sexta-feira, 26 de abril de 2019

CINEBIOGRAFIAS DAS ATRIZES SUZAN BALL E SUSAN CABOT


Por Altamir Pinheiro

Uma se chamava SuZan Ball e a outra SuSan Cabot, duas estrelas sob o signo da
tragédia...  Engana-se quem acha que naquele círculo de cinema em Hollywood permeia somente um mar de rosas, de glamour, de riqueza e de felicidade!!! Pois bem, amor impossível, holofotes de Hollywood, tragédia, triste(tristíssima!!!) a vida de Suzan Ball que parece mais  uma telenovela ou um daqueles dramalhões mexicanos... Dentro do conto de fadas cinematográfico em que  vivia, Ball encontrou seu príncipe ao conhecer o excelente ator mexicano Anthony Quinn. Só que ele era casado, e mesmo depois de um ano de romance proibido, não abandonou a esposa.


Dedicada à carreira, a jovem e linda SUZAN BALL seguiu em frente, tendo a
oportunidade de papéis cada vez melhores. A sorte profissional caminhava em caminho oposto à de sua vida sentimental. Uma lesão no pé enquanto filmava em 1953 com o amor da sua vida Anthony Quinn foi o estopim para a série de infortúnios. Mais tarde foi informada pelos médicos de que haviam se desenvolvido tumores em sua perna direita. Em janeiro de 1954, aos 20 anos, recebeu a trágica notícia de que precisaria amputar a perna. Três meses depois – Já com o romance acabado com  Quinn -  tendo como convidados o casal Tony Curtis e Janet Leigh entre outras estrelas jovens, casou-se com o também ator Richard Long.

Conta-se que, longe dos musicais, tentou trabalhar na  TV, veículo em que seu marido atuava. Só que as dores não pararam. No hospital, outro choque ao ser constatado que o câncer tinha alcançado seus pulmões. Pouco mais de um ano depois, em 5 de agosto de 1955 (mesmo dia e ano de Carmen Miranda), Suzan Ball faleceu aos 21 anos de idade. Em sua biografia consta que, suas últimas palavras foram “TONY” forma carinhosa com que se referia ao amado QUINN. Ele só se divorciaria uma década depois, se casando outras duas vezes.

No tocante a  xará SUSAN CABOT, ela  fazia muito sucesso no início dos anos 50. Conforme nos conta o cinéfilo Darci Fonseca,  a Universal tinha sob contrato Audie Murphy, cuja especialidade eram os westerns e uma preocupação do estúdio era encontrar atrizes que não fossem muito mais altas que Audie. Susan Cabot tinha apenas 1,57m de altura e fazia um par ideal com o diminuto cowboy  Audie Murphy. Juntos Audie e Susan atuaram nos faroestes “Onde Impera a Traição”, dirigido por Don Siegel; “A Morte tem seu Preço”; e “Traição Cruel”. Susan Cabot também atuou em “A Revolta dos Peles Vermelhas”. Já SUZAN BALL(que morreu com apenas 21 anos de idade), por sua vez, não ficava atrás e também participou de westerns como “A Grande Audácia”  e “O Grande Guerreiro”, com Victor Mature.

A efêmera fama, talento e boniteza exagerada trouxeram novos pretendentes a SuSan Cabot que era uma das mais disputadas solteiras de Hollywood. Em uma festa, em 1959 Susan conheceu o REI HUSSEIN da Jordânia que se interessou por ela, convidando-a para reeditar a história de “O Rei e Eu” lá na Jordânia. Noticiou-se que Hussein ficara tão apaixonado que chegara a comprar um Rolls Royce para presentear Susan, mas não chegou a dar o presente pois descobriu que ela era descendente de judeus. Depois de Hussein, Susan passou a sair com um parente do Xá do Irã e com um número enorme de namorados, entre eles um playboy brasileiro chamada Francisco “Baby” Pignatari. Eram tantos os namorados de Susan que muito se especulou sobre quem seria o pai de seu filho Timothy Scott, nascido prematuramente em janeiro de 1964.

Ainda bastante bonita aos 40 anos, Susan Cabot casou-se com Michael Roman, jovem ator de apenas 25 anos. O casamento durou 13 anos, ocorrendo o divórcio em 1981, com Roman alegando que Susan era paranoica e tinha acessos de loucura. Em 10 de dezembro de 1986, Timothy, o filho de Susan que estava com 20 anos assassinou a mãe batendo-lhe na cabeça com halteres enquanto ela dormia. Susan estava com 59 anos e a suntuosa casa em que moravam estava totalmente deteriorada por falta de cuidados.

O filho dela  foi condenado a apenas quatro anos de reclusão e a atenuante de seu advogado foi que ele sofria de doença mental agravada pelos sistemáticos abusos por parte de Susan, sua mãe. Timothy faleceu em 2003, aos 38 anos e sua paternidade sempre foi motivo de especulação, sendo atribuída tanto ao Rei Hussein da Jordânia (e não confirmada por motivos políticos) quanto a Marlon Brando, com quem Susan também se relacionava. A dúvida era motivada pelo fato de tanto Hussein quanto Brando depositarem mensalmente durante muitos anos razoáveis quantias de dinheiro na conta de Susan Cabot pois ambos acreditavam serem pais de Timothy. Susan Cabot jamais se pronunciou sobre o caso talvez porque nem ela tivesse certeza absoluta.

SUSAN CABOT e SUZAN BALL tiveram em suas vidas mais que a simples semelhança de seus nomes artísticos. Entre as muitas coincidências, a maior delas foram as tragédias que se abateram sobre suas existências. Ambas foram jovens morenas e bonitas, projetadas para se tornarem estrelas do cinema, praticamente na mesma época, o que levou muitos fãs até mesmo a confundir as duas “SUSANS”. As tragédias pessoais é que ajudaram definitivamente a saber quem era SuSan Cabot e quem era SuZan Ball. Ambas fizeram diversos westerns em suas curtas carreiras, ambas chamavam à atenção pela beleza de que eram possuidoras. Como afirma o  crítico de cinema Darci Fonseca, Susan Ball e Susan Cabot foram duas atrizes de tristes histórias. Ambas exemplificaram com suas trágicas vidas como os sonhos realizados de se transformar em estrelas de Hollywood podem se transformar em tormentos.

quinta-feira, 25 de abril de 2019

OS NÚMEROS DA PESQUISA PARA PREFEITO EM GARANHUNS


Pesquisa realizada em Garanhuns pelo Instituto Contexto, entre os dias 7 e 10 deste mês de abril, mostra que o prefeito Izaías Régisterá dificuldades para fazer o seu sucessor, no próximo ano, principalmente se o candidato da situação for o vice Haroldo Vicente.

Tanto na pesquisa espontânea como na estimulada (quando é apresentado um cartão com o nome dos possíveis candidatos) o deputado estadual Sivaldo Albino aparece na liderança, à frente dos principais adversários.

Os percentuais, no entanto, não apontam ainda um grande favorito, embora uma hipotética união dos pré-candidatos da oposição possa aumentar a vantagem dos que defendem mudanças no município.

Contexto entrevistou 462 pessoas, na cidade, distritos e zona rural, levando em conta o peso de cada reduto eleitoral.

Intervalo de confiança da pesquisa é de 95%, com margem de erro de 4,5%.

ESPONTÂNEA – A pesquisa espontânea (sem o uso de cartão), apresentou os seguintes números:

Sivaldo Albino – 15,58%
Zaqueu Lins – 12, 12%
Fernando Rodolfo – 7,79%
Silvino Duarte – 7,79%
Haroldo Vicente – 4,33%
Luizinho Roldão – 1, 73%
Alfredo Gois – 1,30%
Helder Carvalho – 1,30%
Izaías Régis – 1, 30%

Outros nomes ficaram com percentual abaixo de 1%. Segundo o diretor do Contextto, Olívio Barros, o baixo percentual de Izaías pode ser explicado pelo fato da maior parte da população saber que ele não é mais candidato. “A maioria tem conhecimento que o nome a ser apoiado pelo prefeito é o vice Haroldo Vicente”, frisou.

ESTIMULADA – Pesquisa estimulada foi feita em mais de um cenário. No principal deles foram colocados 12 nomes. Sivaldo Albino novamente ficou à frente, desta feita somando 25,11% das intenções de votos.

Depois aparecem com potencial os seguintes pré-candidatos:

Zaqueu Lins – 16,88
Fernando Rodolfo – 12,99%
Silvino Duarte – 11,69
Haroldo Vicente – 7,36
Givaldo Calado – 3,46
Luizinho Roldão – 3,03
Alfredo Gois – 3,03,
Hélder Carvalho – 1,30

REJEIÇÃO – Contexto também procurou saber o índice de rejeição dos pré-candidatos. Quando perguntado em quem o eleitor não vota de maneira nenhuma ele se manifestou assim:
Pedro Falcão – 0,87%
Eduardo Miranda – 1,30%
Fernando Rodolfo – 1,73%
Luizinho Roldão – 3,46%
Hélder Carvalho – 3,46%
Zaqueu Lins – 4,33%
Silvino Duarte – 6,93%
Alfredo Gois – 6,93%
Coronel Campos – 7, 79%
Sivaldo Albino – 8,66
Haroldo Vicente – 9,09%
Givaldo Calado – 9,09%
Como o leitor pode perceber, nenhum dos nomes está com a rejeição muito alta. Normalmente os diretores dos institutos de pesquisa só consideram inviável uma candidatura quando a rejeição ultrapassa os 20%.
AVALIAÇÃO DO PREFEITO – Na pesquisa do Instituto Contexto, foi feita uma avaliação da administração de Izaías Régis. Os números foram positivos. Gestor tem 40,26% de ótimo e bom; 43, 29% de regular e apenas 16,45% de ruim e péssimo.
AVALIAÇÃO DO GOVERNADOR – Já o governador Paulo Câmara, está precisando melhorar muito sua imagem em Garanhuns. Socialista teve apenas 10,39% de bom e ótimo, 30,30 de regular e 54,11% de ruim e péssimo.
AVALIAÇÃO DO PRESIDENTE – Presidente também está sendo reprovado pela população de Garanhuns. Segundo a pesquisa do Contextto, Bolsonaro obteve 15,58% de ótimo e bom; 18,61% de regular e 61,90% de ruim e péssimo.
Claro que ainda é cedo para definir quem é favorito para vencer a eleição em Garanhuns em 2020. Sivaldo, que hoje está na frente, para avançar mais e chegar a um percentual que lhe garanta a vitória não poderá colar demais sua imagem a do governador, a não ser que esse melhore o seu desempenho e seja mais bem avaliado pelos eleitores do município.
De todo modo, a oposição, que já foi insignificante, hoje está com potencial para chegar ao poder.
Já o prefeito Izaías Régis, apesar de ter feito uma boa primeira gestão, tem uma aprovação menor do que já teve. O seu vice, que está na mídia  diariamente e recebendo todo apoio do grupo do petebista, ainda não caiu no gosto do povo. Para vencer o pleito e chegar ao gabinete principal do Palácio Celso Galvão terá de ter mais desenvoltura e habilidade.

O número de indecisos da pesquisa foi considerada por alguns pré-candidatos como muito baixo. Mais quando somados os que não têm candidato, com quem não soube responder, pretende votar em branco ou anular o voto o percentual chega perto de 13%. - Este texto foi gentilmente roubado lá no Blog de Roberto Almeida. - 

segunda-feira, 22 de abril de 2019

O CORCUNDA MORREU, MAS A CATEDRAL DE NOTRE DAME ESCAPOU


Por Altamir Pinheiro
O Filme O Corcunda de Notre Dame é uma adaptação do clássico imortal literário do poeta, dramaturgo e escritor francês Victor Hugo (1802-1885), tendo como protagonista a deslumbrante atriz irlandesa Maureen O’ Hara, mulher esplendorosa, de rosto anguloso, olhos graúdos verdes e belos, lábios bem firmes numa face cheia de vida e dona ainda de um corpo perfeito e sem qualquer exagero. Neste filme a bela atriz Maureen O’Hara viveu a fascinante CIGANA ESMERALDA. Como costuma afirmar o cinéfilo carioca Paulo Telles, “Maureen foi a mais bela ESMERALDA das telas”…
A projeção cinematográfica retrata a coexistência do grotesco e do sublime e, ao mesmo tempo, as fronteiras que os separam, constituem-se em ponto de partida do cruel romance medieval escrito nos idos de 1831. Como nos revela o pesquisador filmélico do Rio Grande do Norte Antonio Nahud, a história é centrada no coxo e corcunda QUASÍMODO Adotado pelo diácono Claude Frollo e vivendo na Catedral de Notre Dame, ele enfrenta uma série de peripécias por conta de um amor não correspondido pela bela e sedutora cigana Esmeralda. Frollo, colocando em risco o seu celibato, também se apaixona por ela, mas são duas formas de amar diferentes. QUASÍMODO ama-a generosamente, enquanto Frollo nutre uma paixão desesperada, repleta de desejo sexual. No entanto, Esmeralda não corresponde ao amor de nenhum dos dois.
Quanto ao livro sua publicação é de 1831, a obra, que também é conhecida pelo nome de Notre-Dame de Paris, é considerada um romance histórico. No livro(ao contrário do filme), o escritor NÃO centraliza a história somente na tradicional Catedral, mas traça um panorama de toda a sociedade parisiense medieval. Entre outros aspectos, apresenta personagens de diversas camadas sociais como os nobres, os ciganos e os monarcas.
O tempo em que a história se passa é o ano de 1482 e o local é a cidade das luzes, Paris. O cenário em que as ações ocorrem é a Catedral de Notre Dame localizada à margem do rio Sena. A imponente catedral de linhas góticas fora construída no ano de 1330, e Exercia funções além das religiosas, como dar abrigo a refugiados, aceitar órfãos, entre outros excluídos. No que se refere aos personagens, o escritor apresenta fidalgos, representantes clericais, mendigos e ciganos. Na época em que a obra se passa, o soberano do país era Luís XI.
A sequência do drama gira em torno do personagem Quasímodo que era um homem com deformações físicas severas, mais feio que a fome!!! Além de possuir uma enorme corcunda, pois tinha deformações nos rostos, braços e pernas. Foi abandonado pelos pais ainda bebê. O padre Claude Frollo decidiu levá-lo para catedral de Notre Dame. Vivia afastado da sociedade e temido pelos habitantes locais. morava enclausurado desde a infância nos porões da catedral. Sua função única e exclusiva era tocar o sino, ofício que acabou por destruir sua audição. Mesmo assim, Quasímodo era fiel ao padre, e foi ao atender a um oportuno pedido de seu protetor que ele conheceu Esmeralda.
A obra de Victor Hugo teve várias adaptações para o cinema, entre elas O Corcunda de Notre Dame (1939 – preto & branco) e O Corcunda de Notre Dame: O Filme (1997). A versão de 1997, colorida, que é um gênero de terror, romance e drama é perfeito, desde os cenários, figurinos, e claro, tendo de sustento as atuações de Richard Harris e Salma Hayek, além de um roteiro bem próximo a proposta do imortal escritor. Entre essas duas versões, o filme é muito bem feito, com atores competentes em suas interpretações. Tanto Maureen O’ Hara em 1939 quanto Salma Hayek em 1997, dão um show de interpretação e de belezura em todo decorrer das gravações.
No campo da literatura Victor Hugo é considerado o maior poeta romântico da França e um dos seus maiores prosadores. Produziu várias obras-primas, entre elas o romance medieval O Corcunda de Notre Dame (1831). A história é centrada na tragédia do corcunda Quasímodo(palavra que significa indivíduo deformado, monstrengo), e da cigana Esmeralda. É no interior da grande catedral gótica e nos labirintos das construções de Paris que se desenrola a terrível história de paixões impossíveis de seus personagens.
O livro, ao longo das 500 páginas da edição brasileira comentada e ilustrada, sob a tradução de Jorge Bastos, podemos acompanhar a fluência de Victor Hugo ao criticar o rumo que a desigualdade econômica dava para as relações sociais da época, bem como a necessidade de reflexão no que diz respeito aos abusos do clero e as generalizações conceituais sobre amor, amizade e outra coisitas mais. Duramente criticada, a Igreja Católica, vista como uma instituição tão poderosa como o Estado, é apontada como abusiva e autoritária, crítica que só um escritor tão privilegiado socialmente poderia fazer sem medo de perder prestígio, e, consequentemente, todos os seus leitores.
No livro, Victor Hugo reuniu magistralmente em seu famoso romance religiosos e vagabundos, ciganos e nobres, padres e leigos, heróis e vilões. Com poderosa imaginação criadora, Hugo desperta em seu leitor as mais variadas emoções: do profano ao sagrado, do grotesco ao sublime. Já no que diz respeito à tela, na maioria das versões cinematográficas podemos classificar como um filme de interpretações memoráveis e trilhas sonoras fabulosas. A reconstituição da Paris da Idade Média é perfeita. O filme poderia até ter mudado de nome: ao invés de O Corcunda de Notre Dame por que não O Corcunda de Victor Hugo?!?!?!
UM ADENDO QUE SE FAZ NECESSÁRIO: – Em face do fato lamentável que foi o incêndio da Catedral da Nossa Senhora de Paris na qual havia muita história contida naquelas paredes históricas, por serem monumentais e majestosas e que deixam um vazio na França e no resto do mundo pelo significado da igreja que beirava os 900 anos de existência, todos hão de convir que nem tudo está perdido.
Pois bem!!! Enquanto os bombeiros ainda resfriavam a Catedral de Notre Dame, uma família francesa, a Arnault, dona da grife Louis Vuitton, desembolsou R$ 875 milhões para reconstruir a catedral; a brasileira que mora em Mônaco, Lily Safra, viúva do dono do Banco Safra fez uma doação de 80 milhões; outra empresa francesa de cosméticos, L’Oréal, doou 200 milhões de euros, e o mundo todo está chegando junto.
Parabéns a esses ricaços que não têm escorpiões nos seus respectivos bolsos. Quem doou à causa da reconstrução o fez por sentir nostalgia por uma parte da história da civilização ocidental. Agora, há quem diga ou defenda que essas doações deveriam ter ido para os MISERÁVEIS de Victor Hugo e não para o Corcunda de Notre Dame… FAZER O QUÊ?

domingo, 21 de abril de 2019

OS POBRES E OS RICOS



J.R.GUZZO

E então: depois de ouvir durante meses, ou anos, toda essa discussão sobre a “reforma da Previdência”, você está achando que ela é “contra os pobres”? Ou acha que é exatamente o contrário? Ou, ainda, não acha nem uma coisa nem outra, porque não tem mais paciência para continuar ouvindo essa conversa que não acaba mais? Anime-se. O professor gaúcho Fernando Schüler, conferencista e consultor de empresas, tem a solução definitiva para o seu problema. Se a reforma da previdência fosse contra os pobres, explicou Schüler dias atrás, já teria sido aprovada há muito tempo, e sem a menor dificuldade. Pela mais simples de todas as razões: tudo aquilo que prejudica o pobre diabo que está tentando não morrer de fome, e não tem tempo para fazer “articulação política”, passa como um foguete da NASA pelas duas casas do Congresso deste país. Passa tão depressa, na verdade, e com tanto silêncio, que ninguém nem fica sabendo que passou. A reforma proposta pelo governo só está encontrando essa resistência desesperada do PT, dos seus satélites e da massa da politicalha safada porque é, justamente, a favor dos pobres e contra os ricos. Cem por cento contra os ricos ─ no caso, algumas dezenas de milhares de funcionários públicos com salário-teto na casa dos 40.000 reais por mês, sobretudo nas camadas mais altas do Judiciário e do Legislativo. São esses os únicos que vão perder, e vão perder em favor dos que têm menos ou não têm nada.

Não parece possível, humanamente, eliminar de maneira mais clara as dúvidas sobre a reforma da previdência. Alguém já viu, em cerca de 200 anos de existência do Congresso Nacional, alguma coisa a favor de rico dar trabalho para ser aprovada? Ainda há pouco, só para ficar num dos exemplos mais degenerados do estilo de vida dessa gente, deputados e senadores aprovaram o pagamento de 1,7 bilhão de reais para a “campanha eleitoral de 2018” ─ dinheiro vivo, saído diretamente dos seus impostos e entregue diretamente no bolso dos congressistas. São os mesmos, em grande parte, que agora viram um bando de tigres para “salvar os pobres” da reforma. Poderiam ser mencionados, aí, uns outros 1.000 casos iguais, em benefício exclusivo da manada que tem força para arrancar dinheiro do Erário público. No caso da previdência a briga é para conservar os privilégios de ministros, desembargadores, procuradores, auditores, ouvidores, marajás da Câmara dos Deputados, sultões do Senado e toda a turma de magnatas que conseguem ganhar ainda mais que o teto e exigem, ao se aposentar, os mesmos salários que ganham na ativa ─ algo que nenhum outro brasileiro tem.

Não adianta nada, com certeza, apresentar números, fatos e provas materiais que liquidam qualquer dúvida sobre a injustiça rasteira de um sistema que se utiliza da lei para violar o princípio mais elementar das democracias ─ o de que todos os cidadãos são iguais em seus direitos e em seus deveres. A previdência brasileira determina, expressamente, que os cidadãos são desiguais; quem trabalha no setor privado, segundo as regras que se pretende mudar, vale menos que os funcionários do setor público e, portanto, tem de receber aposentadoria menor. Quando se demonstra essa aberração com a aritmética, a esquerda diz que as contas não valem, pois se baseiam em “números ilegais”. Não há, realmente, como continuar uma conversa a partir de um argumento desses ─ e nem há mesmo qualquer utilidade prática em conversar sobre o assunto. Os defensores dos privilégios não estão interessados em discutir número nenhum; estão interessados, apenas, em defender privilégios. Por que raios, então, iriam perder seu tempo se aborrecendo com fatos?

O que existe, no fundo, é uma questão que vai muito além da previdência social. É a guerra enfurecida que se trava no Brasil para manter exatamente como estão todas as desigualdades materiais em favor das castas que mandam no Estado ─ todas as desigualdades, sem exceção, e não apenas a aposentadoria com salário integral. Sua marca registrada é um prodigioso esforço de propaganda para fazer as pessoas acreditarem que o agressor está do lado dos agredidos ─ e que qualquer tentativa séria de defender o pobre é uma monstruosidade que precisa ser queimada em praça pública. Acabamos de viver, justo agora, um dos grandes momentos na história dessa mentira que faz do Brasil um dos países mais injustos do mundo ─ quando o ministro Paulo Guedes foi à Câmara para explicar, com paciência de monge beneditino e fatos da lógica elementar, a reforma da previdência. O PT fez o possível para impedir o ministro de falar. Ao fim, tentou ganhar pelo insulto. Um deputado de segunda linha faturou seus 15 minutos de fama dizendo que Guedes era bravo com “os aposentados”, mas “tchutchuca quando mexe com a turma mais privilegiada do nosso país”.

A grosseria serviu para três coisas. Em primeiro lugar, fez o deputado ouvir que “tchutchuca é a mãe”. Em segundo lugar, levou o ex-presidente Lula a dizer, da cadeia, que estava “orgulhoso” com a agressão ─ mais um sinal, entre tantos, do bem que ele fará pelo Brasil se for solto ou premiado com a “prisão domiciliar”. Em terceiro lugar, enfim, abriu mais uma avenida-gigante para se dizer quem é quem, mesmo, em matéria de “tchutchuca” com os ricos, parasitas e piratas neste país ─ “tchutchuca” na vida real, como ela é vivida na crueza do seu dia a dia, e não na conversa de deputado petista. Aí não tem jeito: os fatos, e puramente os fatos, mostram que Lula, guiando o bonde geral da esquerda verde-amarela, foi o maior “tchutchuca” de rico que o Brasil já teve em seus 500 anos de história; ninguém chegou perto dele, e nem de forma tão exposta à luz do sol do meio dia. Pior: o ex-presidente não foi só a grande mãe gentil dos ricos. Foi também a fada protetora dos empreiteiros de obras bandidos, dos empresários escroques e dos variados tipos de ladrão que tanto prosperam em países subdesenvolvidos ─ as “criaturas do pântano”, como se diz.

O desagradável desta afirmação é que ela tem teores mínimos de opinião; só incomoda, ao contrário, porque sua base é uma lista sem fim de realidades que há muito tempo estão acima de discussão. Vamos lá, então, coisa por coisa. Não há dúvida nenhuma, já que é preciso começar por algum lugar, que o maior corruptor da história do Brasil, o empreiteiro Marcelo Odebrecht, passou de mãos dadas com Lula os oito anos de seu governo ─ noves fora o paraíso que viveu com Dilma Rousseff. Quem diz que Odebrecht é um delinquente em modo extremo não é este artigo; é ele mesmo, que confessou seus crimes, delatou Deus e o mundo e por conta disso está preso até hoje ─ em prisão domiciliar, certo, mas preso. Também não foi o seu filho, nem qualquer cidadão que você conheça, quem conseguiu receber 10 milhões de reais da empreiteira Andrade Gutierrez como investimento numa empresa de vídeo games. Foi o filho de Lula. Os 10 milhões sumiram; a empresa faliu. A Andrade Gutierrez lamenta: o negócio não deu certo, dizem eles, e a gente perdeu todo o dinheiro que deu para o Lulinha. Uma pena, não é? Mas acontece com as melhores empresas do mundo. O empreiteiro Léo Pinheiro, da OAS, réu confesso, delator e hoje presidiário, foi o grande protetor e protegido de quem? De Lula ─ a quem, por sinal, denunciou no fatal triplex do Guarujá. Querem mais? É só chamar o Google.

Em dezesseis anos de Lula e Dilma, na verdade, não se conhece um único caso de rico prejudicado pelo governo ─ a não ser os produtores rurais roubados pelos “movimentos sociais” do PT e outras vítimas da criminalidade oficial. Os banqueiros, por exemplo, jamais ganharam tanto dinheiro na história da economia brasileira como durante o reinado da esquerda. Não apenas foram protegidos contra qualquer espécie de concorrência ─ liberdade econômica, no lulismo bancário, só vale na hora de deixar os bancos cobrarem os juros mais altos do mundo. Foram os maiores beneficiários da dívida pública alucinante que Lula e o PT tanto se orgulham de ter criado, pois na sua cabeça isso é sinal de que “o governo está se endividando para ajudar os pobres” ─ quando, na verdade, faz a população pagar 100 bilhões de dólares por ano em juros que vão para os bolso dos “rentistas”, a começar pelos banqueiros. Também não há precedentes de tanta caridade pública para empresários amigos quanto na era Lula-PT. Quem foi mais “tchutchuca” de Eike Baptista, Joesley Batista e outros abençoados do BNDES? Quem inventou a Sete Brasil, uma das aberrações mais espantosas jamais criadas pelo capitalismo de compadres do Brasil? Do começo ao fim, foi apenas uma arapuca para vender sondas imaginárias à Petrobras e “ressuscitar a indústria naval brasileira” ─ vigarice de terceira categoria que fez obras e empregos virarem fumaça quando a ladroagem toda veio abaixo.

A esses bem-aventurados da elite brasileira, de quem a esquerda se diz tão horrorizada, mas a quem serve com a devoção de moleque de senzala, juntam-se os ladrões puros e simples. Em que outra ocasião da história política do Brasil o roubo do Tesouro Nacional viveu dias de tanta glória como nos governos de Lula e seus subúrbios? Basta, provavelmente, citar um nome para se entender o processo inteiro: Sérgio Cabral. Precisa mais? O homem soma quase 200 anos de prisão, confessou um caminhão de crimes e tornou-se, possivelmente, o governador mais ladrão que a humanidade já conheceu. Mas foi um dos grandes heróis de Lula ─ não se esquecerá jamais o mandamento público do ex-presidente, dizendo que votar em Cabral era “um dever moral, ético e político”. E quem foi o grande inventor de Antônio Palocci? Nada mais típico do que Palocci, transformado por Lula em vice-rei da sua Presidência. O cidadão se apresentava como “trotskysta”, ou, tecnicamente, como militante da extrema esquerda. Roubou tanto, segundo suas próprias confissões, que jamais se saberá ao certo o prejuízo que deu. Só o apartamento em que mora em São Paulo, e onde cumpre hoje sua “prisão domiciliar” vale mais que o patrimônio que 99% dos brasileiros vão obter durante todas as suas vidas. Isso não é ser rico? E se Palocci não é uma criatura de Lula, de quem seria, então?

A verdade é que durante todo o período em que a esquerda mandou no governo o Brasil continuou sendo um dos países de maior concentração de renda em todo o mundo. Em dezesseis anos de lulismo, foi massacrado sem trégua o principal instrumento de melhoria social que pode existir num país ─ a educação pública. Pelos últimos dados do Banco Mundial, a média da população brasileira só vai atingir o mesmo índice de compreensão da matemática existente nos países desenvolvidos daqui a 75 anos. Essa é a boa notícia; em matéria de leitura, vamos precisar de mais 260 anos para chegar lá. É o resultado direto do abandono da edução dos pobres em benefício da educação dos ricos. Por conta dos programas de “democratização” da universidade de Lula e Dilma, o Brasil gasta quatro vezes mais por ano com um aluno da universidade pública, ou cerca de 21.000 reais, do que com um garoto que está no ensino básico. Queriam o que, com essa divisão do dinheiro público que se gasta na educação?

Em matéria de ação pró-pobre, houve muita propaganda, muito filminho milionário de João Santana ─ mais um réu confesso de corrupção ─ mostrando a clássica “família negra feliz-com mesa farta-carrinho na porta-tomando avião-etc., etc.”, mas essas fantasias quase só existiam na televisão. Dinheiro, que é bom, foi para o bolso dos nababos, dos Marcelos e Eikes e Geddels. Foi para ditadores da África ─ o filho de um deles, por sinal, é um fugitivo da polícia internacional. Foi para obras em Cuba e na Venezuela. Foi para os “prestadores de serviço”, ONGs amigas e artistas da Lei Rouanet. Foi, num país de 200 milhões de habitantes, para os barões mais bem pagos de um funcionalismo público que já soma quase 12 milhões de pessoas entre União, Estados e Municípios ─ 450.000 só nesse Ministério da Educação que produz a catástrofe descrita acima. Para a pobrada sobrou o programa oficial de esmolas do Bolsa Família, ideal para perpetuar a miséria, ou pior que isso ─ segundo o Banco Mundial, de novo, 7 milhões de brasileiros caíram abaixo da linha da pobreza apenas de 2014 para 2016. Quem gerou essa desgraça? Não foi o governo da Cochinchina, nem o ministro Paulo Guedes.

A situação fica definitivamente complicada para os pobres quando quem diz que está cuidando deles serve no exército do inimigo ─ aqueles que têm como principal razão de sua existência, talvez a única, defender direitos e princípios que são apenas presentes pagos com o dinheiro de todos.

sábado, 20 de abril de 2019

LULA NÃO PODE CONCEDER ENTREVISTA: LULA ESTÁ PRESO POR ROUBO,... É UM LADRÃO!!!



A procuradora-geral da República, Raquel Dodge, enviou neste final de semana um parecer  ao Supremo Tribunal Federal (STF) contra o pedido feito pelos jornalistas Mônica Bergamo, da Folha de S. Paulo, e Florestan Fernandes para que o ex-presidente Lula conceda entrevistas dentro da prisão.

No parecer, a procuradora defendeu a liberdade de expressão e de imprensa, mas ressaltou que, em algumas situações, há a possibilidade de proibir que presos concedam entrevistas.

A procuradora-geral da República, Raquel Dodge, discursa na cerimônia de inauguração da penitenciária federal de segurança máxima de Brasília. A procuradora-geral da República, Raquel Dodge, disse que objetivo é que Lula cumpra pena "com discrição e sobriedade" - 

Para Dodge, entre as finalidades da condenação de presos está o objetivo de cumprimento da pena "com discrição e sobriedade". "O fato é que ele [Lula] é um detento em pleno cumprimento de pena e não um comentarista de política", disse a procuradora.

“Conclui-se que a proibição de que Luiz Inácio Lula da Silva conceda entrevistas em áudio e/ou vídeo, apesar de ser restritiva da sua liberdade de expressão, é medida proporcional e adequada a garantir que as finalidades da pena a ele imposta sejam concretizadas, sendo, portanto, compatível com a ordem jurídica do país”, disse.

No início do mês, uma guerra de decisões liminares sobre os pedidos terminou com a decisão do presidente do STF, Dias Toffoli, que impediu a concessão das entrevistas.

Desde 7 de abril, Lula cumpre pena de 12 anos e um mês de prisão em Curitiba, imposta pelo Tribunal Regional Federal da 4ª Região (TRF4), pelos crimes de corrupção passiva e lavagem de dinheiro no caso do tríplex do Guarujá (SP). Com informações da Agência Brasil

E BANDIDO PRESO PODE FALAR?!?!?!

Dias Toffoli, atendendo a um pedido dos petistas Wadih Damous e Paulo Pimenta, liberou o presidiário Lula para dar entrevistas. O presidente do STF revogou a decisão do ministro Luiz Fux que impedia a entrevista de Lula ao jornal Folha de S. Paulo . A Folha entrou com um pedido na Suprema Corte em setembro de 2018 pedindo autorização para que Lula fosse entrevistado na Superintendência da PF, em Curitiba. Na tarde de hoje (18), Toffoli decidiu revogar a decisão de Fux no entendimento de que não há qualquer motivo para que o jornal fosse censurado. O pensamento de Toffoli foi mais ou menos o seguinte: se não tem censura para a Crusoé, não pode ter censura para o preso. Será que os outros 720 mil detentos do país também poderão exercer sua ‘liberdade de expressão’ ? Ou será que a decisão é exclusiva ao ‘amigo do pai do Marcelo Odebrecht’ ??? (Armanda Nunes).































ISSO AINDA VAI DAR MERDA!!!


O presidente do Supremo Tribunal Federal, Dias Toffoli, autorizou nesta quinta-feira, 18, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva a conceder uma entrevista ao jornal Folha de S. Paulo. Em seu despacho, Toffoli revogou a decisão do ministro Luiz Fux, que, em setembro do ano passado, suspendeu uma liminar concedida pelo ministro Ricardo Lewandowski que autorizava o petista a ser entrevistado.  Como costuma dizer o blogueiro Luiz Berto,    O corrupto Lula, o sacripanta Toffoli e o canalha Lewandowski sempre afrontando o Brasil decente, desafiando os cidadãos de bem, provocando os contribuintes e mostrando sem qualquer pudor seu lado safado, petralha e babaca.

quinta-feira, 18 de abril de 2019

O REI DOS REIS

Por Altamir Pinheiro

Em 1961, o diretor Nicholas Ray realizou uma das obras mais importantes da Vida de Jesus Cristo, um tributo à iconografia cristã. Na verdade, uma bela representação através de imagens. Conforme nos conta o cinéfilo Paulo Telles, o diretor traz para esta fita o seu EVANGELHO CÊNICO, HIERÁTICO, POLÍTICO, GRAVE, e COMOVENTE...

Ao contrário do que geralmente ocorre em outras versões da Paixão, REI DOS REIS inicia sua narrativa 63 anos antes do nascimento de Jesus, quando os romanos sob as ordens do General Pompeu (Conrado San Martin) invadem Jerusalém e conquistam o território. Por meio de um prólogo, narrado brilhantemente por Orson Welles (1915-1985), vemos a tomada da Judeia pelo exército romano e a nomeação do Rei Herodes (Gregoire Aslan) como uma espécie de interventor local. Inicia-se a perseguição ao povo judeu, que resiste com a crença de que a salvação está na vinda do Messias.

Assiste-se neste filme, KING OF KINGS,  a vida de Cristo contada com rigor histórico. Da manjedoura em que nasceu na cidade de Belém para a adoração de milhares de fiéis espalhados pelo mundo, a vida de Jesus Cristo (interpretado por Jeffrey Hunter) foi inegavelmente repleta de grandes acontecimentos. Acompanhe em O Rei dos Reis, dirigido por Nicholas Ray e escrito por Philip Yordan - adaptado de nada menos que o Novo Testamento. Você verá seus milagres, os pilares da construção de sua igreja, a escolha dos Doze Apóstolos, a última ceia, a traição de Judas, o humilhante julgamento em praça pública conduzido por Pôncio Pilatos, a crucificação e a ressurreição. Para os cristãos, é uma grande chance de ver seu líder espiritual. Para toda a humanidade, a oportunidade de aprender mais sobre a vida de um dos ícones religiosos mais importantes da História. O Rei dos Reis tem música do vencedor do Oscar Miklos Rozsa e narração de Orson Welles.

Excelente  atuação do ator Jeffrey Hunter que  é o Jesus definitivo do cinema. Outro fato marcante é a   bela trilha sonora, uma das melhores já compostas para esse tipo de épico. O filme é  lindo e a trilha sonora original mais linda ainda. Muito interessante, principalmente por se concentrar mais no lado político da história. Portanto, não há problemas se o público não for religioso. Ele pode ser puramente visto como um filme político, mas o diretor não  esqueceu em momento algum de incrementar uma boa dose de drama a partir  do nascimento, até a  vida e morte. um bom filme sobre a história milenar de Jesus Cristo, o Homem de Nazaré.

A película de mais de duas horas tem bons momentos, incluindo a eloquente sequência do Sermão da Montanha, o julgamento de Cristo (parece até que todo o filme foi feito em razão desse momento), e o emotivo evento que foi a crucificação. O USO DA COR VERMELHA, uma constate na filmografia, além de um deslumbrante cenário de uma terra esturricada na  região da Espanha  com um chão  apedregulhado, também chamam muito  atenção do telespectador. E as qualidades param por aí. Caracterização dos personagens, ritmo, alguns diálogos mais simplórios, além de outros elementos, elevam esta obra muito mais do que deveria.

Eis a declaração do ator que interpreta Cristo, Jeff Hunter,   sobre seu sacro papel em REI DOS REIS (1961): “Senti minha responsabilidade crescer à medida que o filme prosseguia, e sinto-a ainda mesmo que o filme tenha terminado. Não creio, entretanto, que sou maior conhecedor de Cristo do que qualquer outra pessoa. Minha educação religiosa foi como a de qualquer criança americana. Conhecia a Bíblia, é claro, a história de Jesus era sagrada, mas nunca havia pensado muito sobre ele como pessoa, de carne e sangue, como um homem que viveu neste mundo como nós vivemos, entre pessoas e em um tempo não diferente dos atuais. Ao estudar o script, e enquanto prosseguia minha pesquisa, comecei a compreender pela primeira vez o significado de Sua vida e o que os seus ensinamentos trouxeram ao mundo”.

Para a escolha dos cenários, a produção optou pelas paisagens desérticas da Espanha que  foram escolhidas em razão dos locais, entre pequenas aldeias e montanhas, lembravam a Palestina de 2000 anos, e pareciam reproduzir conjunturas  adequadas para o filme. Cerca de 326 cenários foram construídos nos estúdios e ao ar livre. Como relata o historiador Paulo Telles, a cidade de Nazaré foi reconstituída em Manzanares, e um rio próximo de Andrea Del Fresno serviu para representar o Rio Jordão, onde João Batista batizou Jesus. Mas para a cena ao ar livre considerada o Climax Maximus do filme, "O SERMÃO DA MONTANHA", estiveram presentes na filmagem 7.000 figurantes. Foram construídos cerca de 60 metros de trilhos ao longo das encostas. A cena, talvez o “sermão” mais espetacular de todas as fitas que tem como tema a Vida de Jesus, foi rodada em três dias. Ao longo da projeção, o "Sermão da Montanha" de Rei dos Reis leva apenas quinze minutos.

Apesar da temática política do filme, ele nos oferece belos momentos de amor e fé através das mensagens solenes de Cristo. sem dúvida, é um esplendoroso monumento épico bíblico em seus 168 minutos de projeção, e mesmo passado quase 60 anos de seu lançamento, ainda é incapaz de arranhar o fervor das plateias a santificada imagem de Cristo. Em tradução simultânea, o filme REI DOS REIS, pode ser considerado como o maior tratado de libertação de consciências. Sem purpurinas, mágicas ou utopias...
https://www.youtube.com/watch?v=pzldyPjAr0I