MINISTRA DE DILMA PROTEGE CORRUPTOS NO DNIT
GRAVAÇÕES DA POLÍCIA MOSTRAM QUE, QUANDO ESTAVA NO MINISTÉRIO DA PESCA, IDELI SALVATTI NEGOCIOU CARGOS NO DNIT E LUTOU PARA MANTER UM DIRIGENTE ACUSADO DE IRREGULARIDADES. AS CONVERSAS FORAM COM O PRESIDENTE LOCAL DO PR, HOJE PRESO POR PEDOFILIA
Durante a investigação de um crime de conotação sexual, a Polícia Civil de Santa Catarina usou o Sistema Guardião para, durante quatro meses, gravar as conversas telefônicas dos envolvidos. Essas gravações acabaram registrando conversas que nada tinham a ver com a investigação, mas contam com alto teor político. Os grampos revelam os diálogos que o principal investigado, O EX-DEPUTADO NELSON GOETTEN, ENTÃO PRESIDENTE DO PR CATARINENSE, MANTEVE COM DIVERSAS AUTORIDADES, ENTRE ELAS A ENTÃO MINISTRA DA PESCA, IDELI SALVATTI. As gravações das conversas de Ideli com Goetten mostram a íntima relação entre os dois e aconteceram no dia 18 de abril. Duraram pouco mais de dez minutos. Foi a ministra quem ligou para o celular do ex-deputado, que estava sendo monitorado pela Polícia Civil, com autorização da Justiça. Ideli, hoje ministra das Relações Institucionais, não estava defendendo apenas um de seus indicados para cargos públicos. Ela defendia um administrador acuado por denúncias de irregularidades e com a cadeira disputada por outros petistas de Santa Catarina. O engenheiro João José dos Santos, desde 2003 superintendente do DNIT catarinense, até agora escapou incólume da faxina ética promovida pela presidente Dilma Rousseff na pasta dos Transportes. Mas pesa contra ele uma série de suspeitas. O TCU, por exemplo, já apontou indícios de superfaturamento em obras importantes, como a BR-101. E o Ministério Público Federal abriu investigações para apurar atrasos e inexplicáveis aditivos nos contratos das obras de ampliação de várias rodovias tocadas pelo departamento chefiado por Santos. Sua gestão é um retrato acabado da situação que provocou a razia oficial sob o comando do Ministério dos Transportes. O parceiro da cruzada por João José dos Santos, o agora presidiário Nelson Goetten, foi um dos principais apoiadores da campanha de Ideli para o governo de Santa Catarina em 2010 (ela perdeu a eleição para Raimundo Colombo, do EX-DEM hoje PSD, ficou sem mandato no Senado e acabou premiada com o Ministério da Pesca). Segundo um cacique do PR, GOETTEN se apresentava como arrecadador da campanha. Ele diz ainda que, depois que virou ministra, Ideli dividia com Goetten o controle dos projetos do DNIT em Santa Catarina. O ex-deputado sempre teve acesso ao gabinete da ministra, a quem tratava como amiga. ELES ESTAVAM JUNTOS, COMO MOSTRA A GRAVAÇÃO DA POLÍCIA, PARA ENFRENTAR A ARTICULAÇÃO CAPITANEADA PELO EX-DEPUTADO CLAUDIO VIGNATTI, RIVAL DE IDELI NO PT ESTADUAL E ATÉ ENTÃO O NÚMERO DOIS NA SECRETARIA DE RELAÇÕES INSTITUCIONAIS, QUE PLEITEAVA NO PLANALTO O POSTO DE JOÃO JOSÉ DOS SANTOS. Em grampos de conversas com outros interlocutores, Goetten tratava do assunto sem cerimônias. “VÃO TER QUE PASSAR POR CIMA DE MIM E DA IDELI, CARA!”, diz o ex-deputado para seu secretário Sérgio Faust. Segundo ele, a indicação era fruto de um acerto entre PT e PR. “Eu avisei o Luis Sérgio (então ministro de Relações Institucionais): se romperem o acordo, nem o capeta vai me fazer sentar com o PT de novo”, afirmou Goetten. Ele também mantinha contatos frequentes com Claudinei do Nascimento, ex-coordenador de campanha e homem de confiança de Ideli. Hoje secretário-executivo de Relações Institucionais, Claudinei do Nascimento era chefe de gabinete no Ministério da Pesca. Em 12 de maio, às 10h49, ele telefona a Goetten para avisá-lo de que fora promovido a secretário-executivo da pasta após demissão de Evandro Gonçalo, acusado de direcionar emendas parlamentares para Santa Catarina sem autorização de Ideli. “MELHOR PARA NÓS. VOCÊ E ELA TÊM UMA RELAÇÃO MUITO FORTE”, comemora o ex-deputado. Na sequência, Nascimento diz que a ministra pediu para avisá-lo que Gilberto Carvalho estaria em Florianópolis no dia seguinte. “A hora que tu falar com o Nelson vê com ele para a gente arrumar uma conversa com o Gilberto”, pediu Ideli, segundo o secretário. Em outra ligação, Nascimento recomenda que Goetten não telefone para o celular usado por Ideli em Santa Catarina e fornece o número de Brasília. As relações de Ideli e com o presidente do PR catarinense não eram segredo para ninguém. Em 12 de maio, às 17h41, Goetten ligou para o também ex-deputado José Carlos Vieira (PR), e num diálogo cifrado avisou que estaria em Brasília. “ESTÁ COMBINADO UM JANTAR COM A IDELI, O EDERALDO E O PAGOT, NA CASA DO EDERALDO”, afirma. Goetten se referia a Hideraldo Caron, petista que ocupava a direção de infraestrutura rodoviária. É atribuído a Caron, que acabou caindo por pressão do PR, o controle da obra de duplicação da BR-101, entre Palhoça (SC) e Osório (RS). A rodovia com 348 quilômetros de extensão já recebeu em seis anos 268 termos aditivos que aumentaram o custo do empreendimento em R$ 317,7 milhões. Ao todo, o governo federal já gastou na ampliação da BR-101 quase R$ 2 bilhões, cifra que deve subir com a construção de novos túneis e pontes que não estavam previstos no projeto original. A BR-101 é alvo de várias auditorias no TCU. Em 2009, o tribunal incluiu a obra na lista de irregularidades graves e determinou ao DNIT a retenção do pagamento de R$ 3,1 milhões, proibindo reajustes em contratos que já estivessem em andamento. João José dos Santos, o protegido de Ideli, é acusado pela Federação das Indústrias de Santa Catarina (Fiesc) de má gestão. Projetos recheados de falhas e uma fiscalização precária têm provocado atrasos nas obras e criado um emaranhado de trocas de empreiteiras, que abandonam as obras depois de embolsar parte do orçamento ou se alimentam de constantes aditivos. O lote 26, de 28,6 quilômetros de extensão entre os municípios de Tubarão e Sangão, foi aditivado 12 vezes, elevando o preço da obra em 24,99% (o limite legal é de 25%), de R$ 92,6 milhões para R$ 115,8 milhões. As obras nesse trecho se arrastam desde 2005 e ainda não foram concluídas pela construtora Triunfo, que também teve problemas com sobrepreço nas obras do lote 29, entre Araranguá e Sombrio. Neste caso, o DNIT acabou rescindindo o contrato, e teve que abrir nova concorrência. Apesar das irregularidades, a Triunfo virou sócia da concessionária de pedágio do trecho da BR-101 que passa no Rio Grande do Sul. O caso está sendo investigado pelo procurador federal Celso Três. “Além das vidas perdidas em decorrência dos atrasos na obra, a lentidão e os problemas verificados na duplicação da BR-101 trazem prejuízos incalculáveis para a economia catarinense e de todo o Sul do País”, alerta o presidente da Fiesc, Glauco José Corte. Outra obra suspeita, sob responsabilidade de João José dos Santos, é a duplicação da BR-280, incluída no pacote de projetos suspensos pela presidente Dilma Rousseff no início de julho. Com uma extensão de 73,9 quilômetros, a rodovia foi orçada inicialmente em R$ 941 milhões. O valor depois foi revisto para R$ 885 milhões. O procurador do Ministério Público Federal, em Joinville, Mário Sérgio Barbosa, instaurou inquérito civil para apurar suspeita de direcionamento na concorrência. Não é a primeira vez que a estrada apresenta problemas. Em auditoria realizada em 2009, em obras de recuperação da BR-280, os técnicos do TCU descobriram que as “distâncias médias de transporte” (DMT) utilizadas no projeto e orçamento do lote 1 da licitação eram superiores às reais, havendo sobrepreço de R$ 4,1 milhões. Antes que o Tribunal deliberasse pelo saneamento da irregularidade, o Dnit rompeu o contrato com a empreiteira e abriu nova licitação. Os técnicos também questionaram por que o cimento para a obra estava sendo adquirido em Curitiba e não em Florianópolis, que seria mais barato. Com a rescisão do contrato, o processo foi arquivado e João José não precisou dar mais explicações. No MPF de Santa Catarina há outros inquéritos em curso. Um deles apura a omissão na recuperação e na fiscalização das rodovias BR-163, BR-292 e BR-158. A Procuradoria catarinense também instaurou inquérito para investigar denúncia de superfaturamento na obra emergencial da ponte sobre o rio Hercílio Luz, no km 117 da BR-470, no valor de R$ 13 milhões. Além das rodovias, o MPF investiga um possível favorecimento de empreiteiras e transportadoras com o atraso do DNIT na instalação dos postos de pesagem, que impede a fiscalização e acarreta prejuízo para os cofres públicos. PELO QUE SE VÊ, A ENTÃO MINISTRA DA PESCA, IDELI SALVATTI, AO APADRINHAR JOÃO JOSÉ DOS SANTOS, ESTAVA PESCANDO EM ÁGUAS TURVAS (Fonte: Revista ISTO É – Manchete original: As articulações de Ideli)
UMA DENÚNCIA GRAVÍSSIMA QUE SE FAZ NECESSÁRIA VIR À TONA OU A PÚBLICO : - No livro “O CHEFE”, de Ivo Patarra, em seu capítulo 13, reza o seguinte: A administração Lula repassou R$ 12,6 bilhões a 7.700 ONGs (Organizações Não-Governamentais) por meio de 20 mil convênios entre 2003 e 2007. REPITO: R$ 12 BILHÕES. Apesar dos valores expressivos, não havia mecanismos para selecionar adequadamente as entidades escolhidas como prestadoras de serviço. Quase não existiu controle na aplicação dos recursos federais, nem rigor na hora de acertar as contas. Suspeitou-se de desvios. Parte do dinheiro poderia ter sido embolsada por gente amiga. A CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito) encarregada de apurar irregularidades quase não avançou. Os governistas travaram as investigações. Não houve quebra de sigilos bancários e fiscais para identificar responsáveis pela eventual roubalheira. A proposta para criar a CPI surgiu após a identificação de Jorge Lorenzetti, o amigo e churrasqueiro de Lula, como protagonista do escândalo do dossiê, no final de 2006. Na época Jorge Lorenzetti fora apontado pela Polícia Federal como o responsável pela articulação da compra do tal dossiê. Ele também era colaborador de uma ONG, a rede Unitrabalho, suspeita de desvios. A Unitrabalho recebeu R$ 5,4 milhões da Fundação Banco do Brasil. As denúncias respingaram em Ideli Salvatti (PT-SC), então líder do partido do presidente da República no Senado. Ela teria ligações com a ONG Federação dos Trabalhadores na Agricultura Familiar da Região Sul, que recebeu R$ 5,2 milhões do Governo Federal entre os anos de 2003 e 2007. Suspeitava-se que parte do dinheiro destinado à formação e qualificação de mão-de-obra rural teria sido usada em campanhas do PT. A filha de Jorge Lorenzetti, Natália, aliás, trabalhava no gabinete da senadora Ideli Salvatti. Associou-se ainda o nome de Jorge Lorenzetti ao de outra ONG de Santa Catarina, a Rede 13. Entre os fundadores da entidade estava Lurian Cordeiro Lula da Silva, filha do presidente Lula. A ONG funcionaria como um braço do programa Fome Zero e teria recebido R$ 7,5 milhões do Governo Federal até ser extinta. A oposição suspeitou da Rede 13, que também serviria para repassar dinheiro público a integrantes do PT.
MAIS UM MENSALÃO NO MINISTÉRIO DAS CIDADES
Depois dos escândalos que derrubaram os ministros da Casa Civil, dos Transportes e da Agricultura, o radar do Palácio do Planalto está apontado desde a semana passada para o gabinete do MINISTRO MÁRIO NEGROMONTE (PP), DAS CIDADES. A VEJA traz informações levadas à ministra das Relações Institucionais, Ideli Salvatti, por um grupo de parlamentares do PP. Em guerra aberta com uma parte da legenda pelo controle do partido, NEGROMONTE estaria transformando o ministério num apêndice partidário e usando seu gabinete para tentar cooptar apoio. Segundo relatos dos deputados que foram convocados para reuniões na pasta, a ofertas em troca de apoio incluem uma mesada de 30.000 REAIS PARA QUEM ADERIR. O PP é o terceiro maior partido da base aliada, com 41 deputados e cinco senadores. Controla há anos o Ministério da Cidade, que dispõe de um orçamento de 22 BILHÕES DE REAIS E PROGRAMAS DE FORTE APELO ELEITORAL EM TODOS OS CANTOS DO PAÍS. Na formação do governo Dilma, Negromonte foi indicado mais por suas relações com o PT da Bahia do que pelo trânsito junto aos colegas. Uma parcela do PP queria manter Márcio Fortes, ministro por mais de cinco anos no governo Lula. Há duas semanas, o grupo ligado ao ex-ministro conseguiu destituir da liderança do partido o deputado Nelson Meurer, aliado de NEGROMONTE. Colocou no lugar dele Aguinaldo Ribeiro, aliado de Márcio Fortes. Ao perceber o poder se esvaindo, NEGROMONTE contra-atacou montando um bunker numa sala anexa ao seu gabinete, onde quatro aliados de sua inteira confiança – os deputados João Pizzolatti, Nelson Meurer, José Otávio Germano e Luiz Fernando Faria – tentam persuadir os deputados a se alinhar novamente com o ministro. Apenas na última terça-feira, doze parlamentares estiveram no ministério. Sob a condição do anonimato, três deles revelaram que ouviram a proposta da mesada de 30.000 reais. Confrontado, o ministro atribui tudo a um jogo de intrigas e aponta o rival Márcio Fortes como responsável: “Sei que há boatos de que pessoas vieram aqui para fazer isso e aquilo, da mesma forma que o pessoal estava dizendo que o Márcio Fortes foi lá na liderança fazer promessa, comprometer-se na tentativa de arranjar assinatura. Não me cabe ficar comentando boato”. FORTES, POR SUA VEZ, REBATE DE MANEIRA LACÔNICA: “No dia 31 de dezembro, deixei o cargo de ministro e me afastei das atividades partidárias”. A compra de votos não de parlamentares não é algo novo na história do PP, um dos protagonistas do escândalo do mensalão – que, aliás, envolvia pagamento de mesada. Na ocasião, líderes da legenda receberam 4,1 milhões de reais em propina e quatro integrantes do partido estão denunciados no processo que tramita no Supremo Tribunal Federal. O Ministério das Relações Institucionais confirma ter recebido as denúncias e está acompanhando a guerrilha do PP com muita atenção. A presidente Dilma Rousseff também já foi informada do problema (Texto gentilmente roubado lá No site da revista VEJA, com um simples ctrl “C” + ctrl “V”).
A HERANÇA
Maria Helena Rubinato
-Será que a herança é mesmo maldita? O que é que tu pensas?
- Que é cada vez mais maldita. Imensa, pesada, assustadora. Que o recheio de malas, malotes, cômodas, gavetas, escaninhos, armários, containers, é tenebroso, plúmbeo, soturno, disso não duvido nem por um segundo. Que os fios não são de pérolas, que as coroas espinham e picam, que os tecidos não agasalham e que os telhados não protegem, disso também não duvido.
- Do que descrês, então?
- Da identidade dos herdeiros.
- Ora, deixa de cismas. Neste país as eleições são livres e a herança, MALDITA ou BENDITA, é de quem veste a faixa e tem a posse da caneta.
- Deus seja louvado. Ainda há puros neste mundo.
- Pelo tom da tua voz percebo que puro substitui parvo.
- Bem...
- Diz, diz logo.
- Parvo, não, mas inocente.
- Inocente? Eu?
- Claro. Tu. O eleitor padrão. Aquele que vota, lava as mãos e confia que o eleito está lá porque Deus, ou o destino, assim o quis. E que ele ama o Brasil e os brasileiros acima de todas as coisas e que foi só por isso que se candidatou.
- Não chego a tanto. Sei que há ambição pessoal, claro que sei e vaidade, orgulho, “Ó VÃ COBIÇA A QUEM CHAMAMOS FAMA”. Sei disso. Mas creio firmemente que ao sentar naquela cadeira, o eleito se vê diante da História e a força desse pensamento não o largará mais.
- Pois sim...
- Mas voltemos à herança. Essa herança maldita vem de 2002, não é? Em 2003, Lula a recebeu, sofreu como um condenado, mas com a ajuda e a solidariedade do PT e de figuras de proa como a atual presidente, conseguiu deixar um Brasil forte, livre, pela primeira vez verdadeiramente independente! Não foi isso que ele disse?
- Foi. E disse mais: na opinião dele, O BRASIL ESTÁ EM POSIÇÃO DE DAR LIÇÃO DE MORAL A TODOS OS OUTROS PAÍSES. SOMOS OS CAMPEÕES EM TUDO. SOMOS RESPEITADÍSSIMOS NO EXTERIOR. SUA SUCESSORA RECEBEU UM GOVERNO FIRME, FORTE, COM BONS ALICERCES, DIGNO DA ESTRELA DO PARTIDO DOS TRABALHADORES.
- Bem, tenho que convir, isso não combina muito com o que vem acontecendo. A presidente está comendo o pão que o diabo amassou. Dizem que ela é braba e que não tem papas na língua. No que faz muito bem, pois cá pra nós, esses senhores de Brasília merecem. Ah!... Agora sim, vejo o que querias dizer com a herança cada vez mais maldita... Tens razão.
- Calma! Não me refiro aos defenestrados nem aos que estão para ser defenestrados. Esses só me deixam intrigado. Acho tudo muito arrumadinho. Parecem pecinhas de dominó enfileiradas para cair. Dá um peteleco numa e...
- Mas se isso não é a herança...
- E não é mesmo. Eles são os mandarins. Os herdeiros somos nós. A herança é nossa. Só nossa...