sexta-feira, 19 de maio de 2017

A MONTANHA PARIU UM RATO




Cláudio Humberto

O áudio da conversa que o presidente Michel Temer com o empresário Joesley Batista, liberado pelo Supremo Tribunal Federal (STF) no começo da noite desta quinta-feira (18), não confirma, a rigor, a informação que atribuiu ao presidente da República O “AVAL” PARA A COMPRA DO SILÊNCIO DE EDUARDO CUNHA. “A montanha pariu um rato”, repetiam os deputado no plenário da Câmara, esta noite, referindo-se à frustração da expectativa da notícia divulgada com estardalhaço na noite desta quarta-feira (18).

No ponto mais aguardado da gravação, Joesley reclama do seu relacionamento com o ex-deputado, atualmente preso em Curitiba, quando se ouve claramente o empresário afirmar que está "de bem" com o ex-presidente da Câmara:
"AGORA EU TÔ DE BEM COM O EDUARDO".
TEMER RECOMENDA, EM CIMA DA BUCHA:
"TEM QUE MANTER ISSO, VIU?".
Nesse momento não há referência a valores, apenas insinuações em outros pontos da conversa.
“Tamo junto”
Durante aquele encontro na noite de 7 de março no Palácio do Jaburu, Joesley Batista afirmou, dirigindo-se a Temer: "Tamo junto aí, o que o sr. precisar de mim, viu, me fala".
Eles conversavam sobre investigações da Lava Jato e sobre Cunha. A partir do minuto 9m33 do áudio, Joesley diz: "Queria te ouvir um pouco presidente, como é que o sr. tá nessa situação toda do Eduardo, não sei o quê."
Nesse trecho, Joesley começa a relatar o que chamou de 'liquidação' com Cunha, uma suposta referência a pagamentos ao ex-deputado preso.

"Dentro do que foi possível eu, e o máximo que deu ali, zerei tudo o que tinha de alguma pendência. Daqui pra ali zerou tal e tal, liquidou tudo, e ele foi firme em cima, ele já tava lá, veio cobrou, tal, tal, tal, pronto acelerei o passo e tirei da frente."
Joesley cita também o ex-ministro Geddel Vieira Lima:
"Geddel que andava sempre ali, mas perdemos o contato, ele virou investigado e também não posso encontrar ele."
Joesley é alvo da Polícia Federal e da Procuradoria da República. E diz que "está se defendendo".
"Negócio dos vazamentos, telefone lá, Geddel volta e meia citava alguma coisa tangenciando a nós, eu tô lá me defendendo."
Em seguida se dá o dialogo em que Temer recomenda “MANTER ISSO”, ao ouvir de Joesley que está “de bem” com Eduardo Cunha.
Ontem à  noite, a Presidência da República divulgou nota informando que Temer não levou a sério as alegaçoes de Joesley Batista sobre o pagamento de propina a um procurador e a um juiz, por considerar que o empresário apenas "CONTAVA VANTAGEM". EIS O DIÁOGO:

BATISTA: Eu vou falar assim… Dentro do possível eu fiz o máximo que deu ali, zerei tudo, o que tinha de uma pendência daqui pra ali, zerou, tal, tal. E ele [Cunha] foi firme em cima, ele já tava lá [na cadeia], veio, cobrou, tá, tá, tal, eu acelerei o passo e tirei da frente. O outro menino, o companheiro dele que tá aqui, né… O Geddel sempre tava…
TEMER: [inaudível]
BATISTA: Isso, isso. O Geddel é que andava sempre ali, também, com esse negócio, eu perdi o contato, ele virou investigado e agora eu não posso também encontrar ele.
TEMER: É, cuidado, tá complicado. [Inaudível] não parecer obstrução à Justiça. [inaudível]
BATISTA: Isso. Isso. Esse negócio dos vazamentos, o telefone lá do [inaudível] com Geddel, volta e meia citava uma coisa meio tangenciando a nós, a não sei o quê. Eu tô lá me defendendo. Como é que eu… O que que eu mais ou menos dei conta de fazer até agora. Eu tô de bem com o Eduardo, ok?
TEMER: Tem que manter isso, viu? [inaudível]
BATISTA: [falando mais baixo] Todo mês…
TEMER: [inaudível]
BATISTA: Também. Eu tô segurando as pontas, tô indo. Meus processos, eu tô meio enrolado aqui, né [Brasília]. No processo, assim…
TEMER: [inaudível]
BATISTA: Isso, isso, é, é investigado. Não tenho ainda a denúncia [contra ele]. Aqui eu dei conta de um lado, o juiz, dar uma segurada, do outro lado, o juiz substituto, que é um cara que fica…. [inaudível] Tô segurando os dois. Consegui um procurador dentro da força tarefa, que tá, também tá me dando informação. E lá que eu tô para dar conta de trocar o procurador que tá atrás de mim. Ô, se eu der conta, tem o lado bom e o lado ruim. O lado bom é que dá uma esfriada até o outro chegar e tal. O lado ruim é que se vem um cara com raiva, com não sei o quê…
TEMER: [inaudível] ajudando.
BATISTA: Tá me ajudando tá bom, beleza. Agora, o principal… O que tá me investigando. Eu consegui colar um [procurador] no grupo. Agora eu tô tentando trocar…
TEMER: O que tá… [inaudível].
BATISTA: Isso! Tamo nessa aí. Então tá meio assim, ele saiu de férias, até essa semana eu fiquei preocupado porque até saiu um burburinho de que iam trocar ele, não sei o quê, fico com medo. Eu tô só contando essa história para dizer que estou me defendendo aí, to me segurando. Os dois lá estão mantendo, tudo bem.

TODO TEMPO É TEMPO...






Por Magno Martins

O presidente Temer não jogou a toalha, ontem, no pronunciamento à Nação, porque, como jurista e conhecedor da lei e do tempo político, sabe que esta decisão terá que ser amadurecida para ser tomada em outro tempo, que não deve demorar. Os áudios liberados, ontem, pelo Supremo, comprovam o envolvimento do presidente da República em atos de obstrução da Justiça com o objetivo de afastar qualquer investigação e de eliminar a sua ligação com Eduardo Cunha.
Cada dia, entretanto, que Temer permanecer à frente do País aprofundará a crise econômica e a instabilidade política. Ao se agarrar ao poder, o presidente tem dois objetivos: primeiro, se proteger das consequências criminais que pesarão contra ele quando deixar a Presidência e, segundo, ganhar tempo para conduzir o Congresso a uma eleição indireta em que ele eleja o próximo presidente.
A não renúncia tem o sentido da preservação desse guarda-chuva protetor do foro privilegiado. É ruim para o País, agrava a crise. São inevitáveis dois processos. O processo penal no Supremo e o processo de impeachment no Congresso. A nação continuará sangrando com a sua decisão. Alguns poderão dizer que faltou grandeza ao presidente Michel Temer de renunciar e refazer o pacto na condução da crise econômica, mas o que ele fez foi se preservar.
Renunciando de imediato, Temer poderia até ser preso de imediato, caindo nas garras do juiz Sérgio Moro. Temer vai passar uns dias em agonia e vai colocar o povo em agonia. Perdeu a oportunidade de fazer um discurso com menos retórica e mais gesto. O depoimento de Temer, na fala à Nação, trouxe a enorme gravidade, porque, em primeiro lugar, disse que se encontrou com o empresário em agenda que não havia sido divulgada pela Presidência da República.
O presidente decidiu desafiar a crise. Politicamente, ele já foi julgado. Não tem mais condições de governabilidade. Neste momento grave de crise, ele optou muito mais pela imunidade institucional do que pela realidade que passa o País, com mais de 14 milhões de desempregados. O gesto que se esperava era a renúncia, para dar mais celeridade a uma solução para a crise. No momento em que ele resolve desafiar a crise, não existe outro instrumento que não seja trabalhar o processo de afastamento do presidente pelo Congresso, o que fez a oposição, ontem, protocolando o pedido do processo de impeachment. - A imagem e a manchete não fazem parte do texto original -

segunda-feira, 15 de maio de 2017

AS DESVENTURAS DE UM VIÚVO, SAFADO, MENTIROSO E LADRÃO...




Sempre achamos um exagero que o senhor Lula da Silva fosse por alguns alcunhado de “o apedeuta”, por sua profissão de fé na ignorância e por sua confessa indisposição para a leitura, que ele sempre, orgulhosamente, assumiu como contraponto aos “DOUTORES” das “ELITES”. O depoimento que o senhor Lula da Silva prestou, na condição de réu, ao juiz federal Sérgio Moro demonstrou que estávamos errados: o líder petista comprovou de viva voz, com o que disse na oitiva, que não é ignorante apenas a respeito das coisas da cultura e da ilustração. Pelo que declarou em juízo, Lula é um completo ignorante. NÃO SABE DE NADA. DESCONHECE ABSOLUTAMENTE TUDO.

Do depoimento depreende-se que o senhor Lula da Silva desconhecia tudo o que fazia sua falecida mulher Marisa Letícia. Segundo o ex-presidente, foi a ex-primeira-dama quem quis comprar o triplex no Guarujá que, diz a acusação, foi adquirido e inteiramente reformado por um empreiteiro camarada para servir como propina ao ex-presidente. Na versão do senhor Lula da Silva, nem as visitas de Marisa Letícia ao apartamento nem a negociação para a reforma eram de seu conhecimento. Quando Moro pediu que ele explicasse melhor a relação da falecida mulher com o apartamento e com o empreiteiro camarada, o senhor Lula da Silva, depois de praticamente incriminá-la, disse que para ele era “muito difícil” ouvir o juiz Moro falar sobre Marisa Letícia “sem ela poder estar aqui para se defender”.
Conclui-se, pelo depoimento, que Marisa Letícia mandava no senhor Lula da Silva em todos os planos de sua vida – PESSOAL, DOMÉSTICO, FAMILIAR, POLÍTICO E ADMINISTRATIVO. A menos, é claro, que o viúvo, além de mentiroso, seja daqueles tipos que não consideram vício de caráter atribuir a autoria de ilícitos à própria mulher, desde que ela esteja morta e, portanto, calada.
Mas a muito conveniente ignorância do viúvo é abrangente. Questionado pelo juiz Sérgio Moro se em algum momento, como grande líder do PT, pediu ao partido que investigasse o envolvimento de correligionários no esquema de corrupção detalhado posteriormente pela delação de executivos das empreiteiras e da Petrobrás, o viúvo disse que em 2014, quando vieram à tona as denúncias da Lava Jato, ele era apenas um ex-presidente, comparável a um “vaso chinês”. Moro insistiu em que, mesmo na condição de ex-presidente, o depoente tinha evidente influência no PT, ao que o chefão petista respondeu, para espanto geral: “EU NÃO TENHO NENHUMA INFLUÊNCIA NO PT”.
Aquele cujos seguidores julgam ser o melhor presidente da história do País também afirmou que não tinha como saber da corrupção na Petrobrás cometida por executivos por ele nomeados e por empreiteiros com os quais tinha relações pessoais. “Quem monta cartel para roubar não conta para ninguém. O presidente da República não participa do processo de licitação da Petrobrás, de tomada de preços da Petrobrás. É um problema interno da Petrobrás”, justificou o senhor Lula da Silva ao juiz Sérgio Moro.
A propósito das declarações do ex-diretor da Petrobrás Renato Duque, APADRINHADO PELO PT, segundo as quais o senhor Lula da Silva mandou que ele destruísse provas da existência de contas secretas no exterior abastecidas com o dinheiro do petrolão, o ex-presidente teve de confirmar o encontro – mas, é claro, tem uma outra versão para os fatos. “A pergunta que eu fiz para o Duque foi simples: tem matéria nos jornais, tem denúncias de que você tem dinheiro no exterior, está pegando da Petrobrás. Eu falei: ‘Você tem conta no exterior?’ Ele falou: ‘Não tenho’. Eu falei: ‘Acabou’.” Simples assim: ALÉM DE VIÚVO, É AMIGO FIEL E CONFIANTE.
O senhor Lula da Silva parece apostar que todos os brasileiros são tão ingênuos e inocentes quanto ele tentou parecer diante do juiz Sérgio Moro. Mas o depoimento do petista em Curitiba teve o efeito contrário: com exceção da mirrada claque arregimentada pelos sindicatos para lhe dar apoio, o País finalmente pôde ver o senhor Lula da Silva por inteiro, exatamente como ele é. E o que se viu, não fosse repugnante, seria apenas de dar dó. – O Estadão – A manchete e a imagens  não fazem parte do texto original -




sexta-feira, 12 de maio de 2017

QUANDO FOREM CONDENADOS, LULA E SEU BANDO SOMARÃO PENAS DE 300 ANOS DE CADEIA...






O ex-presidente Lula protagonizou na última quarta-feira, em Curitiba, um caso típico de “SE GRITAR, NÃO FICA UM MEU IRMÃO”: ele se fez acompanhar de impressionante número de acusados de crimes no âmbito da Lava Jato. Se forem considerados culpados os 13 políticos que aparecem com Lula em apenas uma das fotos divulgadas pelo PT, PODEM SOMAR MAIS DE 300 ANOS DE CADEIA. SÓ LULA ESTÁ SUJEITO A 124 ANOS DE PRISÃO. A informação é do colunista Cláudio Humberto, do Diário do Poder. No “GRUPO DOS 13”, dez são acusados de corrupção passiva, quatro de lavagem, além de organização criminosa e tráfico de influência.  Estavam em Curitiba enrolados como Dilma Rousseff, Gleisi Hoffmann, Miguel Rossetto, Jorge Viana, Lindbergh Farias e Marco Maia. Outros do “GRUPO DOS 13: Jandira Feghali, Maria do Rosário, Vicentinho, José Guimarães, José Mentor, Zeca Dirceu e Carlos Zarattini. Mostrando desapreço pelo dinheiro público, os parlamentares petistas foram a Curitiba usando passagens pagas pela Câmara e Senado.









POBRE MARISA LETÍCIA...

Ricardo Noblat
Para livrar-se do escândalo do mensalão em 2005, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva entregou a cabeça do ex-ministro JOSÉ DIRCEU, o coordenador de sua campanha vitoriosa à Presidência da República.
Para livrar-se do escândalo dos aloprados, quando assessores seus forjaram, em 2006, documentos contra o PSDB, ele entregou as cabeças que pôde, inclusive a do coordenador de sua campanha à reeleição, RICARDO BERZOINI.
Pouco antes, havia entregado a cabeça do ex-ministro da Fazenda ANTONIO PALOCCI quando restou provado que a máquina do seu governo fora usada para quebrar o sigilo bancário do caseiro Francenildo Costa.
Nada demais, pois, que Lula tenha se valido de sua mulher, Marisa Letícia, para livrar-se da acusação de que ganhara o tríplex do Guarujá como uma espécie de propina paga pela construtora OAS. Maria Letícia está morta.
FOI TUDO OBRA DELA, SEGUNDO LULA. FOI ELA QUE QUIS COMPRAR O TRÍPLEX — ELE, NÃO. QUANDO VISITOU O APARTAMENTO, ENXERGOU NELE MAIS DE 500 DEFEITOS. MESMO ASSIM, ELA INSISTIU EM COMPRAR PARA FAZER INVESTIMENTO, ELE NÃO.
Marisa visitou o apartamento pelo menos duas vezes, lembrou o juiz Sérgio Moro. Lula retrucou que nunca soube da segunda visita. Admitiu tê-la acompanhado na primeira, da qual há registro fotográfico.
Moro perguntou sobre a reforma do apartamento, que ganhou cozinha moderna, um elevador e outras melhorias feitas pela OAS. Lula afirmou que não encomendou nenhuma reforma. FOI COISA DE MARISA, portanto.
Diante da insistência do juiz em arrancar-lhe respostas mais precisas e detalhadas, Lula novamente invocou Marisa: “PERGUNTAR COISA PARA MIM DE UMA PESSOA QUE JÁ MORREU É MUITO DIFÍCIL, SABE? É MUITO DIFÍCIL”.
O Lula eloquente, imbatível quando desafiado, dono de um estoque inesgotável de frases prontas, deu lugar a um Lula RETICENTE, quase MONOSSILÁBICO em certos momentos, que tentava disfarçar o nervosismo.
Cobrou provas da acusação que pesa contra ele no processo. Mas, quando uma delas foi apresentada, desconversou. Moro perguntou sobre um DOCUMENTO RASURADO de compra do tríplex encontrado no seu apartamento.
Lula respondeu: “NÃO SEI, QUEM RASUROU? Eu também gostaria de saber”. E sobre o documento em si? Lula respondeu: “NÃO SEI, NUNCA SOUBE”. Consultou rapidamente o documento e o devolveu ao juiz.
A OAS pagou o armazenamento dos pertences de Lula depois que ele deixou o poder. Foi coisa de PAULO OKAMOTO, presidente do Instituto Lula, garantiu o ex-presidente. Ele só soube disso muito mais tarde.
Moro não perguntou por que Lula aceitou que a construtora pagasse uma despesa que somente a ele, Lula, caberia pagar. Foi um favor? Foi propina? Foi uma maneira de agradecer pelos contratos que firmou com o governo?
Um interrogatório como o do dia 1 serve como peça de defesa do réu. Mas serve também ao juiz para ajudá-lo a formar sua própria convicção a respeito da inocência ou da culpa do réu. Como PEÇA DE DEFESA, foi pífio...