato momento em que deu o golpe na prisão em segunda instância, declarando guerra a Sergio Moro. Ali você vai entender tudo sobre democratismo e fascia – ou vice-versa.

quinta-feira, 12 de dezembro de 2019

ABRIRAM A TAMPA DO TÚMULO DO LULINHA


J.R.GUZZO
Nada como algumas perguntas simples e respostas sem complicação para se entender com rapidez a maior parte das coisas que aparecem no noticiário como se fossem o enigma do buraco negro do Universo. Essa história das transações entre um dos filhos do presidente e uma gigante do mundo das comunicações, por exemplo, que acaba de ressuscitar mais uma vez: está tudo 100% errado aí. É um alívio, realmente, diante de tantos mistérios da nossa vida pública, dar de cara com algo que qualquer um pode entender na hora – no caso, um embrulho onde não é possível encontrar nada de certo no começo, no meio e no fim.
Pode a empresa de um filho do presidente da República, conhecido como “Lulinha”, fazer algum tipo de negócio com uma empreiteira de obras públicas? Não pode. Podem, os dois, manter relações comerciais durante anos a fio? Não podem. Pode haver sociedade entre o filho e uma companhia que depende diretamente de atos do pai para sobreviver e prosperar? Não pode. Pode o presidente assinar um decreto que beneficia diretamente a empresa que é sócia do seu próprio filho? Não pode. Enfim: não pode nada, mas aconteceu tudo, no negócio montado entre Lulinha e a Oi/Telemar – Oi/Telemar, mas podem me chamar de Andrade Gutierrez.
É fato que entre 2004 e 2016 a Oi/Telemar pagou 132 milhões de reais à Gamecorp/Gol, a empresa do filho, por “serviços prestados”. É fato que não apareceu até agora nenhum motivo ou justificativa para que a primeira desse tanto dinheiro assim à segunda – que nunca teve ativos, talentos, funcionários, atividade empresarial ou qualquer outra coisa que pudesse valer, para a Oi, pagamentos de mais de 130 milhões de reais. É fato que um dos serviços prestados, constante de uma nota de 900.000 reais emitida em 2009, foi por “consultoria jurídica”. Como assim? A Gamecorp/Gol não era um escritório de advocacia – era apenas uma firma que fazia, segundo declarava o seu dono, “desenvolvimento e gestão de canais de distribuição de TV por assinatura” ou coisas desse tipo, todas elas em estado igualmente gasoso.
É fato, enfim, que em 2008 o presidente Lula assinou o decreto 6.654, dando à Oi/Telemar o direito de comprar a Brasil/Telecom. A compra não podia ser feita, pela lei – para isso, teria de haver, diretamente, um decreto presidencial de autorização. Resumo da peça, com pano “extremamente rápido”, como no “Teatro Corisco” de Millôr Fernandes: a Oi deu mais de 130 milhões de reais à Lulinha, e Lula assinou o papel que deu à Oi exatamente o que ela queria, e que só o presidente poderia dar. É isso o que aconteceu. O resto é metafísica, empulhação e conversa de advogado.
A Gamecorp/Gol, como é sabido, desapareceu da face da Terra sem deixar vestígio: só durou enquanto recebeu “aportes” e pagamentos da empreiteira-mãe. Quanto à própria Oi/Telemar, como também se sabe, a coisa toda acabou em lágrimas: a empresa está em “recuperação judicial” e seu presidente acaba de pedir demissão, assim que a justiça pediu novas investigações sobre o caso – que se julgava morto. “É só pepino”, explicou ele.
Resta, enfim, mais uma constatação de grande simplicidade: o silêncio da imprensa sobre histórias como essa faz o caso desaparecer do noticiário, mas não dos autos. A Justiça é um animal de comportamento imprevisível. Essa ou aquela história parecem sepultadas para sempre – mas de repente a tampa do túmulo se abre e saem de lá 47 mandados judiciais de busca e apreensão, a “fase 69” de uma investigação criminal e sabe-se lá quantos infortúnios a mais. A vida é dura.

TUDO INDICA QUE O SÍTIO DE LULA, TAMBÉM, FOI COMPRADO COM DINHEIRO ROUBADO


Lula volta a acusar procuradores de “pirotecnias” para atingi-lo e a seus filhos, devido à Operação Mapa da Mina, nome sugestivo, lançada pela Lava-Jato terça-feira. Ela avança em um flanco do caso do Sítio de Atibaia que parece promissor do ponto de vista das investigações. O ex-presidente já está condenado em segunda instância neste processo, acusado de receber benefícios de empreiteiras em obras na propriedade usada por ele e família.
Embora não esteja provado que Lula é o dono do sítio, entendeu a juíza Gabriela Hardt que existe vínculo entre favores de empreiteiras (OAS e Odebrecht) prestados na propriedade e grandes contratos que as empresas tinham com a Petrobras, capturada por um esquema de corrupção do PT.
Tudo está provado, penas começaram a ser cumpridas, e bilhões saqueados já foram restituídos à estatal. Há tempos está superada a questão sobre se houve ou não corrupção no lulopetismo.
A Lava-Jato, em seus mais de cinco anos de existência, puxa agora um fio que pode levar à origem do dinheiro com o qual Fernando Bittar, Kalil Bittar e Jonas Suassuna — Fernando, sócio de Fabio Luis, “Lulinha”, filho de Lula — compraram o sítio que ficou em usufruto do ex-presidente e família.
Estão mapeadas transferências generosas de dinheiro da Telemar/Oi, sem razão plausível, para empresas do grupo de amigos, incluindo Lulinha. O final do percurso do dinheiro suspeito saído da “Supertele” — outro delírio petista e que terminou em corrupção e falência — seria o sítio.
Esta nova operação da Lava-Jato, neste momento, reforça a necessidade de o combate à corrupção ser perene, constituir uma ação institucional de Estado.
É uma questão desimportante se a Lava-Jato deve ser ou não prorrogada indefinidamente. O que tem de delimitar seu tempo de duração é a finalização ou não dos inquéritos com os quais trabalha.
Mais esta ramificação nas investigações sobre o sítio de Atibaia, que pode elucidar a origem do dinheiro usado em sua compra para usufruto de Lula, indica que ainda há o que apurar. E que tem de ser perene o enfrentamento dos esquemas que desviam dinheiro público. O desmonte do grupo do ex-governador Sérgio Cabral no Rio e as evidências de desvios em contratos assinados em São Paulo para a compra de trens por governos tucanos demonstram a extensão pluripartidária e geográfica da corrupção.
O avanço das investigações sobre o sítio precisa servir para reforçar o trabalho em andamento no Congresso para restabelecer a prisão em segunda instância, seja via Código de Processo Penal (CPP) ou por mudanças em dispositivos da Constituição que não sejam cláusulas pétreas.
A feliz decisão do STF de preservar o compartilhamento de informações de inteligência financeira entre organismos de fiscalização também ajuda na construção de uma estrutura de combate ao roubo do dinheiro público que seja do Estado e não de governos. 

@@@ - Editorias de O Globo. - A manchete e a imagem não fazem parte do texto original. 

quarta-feira, 11 de dezembro de 2019

LULINHA, A OI E O SÍTIO DE ATIBAIA


Pepita Ortega

A força-tarefa da Lava Jato afirma ter encontrado ‘evidências’ de que parte do dinheiro usado pelos empresários Fernando Bittar e Jonas Suassuna para a compra das áreas que compõem o sítio de Atibaia, no interior de São Paulo – pivô da mais pesada condenação imposta ao ex-presidente Lula, 17 anos e um mês de prisão -, pode ter como origem supostos recursos repassados pela Oi/Telemar a empresas do grupo Gamecorp/Gol, que têm como um de seus controladores o filho mais velho do petista, o empresário Fábio Luís Lula da Silva, Lulinha.
O caso é investigado no âmbito da etapa 69 da Lava Jato desencadeada na manhã desta terça-feira, dia 10, sob o nome de ‘Mapa da Mina’, a mando da juíza Gabriela Hardt, da 13.ª Vara Federal de Curitiba. Em despacho de 38 páginas, a magistrada acolheu manifestação do Ministério Público Federal e determinou buscas em 47 endereços de São Paulo, Rio de Janeiro, Bahia e do Distrito Federal.
TRANSFERÊNCIA – A decisão de Gabriela Hardt relata que Jonas Suassuna realizou, em outubro de 2010, transferência de R$ 1 milhão pela aquisição do sítio Santa Denise. Segundo a força-tarefa da Lava Jato, o saldo do empresário antes do pagamento pelo terreno era resultado de transferências realizadas por empresas do Grupo Gol, a PJA Empreendimentos e a Goal Discos.
Com relação a Fernando Bittar, os procuradores indicam que, considerando os saldos iniciais e diários de conta-corrente mantida no Banco do Brasil, o empresário movimentou recursos que recebeu da G4 Entretenimento, da Gamecorp, da Editora Gol e da Coskin para comprar o sítio Santa Bárbara no valor de R$ 500 mil.
Por sua vez, segundo os procuradores, a maior parte dos recursos recebidos por tais empresas do grupo Gol são oriundos de contratos fechados com a Oi/Telemar, ‘sobre os quais recaem fundadas suspeitas de ausência de efetiva prestação de serviço’.
NA MIRA DA PF – Tais acordos são o principal objeto da ‘Mapa da Mina’, que investiga R$ 132 milhões em pagamentos feitos pela operadora ao grupo Gamecorp/Gol entre 2004 e 2016.
A investigação tem como base evidências colhidas durante a 24ª etapa da Lava Jato, a Aletheia, que, em março de 2016, levou coercitivamente o ex-presidente Lula para depor em uma sala no Aeroporto de Congonhas.
Segundo a Polícia Federal, o nome da operação foi extraído de um documento apreendido na 24.ª fase da Lava Jato, que ‘indicaria como mapa da mina as fontes de recursos advindas da maior companhia de telefonia investigada’.
TUDO ERRADO – A Procuradoria afirmou que a Oi contratou o grupo de empresas de Lulinha, Suassuna e dos irmãos Bittar ‘sem a cotação de preços com outros fornecedores’, com ‘pagamentos acima dos valores contratados e praticados no mercado’ além de ‘pagamentos por serviços não executados’.
A Lava Jato indicou ainda que paralelamente aos repasses para o grupo Gamecorp/Gol, a Oi/Telemar foi ‘beneficiada’ pelo governo federal com decisões políticas e administrativas no setor de telecomunicações. Segundo a força tarefa, um exemplo seria o decreto assinado pelo ex-presidente Lula em 2008 que permitiu a operação de aquisição da Brasil Telecom pelo grupo Oi/Telemar.
Os investigadores dizem ainda que há evidências de que a Oi/Telemar também foi beneficiada pela nomeação de conselheiro da Anatel.
ENTRELAÇAMENTO – A decisão de Gabriela Hardt expõe ‘entrelaçamento societário’ entre as empresas do grupo Gamecorp/Gol e a Oi/Telemar. Além disso, aponta como teriam se dado os repasses da Oi para o grupo Gamecorp, que, entre 2004 e 2016, totalizaram R$ 132.254.701,98.
Segundo o documento, só a Gamecorp recebeu da Oi R$ 82.801.605,03. A empresa, no entanto, não possuía mão de obra e ativos necessários para produzir os serviços vendidos, diz a Receita, que mobilizou 15 auditores para participarem da Operação ‘Mapa da Mina’.
Os dados bancários apontaram que 74% de todos os valores que a Gamecorp recebeu entre abril de 2005 e fevereiro de 2006 foram oriundos do Grupo Oi/Telemar.
DEFESA DE LULINHA – “As referências feitas ao nome do ex-presidente Lula na data de hoje pela Força Tarefa da Lava Jato de Curitiba são totalmente descabidas e refletem a atuação parcial de seus membros. O tema que serviu de base para tais referências já foi objeto de ampla investigação realizada pela Polícia Federal de São Paulo, que foi concluída em 16 de abril de 2012, com a elaboração de relatório de arquivamento. Ou seja, a investigação – conduzida por órgão policial definido à época pelo STJ com base nas regras de competência – não identificou a prática de qualquer crime”, diz a defesa de Lulinha, acrescentando:
“O assunto também foi objeto de apuração em inquérito civil público, que foi igualmente arquivado pelo Ministério Público Federal de Brasília em pronunciamento emitido em 09 de novembro de 2010 e confirmado em 05 de agosto de 2012 pela 5ª. pela Câmara de Coordenação e Revisão do Ministério Público Federal”.
SUSPEIÇÃO DE MORO – “Ou seja, os órgãos do Estado competentes para promover a análise e a investigação do assunto já atuaram e concluíram de longa data que Lula e seus familiares não cometeram qualquer ato ilícito. A Lava Jato de Curitiba escondeu essa situação e buscou criar vínculos artificiais de competência apenas para dar continuidade à perseguição ilegal contra Lula, que sempre foi por nós demonstrada e que foi reforçada pelas mensagens divulgadas pelo portal The Intercept e por diversos outros veículos de imprensa”, prossegue a defesa de Lulinha, assinalando:
“A situação torna ainda mais urgente que o Supremo Tribunal Federal analise a suspeição do ex-juiz Sergio Moro, que capitaneou a perseguição contra Lula e sua prisão ilegal, e também dos procuradores da Lava Jato de Curitiba, que continuam agindo sem a observância dos preceitos da impessoalidade, da legalidade e da imparcialidade para criar um cenário de culpa artificial contra Lula e seus familiares, em clara prática de lawfare.”

LULINHA: A ANATOMIA DE UM PIRRALHA LADRÃO!!!







terça-feira, 10 de dezembro de 2019

COMO FUNCIONAVA O ESQUEMA DE CORRUPÇÃO DO LULINHA, FILHO DO BOM LADRÃO...


A Lava Jato revelou nesta terça-feira (10) que parte do dinheiro para a compra do sítio de Atibaia (SP) teria vindo de um esquema envolvendo repasses suspeitos de mais de R$ 132 milhões da empresa de telefonia Oi/Telemar para o grupo de empresas Gamecorp/Gol, cujos donos são Fábio Luis Lula da Silva (o Lulinha), filho do ex-presidente Lula; Fernando Bittar, Kalil Bittar e Jonas Suassuna. Bittar e Suassuna são os “donos oficiais” do sítio, pelo qual Lula foi condenado pela Lava Jato. A investigação envolvendo Lulinha faz parte da 69ª fase da operação Lava Jato, deflagrada nesta terça.

O procurador da Lava Jato Roberson Pozzobon afirmou que o que está em apuração são as evidências de que o sítio de Atibaia pode ter sido obtidos por Fernando Bittar e Jonas Suassuna com dinheiro repassado pela Oi. A empresa de telefonia, por sua vez, é investigada por supostamente sido beneficiado pelo governo federal na gestão de Lula.

Segundo a investigação, o grupo Gamecorp/Gol era contratado pela Oi/Telemar para prestar diversos serviços, mas não tinha mão de obra ou ativos necessários para realizar os trabalhos – uma evidência de que era um contrato de fachada para simular a legalidade dos pagamentos, que na verdade seriam propina.

Os procuradores acreditam ainda que a PJA Empreendimentos, uma das empresas do grupo Gamecorp/Gol, teria aportado recursos para Suassuna e Bittar comprarem o sítio. As contas deles seriam “irrigadas” com dinheiro do grupo Gamecorp/Gol, que por sua vez recebiam dinheiro da Oi/Telemar. Foram encontrados planilhas e e-mails que indicariam as transações.

“Foram cerca de R$ 132 milhões repassados pelo grupo Oi/Telemar para o grupo Gamecorp/Gol. Algumas empresas do grupo Gamecorp/Gol receberam quase que exclusivamente [recursos] do grupo Oi. A gente consegue, em virtude dessas circunstâncias, rastrear o dinheiro entre repasses do grupo Oi, o meio do caminho pelo grupo Gamecorp/Gol e o aporte final de uma parte dos valores para a aquisição do sítio”, disse Pozzobon.

Em uma das planilhas investigadas, a PJA constava como prestadora de serviços de assessoria jurídica. Porém, a empresa de Lulinha não tem esse tipo de atividade. Um pagamento efetuado em abril de 2009, na conta do Jonas Suassuna, teria sido feito imediatamente antes de ele comprar o sítio, disse o procurador.

As investigações mostram que o esquema teria funcionado entre 2004 e 2016. Mais de 50% dos valores recebidos pelo grupo Gamecorp/Gol vinha de pagamentos efetuados pela Oi/Telemar. Por não possuir condições de realizar os serviços para os quais eram contratados, a Gamecorp usava terceirizados. De acordo com os procuradores da Lava Jato, a Oi contratou a empresa justamente porque o filho de Lula era um dos sócios.


APARTAMENTO PARA FILHO DE LULA - O procurador Roberson Pozzobon afirma que uma operação parecida com a do sítio de Atibaia ocorreu com um apartamento em São Paulo. Jonas Suassuna, sócio de Lulinha, teria adquirido o imóvel investogado por R$ 3 milhões. O contrato foi assinado em 10 de setembro de 2009 – mesmo período da aquisição do sítio. Quem escolheu a planta do imóvel teria sido o filho de Lula, em agosto daquele ano, segundo e-mail analisado durante as investigações.

Todas as reformas no imóvel custaram R$ 1,6 milhão, pagos por Suassuna. Ele alega ter locado o apartamento para Lulinha por R$ 15 mil. Mas os valores mensais de aluguel na região onde fica o apartamento é de R$ 40 mil. Além disso, era para terem sido realizados 28 pagamentos de aluguel, mas só foram feitos 13. “É algo muito semelhante ao que aconteceu no sítio de Atibaia”, disse Pozzobon.


COMPETÊNCIA DA LAVA JATO EM CURITIBA  PARA INVESTIGAR O CASO


O procurador Roberson Pozzobon afirmou nesta terça-feira (10) que, como a investigação sobre o sítio de Atibaia era de responsabilidade da Lava Jato, naturalmente a competência da apuração desse caso é de Curitiba. E ele explicou que o caso tem conexão com o esquema de corrupção na Petrobras – cuja investigação é de responsabilidade da força-tarefa de Curitiba.

Além dos contratos das empresas PPR e Rede com Petrobras, que mantiveram contratos e relações suspeitas com o grupo Gamecorp/Gol. As ações ligadas à Petrobras são de responsabilidade da

Os primeiros repasses para a Gamecorp/Gol, quando ela ainda era embrionária, foram feitos pelo grupo Oi em 2006, em três repasses no mesmo valor de R$ 415.937,47. Antes disso, em dezembro de 2005, duas agências de comunicação – PPR Profissionais de Publicidade Reunidos e a Rede Interamericana de Comunicação S.A. – fizeram juntas dois repasses ao grupo Gamecorp/Gol que, somados, davam exatamente o mesmo valor repassado pela Oi: R$ 415.937,47.

Isso chamou a atenção da Lava Jato. “Ou seja, o que se verifica aqui é que a PPR Publicidade e a Rede Interamericana pagavam a Gamecorp um determinado valor e esse valor foi o mesmo que continuou a ser pago pela Oi logo na sequência”, disse Pozzobon.

Os repasses se tornaram “interessantes” para a Lava Jato quando os investigadores se depararam com informações durante busca e apreensão em imóveis de Otávio de Azevedo, que era membro do conselho dessas empresas de comunicações e presidente da Andrade Gutierrez Telecom – na época uma das maiores acionistas da Telemar, que mais tarde se tornou o grupo Oi/Telemar. O grupo Andrade Gutierrez, por sua vez, participou do esquema de corrupção na Petrobras.

A Lava Jato encontrou, num dos e-mails recebidos por Otávio de Azevedo, uma planilha com gastos da Oi/Telemar na qual constava a rubrica “conta da presidência da Oi/Telemar”. Entre os registros presentes na planilha, havia anotações de pagamento para a Gamecorp no valor R$ 985 mil (em setembro de 2009) e para PJA no valor R$ 900 mil (em abril de 2009).

O que foi considerado anormal nesses gastos foi a descrição do motivo do pagamento: “assessoria jurídica”, serviço que tanto a Gamecorp, quanto a PJA não prestam. De acordo com a Lava Jato, isso indica que havia pagamentos que não se davam pela causa por eles declarada.

A PPR Publicidade e a Rede Interamericana também teriam participado do esquema ao receber R$ 39 milhões da Andrade Gutierrez e do grupo Oi/Telemar, entre setembro de 2008 e novembro 2009. Ambas realizaram transações com o lobista Adir Assad ao repassarem R$ 25 milhões para empresas dele, sem prestar serviços. E, segundo o procurador Roberson Pozzobon, também mantiveram contrato com a Petrobras no valor de R$ 1,1 bilhão.

De acordo com os procuradores da Lava Jato, em um e-mail aprendido com Otávio Azevedo, ex-presidente da Andrade Gutierrez, havia uma minuta de decreto para outorgas de serviços de telecomunicações. Essa outorgas teriam sido facilitadas pelo decreto nº 6654, de 2008, editado pelo então presidente Lula. Nas palavras do procurador Athayde Ribeiro Costa, seria “um jogo de cartas marcadas”. Além disso, Lula também teria nomeado dois conselheiros na Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel) para facilitar o esquema.

OPERAÇÃO MAPA DA MINA - Batizada de Mapa da Mina, a nova fase é um desdobramento da 24ª fase realizada pela Lava Jato em 2016, chamada de Aletheia. A operação ficou conhecida por levar o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva a depor na Polícia Federal no Aeroporto de Congonhas, em São Paulo. A expressão “mapa da mina” foi encontrada em slides durante a investigação, possivelmente numa referência às verbas que o grupo Gamecorp/Gol recebia. A Polícia Federal ainda investiga para saber exatamente o que a expressão significa para o esquema. - Fonte: Gazeta do Povo. -

DEPOIS DO PAPAI, AGORA ESTÃO MASSACRANDO O FILHINHO...


NA VIDA LUXUOSA DE LULINHA ELE QUERIA EVITAR FOFOCAS DE PORTEIROS E VIZINHOS


Para tentar evitar a fofoca dos porteiros e vizinhos sobre a vida de luxo que ostentava, Fábio Luís Lula da Silva chegou a pedir aos sócios, Jonas Suassuna e Kalil Bittar, que colocassem as contas do imóvel que morava em nome da Gol, uma das firmas da Gamecorp. Num e-mail enviado em novembro de 2007, Lulinha comunica a “Kaka” e “titio Jonas” que fechou o aluguel por R$ 7 mil, mas que “achava muito ruim tudo ao apartamento ficar em meu nome”. “Não é nada demais, mesmo porque eu atualmente tenho condições de arcar com os custos do mesmo, mas quando as contas começam a chegar em meu nome, em menos de uma semana os porteiros se comunicam, que contam para as empregadas, que contam para os vizinhos, que estudam em frente, que contam para deus e o mundo, ou seja, vai ser um inferno, como aconteceu aonde estou morando”, escreveu.  TITIO JONAS, CLARO, CONCORDOU...


PROPINA DA OI/TELEMAR FOI USADA NA COMPRA DO SÍTIO DE LULA EM ATIBAIA


Os pagamentos de R$132 milhões da empresa de Oi/Telemar ao grupo de Fábio Luís da Silva, entre 2004 a 2016, foram usados na compra do sítio do ex-presidente em Atibaia (SP), segundo indicam investigações da Lava Jato, que deflagrou nesta segunda-feira (10) sua 69ª fase, denominada de Operação Mapa da Mina. Em novembro, o TRF-4 (Tribunal Regional Federal da 4ª Região) condenou Lula por corrupção e lavagem de dinheiro relativas a esse sítio e ainda aumentou a pena na primeira instância (12 anos e 11 meses de prisão) para 17 anos e 1 mês. Ficha-suja e impedido de disputar eleições, Lula segue solto até fim dos recursos -ele também está condenado no caso do tríplex de Guarujá. No caso do sítio, segundo a Justiça, Lula recebeu vantagens indevidas das empreiteiras Odebrecht e OAS em troca de favorecimento em contratos da Petrobras. Segundo a sentença da Justiça, as reformas e benfeitorias realizadas pelas construtoras no sítio configuraram a prática dos crimes de corrupção e lavagem de dinheiro.,

Lulinha, Suassuna e Bittar tratavam propina como “verba política”


A Polícia Federal (PF) realiza nesta terça-feira, dia 10, mais uma fase da Operação Lava-Jato. São cumpridos 47 mandados de busca e apreensão em São Paulo, Rio de Janeiro, Bahia e Distrito Federal. A PF e o Ministério Público Federal (MPF) investigam pagamentos suspeitos de R$ 132 milhões da Oi para empresas do filho do ex-presidente Lula, Fabio Luis Lula da Silva, o Lulinha.
Essa é a 69ª fase da Operação Lava-Jato e foi batizada de “Mapa da Mina”, um desdobramento da 24ª fase, que levou o ex-presidente Lula para depoimento . De acordo com o Ministério Público Federal, tais pagamentos foram realizados sem justificativa econômica plausível enquanto o grupo Oi/Telemar foi beneficiado por diversos atos praticados pelo Governo Federal.
SEM COTAÇÃO – Contratos e notas fiscais colhidas pela operação, além da quebra de sigilo bancário e fiscal que demonstrariam que as empresas do grupo Oi/Telemar contrataram as empresas de Lulinha sem cotação de preços e com pagamentos acima dos valores contratados e praticados no mercado, bem como teriam realizado pagamentos por serviços não executados.
“Entre 2005 e 2016 o grupo Oi/Telemar foi responsável por 74% dos recebimentos da  Gamecorp”, afirma o MPF, citando uma das empresas de Lulinha. Fabio Luis Lula da Silva é sócio de Fernando Bittar , Kalil Bittar e Jonas Suassuna em pelo menos nove empresas.
ATIBAIA – Fernando Bittar e Jonas Suassuna também aparecem como proprietários do sítio de Atibaia, que levou à condenação do ex-presidente Lula a 17 anos, um mês e dez dias de prisão pelo Tribunal Regional Federal da 4ª Região.
De acordo com a Lava-Jato, as evidências apontam que os serviços contratados pelo grupo econômico foram contratados em patamares ínfimos ou sequer foram prestados. “O montante dos repasses apurado até o momento chega a R$ 193 milhões, ocorridos entre 2005 e 2016”, afirma a Polícia Federal.
PAGAMENTOS  – Segundo o MPF, o grupo Oi/Telemar teria sido beneficiado pelo Governo Federal em algumas decisões políticas e administrativas. Além dos pagamentos para empresas ligadas ao filho do ex-presidente Lula, a Lava-Jato também apura pagamentos para a RT Serviços Especializados, empresa que teria sido utilziada para o custeio de despesas do ex-ministro José Dirceu.
Além da Oi, os investigadores também apuram indícios de irregularidades da empresa Vivo. Dados bancários indicam o pagamento de R$ 40 milhões de uma das empresas do grupo. A operação foi batizada de “Mapa da Mina”, em razão de um arquivo eletrônico de apresentação financeira interno da empresa encontrado durante a deflagração da 24ª fase da Operação.
TRANSPARÊNCIA – Os mandados expedidos pela 13ª Vara Federal, em Curitiba, estão sendo cumpridos em São Paulo e no Rio de Janeiro. Em nota, a Oi diz que “atua de forma transparente e tem prestado todas as informações e esclarecimentos que vêm sendo solicitados pelas autoridades, assegurando total e plena colaboração com as autoridades competentes”.

GRETA GARBO, A DAMA DAS CAMÉLIAS


Por Altamir Pinheiro

Há mais de 80 anos estreava nos cinemas do mundo inteiro o clássico de 1936, A Dama das Camélias, protagonizados pelo casal Greta Garbo e Robert Taylor. No auge de sua beleza e talento(aos 31 anos de idade), Greta Garbo interpretaria Marguerite  e Robert Taylor(aos 27 anos) personifica o plebeu Armand. A Dama das Camélias é um filme que você vê, revê e não se cansa. Seja pela interpretação do elenco e os cenários bem recriados, a aura do romantismo, os figurinos,  como também   a  exuberante  atuação de Garbo ou sua simples presença... O próprio diretor do filme ficou  chocado ou pasmo  com a leveza do toque dela - a frieza, a perversidade com que interpretava a sua personagem. Na história da cinematografia mundial, Greta Garbo tornou-se  um  tipo de estrela, daquela  que nunca se apaga.

Na versão em preto & branco a  estonteante
Greta Garbo interpreta uma simples cortesã(Marguerite Gautier), que  é uma mulher ambiciosa, fútil, caprichosa, vive num ambiente de colegas a quem chama de seus únicos amigos. Ela vive do dinheiro de homens. Todos se vestem muito bem, o ambiente é de festas, as mulheres não leem e mal sabem escrever. Ao encontrar o amor ela o evita porque é interesseira e pródiga, gasta mais do que pode, tem dívidas e não para de contrair novas. Quando por fim resolve aceitar o amor, condições sociais lhe são imposta de modo que se vê moralmente obrigada a deixá-lo. Então cai em desgraça, fica doente e tudo perde o sentido.


Nesta adaptação do famoso romance de Alexandre Dumas Filho, a radiante GARBO  parece que veio de outro planeta. Ela tem uma estranheza que faz com que até os momentos mais exageradamente sentimentais dessa história funcionem. Ela tem um ar enigmático, mas mostra perfeita e sutilmente todas as indecisões e dilemas da personagem. Ela é alma e coração desse grande melodrama ao  desempenhar o papel de  uma prostituta francesa na Paris do século 19. Se apaixona por um jovem estudante, filho de uma família aristocrática, mas sua má reputação não favorece o affair e ela termina por morrer de tuberculose. O mundo inteiro derramou lágrimas com esse estrondoso sucesso, que valeu para ela mais um prêmio do Círculo de Críticos de Cinema de Nova Iorque, além de ser o seu filme favorito.

Sueca naturalizada norte-americana, possivelmente tudo já foi dito sobre esta estrela de rosto perfeito. Do cinema mudo passou para o falado, sem sofrer qualquer arranhão em sua trajetória, muito pelo contrário, valorizando ainda mais o status de Rainha de Hollywood. O ar andrógino e gélido solidificou a fama, conquistando um lugar único na Sétima Arte. O que fez dela uma figura tão especial – possivelmente o ícone mais duradouro das telas – foi o seu rosto. Insondável e curiosamente duro, prestava-se a todas as leituras, levando-a ao estrelato. Com seu talento e aura de mistério, tornou-se uma das atrizes mais fascinantes de sempre, eleita pelo AMERICAN FILM INSTITUTE (AFI) como a quinta maior lenda da história do cinema.

Mais uma vez nos socorremos do conhecimento do bom cinéfilo e pesquisador Antonio Nahud para falar sobre a divina e maravilhosa GARBO. No auge da fama, ela recebia, e jamais leu, quinze mil cartas de fãs por semana, muitas delas pornográficas. Em 1941, aos 36 anos, inesperadamente, abandonou o cinema e durante os seguintes 50 anos tentou que o mundo a esquecesse, numa reclusão voluntária. Foi uma tarefa impossível: considerada a mulher mais bonita do nosso planeta, GRETA GARBO era prisioneira de seu próprio mito. Durante seu retiro, poucos amigos tiveram acesso a sua intimidade. Nos tempos de glória, o visual sofisticado, com sobrancelhas e pálpebras marcadas a lápis e pó de arroz bem claro, era imitado por milhares de admiradoras.

Em 18 de setembro de 1905, em Estocolmo, na Suécia, nascia num dos mais miseráveis bairros operários da capital sueca, Greta Lovisa Gustafsson, a caçula de três filhos. Soberana nas telas em seus vestidos sofisticados, na vida real a deusa era simples, inclusive muitas vezes esnobada porque se vestia mal.  Em um dos seus maiores triunfos, Grande Hotel de 1932, fala a famosa frase que a marcou pelo resto de sua vida: “I want to be alone” (Desejo ficar só). O que realmente aconteceu em 1941, depois de “Duas Vezes Meu”, retirando-se da carreira artística e nunca mais aparecendo publicamente. Contestando essa frase mítica, numa de suas raras entrevistas, GARBO declarou que “Nunca disse “Desejo ficar só”. Eu apenas disse “Quero ser deixada em paz”. Existe uma grande diferença”.

Indicada quatro vezes ao Oscar de Melhor atriz (“Anna Christie”, “Romance”, “A Dama das Camélias” e “Ninotchka”), jamais chegou a ganhá-lo, o que para ela tinha pouca importância. Em 1954 recebeu um Oscar Especial pelo conjunto da obra. Como era de se esperar, não compareceu à cerimônia para receber a estatueta, cabendo a Nancy Kelly receber o prêmio por ela.  Em 1953, comprou  um apartamento com sete quartos em Nova Iorque, na Rua 52, nº 450, com vista para o East River, onde passou o resto da vida. A moradia era luxuosamente decorada, com móveis do século XVIII e obras de arte, mas sem qualquer fotografia ou jarro de flores. Ocasionalmente era vista caminhando pelas ruas com roupas simplórias e enormes óculos de sol, sempre evitando a todo custo olhares curiosos, paparazzis e chamar qualquer tipo de atenção. Um dos seus prazeres secretos era escolher um estranho nas ruas e segui-lo discretamente durante horas.

De personalidade forte, entre a luz e as trevas. Era possessiva, narcisista e sofria longos períodos de depressão. Complexa e excêntrica, solitária e majestosa, construiu sua carreira sem escândalos, com firmeza e elegância. Belíssima, altiva, distante, glacial, enigmática, irônica, culta e com senso de humor: entre o encanto ambíguo e a sensualidade, a indiferença e a androginia. Sonhava em desempenhar papéis masculinos – Dorian Gray, Hamlet e São Francisco de Assis – e lutou por isso, mas a Metro-Goldwyn-Mayer (MGM) considerava tal pretensão absurda. Ela não gostava do seu primeiro nome, GRETA, e não respondia quando era chamada por ele. Sim, essa aí foi Greta Garbo...

A pesquisadora de teatro e cinema  Danielle Crepaldi nos descreve  a maestria com que Hollywood tomou a desajeitada mocinha sueca e transformou-a na sinopse da sedução e do mistério é digna de nota. A imagem da mulher inatingível que Greta mantinha na imprensa, ao fugir das câmeras, viajar e hospedar-se sob pseudônimos e se recusar a dar entrevistas, encontrava seu eco nas personagens que desempenhava. Greta Garbo, a bela, esquiva, sedutora e andrógina Miss Garbo, que raramente era premiada com o amor de seus pares românticos ao final de seus filmes, e que, curiosamente (ou não), viveu, durante toda sua existência, uma vida amorosa complicada e dúbia.

há algo de sádico que circunda a criação de Greta Garbo e de tantos outros astros e estrelas fabricados pela indústria cinematográfica, especialmente aqueles encarregados de tipos exóticos. Esta grande atriz, de uma intensidade dramática ímpar, temia envelhecer e, assim, perder aquilo que mantinha em pé sua imagem de deusa, imagem sem a qual a Hollywood daqueles tempos supunha não poder viver. No entanto, infelizmente sua maturidade como atriz chegou juntamente com o desgaste do tipo que lhe foi criado, e ela se viu obrigada a abandonar as telas aos 36 anos.

Greta viveu mais quase 50 anos, todos eles para negar o “EU” que seus filmes lhe imprimiram. Essa fotografia, logo abaixo,  é a prova disso. Aliás,  a  última fotografia de Greta Garbo  do ano de 1990. Aí está ela, aos 84 anos, flagrada antes da última visita que faria ao hospital, de onde não mais sairia. Em 15 de abril de 1990 morreu em Nova York, Greta Lovisa Gustafsson, a "ESFINGE SUECA" que se aposentou do mundo do cinema com apenas 36 anos, quando era a atriz mais bem paga de Hollywood, para fugir de uma vida pública que, segundo muitos, sempre a aborreceu.


A seguir, clic no endereço abaixo  para assistir na íntegra ao filme A Dama das Camélias. 




segunda-feira, 9 de dezembro de 2019

A DUPLA AL PACINO E ROBERT DE NIRO COM CARA DE ÓSCAR PARA 2020



Por Altamir Pinheiro

Há quem diga, eu também digo, que a fita  O IRLANDÊS que já está na provedora global de filmes NETFLIX e foi lançado este final de ano(outubro de 2019) nos principais cinemas do país,  tem tudo pra ser um grande concorrente ao Oscar de filme do ano. Embora seja sobre uma temática nada palatável pra bancada do júri aclamar em razão de muita violência. O filme se caracteriza pela união de  excelentes atores como  Al Pacino de  79 anos de idade,  Robert De Niro 76 anos e Joe Pesci também  76, tendo à frente  esse  diretor fenomenal que é Martin Scorsese, quando recentemente completou   77 anos de idade. Quem assistiu a trilogia do   Poderoso Chefão (diretor Copolla) os amantes da Sétima Arte vão amar,  entender e bater palmas de pé pra essa obra prima de Scorsese.  Essa é uma trinca de ases de Hollywood que não se reúne à toa não... Então pode esperar que O Irlandês  é  um filme classe A. Na verdade, quando se trata de filme sobre MÁFIA, Scorcese é petróleo e o resto é derivado. E pra variar, Al Pacino  e Robert De Niro roubaram  as cenas.


Por mim, O Irlandês levaria  a maioria das  estatuetas de 2020. Agora, de uma coisa estejamos certos, dificilmente tirarão o Oscar de melhor coadjuvante do Joe Pesci. Talvez não seja  a melhor obra do Scorsese nem as melhores atuações de De Niro, Pacino ou Joe Pesci, mas está à altura dos pontos altos de todos eles. Parece ser, mais uma vez,  a última obra prima definitiva do diretor. Já descambando pros  80 anos e naquela que provavelmente será sua derradeira  parceria com De Niro e Al Pacino. Pecado mortal desse filme foi não ter escolhido uma excelente  trilha sonora  e/ou uma música tema para o filme para o deixar mais épico ainda.  Já pensou, se o maestro italiano Ennio Morricone tivesse sido convidado!!! Mesmo assim, o brasileiro não tem o que reclamar, pois na trilha sonora tem uma versão maravilhosa  do músico   Waldir Azevedo. Gente, aos 22 minutos de filme ouve-se o   chorinho delicioso, sabe-se lá  com  Waldir Azevedo ou  Altamiro Carrilho,  na cena que entram 2 mafiosos na barbearia ao som instrumental da música DELICADO(que parece muito com brasileirinho),  além de um deleite é prazeroso ouvir o som do cavaquinho.


Para os níveis de filmes originais da provedora Netflix os críticos revelam que  O Irlandês é uma obra de arte. São mais de 3 horas que passam rápido, final triste e melancólico que mostra uma faceta interessante da vida de um mafioso. Scorsese explora, com louvor, a natureza do mafioso. O mafioso que luta, sobretudo, para existir, criar seus filhos e encarar a solidão e o peso de suas escolhas. Isso, sem contar as atuações do Deus Pacino, do Gênio De Niro e do Incrível Pesci. É preciso ter fôlego para acompanhar a história do mafioso Frank Sheeran (De Niro), o irlandês que dá título à história. É maravilhoso rever Joe Pesci atuando. Quanto a  De Niro e Al Pacino estão excepcionais. Não só eles. Todos os atores fazem um excelente trabalho.  E sem contar  que, ver esses monstros sagrados  juntos é o máximo. De forma geral, a fita é muito boa. Só ficou um pouco estranho o excelente  De Niro fazendo cena agressiva com o rosto rejuvenescido num corpo velho....


O estudioso em filmes quando se referem a mafiosos, Anderson Gomes, nos relata que o trio já citado é composto de atores históricos do cinema americano, todos os três marcantes por filmes de máfia agora se encontram e protagonizam uma atuação que vai além do "MUITO BOM".  Três ótimos atores que enfrentam os problemas de seus personagens com afinco, sutileza e explosão, e até vivem seus dramas em suas vidas reais, o medo do esquecimento, os dramas familiares, são atuações profundas de três gênios que aparentemente haviam deixado sua genialidade no século passado voltam e se provam novamente, é lindo ver três ícones de filmes de máfia atuando tão bem, De Niro, Al Pacino e Joe Pesci merecem uma indicação ao Oscar, De Niro fazendo um personagem frio e contido, porém o mais expressivo, Al Pacino fazendo um clássico personagem explosivo e manipulador, muito comum em sua filmografia porém que sempre funciona, e aqui temos muito mais profundidade do que apenas gritaria, e Joe Pesci, para mim, o melhor do filme fazendo um personagem contido, muito profundo e extremamente ameaçador. Diz o cinéfilo Anderson.


Além da dificuldade desse elenco se juntar, ambos estufam o peito com seu trabalho. “Tivemos a sorte de estarmos disponíveis para filmar”, admitem De Niro e Pacino perante os jornalistas que os entrevistaram. O Irlandês sofreu incontáveis atrasos durante anos, causados pelo seu orçamento –enorme para um filme de Scorsese– de 175 milhões de dólares (cerca de 730 milhões de reais), necessário para rejuvenescer digitalmente os rostos dos protagonistas. No caso do papel desempenhado  por De Niro, vai desde seus 24 anos, quando se tornou um assassino impiedoso na Segunda Guerra Mundial, até os 83, quando morreu. O filme é um verdadeiro rejuvenescimento digital. O Irlandês também reflete sobre o envelhecimento. Daí, a pergunta dos repórteres: Como ambos lidam com isso? De Niro: “É a vida!”. Pacino: “Estamos tão mal assim?”.


No campo da pessoalidade, Alfredo James Pacino nasceu em Nova Iorque em  25 de abril de 1940. De ascendência italiana, o seu pai era da cidade de Corleone na Sicília.   Foi o primeiro na história do Oscar a ser indicado no mesmo ano nas categorias de melhor ator e melhor ator coadjuvante; trabalhou  com Robert De Niro em quatro oportunidades; como ATOR COADJUVANTE foi indicado 7 vezes ao Oscar não levando nenhuma vez a estatueta; seu único Oscar que ganhou como ator foi com o filme Perfume de Mulher de 1992, no filme ele faz o papel de um cego com uma estupenda interpretação; ele  é considerado um dos atores mais injustiçado de Hollywood no que diz respeito a prêmios que deixou de receber da academia de Artes e Ciências Cinematográficas.  Al Pacino  é  um dos poucos astros hollywoodianos que nunca se casou(apesar de ter 3 filhos). Como também  um dos poucos atores de Hollywood quase oitentão que continua um coroa enxuto e relativamente  bem conservado.


No tocante ao ator Robert De Niro, ele possui atuações monstruosas em O Poderoso Chefão - Parte II, Taxi Driver, Touro Indomável,  Cabo do Medo, Era Uma Vez na América  e outras diversas atuações ótimas, é sem sombra de dúvidas um dos melhores atores de todos os tempos. Sem sombra de dúvida é um dos atores prediletos de quaisquer cinéfilos, mas podem reparar que ele sempre tem a mesma postura e trejeitos, parece não possuir técnicas apuradas de dramaturgia. Sempre com os mesmos olhares e reações diante das situações apresentadas nos filmes. Mesmo assim é uma lenda no cinema atual. Apesar de estar muito longe de ser um AL Pacino, este sim é o maior de todos!!!  Foi reconhecida pela Academia de Artes e Ciências Cinematográficas, que lhe concedeu dois Oscar. O primeiro como ator coadjuvante, ao interpretar o jovem Vito Corleone em O Poderoso Chefão 2, e o segundo como ator principal por Touro Indomável. Recebeu ainda outras quatro indicações, todas como melhor ator, por Taxi Driver, O Franco Atirador (1978), Tempo de Despertar (1990) e Cabo do Medo (1991).


Em se tratando da  temporada de premiação do Oscar(2020) parece ser o ano do filme   O Irlandês. O filme de Martin Scorsese foi nomeado o filme do ano pela ASSOCIAÇÃO DE CRÍTICOS DE NOVA YORK, um dos termômetros de previsão para o Oscar. A honra vem um dia depois de o filme ganhar a mesma nomeação pela National Board of Review. Além de melhor filme, Joe Pesci levou o prêmio de melhor ator coadjuvante por sua interpretação. Vamos aguardar quantas estatuetas O IRLANDÊS vai abocanhar. Apesar de violento, no frigir dos ovos, a mensagem que o filme deixa para o telespectador é a dolorosa solidão no final da vida de cada um dos gângsteres.