quarta-feira, 27 de novembro de 2019

ROSTO FEIO E IMAGEM DE MAU, ASSIM ERA LEE VAN CLEEF




Por Altamir Pinheiro

Rostos maus e figuras mal encaradas como  as faces  de Van Cleef,  Lee Marvin, Charles Bronson, James Coburn, Jack Palance, Ernest Borgnine,  Richard Boone  e alguns outros foram marcantes e inesquecíveis como grandes vilões da telona. Lee Van Cleef  jamais passava despercebido pois não era um “bandido” comum e terminou sendo um ator incomum do qual todos admiram. Ouso dizer que Lee Van Cleef foi o ator, tirando John Wayne e Clint Eastwood, que melhor representou em películas de western. Era alto, esguio, tinha um andar bonito e ao mesmo tempo era bem ameaçador, incorporava de fato um malfeitor. Genial, sem dúvidas.

Verdade que Van Cleef era possuidor de um temperamento azedo e como ator coadjuvante tinha mania de morrer em quase todos os filmes. Vezes morria cedo demais (Sem Lei e sem Alma), ou morria mais tardiamente (Estigma da Crueldade e Matar ou Morrer). Mas em Matar ou Morrer ele jamais dá uma palavra. E isso deve ter ocorrido em muitos outros filmes onde participou. Afinal, era este o seu trabalho. Um fato ninguém pode negar: era de uma elegância singular, mesmo com toda aquela feiura.  Seu porte  refinado  ao botar o pé no estribo, como também a esbelteza do corpo ereto ao   subir e descer do cavalo tendo como charmes maiores as baforadas em seu inseparável cachimbo e   um modo único, peculiar, só seu, de pôr o chapéu na cabeça. Cavalo, cachimbo e chapéu eram suas ferramentas de se apresentar ao público que ele as utilizava com muito charme...


Viajando no tempo, nas décadas de 1960/70, os
westerns estavam atravessando uma nova linha, já que o formato americano de se ver as coisas já estava consumindo o público. Nesta época, muitas mudanças culturais no mundo inteiro estavam ingressando na sociedade. Pois bem. Em suas pesquisas, o cinéfilo  Paulo Telles nos informa que pareciam que os westerns americanos já eram clichês passados, se não fosse a interferência da Itália em realizar também suas próprias produções. Mas por que um país da Europa se interessaria em realizar westerns se este é um gênero somente americano? Simples: somente um cineasta italiano, que era um fã dos westerns americanos, queria apresentar ao mundo o que os americanos nunca ousaram mostrar nas telas, e este cineasta era Sergio Leone que morreu em 1989 aos 60 anos de idade.  Leone queria mostrar ao público o que era, na realidade, o velho oeste americano, retratando seus “mocinhos e bandidos” sujos, suados, poeirentos, com aquelas cusparadas de baba de fumo e com barba por fazer, e tramas nada românticas, afastando definitivamente toda legenda áurea que Hollywood mostrou ao longo de quase 50 anos.



Doravante, surgia uma nova etapa no gênero, o “western spaghetti”, como era definido o gênero além mar, produzido por cineastas italianos e rodados em alguns lugares na própria Itália, mas precisamente também na Espanha, na região de Almería, por esta além de ser a região mais pobre da Espanha (que sequer tinha energia elétrica em muitas localidades), lembrava também alguns lugares do deserto do Oeste dos Estados Unidos, como o Monument Valley, no Arizona (Estado de Utha), que é tida como a “Terra de John Ford”, pelo fato do grande mestre ter dirigido muitas de suas películas westerns neste local. Com o diretor Sergio Leone muitos atores se revelaram, entra tantos LEE VAN CLEEF foi o mais bem sucedido depois de Clint Eastwood.


Com uma grande ajuda do diretor e roteirista  Sergio Leone, Lee chegou ao auge de sua carreira a  ser considerado o feio mais adorado no mundo do bang bang  – Os novos trabalhos de Lee Van Cleef seriam o próximo western de Sergio Leone um escritor e roteirista que se aventurava na direção de um spaghetti western. No filme de Leone, o feioso Lee Van Cleef se tornou também protagonista pois o título escolhido foi “IL BUONO, IL BRUTTO, IL CATTIVO”, traduzido para muitas línguas como “O Bom, o Mau, e o Feio”. Claro que Lee deveria ser o “FEIO’”,  mas Lee é o “Mau”, ficando o “Feio” para Eli Wallach. Lançado no Brasil como “TRÊS HOMENS EM CONFLITO”, esse terceiro Spaghetti Western de Van Cleef se transformou num estrondoso sucesso no mundo todo e o público se dividia na preferência entre os três homens em conflito: Lee, Eli Wallach e Clint Eastwood. Foi com esse filme que o mercado norte-americano se abriu para o Spaghetti Western, mais especialmente para os faroestes de Sergio Leone que se tornaram grande influência no gênero também em produções de Hollywood.


O Bom, o Mau e o Feio, rebatizado como “Três Homens em Conflito(1966)” é uma obra-prima do cinema. Estar entre os   faroestes de todos os tempos, disparado!!! Em que pese ser uma exibição de longa duração de quase três horas, o  filme é  perfeito: direção, roteiro, trilha sonora: "inigualáveis". Os 3 atores – Clint, Eli Wallach e Van Cleef – são verdadeiros “monstros sagrados” em seus papéis. Nunca vi um filme tão perfeito em tudo, do começo ao fim é simplesmente  espetacular!!! Neste filme, a interpretação encarnada pelo “Feio” é fantástica. Seu olhar, sua ironia, sua risada, ele chamando o Clint de “lourinho” durante todo o filme, dá o toque exato da perfeição!!!  Se eu tivesse que escolher os três melhores filmes de bang bang que já vi em toda minha  vida,  sem sombra de dúvidas,  este com certeza faria parte da trilogia do bom faroeste: Lee Van Ceef, Eli Valach e o inigualável Clint Eastwood que fez um papel exuberante nesta ótima película. RECOMENDO COM LOUVOR. É filme para se ter uma cópia em casa, para mostrar para os filhos, netos e todos aqueles que desejam apreciar um filme arte, e perfeito em tudo, com destaque, também, para a trilha sonora, que é inesquecível. Talvez, esta projeção,  não seja o maior papel  já interpretado por Lee Van Cleef, mas é o  melhor filme de Clint Eastwood.


Entre os 50 westerns da carreira de Lee Van Cleef, destacam-se alguns bons filmes  como: 1952 – Matar ou Morrer; - 1953 – Bando de Renegados; - 1954 – Duelo de Assassinos; - 1955 – Arizona Violento; - 1956 – Honra a um Homem Mau; - 1957 – O Revólver Silencioso; - 1957 – O Bandoleiro Solitário; - 1957 – O Homem dos Olhos Frios; - 1957 – E o Morto Venceu; - 1958 – Na Fúria de uma Sentença; - 1959 – O Homem que Luta Só; - 1961 – Quadrilha do Inferno; - 1962 – A Conquista do Oeste;  1965 – Por uns Dólares a Mais; - 1966 – O Dia da Desforra; - 1966 – Três Homens em Conflito (Il Buono, Il Brutto, Il Cattivo); - 1967 – A Morte Anda a Cavalo; - 1968 – Um Colt... para os Filhos do Demônio; - 1969 – Sabata, o Homem que Veio para Matar; - 1971 – Sabata Vem para Vingar; - 1972 – O Último Grande Duelo; - 1975 – Cavalgada Infernal; - 1976 – A Arma Divina; -  1977 – A Vingança.


Após virar um dos maiores nomes do bem sucedido filão descoberto pelos produtores italianos, Lee Van Cleef passou a atuar quase que exclusivamente em coproduções europeias. Garantia absoluta de bilheteria,  Cleef era o ator principal dos filmes em que atuava. Muito interessante observar que, no meu simplório modo de entender,  os filmes de faroeste feito por italianos, são bem melhores do que os americanos em vários quesitos, um deles, as trilhas sonoras, os atores apresentam mocinhos e bandidos mais perto da realidade da época, sujos, dentes amarelados e sem o exagero de roupas JEANS. Já os americanos apresentam e se prendem mais aos mocinhos bonitinhos, porém os bandidos categoricamente são feios e “malamanhados”. Agora, uma coisa não se pode negar nos filmes de cowboy norte-americano: OS CENÁRIOS... Neste quesito eles são impecáveis, magníficos, detalhistas, deslumbrantes!!!


Pois bem, o último filme que contou com a participação de Van Cleef foi “THIEVES OF FORTUNE”, rodado em 1989 e lançado após a morte do ator. Lee vinha há algum tempo lutando contra um câncer na garganta e um ataque cardíaco fulminante abreviou seu sofrimento quando morreu aos 64 anos de idade. Como curiosidade, Lee Van Cleef começou a fumar cachimbo quando estava na Marinha e nunca deixou o hábito, o que pode ser comprovado em inúmeros filmes em que seu cachimbo aparece na tela tanto quanto o arsenal de diferentes armas que Lee manejava com perícia. Além da elegância de andar, descer ou subir em um cavalo, e mais ainda a precisão e  rapidez do saque de sua arma. Agora,   seu charme maior e irresistível era suas famosas baforadas nos famosos cachimbos que usou durante os seus filmes. Por último, rogo e recomendo com louvor, aos adeptos do faroeste clicarem no endereço eletrônico logo abaixo para assistirem ao filme  do ano de 1967 – A Morte Anda a Cavalo. É UM SHOW DE INTERPRETAÇÃO DO VELHO E BOM LEE VAN CLEEF!!!


segunda-feira, 25 de novembro de 2019

15 FILMES COM TRILHA SONORA DE ENNIO MORRICONE QUE O LEITOR DO BLOG PRECISA ASSISTIR



O Maestro italiano Ennio Morricone é um dos – se não o maior – compositor da história do Cinema. Tendo trabalhado com diversos nomes como Sergio Leone, Pier Paolo Pasolini, Giuseppe Tornatore, Bertolucci e outros, o maestro é inovador na composição musical narrativa. A flauta de pan em Era uma Vez na América, o trabalho com música étnica para Pasolini são algumas das inovações de Morricone. No demais, o maestro é conhecido por grandes composições em filmes de Faroeste Spaghetti como Era uma Vez no Oeste e Três Homens em Conflito. A lista é uma homenagem ao já tarde Oscar ao mestre.

  • @ - POR UM PUNHADO DE DÓLARES
Direção: Sergio Leone


País: Itália

Joe (Clint Eastwood) é um pistoleiro barra pesada que chega a uma cidade que está em guerra. Quando percebem o potencial de Joe, ambas as partes se interessam por contratá-lo; é quando ele percebe que pode ganhar um dinheiro com a situação aceitando a proposta dos dois lados.

@ - SACCO e CANZETTI


Direção: Giuliano Montaldo

País: França; Itália

Boston, início dos anos 20. Nicola Sacco (Riccardo Cucciolla) e Bartolomeo Vanzetti (Gian Maria Volonté) são dois imigrantes italianos, sendo o primeiro um sapateiro e o outro um peixeiro, que são detidos pela polícia. Ninguém negava que eram anarquistas, na verdade eles mesmo admitiam, pois acreditavam que era a única forma de o homem ser explorado pelo homem. Porém era duvidoso que Sacco e Vanzetti fossem culpados de um assassinato, que aconteceu em 15 de abril de 1920. O julgamento deles deixou de ser algo baseado na justiça e sim na política, pois deviam ser condenados por serem estrangeiros e seguirem uma doutrina política que se opunha ao conservadorismo, que tinha as rédeas do poder nos Estados Unidos.

  •   @ - MALÈNA 
Direção: Giuseppe Tornatore

País: Itália

Em 1941, numa pequena vila localizada na Sicília, um grupo de garotos de 13 anos de idade nutre uma profunda paixão por Malena (Monica Bellucci), a viúva de um soldado local, despertando uma história de amor, perda e coragem.

@ - ERA UMA VEZ NA AMÉRICA
Direção: Sergio Leone

País: Itália

Em virtude das terras que possuía serem futuramente a rota da estrada de ferro, um pai e todos os filhos são brutalmente assassinados por um matador profissional. Entretanto, ninguém sabia que ele, viúvo há seis anos, tinha se casado com uma prostituta de Nova Orleans, que passa ser a dona do local e recebe a proteção de um hábil atirador, que tem contas a ajustar com o frio matador.

  • @ - CINEMA PARADISO

Direção: Giuseppe Tornatore

País: Itália

Nos anos que antecederam a chegada da televisão (logo depois do final da Segunda Guerra Mundial), em uma pequena cidade da Sicília o garoto Toto (Salvatore Cascio) ficou hipnotizado pelo cinema local e procurou travar amizade com Alfredo (Philippe Noiret), o projecionista que se irritava com certa facilidade, mas parelamente tinha um enorme coração. Todos estes acontecimentos chegam em forma de lembrança, quando agora Toto (Jacques Perrin) cresceu e se tornou um cineasta de sucesso, que recorda-se da sua infância quando recebe a notícia de que Alfredo tinha falecido.


  •  @ A BATALHA DE ARGEL 

Direção: Gillo Pontecorvo

País: França; Itália

Os eventos decisivos da guerra pela independência da Argélia, marco do processo de libertação das colônias européias na África. Entre 1954 e 1957 é mostrado o modo de agir dos dois lados do conflito, a Frente de Libertação Nacional e o exército francês. Enquanto que o exército usava técnicas de tortura e eliminava o maior número possível de rebeldes, a FLN desenvolvia técnicas não-convencionais de combate, baseadas na guerrilha e no terrorismo.


@ - ERA UMA VEZ NO OESTE

Direção: Sergio Leone

País: Itália

Em virtude das terras que possuía serem futuramente a rota da estrada de ferro, um pai e todos os filhos são brutalmente assassinados por um matador profissional. Entretanto, ninguém sabia que ele, viúvo há seis anos, tinha se casado com uma prostituta de Nova Orleans, que passa ser a dona do local e recebe a proteção de um hábil atirador, que tem contas a ajustar com o frio matador.



@ - INVESTIGAÇÃO SOBRE UM CIDADÃO ACIMA DE QUALQUER SUSPEITA 
Direção: Elio Petri

País: Itália

Inspetor do alto escalão da polícia italiana, com reputação ilibada, fama de incorruptível, mas reacionário, mata sua amante, Augusta Terzi. Testa se a polícia irá acusá-lo por isso e durante o filme, ele vai plantando pistas óbvias que o identificam como o assassino ao mesmo tempo em que vê os colegas ignorando-as, intencionalmente ou não.


  •  @ A MISSÃO 
Direção: Roland Joffé

País: Reino Unido

No final do século XVIII Mendoza (Robert De Niro), um mercador de escravos, fica com crise de consciência por ter matado Felipe (Aidan Quinn), seu irmão, num duelo, pois Felipe se envolveu com Carlotta (Cherie Lunghi). Ela havia se apaixonado por Felipe e Mendoza não aceitou isto, pois ela tinha um relacionamento com ele. Para tentar se penitenciar Mendoza se torna um padre e se une a Gabriel (Jeremy Irons), um jesuíta bem intencionado que luta para defender os índios, mas se depara com interesses econômicos.


@ - QUANDO EXPLODE A VINGANÇA

Direção: Sergio Leone

País: Itália

Juan Miranda (Rod Steiger) é um camponês rude com coração de Robin Hood. Sean Mallory (James Coburn) é um revolucionário irlandês que é especialista em dinamite e vive agora no México. Após um início complicado eles passam a atuar juntos e se envolvem em um ousado plano de fuga para libertar prisioneiros políticos e na defesa de seus compatriotas contra a milícia de um sádico oficial.


  • @ - OS SICILIANOS 
Direção: Henri Verneuil

País: França

Alain Delon e Jean Gabin são os astros desse suspense de direção firme e fotografia deslumbrante – com muita ação do começo ao fim! Roger Santet (Alain Delon) é um assassino que é resgatado da prisão pelo Clã Siciliano liderado pelo já idoso Vittorio Manalese (Jean Gablin). Com a ajuda de Sanet, o mafioso trama realizar o roubo mais ambiciosos que já planejou: roubar 50 milhões em jóias sequestrando o avião que as transporta em sua rota trai a confiança de Vittorio ao seduzir sua bela nora (Irina Demick). Os dois iniciam então um incansável jogo de gato e rato em um duelo de inteligência e valentia que prenderá sua atenção até o último segundo!


  • 1900
Direção: Bernardo Bertolucci

País: Itália

O filme acompanha as vidas e a relação de dois homens, o filho de um camponês e o de um fazendeiro, na Itália, de 1900 a 1945. Nesse período, surge e cresce o fascismo e, em contraposição, o comunismo, o que vai afetar a vida dos personagens centrais.


@ - TRÊS HOMENS EM CONFLITO

Direção: Sergio Leone

País: Itália

O inimitável Homem sem Nome se alia a dois pistoleiros para ir atrás de uma fortuna em ouro roubado. Mas o trabalho em equipe não é uma atividade comum aos fora-da-lei, e eles logo descobrem que seu maior desafio é ficar vivo em um país devastado pela guerra.



@ - A LENDA DO PIANISTA DO MAR

Direção: Giuseppe Tornatore

País: Itália

Um garoto nasce em pleno alto-mar, ganhando o nome do ano em que nasceu: 1900. A criança cresce num mundo encantado de fortes ventos tempestuosos e cobertas balançando, conhecendo toda a existência disponível a seu toque nos confins do transatlântico em que nasceu. Já crescido, seu talento natural no piano chama a atenção da lenda do jazz Jelly Roll Morton, que sobe a bordo para desafiar 1900 para um duelo. Indiferente com sua súbita notoriedade, 1900 mantém uma fixação pelo mar, sendo sempre seduzido pelos sons do oceano.



@ - AS MIL E UMA NOITES

Direção: Pier Paolo Pasolini

País: Itália

Capítulo final da trilogia de Pasolini inspirada em contos clássicos do erotismo, que se iniciou com ”Decameron” e ”Os Contos de Canterbury”. Aqui a história é centrada num jovem que se apaixona por uma escrava. EXTRA (trilha vencedora do Oscar).



 @@@ - Texto(adaptado) gentilmente roubado lá do Blog  CINEPLOT

domingo, 24 de novembro de 2019

QUEM FOI O PODEROSO CHEFÃO: MARLON BRANDO OU AL PACINO?


Por Altamir Pinheiro

No  ano  de 1972, estreava o filme "O Poderoso Chefão" ("The Godfather"). Baseado no livro homônimo de Mario Puzo, de 1969, o filme foi dirigido por Francis Ford Coppola e estrelado por um elenco de peso, que incluía Marlon Brando, James Cann, Robert Duvall, Diane Keaton, e o jovem Al Pacino.  O Poderoso Chefão é um filme baseado em várias histórias diferentes, semelhantes às trajetórias de muitos mafiosos italianos que enriqueceram nos Estados Unidos. Os historiadores afirmam  que o personagem de Vito Corleone, por exemplo, foi inspirado em mais de um criminoso, como o siciliano Lucky Luciano, o chefe mais respeitado da "comissão" dos mafiosos. Frase do Poderoso Chefão: “AMIGOS E NEGÓCIOS: ÁGUA E AZEITE”.


O diretor Francis Ford Coppola acreditava fielmente que apenas dois atores no mundo poderiam interpretar Vito Corleone: os atores Laurence Olivier e Marlon Brando. Coppola chegava a chamar o segundo de "meu herói", para total desagrado da Paramount, que acreditava (com razão) que o ator poderia causar problemas durante as filmagens. Apesar do enorme talento, Marlon Brando sempre teve fama de preguiçoso, excêntrico e pouco profissional. Coppola conseguiu convencer os produtores do estúdio a escolher Brando para o papel de Vito Corleone. “HOMENS REALMENTE GRANDES NÃO NASCEM GRANDES, TORNAM-SE GRANDES”.


A voz rouca e marcante do personagem criado por Brando foi inspirada no sotaque  do mafioso Frank Costello, após o ator ouvir o gângster depor em uma comissão do FBI. Outra curiosidade da filmagem é que Marlon Brando colocava algodão nos cantos da boca para ficar com a aparência de um cachorro "buldogue". Outro fato curioso foi  que  apesar de retratar o cotidiano de famílias mafiosas de Nova York, as palavras "máfia" e "Cosa Nostra" não são ditas durante o filme. Isso porque uma entidade de direitos civis dos ítalo-americanos fez um acordo com o estúdio, pedindo para que os termos não fossem usados, pois poderia denegrir a imagem dos italianos. “MANTENHA SEUS AMIGOS POR PERTO, SEUS INIMIGOS MAIS AINDA”.

Muitos telespectadores  acreditam que o "chefão" do filme é Don Corleone, interpretado por Marlon Brando, quando na verdade  se pararmos para pensar, o filho dele, Michael, é quem é o verdadeiro chefão!!! Afinal de contas, Michael(Al Pacino)l simplesmente exterminou todos aqueles que traziam problemas à sua família, incluindo um chefe de polícia corrupto, um traficante que tramou contra a vida de seu pai, todos os rivais mafiosos e até o seu cunhado traidor. É muito se comparado ao velho Don, que teve uma série de problemas, foi baleado, via a filha sendo espancada pelo genro, perdeu o filho mais velho em um atentado e foi desafiado por outros mafiosos... “EU TE DEI LIBERDADE, MAS A ENSINEI NUNCA DESONRAR SUA FAMÍLIA”.

A saga do mafioso Don Corleone no submundo dos anos 40/50. Cenas clássicas (a cabeça do cavalo de raça na cama luxuosa do produtor de cinema é antológica. Até porque,  o filme teve ao todo 18 assassinatos, contando com a morte do cavalo de Woltz), interpretações marcantes e trilha sonora esplendorosa de Nino Rota. Oscar de Melhor Filme, Melhor Roteiro Adaptado e Melhor Ator. Brando, que recusou o prêmio Levou também o Globo de Ouro de Melhor Filme – Drama, Diretor e Ator em Drama. A saga dos Corleone se estendeu em “O Poderoso Chefão Parte 2  (1974) e “O Poderoso Chefão Parte 3 (1990). “EU DIRIJO UM NEGÓCIO. PRECISO SER RÍGIDO DE VEZ EM QUANDO”.

Em Nova York, ambiente em que ocorre o filme, existia de fato o regime das "cinco famílias mafiosas", instaurado pelo mafioso Charles "Lucky" Luciano, após vencer uma guerra pelo controle das atividades ilegais na cidade. Todas as organizações e famílias mafiosas eram subalternas às cinco grandes famílias da máfia italiana: Bonanno, Gambino, Genovese, Lucchese e Profaci (posteriormente Colombo). No filme "O Poderoso Chefão", as famílias são Tattaglia, Stracci, Barzini e Cuneo, além, claro, dos Corleone, o clã mais respeitado na trama. “DEIXE QUE SEUS AMIGOS SUBESTIMEM SUAS QUALIDADES E QUE SEUS INIMIGOS SUPERESTIMEM SEUS DEFEITOS”.

Para época, o filme foi de uma perfeição inigualável, principalmente na cena  em que Sonny (James Cann) espanca Carlo (Gianni Russo) foi tão real que o segundo ficou com duas costelas fraturadas de verdade. Outra cena de pagar o ingresso foi  a  morte de Sonny Corleone tornando-se  na cena mais cara  que  se produziu no filme. Todo o sangue falso, os tiros e as centenas de furos por todos os lados da cabine e carro custaram mais de 100 mil dólares. O filme concorreu a 11 estatuetas no Oscar de 1973, e faturou 3: Melhor Ator (Marlon Brando), Melhor Roteiro e Melhor Filme. Três dos cinco indicados a Ator Coadjuvante naquela cerimônia haviam estrelado "O Poderoso Chefão": Al Pacino, James Cann e Robert Duvall. “TEMOS SINDICATOS, CASSINOS, ISSO É BOM. MAS OS NARCÓTICOS SÃO O FUTURO”.

Não é à toa que "O Poderoso Chefão" é um clássico. A obra-prima de Francis Ford Coppola é uma aula de cinema em quase todos os quesitos, inclusive na direção de arte. Assim como a cor, cada categoria da produção de O Poderoso Chefão, tem algo a dizer. Direção de Arte, figurino, roteiro, edição, direção, atuação, fotografia, tudo isso é um espetáculo à parte. É o típico filme pensado e manipulado milimetricamente em todos os aspectos. Até hoje não se consegue entender o porquê de Al Pacino não ter ganhado  o Oscar em nenhuma das ocasiões em que fez o Michael Corleone?!?!?!  Talvez, uma das maiores injustiças da história da Academia... Só o seu olhar reflete tudo o que ele sente e pensa. Simplesmente fantástico!!! “NÃO FAZ DIFERENÇA PARA MIM O QUE UM HOMEM FAZ PARA VIVER”.

Al Pacino foi indicado ao Oscar, mas o que era para ser motivo de felicidade, apenas deixou o jovem ator revoltado: ele foi indicado na categoria de Melhor Ator Coadjuvante, enquanto Marlon Brando, que apareceu menos tempo em cena, foi indicado a Melhor Ator. Em resposta à Academia, Al Pacino boicotou a cerimônia. Em 1973, Marlon Brando, vencedor do Oscar de Melhor Ator por sua atuação em "O Poderoso Chefão", promoveu um boicote drástico para a história da Academia. O ator simplesmente "DEU O CANO" na premiação em protesto à forma como índios americanos eram tratados nos Estados Unidos. O ator enviou a índia ativista e atriz Sacheen Littlefeather para rejeitar oficialmente a estatueta e ainda ler um discurso na cerimônia. A cara de Roger Moore e Liv Ullmann, encarregados de entregar o prêmio, é impagável diante da recusa de Sacheen em aceitar a estatueta. “NÃO ODEIE SEUS INIMIGOS. ISSO AFETA SEU RACIOCÍNIO”.

A seguir ouça a bela canção original do filme o poderoso Chefão intitulada Speak Softly Love (Fale Suavemente, Amor), com letra de Larry Kusik e música de Nino Rota. Pois, em se tratando de máfias e gângsteres  O Poderoso Chefão não é uma simples película cinematográfica, mas   uma obra de arte. Que trilha sonora...  Que filme...  Que família... Que história...






sexta-feira, 22 de novembro de 2019

A PONTE DO RIO KWAI, DO EXTRAORDINÁRIO DIRETOR DAVID LEAN



Por Altamir Pinheiro


Pessoalmente,  confesso que,  detesto e tenho pavor a filme de guerra, mas A PONTE DO RIO KWAI é um marco do cinema dessa modalidade. Uma obra prima do genial David Lean, onde inclusive lhe rendeu o Oscar de melhor diretor, destaque ainda para o elenco  espetacular, começando pelo ganhador do Oscar de melhor ator Alec Guinness, ainda tendo William Holden e Sessue Hayakawa aqui indicado a coadjuvante. O roteiro é muito bom, com o seu desenvolvimento bem construído com excelentes diálogos. No total foi agraciado com sete estatuetas, incluindo o filme. A Ponte do Rio Kwai é um grande filme na história da cinematografia da luta armada entre nações que é ou são ou foram as famigeradas duas grandes guerras mundiais.

Nessa película cinematográfica do ano de 1957 tem muitas curiosidades e rumores, entre tantos, destaca-se o disse me disse ou boato sobre o elenco do filme, mas a maioria das fontes afirmam que Charles Laughton era a escolha original para o papel do coronel Nicholson em "A Ponte do Rio Kwai". Laughton recusou o papel, pois ele não sabia como interpretá-lo de maneira convincente por não entender as motivações do personagem. Ele disse que só entendeu o personagem depois de ver o filme completo e o desempenho de Alec Guinness como o Coronel Nicholson. Alec Guinness inicialmente recusou o papel do coronel Nicholson, mas logo após foi convencido e resolveu encarar o personagem  que lhe reservava e terminou abocanhando o Oscar de melhor ator.

O filme se compõe de dois trabalhos: um para construir e outro para destruir. Conforme nos contam os escritos, realmente,  a tal da guerra  é como disse o medico Clipton: LOUCURA, LOUCURA!!! Durante a Segunda Guerra Mundial, prisioneiros britânicos recebem o encargo dos japoneses de construir em plena selva uma ponte de transporte ferroviário sobre o rio Kwai, na Tailândia. O coronel Nicholson, que está à frente dos prisioneiros, é o oficial britânico que procura uma forma de elevar o moral de seus homens. Vê a ponte como uma forma de consegui-lo, tendo-os ocupados na construção e fazendo-os sentirem-se orgulhosos da obra. Por sua vez, o major americano Shears, prisioneiro no mesmo campo, só pensa em fugir. Ao final, ele o consegue e, contra a sua vontade, volta algumas semanas depois, guiando um comando inglês, cuja missão é destruir a ponte no instante em que passasse o primeiro trem, para anular a rota de transporte de armas dos japoneses, que pretendiam utilizá-la para invadir a Índia.

A história desse filme nos conta que  é baseado em  pura  ficção, mas a história real de Kanchanaburi (oeste da Tailândia), durante a Segunda Guerra Mundial, começou no início de 1942, após o país ter declarado guerra à Grã Bretanha e aos EUA e permitido que tropas do Japão ocupassem seu território. Os japoneses planejaram construir, em cinco ou seis anos, uma ferrovia para ligar a Tailândia à  Birmânia, incluindo uma ponte sobre o rio Kwai. A obra terminou em menos de três anos e provocou a morte por maus-tratos ou doenças de cerca de 16 mil prisioneiros de guerra, além de 240 mil asiáticos, empregados na construção.

Quem assiste ao filme há de perceber que aconteceu uma verdadeira aula de princípios humanos, da parte do Coronel Nicholson, e uma verdadeira demonstração de tenacidade do soldado Shears.  O modo de pensar do Shears é absolutamente coerente, saindo um pouco do tradicional código de honra dos britânicos. Ele dá valor à vida, enquanto Nicholson dá valor à honra, e no final os dois acabam sofrendo o mesmo fim. Mesmo nas condições de prisioneiros, o Coronel quis demonstrar sua superioridade para os captores, mas um brilho de luz o fez perceber a burrada que fez, e o final era o esperado, finalmente. Obra-prima do cinema, sem dúvidas. E a história por trás das cenas finais é fascinante. Graças ao incrível empenho do diretor David Lean.

Como nas antigas tragédias gregas, todos os principais personagens morrem. No final, quando um grupo de comandos destrói a ponte, um dos sobreviventes murmura: “É Loucura!!! Pura loucura!!!”. Vencedor de 7 Oscars, marcou como a consolidação dos filmes épicos que se estabeleceram em meados dos anos 50 até os anos 60 em Hollywood, com  Alec Guiness em uma  interpretação perfeita. Uma das trilhas sonoras mais marcantes da história do cinema, impossível assistir e não tentar assobiar junto. Além disso, é um grande filme e um dos épicos de guerra mais clássicos. Parodiando o excelente comentarista Andries Voljoen  não se pode terminar esta narração  se não dessa maneira: "Fiu fiu, fiu fiu fiu fiu fiu fiiiiu, fiu fiu, fiu fiu fiu fiu fiu fiiiiiiu ♪"...

Dublagem, atores, trilha sonora, cenário, tudo é encantador nas filmagens de A PONTE DO RIO KWAI, além de excelente áudio e imagem que são de primeira grandeza. Assista a seguir, na íntegra, um filme encantador de quase 3 horas de projeção que chegou às telas dos cinemas no mundo inteiro  há mais de 60 anos. Nele, quase que não existe  efeitos especiais. Uns dos filmes clássicos, de guerra, do embate de ingleses contra japoneses que marcou a minha geração como obra prima de filme de guerra!!!

https://www.youtube.com/watch?v=XCzV9mVOeDE



quinta-feira, 21 de novembro de 2019

AS LOROTAS DO MARGINAL LULA NA CIDADE DO RECIFE

O SEBOSO DE CAETÉS VEM A GARANHUNS APRESENTAR SUA NOIVA "JANJA, QUE TEM APELIDO  DE QUENGA”  AO SEU MUNDIÇAL REMELENTO. OS GARANHUENSES ESTÃO SEDENTOS PARA  RECEPCIONÁ-LO...


Por Tonico Magalhães

O último domingo (17) teve vários eventos para acompanhar no Recife, ao vivo ou pela tv: como o jogo do Sport; a partida que deu o tetra campeonato mundial à seleção brasileira de futebol sub-17; a corrida de Fórmula Um em São Paulo, o palhaço Chocolate no Morro da Conceição; e até o festival Lula Solto no Pátio do Carmo, com música, poesia, protestos e a fala do Lula da Silva aos convertidos do Partido dos Trabalhadores.

Quero aqui falar das lorotas e exageros do ex-presidiário no seu discurso recheado de pós-verdades, fatos que não condizem com a realidade, como costuma dizer a TV Globo para não chamar de mentiras.

Nas primeiras palavras, afirmou, sem cerimônia, que passou 580 dias trancado numa solitária na Polícia Federal em Curitiba e que só conversava com os advogados e carcereiros, o que todos sabem que não aconteceu. Mandava cartinhas para o PT, recebia correligionários e adeptos, dava entrevistas à imprensa e recebia até políticos de outros países, como o então candidato, depois eleito presidente da Argentina Alberto Fernandez.  

Lula da Silva nunca esteve só ao cumprir parcialmente a sua pena por crimes de corrupção e lavagem dinheiro. Ele disse que saiu da cadeia melhor do que entrou. Há controvérsia nessa afirmação. No Pátio do Carmo foi o sindicalista de sempre, exaltando o que não fez e detonando o que os outros vêm tentando consertar.

Para ele, o atual governo federal  vem destruindo o País. Mas a insuspeita para a esquerda, jornalista Míriam Leitão, acha o contrário e publicou neste mesmo dia n’O Globo um balanço da gestão petista à frente da administração federal.

Disse ela que “quando o PT saiu do Planalto a economia estava em ruínas: o PIB encolheu 3,5%, a inflação havia batido  em 10%, os juros estavam em 14% (hoje estão em 5%), o desemprego havia disparado de 6% para 11,4%  em um ano e meio, a dívida pública subia em espiral, o país perdera o grau de investimento, as contas públicas estavam no vermelho. E há uma falta mais grave da perspectiva de um partido de esquerda: ele transferiu renda para cima”.

O discursante também agrediu verbalmente os culpados de sempre para ele, como Sérgio Moro, Dalton Dallagnol e Jair Bolsonaro. Para Lula da Silva, a Lava Jato tirou 580 dias de liberdade de um cidadão de bem. E que não quis passar para o regime semi-aberto porque sua casa não era prisão nem sua canela era de pombo para usar tornozeleira. Na verdade já esperava a controversa decisão do Supremo Tribunal Federal que liberou os condenados em segunda instância de cumprir pena na cadeia.

Comparou-se aos heróis locais do passado, como Frei Caneca e Padre Roma. E destacou a dignidade dos pernambucanos que ele levou com o pai e a mãe quando a família migrou para São Paulo. Uma afronta aos pernambucanos não convertidos ao credo do PT, uma vez que dignidade não é exclusiva de estados ou regiões, mas, sim, de pessoas íntegras que não se corrompem. Enfatizou ainda, repetindo a frase quando foi preso há um ano e sete meses, que “não era mais Lula, mas uma ideia”. Uma péssima ideia, por sinal.

O saldo dessa passagem pelo Recife foi uma torrente de pós-verdades que nunca serão comprovadas. Lula da Silva fala da boca para fora o que não pode resolver. O escritor e professor israelense Yuval Harari, no seu livro Lições para o século 21, registra que “para bem ou para o mal eleições não têm a ver com o que pensamos. Tem a ver com o que sentimos”. É nisso que aposta o ex-presidiário, conclamando os sentimentos da massa para uma utopia que não existe, nem existirá.

Os blogs amigos do PT e alguns veículos de comunicação, com exceção da TV Globo que ele chamou de mentirosa, noticiaram com ênfase a retomada da caravana petista  e promoveram o maior festival de fake news do domingo passado no Recife.

@@@ - A manchete e a imagem não fazem parte do texto original. - 

O ARRUACEIRO LULA INCITA A MILITÂNCIA À BADERNA NAS RUAS DO BRASIL


Em matéria especial desta semana, assinada pelo competente jornalista Sérgio Pardellas, a Revista Crusoé, uma das mais vendidas no atual cenário digital do Brasil, traz revelações de planos já em processo de gestação, como a reunião de empresários ligados à esquerda para bancar campanhas já no próximo ano, quando Lula e o PT tentarão avançar sobre o maior número de cidades possível.

Sérgio Pardellas desvenda que entre os empresários procurados por Lula está José Seripieri Junior, dono da Qualicorp, maior administradora de benefícios na área de saúde. Conta ainda que a empresária Rosane Gutjahr, do ramo da educação, tem contribuído financeiramente nos bastidores ao Partido dos Trabalhadores.

"Em abril deste ano, ela torrou 227 mil reais num leilão de fotografias de Lula autografadas pelo petista. O dinheiro foi revertido para os cofres do Instituto Lula. Mas não parou por aí: defensora do “Lula Livre” desde a sua concepção, Rosane estaria disposta a fazer doações mensais de pelo menos 100 mil reais ao PT".

Nas conversas com aliados, nos últimos dias, o ex-presidente afirmou que vai fazer de tudo para manter o “ambiente inflamado” nas ruas para que o governo Bolsonaro fique “sangrando” até 2022. Para isso, ficará em contato permanente com João Pedro Stédile, do MST, e Guilherme Boulos, do Movimento dos Trabalhadores Sem Teto.

Outro objetivo do ex-presidente petista é reativar o financiamento da chamada imprensa amiga e da tropa de blogs aliados. Conforme apurou Crusoé, uma das operações envolve diretamente empresários ligados ao presidente da Venezuela, Nicolás Maduro. "O ditador avalizou uma operação, aprovada por Lula, destinada a irrigar as contas de uma publicação semanal brasileira", diz o jornalista.

O fato é que Lula se mantém disposto a colocar em marcha o que explicitou em discurso em São Bernardo, no dia seguinte à sua soltura, quando disse que é preciso seguir o exemplo do “povo do Chile”. “Não é resistir. Na verdade, é lutar, é atacar e não apenas se defender”.

Embora adote a tática do silêncio sobre o tema, a mais de uma pessoa, nos últimos dias, o petista reconheceu que, sim, acalenta o desejo de concorrer a um terceiro mandato presidencial, gesto que será vendido às massas como fruto de um “chamamento nacional”.


OLIVIA DE HAVILLAND: UMA LENDA VIVA DE ...E O VENTO LEVOU COMPLETA 103 ANOS




Por Altamir Pinheiro

Tão longínqua quanto Kirk Douglas(que completará em dezembro de 2019,  103 anos), Olivia de Havilland, uma Lenda Viva da Sétima Arte completou 103 anos de existência. Ela é uma das poucas reminiscências vivas dos anos dourados do cinema, Olivia foi participante ativa de diversos clássicos das telas, celebrados por inúmeros fãs da Sétima Arte. As Aventuras de Robin Hood talvez seja o mais lembrado de todos por uma geração mais jovem, junto à outra obra prima, E O VENTO LEVOU. No primeiro se consagrou como a parceria romântica do galã e aventureiro Errol Flynn (que morreu aos 50 anos de idade), com quem atuou oito vezes, e no segundo, ela é a única atriz viva do elenco principal do que é considerado “O MAIOR FILME DE TODOS OS TEMPOS”, realizado em 1939 e onde viveu a doce e gentil Melanie.

No filme E O Vento Levou não se deve confundir os papéis da protagonista   Vivien Leigh que tinha como  personagem  Scarlett O'Hara com Olivia de Havilland  que representava a personagem  de Melanie Hamilton. O cinéfilo Paulo Telles nos faz uma brilhante observação quando diz que   “Não foi só de canduras que viveu esta grande atriz dentro e fora das telas. Ela se impôs como mulher e artista, desafiando o sistema hollywoodiano de estúdios e com isso, conquistando o respeito de seus amigos e colegas de profissão (entre os quais, se destaca Bette Davis”.  Ela foi premiada pela Academia em duas ocasiões. Dame Olivia Mary de Havilland é uma atriz britânico-américo-francesa NASCIDA NO JAPÃO, hoje, radicada na França e tendo como seu esporte predileto o ciclismo que pratica diariamente no vigor dos seus 103 anos.

Um dos maiores estudiosos do cinema, o brasileiro e natalense Antonio Nahud, é um profundo conhecedor da história pessoal de Olívia de Havilland( nascida no Japão e hoje com 103 anos de idade) & Joan Fontaine(também nascida em Tóquio, Japão, e falecida em 2013 aos 96 anos de idade). O cinéfilo Nahud nos conta que,  AS DUAS ATRIZES IRMÃS ERAM INIMIGAS FIGADAL e jamais se conciliaram em vida mesmo vivendo no estrelato em seus longínquos anos.  Essas duas atrizes como Havilland, em contraste com sua imagem pública comportada e boazinha, sempre teve um temperamento inflexível e brigão. Fontaine, insossa e sofisticada, em cena parece estar repetindo o mesmo personagem de inúmeros outros filmes que fez: a vítima apaixonada, frágil e desorientada, mas sempre foram duas excelentes atrizes.

Raras irmãs alcançaram o estrelato no cinema, como são os casos de Lillian e Dorothy Gish (anos 10 e 20); Norma e Constance Talmadge (anos 20); Constance e Joan Bennett (anos 30 e 40); Eva e Zsa Zsa Gabor (anos 50); Catherine Deneuve e Françoise Dorléac (anos 60); Vanessa e Lynn Redgrave (dos anos 60 em diante). Mais recentemente, Natasha e Joely Richardson; Patricia e Rosana Arquette; Jennifer e Meg Tilly. No entanto, as mais famosas irmãs estrelas de cinema de todos os tempos são OLIVIA DE HAVILLAND  e JOAN FONTAINE Irmãs e inimigas mortais. Para entender essa rivalidade e quem quiser se aprofundar no assunto leia o bem documentado IRMÃS: A HISTÓRIA DE OLIVIA DE HAVILLAND & JOAN FONTAINE publicado no ano de 1984, de Charles Higham.

Através do livro de Charles Higham e os escritos de Antonio Nahud podemos conhecer os “puxavancos” de cabelos que rolavam entre as irmãs inimigas. Elas sempre tiveram uma relação difícil, começando na infância, quando Olivia teria rasgado uma roupa de Joan, forçando-a a costurá-la novamente. A rivalidade e o ressentimento resultam também da percepção de Joan em relação ao fato de Olivia ser a filha favorita da mãe delas, a atriz Lillian Augusta Ruse. JOAN FONTAINE, certa vez, declarou: “Lamento, mas não me lembro de um ato de bondade de minha irmã durante toda a minha infância. Em 1933, quando ela tinha 17 anos, jogou-me na laje da piscina e pulou em cima de mim, fraturando a minha clavícula”. Segundo o biógrafo Higham, OLIVIA DE HAVILLAND nunca conseguiu dividir a atenção maternal com a irmã mais nova, além disso ela se via como “a mais bonita e a mais talentosa”, chegando a fazer um testamento, em uma de suas brincadeiras de criança, deixando toda a sua beleza para a sua irmã, “que nada possui”. Nos estudos, no entanto, era Joan quem se destacava.

Ambas vencedoras do Oscar, com estrelas na Calçada da Fama de Hollywood e aclamadas por seus papéis em filmes maravilhosos dos anos 30, 40 e 50, OLIVIA DE HAVILLAND foi a primeira a se tornar atriz, estreando na comédia “Esfarrapando Desculpas em  1935. Enquanto sua carreira decolava, através de clássicos de aventuras ao lado de Errol Flynn (com quem fez oito filmes), como “Capitão Blood, “A Carga da Brigada Ligeira de  1936 e “As Aventuras de Robin Hood 1938, JOAN FONTAINE  desenvolvia um “complexo de Cinderela” e se via como coitadinha. Para piorar as coisas, sua mãe exigiu que mudasse seu sobrenome para Fontaine, evitando uma possível associação com Olivia, e proibiu-a de aceitar um interessante contrato com a Warner Bros., “porque era o estúdio de sua irmã”.

Em 1942, elas foram nomeadas para o Oscar de Melhor Atriz. Joan indicada pela atuação em “SUSPEITA”, de Alfred Hitchcock, e Olivia por “A Porta de Ouro. Joan acabou levando a estatueta. O biógrafo Charles Higham descreveu os eventos da cerimônia de premiação, afirmando que Joan avançou empolgada para receber seu prêmio, rejeitando as tentativas da irmã cumprimentá-la. Olivia acabou se ofendendo com essa atitude. Depois, Joan declararia: “Quando foi anunciado o meu nome como vitoriosa, percebi que Olivia teve vontade de dar um salto e me agarrar pelos cabelos”. Anos mais tarde, em 1947, seria a vez de Olivia ganhar o Oscar, pela atuação no melodrama “SÓ RESTA UMA LÁGRIMA”.

Nesse episódio, o  prêmio era para ser dado por Joan Crawford, mas a Academia, talvez acreditando que não poderia haver melhor cenário para a reconciliação das irmãs, substituiu-a em cima da hora por Joan. Esta, chamou a irmã para subir ao pódio. Mas quem esperou um sorriso afetuoso ou um abraço fraternal de reconciliação, enganou-se, Olivia se recusou a apertar a mão da irmã, numa comentada saia-justa. Segundo o biógrafo, na ocasião Joan fez um comentário leviano sobre o então marido de Olivia, ofendendo-a. Ela não quis receber os cumprimentos de sua irmã por este motivo.

Elas muitas vezes disputaram os mesmos homens e papéis. JOAN FONTAINE foi a primeira a se casar – com o popular astro do cinema britânico Brian Aherne -, gerando novo atrito entre elas. Na festa de casamento, o namorado de OLIVIA DE HAVILLAND – o bilionário Howard Hughes - dançou com a noiva e tentou seduzi-la, procurando convencê-la a desistir do casamento e se casar com ele. Olivia se chocou, culpando a irmã pela situação humilhante. No caso de “... E o Vento Levou”, Joan foi considerada muito chique para o personagem e Olivia ganhou o papel da doce e simplória Melanie Hamilton, mas na disputa pelo cobiçado papel da versão de Alfred Hitchcock para o romance de Daphne du Maurier, “REBECCA”, Joan se saiu vitoriosa.

A relação entre as irmãs continuou a deteriorar-se após os incidentes na cerimônia do Oscar. Em 1975, aconteceria algo que faria com que elas deixassem de se falar definitivamente: segundo Joan, Olivia não a convidou para um ritual religioso em homenagem a mãe delas recentemente falecida. Mais tarde, Olivia afirmou que tentou comunicar Joan, mas ela se encontrava muito ocupada para atendê-la. Charles Higham também diz que Joan tem uma convivência distante com suas próprias filhas, talvez porque tenha descoberto que elas sempre mantiveram uma amizade secreta com a tia Olivia. Até pouco antes de JOAN morrer  as irmãs se recusavam a falar publicamente sobre sua delicada situação, apesar de JOAN FONTAINE ter comentado em entrevista que muitos boatos a respeito delas surgiram dos “cães de publicidade” do estúdio.

Ocasionalmente, uma rara trégua acontece entre elas. Em 1961, passaram o Natal juntas no apartamento de Joan, em Nova York, mas a noite terminou em briga. Oito anos depois, Joan recebeu um pedido de ajuda de OLIVIA DE HAVILLAND, então adoentada e em dificuldades financeiras. “Deixei um gordo cheque”, lembra Joan. Mas os ressentimentos e a mesquinha antipatia continuaram. Quando a mãe morreu de câncer, deixou sua herança para os filhos de Olivia e nada para as filhas (uma delas, adotiva) de Joan. Vingativa, Joan lançou em 1978 a autobiografia “No Bed of Roses” (Nenhum Mar de Rosas), que segundo um dos seus ex-maridos – William Dozier – não contém nenhuma verdade, fazendo um retrato cruel da irmã, inclusive descrevendo-a como venenosa.


Há nove anos, em 2010, Olivia de Haviland, vencedora de dois Oscars foi homenageada no Palácio de Élysée em Paris, pelo presidente Nicolas Sarkozy, que na ocasião lhe deu uma legião de Honra Haviland, que mora em Paris há 60 anos, estava com sua filha Gisele, entre outros membros de sua família e Jacqueline Bisset. Mas uma pessoa de sua família estava ausente: JOAN FONTAINE, sua única irmã e é igualmente vencedora na sua carreira nas telas. Quando o Presidente colocou a fita vermelho-sangue e a estrela da Legião de Honra em Olivia, Joan estava na Califórnia, ignorando sistematicamente a ocasião, apenas mais uma ao longo de décadas de separação.