quinta-feira, 31 de março de 2016

POLÍCIA FEDERAL DESBARATA A GANGUE DA FAMÍLIA LULA






INVESTIGADORES DA LAVA JATO E A POLÍCIA FEDERAL MONTAM DIAGRAMAS DA FAMÍLIA LULA E TRAÇA OS CRIMES DE CORRUPÇÃO, LAVAGEM DE GRANA SUJA E ORGANIZAÇÃO CRIMINOSA...

Ao investigar o envolvimento do ex-presidente da República Luiz Inácio Lula da Silva com supostos crimes de corrupção, lavagem de dinheiro e organização criminosa, no esquema descoberto na Petrobrás, a Operação Lava Jato montou um diagrama de sua família, de dois irmãos, José Ferreira da Silva, o Frei Chico, e Genival Ignácio da Silva, o Vavá, e do sobrinho Taiguara Rodrigues dos Santos.
O Relatório de Análise 769, da Polícia Federal, reúne, além dos diagramas com os elos familiares de Lula, “os vínculos societários dos mesmos e seus familiares, bem como, outras informações relevantes”. Uma delas sobre viagens internacionais dos alvos, com base em dados extraídos do Sistema Nacional de Tráfego Internacional.

O documento é de 11 de novembro e está anexado ao inquérito em que Lula é investigado por supostos crimes, em especial corrupção e lavagem de dinheiro, no recebimento de propina, oculta em forma de pagamentos de palestras via empresa LILS Palestras e Eventos. A empresa passou a ser usada pelo petista a partir de 2011, após deixar a Presidência, para dar consultorias e palestras para empresas, principalmente em países da América Latina e África. O inquérito foi enviado ao Supremo Tribunal Federal (STF) pelo juiz federal Sérgio Moro – dos processos da Lava Jato, em primeira instância, em Curitiba – há duas semanas.


O “gráfico de ascendência e descendência” montado pela PF, com Lula ao centro, abre o relatório. “Luiz Inácio Lula da Silva nasceu em Garanhuns (PE), em 27 de outubro de 1945, é um dos fundadores do Partido dos Trabalhadores (PT), torneiro mecânico formado pelo Senai, Lula tornou-se em 2002 o 35º presidente da República do Brasil, cumprindo dois mandatos sucessivos, encerrados em 2010″, informa. “Atualmente encontra-se casado com Marisa Letícia, o ex-presidente é pai de cinco filhos, sendo que Lurian Cordeiro é fruto da relação de Lula com a enfermeira Mirian Cordeiro.”
Espécie de árvore genealógica resumida a quatro gerações da família Lula da Silva, o documento lista os cinco filhos do ex-presidente: Sandro Luis Lula da Silva, Fábio Luis Lula da Silva, o Lulinha, Luis Claudio Lula da Silva, alvo da Operação Zelotes, Marcos Cláudio Lula da Silva e Lurian Cordeiro Lula da Silva. A eles, estão associados ainda ex e atuais cônjuges e os netos.

“Utilizando-se do gráfico acima, foram realizadas pesquisas para todos os CPFs constante nele, com vistas a verificar as suas participações societárias, vínculos empregatícios e por fim, a relação de pessoas que mais os acompanharam em viagens internacionais”, relatam o agente Wiligton Pereira e o delegado Márcio Anselmo, da equipe da Lava Jato. No caso de Lula, foi “verificado somente sua participação em quadros societários e suas viagens internacionais a partir do ano de 2010, quando deixou a Presidência da República”.

A Lava Jato reuniu elementos para apontar que Lula pode ter usado a família para ocultar patrimônio e recebimentos ilícitos. São investigados, por exemplo, pagamentos feitos para empresas dos filhos pela LILS e pelo Instituto Lula -ambos recebedores de valores milionários de empresas do cartel acusado de corrupção na Petrobrás.


Irmãos. A Lava Jato criou diagramas também para as famílias de dois irmãos do ex-presidente: Frei Chico e Vavá. Nas duas imagens foram associados filhos e pessoas ligadas a eles, bem como empresas com quem eles têm vínculos e registros de saída do Brasil nos últimos dez anos.

No caso de Vavá, a PF copiou reportagem publicada em 2007, quando o irmão mais novo de Lula foi alvo de investigação na Operação Xeque Mate. Ele era suspeito de tentar traficar influência no governo federal em nome de empresários ligados a bingos eletrônicos ilegais, em Mato Grosso.

Vavá foi também monitorado em conversa com Lula, após a deflagração da Operação Aletheia – 24ª fase da Lava Jato -, no dia 4, quando o ex-presidente foi levado coercitivamente para depor e sua casa alvo de buscas. No diálogo, os dois falam que não poderiam se encontrar por causa da presença de “um monte de peão na porta de casa pra bater nos coxinhas”. “Se os coxinhas aparecer (sic..) eles vão tomar tanta porrada que eles nem sabem o que vai acontecer.”

Sobrinho. A PF destacou em seu relatório sobre a família Lula os vínculos familiares e de empresas de um sobrinho, Taiguara Rodrigues dos Santos. Ele é filho de Jacinto Ribeiro dos Santos, conhecido como Lambari, irmão da primeira mulher de Lula, Maria de Lourdes da Silva – já falecida.

Seu nome é conhecido em Brasília, como o “sobrinho de Lula”. A PF anexou uma reportagem da revista Veja, no relatório, sobre a ascensão de negócios a partir de 2009, com citação a contratos em Angola e com a Odebrecht – alvo da Lava Jato. Ele é dono da Exergia Brasil Projetos de Engenharia, ligada a uma empresa portuguesa. Taiguara chegou a ser convocado para depor na CPI do BNDES, no ano passado, pelos recebimentos da empreiteira em obras na África.

A PF desta que Taiguara viajou 2014 três vezes para o Panamá, uma delas no mesmo voo em que estavam Fabio Luis Lula da Silva, o Lulinha, e Fernando Bittar, sócio do filho de Lula e dono na escritura do Sítio Santa Bárbara, em Atibaia (SP). O ex-presidente é alvo de outro inquérito aberto pela Lava Jato para apurar a compra da propriedade, em 2010, supostamente em nome de laranjas, e reformas realizadas, em 2011, por duas empreiteiras acusadas de corrupção na Petrobrás – Odebrecht e OAS – e pelo amigo José Carlos Bumlai.

O que diz o o Instituto Lula
“Esse relatório, e seu vazamento para a imprensa, é só mais uma amostra do grau de obsessão da Operação Lava Jato em perseguir o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, mesmo sem haver nenhum indício de qualquer crime cometido pelo ex-presidente ou de qualquer relação destas pretensas investigações sobre sua família com os desvios da Petrobras que são a razão de ser da Operação. Não faz nenhum sentido a perda de tempo de funcionários do estado e de recursos públicos listando viagens ao exterior de familiares do ex-presidente que não exercem cargos públicos nem estão sendo acusados de qualquer crime. Após divulgar conversas telefônicas privadas, a privacidade de familiares do ex-presidente é de novo desrespeitada pelo mero fato de serem parentes de Lula. Vamos deixar claro mais uma vez: o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva sempre agiu dentro da lei antes, durante e depois de ocupar a presidência da República por dois mandatos. Não tem contas no exterior, não oculta patrimônio, não tem “offshore”. Não é dono de apartamento no Guarujá ou sítio em Atibaia. Não cometeu nenhum crime. E só é possível compreender a forma como ele é perseguido e difamado de maneira obsessiva por ser  reconhecido como o melhor presidente da história do Brasil. Assessoria de Imprensa do Instituto Lula” (Jornal O Estado de S. Paulo)


DILMA VIROU GALINHA QUE CISCA E DEIXA CISCAR...


Magno Martins
Na tentativa de barrar o impeachment, a presidente Dilma começou, ontem, no dia seguinte ao perder o PMDB, a lotear o seu fim de Governo de forma vergonhosa. Ao PP, que já tem a Integração Nacional, ofereceu Saúde. Ao PR, donatário atual da área de Transportes, ofertou Minas e Energia. Ao PSD, que ocupa Cidades, estendeu o latifúndio do Turismo.
As ofertas são as mais descabidas. Não interessa currículo ou capacidade de gerenciamento. O que está em jogo é a guerra travada com a oposição na Câmara dos Deputados para sepultar qualquer tentativa desdobramento do processo de impeachment, aberto pela Comissão Especial, que aprova o relatório provavelmente na terça-feira, 12.
O PP tem uma bancada de 49 deputados. Segundo vazou ontem, a promessa do partido é a garantia de 30 votos, no plenário da Câmara, onde o Governo só tem, hoje, 102 votos para os 172 necessários de fretamento do impeachment. Dos 102, 58 seriam do PT, 20 do PDT, 13 do PCdoB, 6 do PSOL e 5 da Rede.
Na prática, o Governo precisaria de mais 70 votos, o que pode vir, no toma-lá-dá-cá, do PP, PR e PSD, que, juntos, criam uma espécie de Frentão, movimento que eclodiu na Constituinte, liderado pelo ex-deputado Ricardo Fiúza, com a expressão intenção de impedir avanços na Carta Magna.
A negociação com o novo Centrão é para tornar o deputado Cacá Leão (PP-BA) o novo ministro da Integração Nacional no lugar de Gilberto Occhi, que tem menor representatividade na bancada de 49 deputados. Occhi assumiria a presidência de alguma estatal ou autarquia federal. A Saúde ficaria com o deputado Ricardo Barros (PP-PR).
Em reunião na manhã de hoje, no gabinete do presidente do PP, Ciro Nogueira (PI), o partido decidiu marcar para o dia 11, véspera da votação do impeachment na Comissão Especial da Câmara, a decisão final se vai ou não permanecer no Governo. Logo depois da reunião, o deputado Ricardo Barros disse que não foi convidado para nenhum ministério e que nem poderia discutir qualquer assunto relacionado a isto porque seu partido decidiu marcar reunião para o dia 11 para decidir sua posição sobre o impeachment.
O nome de Barros, porém, faz parte da lista que o Palácio do Planalto montou para tentar garantir a manutenção do PP na base aliada e, com isto, evitar a abertura do impeachment. Ciro se encontrou, na última terça-feira, com o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que comanda os entendimentos para tentar barrar o impeachment de Dilma Rousseff.
A Saúde é comandada hoje pelo deputado licenciado Marcelo Castro (PMDB-PI), cuja permanência se tornou difícil após a decisão do PMDB de romper com o Governo. Além do PP, PR, PSD e outras legendas menores, como o PTN e o PHS estão sendo procuradas pelo Governo com a proposta de ocupar o espaço que será aberto com a entrega de ministérios e cargos pelo PMDB. - A manchete e as imageens não fazem parte do texto original - 

NÃO VAI FICAR ANTA SOBRE ANTA...


Josias de Souza
Pela terceira semana consecutiva, Dilma Rousseff transformou em comício uma cerimônia oficial realizada nas dependências do Palácio do Planalto. Coisa relacionada ao programa Minha Casa, Minha Vida. Com o prestígio de Dilma às moscas, o cerimonial da Presidência viu-se compelido a providenciar uma plateia companheira, composta de militantes petistas e ativistas de movimentos sociais.
O coro de “não vai ter golpe” voltou a ecoar no salão principal do Planalto. O vice-presidente Michel Temer, a OAB e até o juiz Sérgio Moro foram brindados com gritos de “golpistas”. Tudo isso num dia em que o Ibope trouxe à luz pesquisa que acomoda a desaprovação a Dilma na casa dos 69%. Pior: oito em cada dez brasileiros não confiam em Dilma e desaprovam o modo como ela governa o país.
Num ambiente assim, os comícios palacianos de Dilma, custeados pelo contribuinte, talvez ofendam a maioria dos brasileiros em dia com o fisco. De resto, constituem um erro primário. Dilma ainda não se deu conta. Mas, ao discursar apenas para devotos, oferece semanalmente ao noticiário comprovações cenográficas do seu isolamento.

quarta-feira, 30 de março de 2016

O MINISTRO JARARACA


Arnaldo Jabor

 

“EU SOU O ÚNICO CARA QUE PODE INCENDIAR ESSE PAÍS... Tá pensando o quê?” Eu estou aqui em frente ao espelho e posso falar tudo que quiser... ninguém me ouve. Olho-me no espelho e vejo que eu sou o povo. Sou um fenômeno de Fé. Quanto mais me denunciaram, mais eu cresci. EU DESMORALIZEI ESCÂNDALOS, VULGARIZEI ALIANÇAS, SUBVERTI TUDO, INCLUSIVE A SUBVERSÃO. Agora eu voltei como uma jararaca. Ahhh. A JARARACA VIROU MINISTRO... VOU MORDER ESSE SERGIO MORO NA BUNDA. Meus inimigos odeiam o homem maravilhoso que eu sou. Por isso querem me prender. Inveja. Não há vivalma no país tão inebriante como eu. EU ME AMO. Por inveja, o Supremo Tribunal Federal também está querendo me esmagar a cabeça. Estão todos acovardados sem me defender, porque são uns neoliberais de merda — COVARDES... E mais: e os babacas dos presidentes da Câmara e do Senado? Estão FODIDOS. Se derrubarem a Dilma, caem juntos.

Agora eu chamei um novo ministro para a Justiça, o Eugênio Aragão. Ele é meio maluco, frequenta o Santo Daime, bebe ayahuasca e já começou a ‘trabalhar’; já ameaçou o diretor da PF e vai nos ajudar a atacar a República de Curitiba... Ainda bem que surgiu um macho para me defender, porque a ministra Rosa Weber nem deu bola — mal-amada... Até a minha assessora Clara Ant está com raiva, porque eu falei que ela era uma baranga... E a ingratidão daquele JANOT, que eu mandei a Dilma nomear?

Mas o povo foi para as ruas, a CUT, o MST organizaram tudo. Os coxinhas ficam com medo daquela onda vermelha... Eles têm de me respeitar... Como pode um delegado, um promotor do MPF me desrespeitar...? Eu não sou um cidadão comum, como eu disse uma vez para puxar o saco do Sarney. EU SOU ESPECIAL. Fui falar com o Lewandowski, que tanto nos ajudou no mensalão, e também fui traído... Ele se recusou a agir contra a república; mas, que república? Ele traiu a mim...

Eu vou secar essa Lava-Jato. ELES TÊM DE TER MEDO DE MIM... Esse Moro está subvertendo as regras políticas de 400 anos. Sempre fomos assim; é até uma tradição... E a Receita Federal que não me respeita? Tem de ficar bisbilhotando minhas contas? Já dei um esporro no Nelson Barbosa, que fica copiando aquele babaca do Levy, querendo fazer cortes no orçamento... Que cortes? A MILITÂNCIA NÃO QUER. Tem de cortar porra nenhuma... Tem é que aumentar os gastos públicos ainda mais PARA EU RECUPERAR MINHA IMAGEM. E tem mais: vou meter a mão naquele tal de fundo soberano, nas reservas internacionais do Brasil, NO PEITO E NA RAÇA, para distribuir presentinhos de consumo para os idiotas que me amam. E A PORRA DO SÍTIO EM ATIBAIA? A ideia foi boa, botar tudo no nome dos sócios do Fabinho... Mas veio essa PF, que o Aragão graças a Deus vai arrasar, e FODEU TUDO...

E aquele TRÍPLEX que comprei, atualmente em nome da OAS. Êta gente boa! Eu achei pequeno como um daqueles barracos do ‘Minha casa minha vida’ e eles reformaram tudo. A direita diz que aquelas fotos no apartamento — eu, a Marisa e o Léo Pinheiro — provam que eu sou o dono. Eu direi a eles que não prova nada, porque estávamos decidindo cor de paredes, sancas, lustres... etc... É isso aí... bicho. A OAS tem agora um novo departamento: OAS Decorações. Haha... Espelho meu, a verdade é que eu comandei o esquema todo. Eu ia deixar toda essa grande empreitada para me salvar, na mão de incompetentes como o Mercadante? EU ME SALVO! PORRA, TIVE DE BANCAR O BOBO, DIZENDO QUE NÃO SABIA DE NADA... só se eu fosse um débil mental, com tudo ali à vista no Planalto, na cara.

EU SOU FODA... eu fiz tudo sozinho... claro que com a ajuda dos operários, aqueles operários que acreditavam em mim enquanto eu conciliava com as multinacionais... A verdade é que eu nunca me interessei pelo bem do povo. Essa visão de um operário pensando no país é uma imagem romântica de pequenos burgueses. OPERÁRIO QUER É SUBIR NA VIDA. Fui mestre nisso. Eu odiava o calor daqueles tetos de Eternit na fábrica, aquela cachaça morna na hora do almoço. Aquele torno que cortou meu mindinho foi minha primeira grande sorte (tem gente que até acha que eu mesmo cortei...). Virei líder sindical. Foi a sorte grande. Sem dedo, descobri a massa. Eu vi a facilidade de convencer o povão de fazer o que eu quisesse. Tudo tão simples; basta falar como eles, falar de futebol, fingir de vítima, injustiçado por ter origem humilde, dividir o mundo em ricos e pobres, MENTIR ESTATÍSTICAS NUMA BOA, falar do futuro.

Meu grande erro, espelho meu, foi não ter pegado o terceiro mandato. Botei aquela guerrilheira incompetente no poder e ela também sabia de tudo. Imagina se aquela comuna não sabia da COMPRA DA REFINARIA DE PASADENA PELA QUAL PAGAMOS 300 VEZES MAIS QUE O PREÇO ORIGINAL... foi lindo! Mais de 3% só para o PT. Quanto deu? 3% de 1 bilhão e 200 milhões, quanto é? Sei lá... E dane-se que os ‘cerverós’ da vida meteram a mão na cumbuca... Nosso plano foi de usar a corrupção para ficar no poder, como todos sabem... ‘FORA DO PODER TUDO É ILUSÃO’, dizia, acho que foi Lênin, que aqueles imbecis citam muito... SÓ A CORRUPÇÃO MOVE O PAÍS.

Ai que saudades das mãos da rainha Elizabeth — eu beijei sua mão com um vago PERFUME DE VERBENA. Ai que saudades dos tempos em que eu posava com outros presidentes, com o Obama me puxando o saco dizendo que eu era o “CARA”. Mas eu voltarei... e mesmo com tantos problemas, tenho compensações: como é bom ver intelectuais metidos a besta ainda me olhando com fervor, me achando o símbolo do futuro, como se eu tivesse uma foice e um martelo na mão. Como são burros esses cultos, esses intelectuais da USP/PUC reunidos para me defender... Eu confesso que não entendo como esses artistas e cancioneiros populares ignoram QUE EU NÃO SOU A SALVAÇÃO DE MERDA NENHUMA. Como é que eles conseguem se enganar tanto? Só penso em mim. Mas, graças a Deus, eles têm fé... Por isso, eu conto com esses idiotas. Suas teorias e crenças ideológicas conferem um pouco de ‘profundidade’ a mim... Claro que estou pouco CAGANDO PARA SUAS TESES, mas eles são úteis.

Eles pensam que são a revolução. Mas, eu é que sou a revolução. Eles não queriam arrasar o capitalismo?


Pois, eu consegui”.

DILMA, LULA E O PT ESTÃO COMPRANDO DEPUTADO E SENADOR NO MERCADO NEGRO, NA BASE DO QUEM DÁ MAIS!!!




Valdo Cruz, Gustavo Patu e Mariana Haubert


Em reação ao rompimento do PMDB, o governo deflagrou uma operação para redistribuir cargos na Esplanada dos Ministérios e apressar a liberação de verbas orçamentárias como forma de tentar garantir os votos necessários para barrar o impeachment na Câmara.
A ideia é ter, até sexta (1º), um novo ministério formado e, na próxima semana, realizar a primeira reunião ministerial já com novos integrantes. “A decisão chega em boa hora porque oferece à Dilma a oportunidade de repactuar o seu governo. Um novo governo no sentido de que sai um parceiro importante e abre espaço para um novo governo”, afirmou o ministro-chefe do gabinete de Dilma Rousseff, Jaques Wagner.
“Se temos o impeachment sem causa, e portanto um golpe, e como ele trata de votos no Congresso, é claro que é uma agenda do governo conquistar esses votos”, complementou.

PP E PR

Em reunião com o ex-presidente Lula e demais integrantes de seu núcleo político nesta terça à noite, a presidente concordou com a necessidade de aumentar o espaço de aliados como PP e PR, considerados essenciais na estratégia do governo de evitar a abertura de um processo de impeachment.
Segundo a Folha apurou, o PP reivindica a pasta da Saúde e o PR pode herdar o Ministério de Minas e Energia. As suas pastas são atualmente comandadas pelo PMDB.
Lula passou o dia cuidando do rearranjo do governo. Além de conversas com líderes do PP e PR, ele manteve contato com representantes de um bloco formado por Pros, PHS e PEN. O petista também procurou integrantes do PTdoB, PSL e PTN que poderão herdar postos de segundo e terceiro escalões.
Wagner avaliou ainda que “foi bom” que o PMDB tomasse a decisão pelo desembarque antes que o processo de afastamento da presidente fosse votado pela Câmara. O PMDB ainda tem seis ministros no governo que não entregaram o cargo e avaliam o que fazer a partir de agora.

DIÁRIO OFICIAL EXTRA

O governo também editou nesta terça (29) uma edição extra do “Diário Oficial da União” para apressar a liberação de verbas orçamentárias, incluindo projetos de interesse de deputados e senadores.
A portaria do ministro Nelson Barbosa (Fazenda) ampliou os limites de desembolso mensal para oito ministérios e para operações de empréstimo. Pelo texto, até abril, os gastos das pastas de Educação, Defesa, Transportes, Ciência e Tecnologia, Agricultura, Desenvolvimento Agrário, Planejamento e Advocacia-Geral da União poderão ser ampliados em R$ 1,8 bilhão.
O total de despesas para o ano não é alterado, mas os pagamentos podem ser feitos de forma mais rápida. Em tese, ao menos, a manobra facilita o atendimento de despesas incluídas no Orçamento pelos congressistas, conhecidas como emendas parlamentares.
A portaria informa que a ampliação de limites de pagamento inclui as emendas de bancadas estaduais. A liberação desse tipo de verba é um instrumento tradicional de negociação entre o Planalto e o Legislativo.
Em nota, a Fazenda disse que a portaria “foi editada em atendimento a pedidos dos ministérios”. Segundo o documento, “algumas despesas tinham vencimento nesta terça-feira”.
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NOTA DA REDAÇÃO – A que ponto caiu a política nacional… Pela entrevista de Jaques Wagner, fica claro que, ao invés de se defender das acusações no processo de impeachment, a estratégia do governo é oferecer cargos e liberar verbas para comprar deputados. O pior é que até se orgulham disso. Se o esquema de corrupção ainda estivesse funcionando, certamente iriam usar dinheiro vivo(C.N.)




VAI-TE PRA LÁ ABACAXI, EU BEBI LEITE!!!


Magno Martins


Nunca como antes na história deste País, como diz Lula, o PMDB tomou uma decisão tão rápida. Em menos de três minutos, o diretório nacional oficializou, no início da tarde de ontem, sua saída do Governo. Aos gritos de "Brasil para frente, Temer presidente" e "FORA PT", uma moção que determina a entrega de todos os cargos no Executivo e a punição de quem desobedecer isso.
Vice-presidente nacional da legenda, o senador Romero Jucá (RR) leu a moção, de autoria do diretório regional da Bahia, sustentada na "imediata saída do PMDB do Governo com entrega dos cargos em todas as esferas do Poder Executivo Federal, importando a desobediência a esta decisão em instauração de processo ético contra o filiado".
A votação ocorreu de forma simbólica. Nos bastidores, foi decidido que não haveria exposição dos peemedebistas que se posicionassem contrários à decisão. Nos bastidores ficou combinado que as cadeiras ocupadas pelo partido na Esplanada dos Ministérios devem ser entregues ATÉ 12 DE ABRIL.  Jucá reiterou que cada caso será avaliado separadamente, podendo inclusive, serem avaliadas as reivindicações de alguns ministros, como Celso Pansera (Ciência e Tecnologia) e Marcelo Castro (Saúde) de se licenciar do partido.
TEMER NÃO ESTAVA PRESENTET na reunião que oficializou o desembarque. Os ministros peemedebistas também não compareceram. Nomes como José Sarney, Eduardo Paes e Sergio Cabral também não compareceram. No entanto, enviaram aliados para o encontro, como a ex-governadora Roseana Sarney e os secretários do Rio de Janeiro Pedro Paulo e Marco Antônio Cabral.
A relação do PMDB com o Governo do PT tem se deteriorado nos últimos anos. Quando Dilma se preparava para disputar o segundo mandato, o partido deu mostras claras de que estava rachado quanto ao apoio à petista. Na época, em junho de 2014, a manutenção da aliança foi aprovada pela convenção nacional do PMDB, MAS RECEBEU MAIS DE 40,8% DE VOTOS CONTRÁRIOS.
A ala dissidente reclamava que o partido não era ouvido pelo Governo Federal e que os ministros da legenda não tinham real poder de comando. Ao longo do primeiro ano do segundo mandato de Dilma, a crise se agravou. O PRIMEIRO EMBATE ENTRE PT E PMDB OCORREU NA DISPUTA PELA PRESIDÊNCIA DA CÂMARA, quando o governo federal iniciou uma campanha ostensiva para que Arlindo Chinaglia (PT-SP) vencesse a eleição e derrotasse o candidato peemedebista Eduardo Cunha (PMDB-RJ), que se elegeu em primeiro turno.
Sob o comando Cunha, a Câmara derrotou o Planalto em diversas ocasiões neste ano, com a votação de matérias desfavoráveis ao Governo. Além disso, no ano passado, houve na Casa a instalação da CPI da Petrobras, para investigar o escândalo de corrupção na estatal. Para tentar conter a rebelião na base, a presidente promoveu, em 2015, uma reforma ministerial para ampliar o espaço do PMDB no governo, que chegou a ter sete ministérios. - A manchete nem a imagem fazem parte do texto original.








terça-feira, 29 de março de 2016

TODO BRASILEIRO É GOLPISTA. MENOS OS PETISTAS.


Josias de Souza
Incorporado à base congressual dos governos petistas desde a gestão Lula, FERNANDO COLLOR foi alvo de ataques implacáveis do PT durante a tramitação do processo de impeachment que o arrancou do Planalto em 1992. As críticas eram mais ácidas quando se referiam à principal arma de resistência de COLLOR: o fisiologismo. Decorridos quase 24 anos, DILMA lança mão da mesma artilharia para tentar salvar o seu mandato. A diferença é que, agora, o PT já não acha o fisiologismo tão execrável.
“Não devemos dar como ganha a batalha do impeachment, porque o governo não vacila em reunir ao seu redor o núcleo fisiológico e corrupto que sempre o sustentou, utilizando-se de verbas, cargos e Ministérios para conseguir 168 votos nesta Casa e arquivar o pedido de impeachment”, discursou o então deputado JOSÉ DIRCEU (PT-SP), do alto da tribuna da Câmara, em 1º de setembro de 1992.
Hoje, DILMA precisa de 172 votos para barrar o seu impedimento. No esforço para obtê-los, radicalizou a tática do fisiologismo. Já não negocia apenas com as cúpulas partidárias. Abriu um varejão em que as emendas orçamentárias e os cargos são ofertados em negociações individuais. Estima-se que o rompimento do PMDB com o governo, formalizado nesta terça-feira, levará para esse balcão algo como 500 cargos federais. Uma farra.
Preso em Curitiba, o DIRCEU de hoje talvez tenha saudades do deputado combativo que foi em 1992. “O presidente mente ao país, devendo, por isso, responder por crime de responsabilidade”, dizia o ex-DIRCEU. “É urgente que o presidente da República seja afastado do seu cargo pela Câmara dos Deputados e julgado pelo Senado Federal. Só assim poderemos recompor a unidade político-partidária e as funções político-administrativas do governo.”
Imaginava-se que o impeachment de Collor e a posse de Itamar Franco —o Michel Temer daquela época— entrariam para a história como marcos redentores da política nacional. Mas deu tudo errado. Hoje, suprema ironia, DIRCEU e COLLOR coabitam o mesmo escândalo. Patronos de algumas das nomeações de petrogatunos efetivadas no governo Lula, os dois são protagonistas do petrolão. Uma evidência de que, com o tempo, o vocábulo governabilidade, cultuado por todos os governos do Brasil pós-redemocratização, tornou-se um abracadabra para a caverna de Ali-Babá.
Na mesma sessão do dia 1º de setembro de 1992, discursou o então deputado JOSÉ JENOINO (PT-SP). Ele ecoou o companheiro DIRCEU, carregando nas tintas morais: “A sociedade tem de optar entre os que querem acabar com a impunidade e os que querem que ela continue prosperando debaixo dos conchavos, das negociatas que levaram o país a esta decadência ética e moral.”
GENOINO é, hoje, um ex-integrante da bancada do PT na penitenciária da Papuda. Trancado nos rancores que colecionou durante o processo do mensalão, tornou-se um ex-deputado recluso. Naquela época, ele dava as mãos ao asfalto: “Aqueles que querem fazer a cirurgia, independentemente de partido, têm de se juntar aqui dentro e nas ruas, para que a sociedade brasileira, que espera uma solução democrática e constitucional para esta crise, não venha a frustrar-se. Se a esperança desta juventude, que brotou das ruas, for sacrificada por algum jeitinho para manter este governo, estaremos sacrificando uma geração, estaremos sacrificando uma possibilidade histórica neste país.”
Na sessão de 22 de setembro de 1992, outro petista de mostruário, PAULO ROCHA (PT-PA), escalou a tribuna da Câmara para metralhar a tática fisiológica de COLLOR: “…Os governistas continuam apostando na compra de votos, através da distribuição de recursos da União a fundo perdido e da intermediação de verbas a Parlamentares, para a rejeição do impeachment. Não podemos nos calar diante desse vergonhoso saque nas instituições públicas, dentro da lógica mais espúria do fisiologismo.”
Dias antes, em 9 de setembro, PAULO ROCHA, hoje um membro da bancada de senadores do PT, pedia pressa no julgamento de COLLOR: “…Este Congresso não pode mais esperar. O povo brasileiro está impaciente, angustiado, porque, além da crise política, está passando, por uma situação difícil. Os mais pobres estão em desespero.''
O Brasil retratado no discurso de PAULO ROCHA também arrostava problemas econômicos: “…O país está parado. Qual a perspectiva de futuro para o nosso país? Qual a resposta das instituições brasileiras para a situação do Brasil? A resposta está aqui, no Congresso Nacional, em nossas mãos. […] Só aqueles que vivem do favorecimento, só aqueles que vivem mamando nas tetas da coisa pública, insensíveis, desonrados, traidores, não escutam o clamor da sociedade. Portanto, urge que este Congresso dê ao Brasil uma resposta política para as crises econômica e social. E, mais ainda, que dê uma resposta aos anseios da sociedade pela volta da moralidade na administração pública…”
A exemplo de DILMA, COLLOR também acusava os partidários do impeachment de golpistas. Dizia que eles integravam um “sindicato do golpe”. Na mesma sessão do dia 9 de setembro de 1992, o petismo contou com a ajuda de um velho aliado, ALDO REBELO (PCdoB-SP), para se contrapor à pregação de Collor.
Aldo, hoje ministro da Defesa de DILMA, realçou na época que o processo de impeachment guiava-se pela Constituição. E lembrou que o texto constitucional é especialmente generoso com o acusado: “Quanto ao prazo para o direito de defesa do presidente da República, está este mais do que assegurado. Querem melhor proteção, querem mais democracia, querem mais direito de defesa do que esta Casa precisar de dois terços de seus votos para autorizar processo contra um corrupto? Para que mais proteção? Para que mais democracia? Para que mais direito de defesa? Para garantir a absolvição de um cidadão evidentemente envolvido em falcatruas?”, indagou ALDO.
Ele prosseguiu: “Os senhores precisam de apenas um terço para negar e nós precisamos de dois terços dos votos desta Casa para autorizar o Senado Federal a processar o Presidente da República. Então, que se calem essas vozes da inquietude da intranquilidade, porque democracia aqui existe e está assegurada pelo quórum e pelo supremo direito de defesa que esta Casa e o Senado Federal haverão de assegurar ao Excelentíssimo senhor presidente COLLOR DE MELLO.”
Também presente à sessão, JOSÉ DIRCEU deu de ombros para os que enxergavam golpe no impeachment: “…Se querem protestar, que protestem contra a Constituição e contra o constituinte que estabeleceu apenas a autorização para esta Casa. Além disso, o senhor presidente da República tem o direito da defesa prévia na admissibilidade. E esta Casa, também com base na Constituição de 1988, concedeu ao presidente FERNANDO COLLOR um direito que presidente de país nenhum tem: Sua Excelência só poderá ser processado e julgado pelo Senado da República depois da autorização de um quórum ultraqualificado de dois terços de Deputados.”
Oito dias antes, JOSÉ GENOINO soara ainda mais peremptório no plenário da Câmara: “Está provado que aquele que se elege não está acima das leis e da Constituição; se cometer crimes contra a lei ou a Constituição, aqueles que o elegeram podem lhe tirar o mandato.” - A manchete não faz parte do texto original - 

DEBANDADA GERAL!!! A DILMA SE PHUDEU E O LULA LASCOU-SE...


Com o anúncio do desembarque por "ACLAMAÇÃO" do PMDB do governo, partidos da base aliada começaram a dar sinais mais fortes de que também podem desembarcar em breve. O partido do vice-presidente Michel Temer decide se rompe com a presidente Dilma nesta terça-feira, em reunião no diretório nacional. No comando do Ministério das Cidades, o PSD decidiu liberar seus 31 deputados para votar como quiserem em relação ao impeachment. No comando do Ministério da Integração Nacional, o PP cogita fazer o mesmo.
No PSD, a liberação dos deputados teve anuência do ministro das Cidades e presidente do partido, Gilberto Kassab. Dirigentes da legenda preveem que a bancada do partido no Senado, de três parlamentares, também deverá ser liberada. Pelos cálculos de lideranças da sigla, de 70% a 80% da bancada na Câmara deve votar a favor do impeachment. O cálculo foi feito antes da saída de ministros do PMDB e do anúncio prévio de que o desembarque será aprovado por aclamação.
No PP, o presidente da sigla, senador Ciro Nogueira (PI), admite que não terá como segurar suas bancadas na Câmara e Senado, principalmente após o desembarque do PMDB. Na semana passada, o partido já tinha informado Dilma dessa dificuldade. Pelos cálculos da direção do partido, dos 49 deputados da legenda, pelo menos quinze são declaradamente a favor do impeachment e outros 35 "aguardam" definição oficial da presidência da legenda sobre como votar. "Só conseguimos garantir os 35 votos para o governo se for para o governo ganhar. Se for para perder, não conseguimos", afirmou um interlocutor de Ciro. Para a direção do PP, o governo precisa reagir para tentar segurar a base.
Na semana passada, parlamentares do PP pró-impeachment entregaram ao presidente do partido uma lista com assinaturas de 22 deputados e de quatro dos seis senadores, pedindo a antecipação da convenção nacional da legenda, para votar o desembarque. Ciro prometeu marcar uma nova reunião das bancadas para tratar do assunto. O dirigente diz que quer "ganhar tempo" e só deixar uma decisão oficial sobre rompimento para depois que outros partidos anunciarem o desembarque.
Após a reunião do PMDB, marcada para esta terça-feira, esses partidos do centrão devem se reunir para avaliar como se posicionar. Assim como PP e PSD, o PR deve se reunir para alinhar um discurso. Apesar de mais da metade dos quarenta deputados do PR defender o impeachment, o ministro dos Transportes, Antonio Carlos Rodrigues, que é do partido, diz que, se depender dele, a sigla "não sai do governo de jeito nenhum". "Eu não saio do governo, faço parte do governo Dilma", afirmou o ministro, acrescentando que vai trabalhar para convencer o partido a ficar na base. Ele ressalta que o PR tem vários cargos no governo Dilma e não seria correto abandoná-lo agora.
No Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, o PTB só deve tomar qualquer decisão de liberar a bancada ou desembarcar após o deputado Jovair Arantes (GO) apresentar seu relatório na comissão do impeachment. Apesar de, nos bastidores, a maioria dos dezenove deputados do PTB ser a favor do afastamento da presidente Dilma Rousseff, a sigla quer evitar que qualquer decisão da bancada levante suspeita sobre o trabalho do relator do impeachment, que é aliado do presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ). Do site da revista Veja - A manchete não faz parte do texto original - 

BOTARAM NO RABO DA DILMA SEM CUSPE NEM VASELINA E O PT É QUEM SENTIU A DOR...


Magno Martins
Na tentativa de se salvar, a presidente Dilma recorreu aos métodos mais condenados e abominados pelo seu partido, o PT, quando oposição: O ALICIAMENTO DE PARLAMENTARES CONTRA O IMPEACHMENT PELA OFERTA DE CARGOS. Isso ficou muito claro neste último esforço concentrado de fim de semana pela sua tropa de choque, para manter o PMDB na base. Ao embarcar, ontem, em Fortaleza, rumo a Brasília, o líder do Governo na Câmara dos Deputados, José Guimarães, acusou o vice-presidente Michel Temer de ser o comandante da tropa do golpe referindo-se ao PMDB, que deve desembarcar hoje do Governo. Arrogante, o petista chegou a dizer que custava a acreditar que o PMDB viesse a recusar tantos cargos. FALOU EM MAIS DE 500 CARGOS, que estavam na alçada do partido e que não iriam ser desprezados por aqueles sedentos de poder. O tom de Guimarães, esboçado na véspera de uma decisão importante da vida nacional – o posicionamento do PMDB frente à crise e ao Governo – é muito parecido com o da tropa de choque do ex-presidente Fernando Collor. Tão logo percebeu que sua cabeça estava a prêmio, COLLOR OFERECEU OURO E MIRRA. Mas, àquela altura, com os caras pintadas já nas ruas, como se observa neste momento, 24 anos depois, não havia milagre nenhum capaz de salvar o caçador de marajás. QUALQUER SEMELHANÇA COM DILMA NÃO SERÁ MERA COINCIDÊNCIA. Fisiológico na sua essência, o PMDB sabe que melhor do que salvar Dilma, com quem convive entre tapas e beijos, é entregar o poder a um aliado de confiança: Michel Temer. O que Dilma teria para oferecer que Temer, em vias de virar presidente, não possa também empenhar a palavra? Eis a teoria do pragmatismo que levará à derrocada de Dilma e, consequentemente, do PT. SE SEM O PMDB OS PARTIDOS DE OPOSIÇÃO JÁ CONTAVAM COM NÚMERO SUFICIENTE PARA ABRIR, DAR PROSSEGUIMENTO E APROVAR O IMPEACHMENT, COM A LEGENDA PEEMEDEBISTA ENGROSSADO O CORO, SERÁ, CERTAMENTE, MUITO MAIS FÁCIL. - A manchete e a imagem não fazem parte do texto original - 




segunda-feira, 28 de março de 2016

PALÁCIO DA ALVORADA JÁ TEM A INQUILINA MAIS BONITA DA HISTÓRIA...



Carlos Newton
Com a apoteótica apresentação do novo pedido de impeachment, que será entregue à Câmara nesta segunda-feira, e com o rompimento do PMDB, que abandona amanhã o governo petista, o destino da presidente Dilma Rousseff está traçado. O vice-presidente Michel Temer já encomendou um terno novo para tomar posse (azul escuro, com riscas de giz) e só resta a Dilma começar a arrumar as malas, tendo o cuidado de não levar bens da Presidência da República e evitar responder a inquérito, como está acontecendo com Lula, Fernando Collor, Fernando Henrique Cardoso e até os herdeiros de Itamar Franco, todos já convocados pelo Ministério Público Federal para devolver os objetos indevidamente levados nas respectivas mudanças.
O pedido de impeachment elaborado pelo Conselho Federal da OAB será assinado pelo presidente Claudio Lamachia e pelo relator do processo, Erick Venâncio Lima do Nascimento.
No ato de entrega ao Serviço de Protocolo da Câmara, haverá um evento jamais visto na História da Republica, porque terá a presença de todos os 81 conselheiros federais, todos os presidentes das 27 seccionais, toda a diretoria da Ordem e os presidentes de outras entidades da sociedade civil que apoiam o afastamento da presidente Dilma.

SEM A MENOR CHANCE

Agora, tudo é apenas uma questão de tempo. No rastro do PMDB, todos os partidos da base aliada abandonarão o PT, à exceção do PCdoB. O governo não conseguirá manter 171 votos e o impeachment será aprovado pela Câmara com folga. O Senado apenas confirmará o afastamento, como o próprio presidente Renan Calheiros já admitiu.
No Congresso, todos sabem que Michel Temer vai repetir o exemplo bem sucedido de Itamar Franco, que convocou um governo de união nacional. Em tradução simultânea, isso significa que todos os partidos da base aliada serão chamados a participar, indicando ministros e integrantes dos primeiros escalões do Executivo.
Na época de Itamar, apenas o PT se recusou a participar. E agora Temer pretende convidar também os petistas, mas eles novamente se afastarão, persistindo na denúncia vazia de que impeachment é golpe. Quanto ao PCdoB, há dúvidas se participará ou não do governo, porque os supostos comunistas realmente são chegados a um cargo público, é difícil resistir.

OLHAR PARA A FRENTE      
   
As ameaças de Lula e do presidente do PT, Rui Falcão, de que vão resistir, será uma guerra, podem incendiar o país, o novo governo não terá estabilidade etc. e tal – tudo isso é apenas bravata. Com apoio da CUT e dos exércitos do Stédile e do Boulos, é certo que o PT fará alguns protestos, com Lula e Dilma posando de vítimas, mas isso logo passará.
O novo governo se defrontará com a maior crise econômica da história, terá de reduzir drasticamente os gastos públicos, através da diminuição de custeio e investimento, para ter condições morais de renegociar a dívida pública e seguir em frente, na tentativa de consertar os graves erros da era petista, e este programa de saneamento que não levará menos de dez anos para ser concluído, vejam em que situação tenebrosa estamos.

PIOR NÃO FICA

De qualquer forma, como diz o deputado Tiririca, um palhaço que não faz graça no Congresso e se tornou um dos parlamentares mais assíduos, pior do que está não fica. A Bolsa de Valores vai subir muito, o dólar vai cair um pouco e os investimentos estrangeiros acabarão sendo retomados, pois o Brasil é um dos maiores mercados do mundo, não pode ser desprezado pelo capitalismo internacional.
Espera-se que esses prognósticos se confirmem o mais rápido possível. De toda forma, uma coisa certa – o Brasil terá a primeira-dama mais linda do mundo. E o presidente Temer vai viajar sempre acompanhado por ela, que ajudará muito a melhorar a imagem do Brasil no exterior, em todos os sentidos.

E A JUSTIÇA ELEITORAL?

Mas nem tudo são flores para Michel e Marcela Temer. Os processos ainda correm soltos na Justiça Eleitoral. Se a chapa PT/PMDB for cassada, como tudo indica, ele também perde o mandato e haverá nova eleição. Se a cassação ocorrer este ano, eleição direta; se for no ano que vem, eleição indireta pelo Congresso Nacional, igual à de Tancredo Neves no fim do regime militar.
Como dizia Ulysses Guimarães, não  devemos nos preocupar com hipóteses, apenas com fatos concretos...