Por Altamir Pinheiro
O filme BEN-HUR do diretor William Wyler,
protagonizado por Charlton Heston, transformou-se numa produção colossal que reduz as dimensões de um pigmeu ou anão a tudo que se fez até hoje em matéria de
superespectáculos. Afinal, foram dez anos de preparos, um ano para elaborar o
roteiro e mais um ano consumido de filmagens. Cem mil figurantes (e tudo sem
efeito de computador ou efeitos visuais modernos). Um equipamento elétrico
capaz de iluminar uma cidade grande. 375.000 metros de rolo de película. Seis
câmeras gigantes ao custo de cada uma
US$ 100.000 dólares. Quarteirões inteiros da velha Jerusalém reconstruídos.
Além disso, Charlton Heston nunca esteve melhor em cena (num precioso papel
recusado por Rock Hudson, Marlon Brando e Burt Lancaster).
BEN-HUR
dirigido por William Wyler, como diz o cinéfilo Paulo Telles, está apontado como um dos melhores filmes de acordo com o Vaticano na categoria
de Religião, segundo uma lista promovida pela Santa Sé no decorrer das
comemorações do Centenário de Nascimento do Cinema, em 1995. Enfim, a história
original de BEN-HUR é uma saga imortal de proporções gloriosamente épicas, com
amizade, traição, amor, fé, e redenção. No decorrer do tempo houve várias
adaptações para as telas, onde
certamente a montagem estrelada por CHARLTON HESTON, em 1959, é inesgotavelmente insuperável.
BEN-HUR é uma saga imortal de proporções heroicas
que vem atravessando o tempo e o vento. Extraído do célebre romance (publicado
em 1880) de Lewis Wallace (1827-1905), a trajetória do nobre judeu traído pelo
seu melhor amigo (um romano), recentemente,
voltou às telas de cinema numa superprodução moderna produzida pela
Paramount/MGM, com Jack Huston, Morgan Freeman e o brasileiro RODRIGO SANTORO
como Jesus Cristo. Apesar das adaptações que sofrera, contudo, é a versão
cinematográfica de 1959 estrelada por Charlton Heston e dirigida por William
Wyler a mais popular e querida por muitos amantes da Sétima Arte.
O filme tem
como sinopse ou se passa em Jerusalém, no início do século I, onde vive Judah
Ben-Hur (Charlton Heston), um rico mercador judeu. Mas, com o retorno de
Messala (Stephen Boyd), um amigo da juventude que agora é o chefe das legiões
romanas na cidade, um desentendimento devido a visões políticas divergentes faz
com que Messala condene Ben-Hur a viver como escravo em uma embarcação romana,
mesmo sabendo da inocência do ex-amigo. Mas o destino vai dar a Ben-Hur uma
oportunidade de vingança que ninguém poderia imaginar. O filme Ben-Hur é um dos
recordistas de Oscars recebidos, com 11 estatuetas, estando empatado com
Titanic (1997) e O Senhor dos Anéis - O Retorno do Rei (2003).
A MGM, produtora do filme, queria que um autêntico
barco romano fosse utilizado nas cenas de batalha de BEN-HUR. Para tanto,
contratou um engenheiro que havia estudado durante toda sua carreira
arquitetura romana. Quando ele apresentou o design do barco aos engenheiros da
MGM, estes disseram que o barco afundaria, pois era muito pesado. Deste modo, a
MGM resolveu colocar o barco em um gigantesco tanque onde suas cenas seriam
rodadas, com cabos prendendo o barco ao tanque. Além disso, outro problema
enfrentado era conseguir dar à água o tom azul-mediterrâneo necessário para que
as cenas ali rodadas parecessem reais.
Por sua atuação em BEN-HUR, Charlton Heston ganhou
o Oscar de melhor ator de 1959. Na premiação, dedicou a estatueta a Sam
Zimbalist, produtor do épico, que morreu de um súbito ataque do coração perto
do fim das filmagens. O astro se imortalizou no papel de Ben-Hur e se
consagraria ainda mais em outros personagens épicos e históricos. Havia
interpretado Moisés em Os Dez Mandamentos (1956), o Corsário (1958), e ainda
seria El-Cid (1961), Michelangelo em Agonia e Êxtase (1965), São João Batista
em A Maior História de Todos os Tempos (1965), Um ator como poucos que exercia
carisma em seus desempenhos, e convencia como ninguém como o herói épico ou ícone
histórico por excelência.
Os cinéfilos Jurandir Lima e Paulo Telles são
unânimes em afirmar que BEN-HUR de 1959 é a obra mais perfeita que o cinema já
nos ofereceu. Portanto ele deveria constar de todas as publicações sobre os
grandes filmes já feitos. Ele é tão grandioso que suas cifras, seu elenco, seus
figurantes, e tudo o mais nele é diferente e mais vultuoso que qualquer outra
coisa já filmada. A importância do filme
de 1959, que salvou a Metro Goldwyn Mayer(MGM) da grave crise financeira,
conquistando 11 Oscars da Academia, tornando uma obra imbatível com o maior
número de prêmios até empatar em 1997 com Titanic e O Senhor dos Anéis - O
Retorno do Rei (2003).
Assista ao vídeo de uma das melhores
cenas de cinema que é o diálogo travado entre Judah Ben-Hur (Charlton Heston) e
Messala (Stephen Boyd) em um primor de dublagem, vejam!!!