segunda-feira, 6 de junho de 2016

A semana - "São tantas emoções e delações...", como diria o Roberto Carlos




Por Zé Carlos de Bom Conselho

Começo hoje com a constatação de que o Sarney está muito abatido com as delações do seu amigo, o Sérgio Juruna, feitas através de divulgação das escutas das quais ele, o ex-presidente, não entende, quando achava que o Juruna o considerava um pai. Pobre homem, foi picado pelos seus próprios maribondos de fogo. Isto é para dizer que também estou abatido, com a constatação de que, entre os meus parcos leitores, há um que me ler com uma fita métrica. Se o meu texto passar de mais de 5 linhas, ele não ler nem o título. E o meu abatimento é pela dificuldade de ser conciso quando quer se tratar com humor a política brasileira. Pelo volume de humoristas que têm aparecido atualmente, ser sucinto é uma impossibilidade técnica. Portanto, perdão meu leitor medidor de textos, “SÃO TANTAS DELAÇÕES”, como diria o Roberto Carlos, se fosse tratar do assunto.

E aqui estamos nós, mais uma semana, vivos e sorrindo, e se tiver algum leitor desempregado dentre os 12 milhões que nossa musa, a Dilma, colocou nas ruas, pense sempre que rir ainda é o melhor remédio. Não tenha raiva dela, assista aos seus SHOWS DE HUMOR, que continuam melhores do que aqueles que eram feitos no Palácio no Planalto. Agora ela faz show falando com as emas no Palácio da Alvorada. Além disto ela está, a cada dia, ampliando o seu show, depois que está sendo assessorado pelo seu advogado, o JECa, que não é mais ministro, mas, quem disse que é preciso ser ministro para fazer a plateia rir, e veremos isto daqui a pouco.

Dizem que os shows da Dilma melhoram muito depois que ela foi mandada embora da presidência, para descansar até por 180 dias, se o Lewandowski quiser, porque agora ele está apresentando crises de amnésia, que, pelo realismo, todos pensam que é verdade. Por exemplo, lembram de um show bem antigo em que ela dizia que “ODIAVA DELATORES”? Hoje com a mesma frieza que só os grandes humoristas possuem ela diz que “AMA DELATORES”. Tanto que deixou o Sérgio Juruna Machado na Transpetro durante quase todo seu governo, somente para apreciar hoje suas delações, que tentam defenestrar o Jucá, o Renan, Sarney e Lobão, por enquanto. O Juruna disse, segundo a mídia, que pagou 70 milhões de reais de propina com os 3 primeiros e que dava uma “mesada” de 300 mil por mês a grande lobo. Pois é esta mudança de atitude súbita que faz de nossa musa, ainda, nossa maior colaboradora. Todos pensam que é doença senil, mas, estão redondamente enganados.

E com estas atitudes, eu não posso poupar meus leitores de mais letras risonhas, pois nossa meta aqui é matá-los de riso, e, parodiando outro que promete no humorismo, o Temer, se eles não tiverem cuidado, MATÁ-LOS-EI. Portanto, segurem o bucho! Imaginem, que o enredo do novo show do Dilma, gira em torno de uma conspiração para derrubá-la, ou impichá-la, se preferirem, que, segundo o roteirista, que soube ser o Senador Lindberg, mais conhecido como Lindinho, e um dos componentes do “Quinteto Abilolado”, vem desde Pero Vaz de Caminha, cuja carta pedindo um emprego para o parente ao Rei de Portugal, nas entrelinhas, já mostrava que lá pelo ano 2000 apareceria um homem chamado Cunha que iria se vingar da Dilma, fazendo conchavos com Jucá, Renan e Sarney, porque achava que a nossa musa seria culpada pela resposta do Rei de Portugal em negar o emprego pedido, pelo Pero Vaz, que era  um seu ascendente. E assim prossegue o enredo, mostrando que as gravações feitas pelo Juruna mostram isto de forma transparente.

O enredo do show é tão bom que tem sido apresentado, não com a mesma perfeição que o faz a nossa musa, pelo Senador Lindberg, o Lindinho, em várias ocasiões tanto no plenário do Senado quanto nas comissões de que participa, de uma forma tão eficiente que impede até o andamento dos trabalhos, certas horas, com os ataques de riso sucessivos dos seus colegas e demais espectadores. E por isso, já digo aos nossos leitores, que conseguiram chegar até aqui, que o Lindinho já foi oficiado por nós para se integrar à coluna, no quadro de colaboradores fixos, e que desejamos que ele, igual à Dilma, deixe o cargo que hoje ocupa, e será um prazer contratá-lo em tempo integral. O homem é um talento nato para o humor. E sua grande característica é sua capacidade de mudar o roteiro a cada show, mantendo seu dois dedinhos levantados. Antes era para mostrar que o motivo do impeachment eram apenas dois, e agora é para mostrar que “por dois motivos”, que ele encontra na hora, a Dilma é inocente. É mais um pândego em nossa lista, e maior ainda quando ele, como performer vem com a cara pintada.

Entretanto, o que causou mais convulsões hilariantes,  nesta semana que passou, foi a sessão da Comissão Especial de Impeachment, que se está reunindo para tentar elaborar um cronograma de trabalho para julgar a Dilma, e decidir se ela vem ou não trabalhar para coluna em tempo integral. Eu espero que ela venha o mais rápido possível, pelo óbvio: sem a sua presença este país poderá até se tornar um país sério, o que seria um horror para quem gosta de rir.

Vejam que, para decidir quais as datas para os diversos eventos do processo de impeachment, houve uma sessão que durou quase 10 horas. Quem a assistiu, e eu o fiz, deve ter rido tanto que talvez não riam mais com esta coluna. É uma concorrência desleal. E a melhor performance foi  do “Quinteto Abilolado”, como sempre. Eles agora vão, além de cantarem a versão musical de “não vai ter golpe, vai ter luta”, cantaram outra canção intitulada de “O direito de defesa é sagrado”, que é de autoria do JECa. E, vocês imaginem, durante 10 horas, a plateia ouvindo a música, tendo como solista a Vanessa Graidiotin, e outras vezes a Gleisi Hoffman que, cantou tanto, que no final da sessão, estava tão cansada, que sob os risos de todos, chamou o quinteto para ir embora, dizendo que os seus colegas não apreciavam a boa música. É muito difícil descrever aqui, para morte dos meus parcos leitores, aqueles momentos. Só vendo!

Houve uma hora em que, pensando não estar o Raimundo Lira (que é o presidente da Comissão, e cuja principal característica de atuação é se fingir de morto), prestando atenção ao Quinteto,  a Graidiotin, foi, de dedo em riste, à mesa, cantando bem alto um dos trechos de nova música deles: “OU DÁ, OU DESCE!”, referindo-se ao direito de defesa. Foi um momento tão bom que procurei na internet um vídeo que representa este momento, apenas como um ato de sadismo contra meus parcos leitores (vejam lá no final).

No entanto, nem só de canto e música viveu a reunião da Comissão. O grande humorista do show foi, sem sombra de dúvida, o JECa, que agora, no papel de advogado, mostrou como se faz humor com juridiquês. Aliás, para se saber o que um advogado está falando deve-se estar esperto no início da fala, dormir no meio dela, e acordar no seu final. Se fizermos isto, entendemos mais seu raciocínio e rimos mais ao seu término, pelo menos com o JECa.

Por exemplo, num início de sua fala ele criticou o relator Anestesia (assim chamado o Anastasia pelo seu aspecto durante todas as sessões que parece anestesiado) por ele não tecer comentários sobre todos os requerimentos apresentados, pois ele queria discutir um por um. Falou, falou e falou, e começou a citar artigos, incisos e outros causos, e então eu dormi. Quando acordei ele ainda estava falando e disse, que a defesa estava sendo cerceada porque não poderia analisar todos os 86 requerimentos. Não é para morrer de rir? Imaginem novamente se o Anestesia tivesse aceito sua proposta! O PT iria apresentar tantos requerimentos que o julgamento de Dilma, quando terminasse, já teríamos outro presidente eleito em 2022.

Em virtude disto, o JECa, cantando contra o cerceamento da defesa, resolveu seguir o Quinteto Abilolado e abandonou a sessão. Ou seja, enquanto a Dilma entra pelo cano ele saiu por ele. Quando um senador, disse que “desculpa de amarelo é comer barro!”, a plateia veio abaixo. Cada um com sua barra de cereal na boca pelo avançado da hora, mas com o riso à flor da pele. Fiquei tão impressionado com a capacidade de fazer rir do advogado da Dilma que já enviei para ele um contrato com a coluna, esperando que ele não volte nunca mais para a Comissão. Falar só para aquela plateia é um desperdício de talento.

E o Temer? Este promete. Durante a cerimônia de posse dos novos colaboradores da área econômica, onde se viu, pela primeira vez, a presença de uma mulher, o que talvez o tenha deixado encabulado, ele não usou nenhuma MESÓCLISE, mas, mostrou que é bom de humor, tal qual sua antecessora, que até agora é insuperável. Repetiu a piada já dita anteriormente, que a Lava Jato é livre, leve e solta, e ainda tentou mostrar otimismo com a situação econômica do Brasil. Ser otimista a estas alturas só vale num show de humor. Ele está pegando o jeito. Basta dizer que recebeu o Zé Rainha no Palácio do Planalto. Eu, infelizmente, não sei o que ele disse em sua recepção, e nem quero saber. Eu também tenho meus limites de riso. E quase estourei de rir quando soube que ele está se aproximando do MST, e o Zé Rainha será seu assessor especial. Tive que parar de escrever e pedir meus sais anti-riso.

E enquanto me pedem para ser conciso, eu leio que o Luiz Trabuco foi indiciado. E já comecei a rir com o nome, quando me lembro do “trabuco” do meu pai. É, meu pai tinha um “trabuco” embora nunca o tenha usado. E ri mais ainda quando soube que o Luiz Trabuco é o presidente do Bradesco. Mas, o que é que se tem de rir com isto? Ora, meus amigos, com nossa modernização trazida pela Operação Lava Jato, gerou-se uma tal de Operação Zelotes, que não respeita nem presidente de banco. Ou seja, chegamos a uma situação onde ainda não nos habituamos de que todos são iguais perante a Lei, e quando um banqueiro é preso, ainda é motivo de riso e surpresa.

Por falar em prisão, o Lula anda um pouco sumido. Quem apareceu esta semana foi um dos seus filhos de quem dizem ter recebido uns 10 milhões da Petrobrás em seu trabalho de copiar, colar e treinar futebol americano. Até o Sarney já descobriu porque o Lula anda tão choroso. E todos sabem que seu ar de choro é o medo de descer para a República de Curitiba onde o Moro o receberá de braços abertos, apesar do mau humor, do meritíssimo juiz.

E agora, finalmente, os deixo, mostrando abaixo o filme da grande performance do melhor quinteto do Brasil, e do JECa, com muito alegria. Afinal de contas, na semana que passou o Temer só demitiu mais um ministro, por querer ser mais transparente do que o Ministério da Transparência. Se a média continua, nesta semana que entra, cairá mais um, a não ser que ele resolva fazer igual a nossa musa, e “dobrar a meta”.

E agora, para terminar mesmo, pergunto, depois de ver o Zé Rainha no Planalto, se não é uma jogada do Temer querendo vir para esta coluna, só colocar investigados em seu ministério. Pelo jeito que vai, brevemente, ele convida o Lula, a Dilma, e o Mercadante, do PT, que é um celeiro inesgotável de investigados. E, por motivo de concisão, nem falarei das delações da Odebrecht e de OAS, que estão inspirando dois shows de humor brevemente. Um do Lula que se chamará: “O DUPLEX NÃO É MEU!”, e um da Dilma intitulado “ SOU UMA MULHER HONESTA E HONRADA!”. Vai ser um arraso. Não percam!


SUÍÇOS REJEITAM PROPOSTA DO BOLSA ESMOLA DE R$ 9 MIL SEM TRABALHAR...





Mais de 70% dos suíços rejeitaram neste domingo a criação de uma renda básica para todos, um projeto único no mundo, que provocou intensos debates em um país que venera o valor do trabalho. De acordo com os resultados definitivos, 76,9% dos eleitores disseram "Não" ao polêmico e histórico projeto. O índice de participação eleitoral foi de 46%.

A iniciativa popular "por uma Renda de Base Incondicional" (RBI), apresentada por um grupo sem vínculos partidários, pretendia pagar uma remuneração ou salário a todos os suíços ou estrangeiros que moram no país há pelo menos cinco anos, com ou sem trabalho. Os partidários da iniciativa argumentaram que a renda básica poderia combater a pobreza e a desigualdade em um mundo no qual é cada vez mais difícil conseguir bons empregos com salários estáveis.

A iniciativa sugeria um pagamento mensal de 2.500 francos suíços (2.260 euros ou 2.533 dólares) para os adultos — quantia com a qual é muito difícil viver na Suíça — e de 625 francos (565 euros e 634 dólares) para os menores. O salário médio na Suíça é superior a 6.000 francos suíços. 

O governo e quase todos os partidos políticos consideravam o projeto utópico e excessivamente oneroso, com exceção dos Verdes e da extrema-esquerda. Os suíços votaram de forma realista", afirmou ao canal RTS o cientista político Andreas Ladner, professor da Universidade de Lausanne. "Ser pago sem trabalhar teria sido um grande passo. A iniciativa não era muito clara. Estava sobretudo destinada a alimentar o debate", completou. 

"É um sonho antigo, um pouco marxista. São muitos sentimentos bons irrefutáveis, mas sem nenhuma reflexão econômica", observou o diretor do Centro Internacional de Estudos Monetários e Bancários de Genebra, Chrles Wyplosz, que comentou à AFP que, se a relação entre a remuneração e o trabalho acabar, "as pessoas farão menos".


DEMOCRACIA DIRETA


Consultados no referendo sobre outros temas, os eleitores suíços aprovaram uma reforma para acelerar os procedimentos de um pedido de asilo e a autorização do diagnóstico genético pré-implantacional (DGP). Os suíços apoiaram (66,8%) o projeto de lei que pretende reduzir a 140 dias no máximo os processos de pedido de asilo, contra os atuais 40 dias. Fonte: http://www.folhape.com.br/

O BRASIL NÃO SUPORTARIA UMA HECATOMBE. JÁ BASTA A DE GARANHUNS...




CARLOS JOSÉ MARQUES
 Dilma é um assombro. Um despropósito político sem precedentes. Uma hecatombe administrativa que condenou o País a anos de retrocesso. Dilma é a ausência de noção de realidade em pessoa. A negação repetida dos fatos da forma mais cínica e desavergonhada possível. Por isso mesmo, trazê-la de volta ao poder equivaleria à contratação antecipada do caos para o Brasil. Quem tiver dúvidas sobre essa hipótese que reserve ao menos alguns meros minutos do seu tempo para dar uma olhada minuciosa, e despojada de ideologias, sobre a herança que ela nos legou. Em um rápido “overview” será impossível esquecer o maior rombo das contas públicas de que se tem notícia na história republicana. Ao menos R$ 170 bilhões, com pedaladas, muitas, de toda natureza. Não dará para apagar, nem da memória de futuras gerações, a corrupção sistêmica, institucionalizada e disseminada de seu governo – em episódios que deixou o mundo inteiro estarrecido e consumiu a riqueza da estatal de ouro, “joia da coroa”, Petrobras. Os quase 12 milhões de desempregados; as vítimas de seus desmandos e barbeiragens com a inflação, os juros e as políticas tarifárias de energia e combustíveis; os políticos e empresários ignorados em seus apelos; a entourage de eleitores que nela depositaram a confiança dos votos, traídos inapelavelmente; todos, enfim, não irão perdoar qualquer possibilidade de “revival” que sua volta significaria. E desse sentimento decorre a condição de presidente mais impopular em décadas, segundo as pesquisas. Dilma mentiu e mente a cada manifestação pública. Isso fica evidente, inclusive, nos inúmeros acordos de delações que a colocam – lado a lado com o mentor, Lula – no coração dos escândalos de desvios e favorecimentos de campanha. O ex-diretor da Petrobras, Nestor Ceveró, foi apenas mais um a confirmar na semana passada, em sua delação, que Dilma mentiu também sobre a compra de Pasadena, fonte original das investigações do Petrolão. Dilma sabia dessa e de outras maracutaias, apontam os artífices do propinoduto. Dilma distorce fatos em prol de interesses pessoais. Diz que o sucessor quer desmontar a Lava Jato, quando foi ela, petistas, Lula & cia. que tramaram um sem número de vezes para driblar os avanços da operação. Dilma não admite os próprios erros. Nunca. A recessão, a inapetência para o diálogo, a prisão de seu marqueteiro e do tesoureiro do partido, o cataclismo de sua gestão são frutos de um complô das elites, dos adversários, de fatores externos. O que se evidenciou na malfadada era Dilma é o pior dos mundos em todos os sentidos.

E nesse contexto soa estranho que certos setores do próprio Congresso ainda flertem com a hipótese do seu retorno. Parecem estar mais atentos a barganhas em interesse próprio do que na inadiável e necessária busca da estabilidade e bem-estar da Nação. Pensar na absurda alternativa de eleições presidenciais antecipadas é outro despropósito. Oportunismo que macula a Constituição. Um devaneio sem lastro, cuja chance de ocorrer é tão remota quanto à possibilidade de renúncia coletiva, e acordada, do colegiado de parlamentares para que tal pacto se viabilize. Assim sendo, é fundamental a compreensão por parte dos senhores senadores do momento decisivo pelo qual passa o País e do papel que lhes cabe de restauração da ordem. O presidente da transição, Michel Temer, que dá demonstrações claras de estar movido por um real desejo de arrumar a casa, precisa de trégua para trabalhar. A missão é inglória. No posto ele está por direito constitucional e é preciso que seu trabalho ali dê certo, como precondição para o conserto da bagunça criada. Diante do complexo quadro de desafios, as dificuldades são inevitáveis. As resistências também. Mas o voto de confiança tem de prevalecer. A sabotagem é antidemocrática. Desprezível. Petistas, agora na oposição, revanchistas de carteirinha, fazem de tudo para manter o Brasil em estado de permanente instabilidade. Seus arautos e simpatizantes provocam arruaças, invadem prédios públicos, protestam amiúde – com meia dúzia de seguidores aqui e ali, parando avenidas e estradas -, contra o interesse geral. Como dar respaldo institucional, no legislativo, através de apoio pelo voto, a essa algazarra? A comparação de métodos e ações do atual governo Temer com o calamitoso modelo de gestão de Dilma Rousseff é, no mínimo, risível. Temer não tem medo de errar e de voltar atrás, quando necessário. Qualidade esperada de um líder. Exibe pulso e equipe competente para reorganizar a economia, encaminhar as reformas necessárias e ajustar interesses políticos tão distintos. Pode não ser a opção ideal de segmentos variados da sociedade. Mas é notoriamente mais habilidoso que sua antecessora. Abissal é a distância que o separa dela. O Planalto que em tempos recentes, sob Dilma, viveu dias de palanque e circo, está decerto focado agora no que importa: a condução do País, outra vez, na rota do desenvolvimento. Ninguém tem saudades do que aquela senhora nos causou.

PITACO DO BLOG CHUMBO GROSSO: - O PAÍS NÃO QUER TRAZER DE VOLTA ESSA JAMANTA EMBORCADA, A DOIDA DA ALVORADA

MANTIDA NUM MUNDO À PARTE, A CADA DIA QUE PASSA, DILMA FICA MAIS DOIDA...


Pela manhã, Dilma recebe uma sinopse que só traz notícias boas
Carlos Newton
Há meses submetida a tratamento psiquiátrico, é por recomendação médica que a presidente afastada Dilma Rousseff não lê jornais nem revistas, tampouco assiste aos noticiários pela televisão. Recebe diariamente uma sinopse redigida por sua assessoria, sob coordenação do jornalista Olímpio Antônio Brasil Cruz, que agora a acompanha no Alvorada.  A estratégia da sinopse é “AMACIAR” as notícias negativas e “DESTACAR” as positivas. É neste mundo à parte, de realidade virtual, que Dilma Rousseff está vivendo, com a Assessoria de Imprensa fazendo o que pode para protegê-la.
PROCESSO CONTRA A ISTOÉ
Há dois meses, quando a revista IstoÉ publicou que Dilma estava sendo tratada com medicamentos contra esquizofrenia para conter seus violentos arroubos, com descrição de cenas lamentáveis nos palácios e até a bordo do Aerolula, a Assessoria de Imprensa imediatamente anunciou que a revista e os repórteres seriam processados. Mas não aconteceu nada.
Como processar a jornalista Débora Bergamasco, diretora da IstoÉ em Brasília, que vem a ser mulher do ex-ministro José Eduardo Cardozo, que é advogado de Dilma e convive diariamente como ela?  Como processá-la, se tudo o que ela escreveu, em parceria com Sérgio Pardellas, é rigorosamente verdadeiro?
PROCESSO CONTRA MERVAL

Agora, a Assessoria de Imprensa de Dilma Rousseff anuncia mais um processo judicial que não se concretizará, desta vez contra o jornalista Merval Pereira, de O Globo, por ter publicado que o esquema de corrupção da Petrobras pagou despesas pessoais de Dilma, inclusive gastos com o cabeleireiro Celso Kamura.

“Mais uma vez, há uma tentativa de atingir a honra da Presidenta com o objetivo de manipular a opinião pública para facilitar a tramitação do processo de impeachment. Diante da acusação de golpe recorrem às armas da mentira e da calúnia”, diz a Assessoria, alegando que Dilma paga pessoalmente a Kamura e está de posse dos recibos e dos comprovantes das viagens aéreas dele a Brasília. E conclui a nota:
“Para finalizar, a Presidenta Dilma Rousseff anuncia que tomará as providências devidas na Justiça para reparar todas as acusações difamatórias e caluniosas que foram contra ela proferidas”.
Bem, vamos sentar mais comodamente para aguardar este novo processo que jamais será apresentado à Justiça.
NÃO CONHECEM MERVAL…
Se esses dedicados assessores da presidente afastada Dilma Rousseff conhecessem Merval Pereira, jamais ousariam emitir uma nota oficial desse teor. A qualidade e o esmero de sua atuação transformaram Merval Pereira numa espécie de jornalista imune a processos judiciais.
Somos amigos desde o início da década de 70, jamais ouvi dizer que Merval tenha sido processado. Ninguém consegue usá-lo para “plantar” notícias, tudo o que ele publica é fato comprovado, não há especulação em suas análises políticas.
Vamos a um exemplo: recentemente, O Globo foi o único jornal a anunciar que Delcídio Amaral faria delação premiada. Houve desmentidos em toda a mídia. Mas Merval insistiu, dizendo que a Redação do Globo tinha “fortes razões” para confirmar a decisão do ex-líder do Governo. E não deu outra.
UMA SINOPSE FAJUTA
A tal “SINOPSE” da Assessoria do Alvorada não traz notícias ruins. Dilma não fica sabendo de nada. Por exemplo, ainda desconhece que a Procuradoria-Geral da República já tem documentos revelando que ela tinha conhecimento do teor das negociações envolvendo interesses políticos na compra da refinaria de Pasadena, antes da reunião do Conselho.
As notas oficiais da Assessoria são feitas sem conhecimento dela. Na verdade, ninguém lhe informou que há provas de pagamentos ao cabeleireiro Kamura com dinheiro do esquema de corrupção. Ela também não sabe da delação de Marcelo Odebrecht, que relatou ter ido ao palácio em 2014, quando a presidente lhe exigiu R$ 12 milhões para o caixa 2 da campanha, depois dele já ter contribuído com R$ 14 milhões.
EM OUTRO MUNDO
Como diz o jornalista Ilimar Franco, Dilma está vivendo “EM OUTRO MUNDO”. Ela não sabe que Lula está sendo trucidado pelas delações de Marcelo Odebrecht, Léo Pinheiro, Delcídio Amaral e Nestor Cerveró, cujas denúncias também a atingem frontalmente, como participante do esquema de corrupção.

Dilma está sendo mantida assim, fora da realidade, para seguir atuando como massa de manobra do PT, e realmente pensa que o Senado vai reverter o impeachment e ela vai voltar ao Planalto, gloriosa, nos braços do povo. Por isso, vive a repetir que está sendo vítima de um golpe e a culpa é do Eduardo Cunha, sem entender que ele também já é carta fora do baralho.  É uma situação verdadeiramente patética e deprimente, que demonstra o alto grau de surrealismo da política brasileira.
PITACO DO BLOG CHUMBO GROSSO: - A EX-PRESIDENTA JÁ ESTÁ SENDO CONSIDERADA COMO A MARIA LOUCA DO SÉCULO XXI...

domingo, 5 de junho de 2016

JUIZ SÉRGIO MORO, SOZINHO, JÁ PROFERIU 105 CONDENAÇÕES... O STF, AINDA, NENHUMA!!!

Fábio Pozzebom/ABr
Josias de Souza
O cronista Nelson Rodrigues costumava dizer que o mais exasperado problema do ser humano é o medo do rapa. “Cada um de nós vive esperando que o rapa o lace, o recolha, na primeira esquina”, ele escreveu. No Brasil de hoje, Sérgio Moro virou uma espécie de rapa da oligarquia política e empresarial. Nesse meio, o juiz da Lava Jato instila pânico.
Graças à morofobia, personagens como Eduardo Cunha e Lula revelam-se capazes de tudo para que seus processos permaneçam no STF, o foro dos suspeitos privilegiados. Receiam ser presos. No intervalo de dois anos, dois meses e 19 dias, tempo de duração da Lava Jato, Sérgio Moro já proferiu 105 condenações. Juntas, somam 1.140 anos, 9 meses e 11 dias de prisão. No STF, não há vestígio de condenação. (veja no quadro abaixo os feitos que a força-tarefa da Lava Jato obteve em Curitiba)
LavaJatoMoro
Entre agosto e setembro de 2014, os delatores Paulo Roberto Costa e Alberto Yousseff jogaram no ventilador os nomes de 28 congressistas —sete senadores e 11 deputados federais. Esse pedaço da investigação subiu para o Supremo. Desde então, avolumaram-se as delações e os suspeitos com direito a foro privilegiado.
Hoje, correm no STF 70 processos relacionados à Lava Jato. Desse total, 59 estão na fase de inquérito. Neles, são investigados 134 acusados. Outros 11 processos foram convertidos pelo procurador-geral Rodrigo Janot em denúncias formais, envolvendo 38 políticos. Por ora, o único denunciado que o Supremo converteu em réu foi Eduardo Cunha. E não há prazo para o julgamento da ação penal protagonizada pelo deputado. (veja abaixo os dados sobre o pedaço da Lava Jato que corre em Brasília)
A pedido da Procuradoria, o STF afastou Cunha do exercício do mandato e da poltrona de presidente da Câmara. Mas ele mantém as prerrogativas de deputado, que impedem Moro de alcançá-lo. Conserva também o acesso às mordomias propiciadas pela presidência da Câmara e o controle sobre sua milícia parlamentar, que lança mão de manobras para retardar o julgamento do pedido de cassação do seu mandato, na pauta do Conselho de Ética da Câmara há sete meses.
LavaJatoSupremo
O que há de mais alvissareiro na Lava Jato é a percepção de que o banquete da corrupção desandou. Os órgãos repressores do Estado investigam, prendem e condenam pessoas que estavam acostumados a viver num país em que, acima de um certo nível de renda e poder, ninguém era importunado.
Deve-se sobretudo à aplicação de Sérgio Moro, dos agentes federais, procuradores e técnicos que integram a força-tarefa de Curitiba a derrubada do escudo invisível que protegia os maus costumes. Montou-se uma espécie de usina trituradora de delinquentes. Foram em cana brasileiros que se julgavam invulneráveis. Em troca de favores judiciais, muitos tornaram-se delatores.
Empreteiros que se habituaram a sufocar investigações em tribunais superiores fizeram pouco da Lava Jato. Presos, recorreram. Uma, duas, três, quatro vezes. E nada. Amargaram condenações draconianas. Marcelo Odebrecht, por exemplo, foi condenado por Moro a mais de 19 anos de cadeia. Com receio de mofar no xadrez como versões petroleiras de Marcos Valério, os mandarins das construtoras também se tornaram colaboradores da Justiça.
Os maiores ficaram para o final. Retardatários, executivos de empresas como Odebrecht e OAS terão de levar à mesa segredos cabeludos se quiserem obter vantagens como redução da pena. Eles já expõem na bandeja escalpos como o de Dilma, Lula, Renan, Sarney, Cunha, Jucá, Aécio e um inesgotável etcétera.
Cercados pela investigação de Curitiba, operadores como Sérgio Machado, ex-presidente da Transpetro, entregam os podres dos padrinhos de Brasília. O serviço da Procuradoria-Geral da República e do STF aumenta. A responsabilidade também. Soltos, políticos que são parte do problema fazem pose de solução. Pior: continuam operando.
Relator da Lava Jato no STF, o ministro Teori Zavascki tem sobre a mesa um lote de pedidos de providência formulados pela Procuradoria. Talvez devesse priorizá-los. A bandidagem parlamentar precisa de um rapa que a lace, que a recolha, na primeira esquina.

OS TRÊS QUERIDINHOS DO PT: RENAN, JUCÁ E SARNEY DIVIDIRAM R$ 70 MILHÕES DE DINHEIRO ROUBADO, DIZ DELATOR


Os senadores Renan Calheiros (AL) e Romero Jucá e o ex-senador José Sarney (AP) receberam um total de ao menos R$ 70 milhões, segundo afirmou o ex-presidente da Transpetro Sérgio Machado em depoimento sob delação premiada.
Somente o presidente do Senado, Renan Calheiros, que o indicou ara o cargo e o manteve nessa condição por quase doze anos, embolsou cerca de R$ 30 milhões do dinheiro roubado por Machado da estatal, que é subsidiária da Petrobras.
Machado diz que do total do roubo, coube a Sarney aproximadamente R$ 20 milhões, quantia idêntica àquela que diz ter entregue a Jucá.
Calheiros afirmou que nunca recebeu dinheiro de Machado. “Jamais recebi vantagens de ninguém. Sempre tive com Sérgio Machado uma relação respeitosa e de Estado. Nunca indiquei ninguém para a Petrobras e nem para o setor elétrico”, afirmou, negando um protecionismo político que todos conhecem em Brasília.

Jucá também negou haver recebido dinheiro de Machado, assim como Sarney, que chamou o delator de “monstro moral”, por tê-lo gravado inclusive quando o visitou em um hospital de São Paulo. O ex-presidente diz que o delator é uma pessoa “abjeta” e sem credibilidade e diz que vai processá-lo. ( Diário do Poder)

sábado, 4 de junho de 2016

GOVERNO LULA E DILMA DERAM ROMBO DE R$ 1,5 TRILHÃO NO BANCO DO NORDESTE



Uma organização criminosa formada por servidores públicos e donos de empresas de “fachada” do ramo de energia eólica praticou a maior fraude já ocorrida no Ceará, causando prejuízos que podem chegar à cifra de R$ 1,5 trilhão nos cofres do Banco do Nordeste, em Fortaleza, nos últimos três anos. Apesar de investigações que são realizadas conjuntamente pelos Ministérios Públicos Estadual (MPE) e Federal (MPF), além da Polícia Federal (PF), os acusados de integrar a quadrilha permanecem impunes e com toda a dinheirama. É o que mostra reportagem do Ceará News.
Na manhã desta sexta-feira (3), o procurador da República no Ceará, Oscar Costa Filho; e o promotor de Justiça  estadual, Ricardo Rocha, concederam entrevista coletiva revelando as dificuldades que vêm enfrentando para denunciar os envolvidos na trama milionária contra a instituição financeira.
O golpe foi montado a partir da constituição de empresas ligadas à energia eólica  mas que, na verdade, serviram apenas para que seus donos obtivessem empréstimos vultuosos junto ao Banco do Nordeste, em troca de propina paga a seis servidores da instituição.
Pelo menos, seis pedidos de ação judicial contra a quadrilha foram formulados neste período pelos ministérios públicos (MPE e MPF) e destes, cinco estão em andamento em segredo de Justiça, apesar de uma demora de mais de três anos. E tudo isso decorre de um conflito de competência. Ora a Justiça do Estado do Ceará  diz que o caso é federal, ora a Justiça Federal diz que a competência é do Judiciário cearense.

FALÊNCIA 

Conforme Oscar Costa Filho e Ricardo Rocha, formou-se dentro da diretoria do Banco do Nordeste uma quadrilha que liberava os empréstimos mesmo sabendo que as empresas tomadoras dos créditos não tinham condições financeiras de realizar o pagamento da dívida. Ainda assim, o dinheiro era liberado. Uma dessas empresas recebeu do banco a quantia de R$ 99 milhões e, pouco tempo depois, entrou com pedido de falência.
As fraudes foram comprovadas em relatório produzido a partir de uma auditoria feita no banco pelo Tribunal de Contas da União (TCU), a pedido do Ministério Público Federal no Ceará. Cinco diretores eram os responsáveis pela liberação dos empréstimos. Eles atuavam na Diretoria Financeira e de Mercado de Capitais e cobravam em propina até 2,5% do valor  de cada empréstimo. Conforme Riccardo Rocha, já está comprovado que os desvios atingiram a cifra de R$ 683 milhões, mas que pode chegar, no fim da apuração, a R 1,5 trilhão.
Os representantes do Ministério Público disseram, ainda, que o caso deverá ser levado ao conhecimento da Procuradoria Geral da República (PGR), em Brasília, para que esta encaminhe ao Superior de Justiça (STJ) o pedido de que seja solucionado o conflito de competência. (Com informações do portal Ceará News)

DILMA É UMA MULHER HONRADA(?): NUNCA FEZ MALFEITOS...





O EMPRESÁRIO PICARETA MARCELO ODEBRECHT REVELA QUE A EX-PRESIDENTA DILMA COBROU PESSOALMENTE DOAÇÃO DE CAMPANHA PARA PAGAR VIA CAIXA DOIS O MARQUETEIRO JOÃO SANTANA: O ACERTO POR BAIXO DOS PANOS FOI A BAGATELA  DE R$ 12 MILHÕES...   


Débora Bergamasco, SÉRGIO PARDELLAS


O DIÁLOGO QUE COMPROMETE DILMA

Entre o primeiro e o segundo turno da eleição de 2014, o tesoureiro da campanha de Dilma, Edinho Silva, cobrou de Marcelo Odebrecht uma doação “por fora” no valor de R$ 12 milhões para serem repassados ao marqueteiro João Santana e ao PMDB.  Marcelo se recusou a fazer o repasse, mas diante da insistência de Edinho disse que iria procurar Dilma.  Dias depois, em encontro pessoal, o empreiteiro e a presidente afastada mantiveram a conversa abaixo:

– Presidente, resolvi procurar a sra. para saber o seguinte: é mesmo para efetuar o pagamento exigido pelo Edinho?, perguntou Odebrecht.

– É para pagar, respondeu Dilma.

No acordo de delação premiada, firmado na última semana, o empreiteiro Marcelo Odebrecht fez uma revelação que, pela primeira vez, implica pessoalmente a presidente afastada Dilma Rousseff numa operação de caixa dois na eleição de 2014 – o que configura crime.  Aos procuradores da Lava Jato, o empresário afirmou que a mandatária exigiu R$ 12 milhões para a campanha durante encontro privado entre os dois. A conversa ocorreu depois do primeiro turno da disputa presidencial. O recurso, segundo Odebrecht, abasteceu o caixa paralelo de Dilma e serviu para pagar o marqueteiro João Santana e o PMDB. A história narrada pelo empreiteiro é devastadora para as pretensões de Dilma de regressar ao poder. Nela, Marcelo Odebrecht atesta que a presidente afastada NÃO APENAS SABIA COMO ATUOU PESSOALMENTE NUMA OPERAÇÃO CRIMINOSA.  Aos integrantes da força-tarefa da Lava Jato, o empreiteiro desfiou com riqueza de detalhes a ação da presidente. O empresário contou que durante o período eleitoral foi procurado pelo então tesoureiro da campanha, Edinho Silva.



O ex-ministro da Secretaria de Comunicação parecia apreensivo e reproduzia o mesmo comportamento persuasivo identificado por outros delatores do esquema do Petrolão, quando abordados pelo tesoureiro. A tensão derivava da urgência em amealhar mais recursos para reforçar o caixa da presidente. Na conversa, em tom impositivo, Edinho cobrou do empresário uma doação por fora que extrapolava o valor já combinado com os petistas anteriormente: um adicional de R$ 12 milhões. Deste total, deixou claro Edinho, R$ 6 milhões seriam para bancar despesas com marqueteiro João Santana e R$ 6 milhões para serem repassados ao PMDB. Oficialmente, o Grupo Odebrecht já havia doado R$ 14 milhões à campanha. Como a quantia extra era alta e, com o acréscimo, o valor doado representaria quase o dobro do acerto inicial, Marcelo ficou intrigado com a abordagem do tesoureiro.

Num primeiro momento, o empreiteiro reagiu de maneira negativa. Disse que se recusaria a fazer o pagamento. Diante da insistência de Edinho, disse-lhe, então, que procuraria pessoalmente a presidente Dilma. Foi o que aconteceu na sequência. Embora estivesse em plena efervescência da campanha eleitoral, Dilma abriu um espaço em sua agenda para receber o empresário. No encontro, segundo relato aos procuradores, Marcelo Odebrecht foi direto ao ponto. Questionou se era mesmo para efetuar o repasse exigido por Edinho. Ao que Dilma respondeu, sem titubear: “É PARA PAGAR”.

Ao narrar o diálogo aos integrantes da Lava Jato, Odebrecht compromete a presidente afastada naquilo que ela alardeava como uma vantagem em relação aos demais políticos mencionados no Petrolão: a pretensa ausência de envolvimento pessoal num malfeito. No momento em que a mandatária lutava para ganhar algum fôlego a fim de tentar reverter o placar do impeachment no Senado, a delação de Odebrecht confirmando que ela exigiu R$ 12 milhões do empreiteiro – numa ação nada republicana destinada a abastecer o caixa dois de sua campanha –  cai com uma bomba em seu colo. Pela letra fria da lei, utilizar-se de dinheiro não declarado na campanha eleitoral é fator decisivo para a perda do mandato presidencial. E Dilma não só se beneficiou do esquema do Petrolão como operou diretamente para que um recurso de caixa dois, portanto ilegal, irrigasse os cofres de sua campanha, conforme revelou Marcelo Odebrecht à Lava Jato. Embora não seja este o objeto do processo do impeachment em tramitação no Senado, o depoimento do empresário torna insustentável a situação de Dilma e praticamente inviabiliza o seu retorno à Presidência. Na Lava Jato, a delação de Odebrecht é tida como absolutamente verídica. Os procuradores e delegados têm certeza de que não se trata de apenas uma versão.

ISTOÉ ANTECIPOU EM EDIÇÃO DE 20 DE ABRIL, REPORTAGEM REVELOU QUE GILES AZEVEDO ORIENTOU A AGÊNCIA PEPPER NO ESQUEMA DE LAVAGEM DE DINHEIRO



Tanto a Polícia Federal quanto a Procuradoria da República já reuniam evidências de que a Odebrecht havia alimentado as contas do marqueteiro João Santana por meio de caixa dois eleitoral. Em relato aos procuradores federais de Brasília na tentativa de sacramentar um acordo de delação premiada, Mônica Moura, mulher de Santana, havia reconhecido que, na disputa de 2014, pelo menos R$ 10 milhões teriam sido pagos a ela e ao marqueteiro fora da contabilidade oficial. Segundo Monica, só a Odebrecht pagou via caixa dois ao menos R$ 4 milhões. Em dinheiro vivo. Pelo acordo firmado com a Lava Jato, ela tinha ficado de relatar de que maneira e por quem foram repassados os outros R$ 6 milhões. Os valores teriam sido entregues diretamente para ela e usados para pagar fornecedores na área de comunicação. Os investigadores e agentes da PF já tinham identificado um depósito para o casal feito pela Odebrecht numa conta na Suíça, não declarada à Receita brasileira, de US$ 3 milhões.

Agora é possível entender a razão do embaraço da presidente afastada ao discorrer sobre o tema em entrevista ao jornal Folha de S.Paulo, publicada no último final de semana. Instada a se manifestar sobre a possibilidade de o empreiteiro a acusar de pedir dinheiro para pagar o marketing da campanha de 2014, a presidente afastada lançou mão de um discurso que, à luz dos fatos novos expostos por Marcelo Odebrecht no acordo de delação, não pára mais em pé: “Eu jamais tive conversa com o Marcelo Odebrecht sobre isso”. “Eu paguei R$ 70 milhões para o João Santana (em 2014). Tudo declarado para o TSE. Onde é que está o caixa dois?”, perguntou ela. Na referida entrevista, Dilma já havia se encalacrado ao negar que tivesse mantido encontros com o empreiteiro no Alvorada e “não se lembrar” de reuniões com o mesmo interlocutor no Palácio do Planalto. De acordo com os arquivos eletrônicos do Planalto, Dilma recebeu Odebrecht quatro vezes desde a sua posse. Duas no Palácio da Alvorada (em 26 de março e 25 de julho de 2014, ano eleitoral) e duas no Planalto (10 de janeiro e 10 de outubro de 2013).




Unindo as peças do quebra-cabeças disponíveis até agora também é possível entender com mais clareza o motivo pelo qual a presidente Dilma se esforçou pela soltura de Marcelo Odebrecht da prisão: ela temia que viesse a público exatamente o que o empresário revelou aos procuradores da Lava Jato – e que, agora, ISTOÉ divulga com exclusividade.  Em sua delação, Delcídio do Amaral (sem partido- MS) expôs a gigantesca preocupação da presidente com o tema. Disse que Dilma nomeou o ministro Marcelo Navarro ao STJ em troca do seu compromisso de produzir um relatório em favor da liberdade do empreiteiro. Delcídio personifica a chamada prova testemunhal. Segundo ele, a nomeação de Navarro destinada ao propósito de soltar Odebrecht foi tratada por Dilma em conversas com ele próprio, durante caminhadas nos jardins do Alvorada. Como se sabe, Navarro realmente emitiu parecer pela concessão de um habeas corpus a Odebrecht, mas acabou sendo voto vencido no tribunal. Com base no depoimento de Delcídio o procurador-geral da Repúbica, Rodrigo Janot, requisitou ao STF a abertura de um inquérito para apurar se Dilma obstruiu a Justiça, o que também é considerado crime. Quando o então líder do governo assinou o acordo de delação, João Santana e sua mulher ainda desfrutavam a liberdade com o dinheiro das petrotraficâncias.



Antes mesmo da prisão dos dois, a PF havia recolhido no celular de Marcelo Odebrecht uma mensagem endereçada a um executivo de sua
empreiteira crivada de suspeitas: “Dizer do risco cta [conta] suíça chegar na campanha dela.” O cheiro de pólvora resultava do óbvio “risco” insinuado no texto de Odebrecht de que a conta na Suíça fosse descoberta e ficasse estabelecida a conexão com a campanha de Dilma em 2014. Com a delação de Marcelo Odebrecht, surge a peça que restava para compor um cenário letal para a presidente afastada na luta contra o impeachment. A Polícia Federal também já havia anexado ao inquérito da Operação Acarajé documentos apreendidos com a secretária da Odebrecht Maria Lúcia Tavares, presa em março. Uma das planilhas encontradas tinha o título “Feira-evento 14”. O documento detalhava sete pagamentos feitos entre 24 de outubro e 7 de novembro de 2014, totalizando R$ 4 milhões. Os investigadores descobriram que “FEIRA” era o apelido usado por funcionários da Odebrecht e pelo próprio ex-presidente da empresa para identificar a mulher do marqueteiro, responsável por cuidar das negociações financeiras do casal e da agência de publicidade Pólis, que comandou as campanhas da presidente Dilma Rousseff, em 2010 e 2014, e a do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, em 2006.

Há duas semanas, em meio à divulgação das conversas gravadas pelo ex-presidente da Transpetro, Sérgio Machado, soube-se que o meio político, em especial os caciques do PMDB, já precificava o potencial devastador da delação de Odebrecht sobre Dilma Rousseff. Num diálogo com Machado, ex-presidente da Transpetro, o presidente do Senado, Renan Calheiros, diz que a situação de Dilma Rousseff se tornaria insustentável a partir da delação da Odebrecht, porque iria “MOSTRAR AS CONTAS” dela. “Mas, Renan, com as informações que você tem, que a Odebrecht vai tacar tiro no peito dela, não tem mais jeito”, disse-lhe o ex-presidente da Transpetro. “Tem não, porque vai mostrar as contas. E a mulher é corrupta”, sapecou Renan. Ao que Machado, na réplica, sentencia o desenlace irremediável da presidente. “Acabou, não tem mais jeito. Então a melhor solução para ela, não sei quem podia dizer, é renunciar ou pedir licença. O ex-senador José Sarney, em outro diálogo, repete o enredo entoado pelo antigo colega de Senado. Diz que a delação da Odebrecht “é uma metralhadora de [calibre] ponto 100”e relaciona a empreiteira a uma ação que a presidente afastada Dilma Rousseff teria feito diretamente durante campanha eleitoral. “Nesse caso, ao que eu sei, o único em que ela [Dilma] está envolvida diretamente é que falou com o pessoal da Odebrecht para dar para campanha do… E responsabilizar aquele [inaudível]”.

Preso desde junho de 2015 nas dependências da PF em Curitiba, Marcelo Odebrecht ainda deverá envolver no que vem sendo chamado de “delações das delações” ou “delação definitiva” ao menos 38 políticos. Um capítulo, em especial, é relativo ao ex-presidente Lula. O empreiteiro promete detalhar como se deram as obras do SÍTIO EM ATIBAIA (SP), cuja propriedade é atribuída ao petista. Outro personagem que também pode vir à baila é Giles Azevedo, braço-direito da presidente afastada, elo de Dilma com a agência Pepper. O empresário ainda pretende contar sobre financiamentos de campanhas eleitorais feitas no Brasil e no exterior – não só a de Dilma Rousseff. Na prática, a delação propriamente dita ainda não foi assinada. Após intensas negociações, a Odebrecht subscreveu um acordo de confidencialidade com a Lava Jato. O termo representa o início formal da negociação de delação. O termo é uma garantia para que o empresário comece a desnudar fatos ocorridos no esquema do Petrolão. Só depois da verificação do teor dos depoimentos pela força-tarefa da Lava Jato é que a Justiça avalizará o acordo. Há a expectativa de que o próprio Emílio Odebrecht, pai de Marcelo, preste depoimentos. No atual estágio, e pela disposição dos envolvidos, é muito difícil que haja um recuo. O próprio juiz Sérgio Moro, num inequívoco gesto de boa vontade, extinguiu na última semana um dos processos contra a empreiteira. Ou seja, está mais do que escancarado o caminho para a oficialização da delação de Odebrecht. Péssima notícia para os políticos. Ótima para o País.


A TÁTICA RECORRENTE DE EDINHO

O delator Ricardo Pessoa, da UTC, relatou aos investigadores que o tesoureiro da campanha de Dilma Rousseff em 2014, Edinho Silva, o pressionou a doar mais dinheiro. “O Edinho me disse: ‘Você tem obras na Petrobrás e tem aditivos. Não pode só contribuir com isso. Tem que contribuir com mais. Estou precisando’”. O tesoureiro queria R$ 20 milhões. Pessoa ofereceu R$ 5 milhões no primeiro turno e mais R$ 5 milhões no segundo turno. Mas foram pagos R$ 7,5 milhões. Em delação premiada, Otavio Azevedo, da Andrade Gutierrez, também disse que Edinho Silva o pressionou para doar além do combinado. Pressionado, o executivo transferiu mais R$ 10 milhões para o caixa da petista. O total de doação declarada da empresa à campanha dela foi de R$ 20 milhões.


“DILMA MENTIU SOBRE PASADENA”

O ex-diretor da Petrobras Nestor Cerveró desmentiu versão da presidente afastada, Dilma Rousseff, sobre a compra da refinaria em Pasadena, nos Estados Unidos, em 2006. E disse também supor que ela sabia do esquema de pagamento de propinas a políticos com dinheiro da petroleira. Em sua delação premiada tornada pública na quinta-feira 2 consta que a petista, à época presidente do Conselho Administrativo da Petrobras, teve acesso a todas as informações e cláusulas do negócio bilionário que só causou prejuízos à estatal. “Não corresponde à realidade a afirmativa de Dilma Rousseff de que somente aprovou a aquisição porque não sabia dessas cláusulas.” E continuou: “Dilma Rousseff tinha todas as informações sobre a refinaria de Pasadena; que o Conselho de Administração não aprova temas com base em resumo executivo”.

O documento revela ainda “que o declarante supõe que Dilma Rousseff sabia que políticos do Partido dos Trabalhadores recebiam propina oriunda da Petrobras, que, no entanto, o declarante nunca tratou diretamente com Dilma, sobre o repasse de propina.”

Ele também destacou que a transação foi autorizado com muito mais rapidez do que o de costume. “O projeto foi aprovado na Diretoria Executiva da Petrobras numa quinta e na sexta o projeto foi aprovado no Conselho de Administração; que esse procedimento não era usual”, foi registrado pelos investigadores.

Quando já estava preso, Cerveró afirmou ter ouvido do advogado do ex-senador Delcídio do Amaral que Dilma atuaria para “CUIDAR DOS MENINOS”, tirando Cerveró e o também ex-diretor da empresa Paulo Roberto Costa da cadeia. Além de Dilma, Cerveró revelou que, em 2000, houve orientação da cúpula da Petrobras para contratar a empresa de PRS Energia, de Paulo Henrique Cardoso, filho do então presidente da República Fernando Henrique Cardoso (PSDB).



PROPINA PAGA DESPESAS PESSOAIS

E-mails comprovam que Dilma sabia do Petrolão e teve despesas pagas com recursos do esquema. Segundo o jornal O GLOBO, as mensagens mostram que a compra de um teleprompter para a petista e até os custos do deslocamento de seu cabeleireiro, Celso Kamura, foram bancados por envolvidos nos desvios. Em entrevista à ISTOÉ em 2011, Kamura disse que o marqueteiro João Santana custeava os serviços dele à presidente “em ocasiões de Estado”. As novas evidências contra a petista não param por aí. Em delação, o empresário Benedito Oliveira, o Bené, revelou que Giles Azevedo, ex-chefe de gabinete de Dilma, firmou contratos do governo com agências para quitar despesas eleitorais. Conforme já havia revelado ISTOÉ, Giles era o braço-direito de Dilma para tarefas espinhosas. Não fazia nada sem seu conhecimento. Como quando indicou para Danielle Fonteles, da Pepper, contas para receber caixa dois de campanha.