quarta-feira, 22 de junho de 2016

NA AGENDA DE LÉO PINHEIRO CONSTAM OS NOMES DOS PILANTRAS LULA E DILMA



Deu no Estadão
A operação Lava Jato apreendeu na casa de um funcionário da OAS uma agenda do presidente da empreiteira, José Aldemário Pinheiro, o Léo Pinheiro, com o registro das reuniões, almoços e jantares com políticos, logo após a deflagração da operação Lava Jato. São encontros, a maior parte deles em hotéis de Brasília, com o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, com os ex-ministros José Dirceu e Gilberto Carvalho e com o ex-assessor da presidente Dilma Rousseff Charles Capela de Abreu – todos investigados pela Procuradoria da República.
A agenda foi encontrada em 14 de abril, nas buscas que tinham como alvo o funcionário da OAS Marcos Paulo Ramalho, secretário de Léo Pinheiro. Nas anotações, há registros ainda de encontros com parlamentares como Rodrigo Maia e Jutahy Magalhães – alvos de pedidos de investigação do procurador geral da República, Rodrigo Janot.
CADERNO PRETO – Listado pela Polícia Federal entre os itens recolhidos nas buscas da operação Vitória de Pirro – em que Léo Pinheiro é acusado de se associar ao ex-senador Gim Argello para comprar parlamentares da CPI das Petrobras, em 2014 -, o caderno preto com o nome da OAS em relevo na capa guarda ainda os registros de encontros com outros políticos, como Onix Lorenzoni, Índio da Costa e Paulo Skaf – presidente da Fiesp e candidato derrotado ao governo de São Paulo pelo PMDB, em 2014.
Preso em 14 de novembro, alvo da 7ª fase batizada de Operação Juízo Final e condenado pelo juiz federal Sérgio Moro – da 13ª Vara Federal, em Curitiba -, Léo Pinheiro negocia com a força-tarefa da Lava Jato um acordo de delação premiada, em busca de redução de pena. Sua rotina de encontros com políticos poderosos faz parte dos itens que a Procuradoria quer que o empresário detalhe.
PRISÃO DOMICILIAR - As anotações do secretário de Léo Pinheiro surgiram após ele ser mandado para casa para cumprir prisão domiciliar, por ordem do Supremo Tribunal Federal (STF). Alguns dos nomes registrados são alvos de inquéritos ou pedido de investigação feitos pela PGR.
Na mesma agenda estão os encontros de Léo Pinheiro, a maioria em abril e maio de 2014, com outros presos da operação, como o ex-tesoureiro do PT João Vaccari Neto e o lobista Julio Gerin Camargo, delator dos processos. Ele confessou ter atuado em parceria com Léo Pinheiro para blindar empreiteiras na CPI da Petrobras.
TUCANO CONFIRMA – Há ainda nomes que não havia sido citados, de partidos como o PSDB. O deputado federal Jutahy Júnior (PSDB-BA) é um dos que integra a lista.
Jutahy afirmou que o encontro foi agendado a seu pedido. “Esteve comigo, da mesma forma que esteve comigo em 2010 e 2012.” O parlamentar afirmou que, na ocasião, foi acerta da contribuição de R$ 600 mil para sua campanha e para campanhas de deputados estaduais na Bahia. Desse valor, apenas a primeira parcela de R$ 300 mil foi paga, em agosto.
Outro nome que aparece na agenda de reuniões de Léo Pinheiro é o ex-deputado federal do PSB Alfredo Sirkis (RJ), um dos principais articuladores das campanhas de Marina Silva, em 2010 e 2014 – quando ela assumiu a disputa no lugar do ex-governador Eduardo Campos, morto em desastre aéreo durante a disputa eleitoral.
O ex-presidente Lula, procurado por meio da assessoria de imprensa do Instituto Lula, não comentou o caso. Alfredo Sirkis não foi localizado para comentar o caso. E Gilberto Carvalho disse que nunca se reuniu com Léo Pinheiro.

segunda-feira, 20 de junho de 2016

DILMA É UMA EX-PRESIDENTA AJEGAIADA...



Magno Martins
Apeada do poder pela corrupção, a presidente afastada Dilma Rousseff (PT) não vai hoje fazer sua defesa oral em interrogatório marcado pela comissão de impeachment no Senado. Orientada por advogados e assessores, não poderá, no entanto, dizer mais na frente, quando for cassada na votação final do processo no plenário da Casa, que seu direito de defesa foi cerceado.
Seus assessores acham que ficar frente a frente num confronto direto com uma comissão majoritariamente oposicionista não vale a pena, seria perda de tempo. Mas Dilma não vai, na verdade, por causa do seu despreparo. Suas falas não têm começo, meio nem fim. Seu raciocínio é de quem tem um parafuso solto. Quando larga o script e os discursos escritos, a petista é um deus nos acuda.
Diz frases que não chegam a lugar algum, usa verbos mal conjugados, revela uma latente dificuldade em separar o singular do plural, exibe pensamentos mal construídos, faz analogias precárias e improvisações tortas. Ela é, enfim, a arte da política em sua mais perfeita mediocridade. ”A mulher abre o negócio, tem seus filhos, cria os filhos, e se sustenta, tudo isso abrindo o negócio”, eis uma das suas pérolas.
Uma vez discursando em Manaus: “A Zona Franca de Manaus, ela está numa região. Ela é o centro dela, porque ela é a capital da Amazônia”. Está se divertindo? Veja a perola seguinte: “Vamos dar prioridade a segregar a via de transporte. Segregar via de transportes significa o seguinte: ou você faz metrô, porque o metrô… porque o metrô, segregar é o seguinte, não pode ninguém cruzar rua, ninguém pode cruzar a rua, não pode ter sinal de trânsito, é essa a ideia do metrô. Ele vai por baixo, ou ele vai pela superfície, que é o VLT, que é um veículo leve sobre trilho. Ele vai por cima, ele para de estação em estação, não tem travessia e não tem sinal de trânsito, essa é a ideia do sistema de trilho”.
Tem outras magníficas, que viraram chacotas. Preste atenção a esta, dita lá em Minas: “Primeiro, eu queria te dizer que eu tenho muito respeito pelo ET de Varginha. E eu sei que aqui, quem não viu conhece alguém que viu, ou tem alguém na família que viu, mas de qualquer jeito eu começo dizendo que esse respeito pelo ET de Varginha está garantido”. Gostou? Ficou de queixo caído? Então, tem mais. Veja a próxima, abaixo, se não comprova que ela tem um parafuso!
“Eu ontem disse pro presidente Obama que era claro que ele sabia que depois que a pasta de dente sai do dentifrício ela dificilmente volta pra dentro do dentifrício. Então que a gente tinha de levar isso em conta. E ele me disse, me respondeu que ele faria todo esforço político para que essa pasta de dente pelo menos não ficasse solta por aí e voltasse uma parte pra dentro do dentifrício.”
A homenagem que fez também às crianças brasileiras entrou para a história. “Se hoje é o dia das crianças, ontem eu disse que criança… o dia da criança é dia da mãe, do pai e das professoras, mas também é o dia dos animais, sempre que você olha uma criança, há sempre uma figura oculta, que é um cachorro atrás.”
O tropeço mais famoso, porém, se deu durante entrevista coletiva em Nova Iorque, num evento da Organização das Nações Unidas (ONU). A petista sugeriu a invenção de uma tecnologia para estocar vento.
“Até agora, a energia hidrelétrica é a mais barata, em termos do que ela dura com a manutenção e também pelo fato da água ser gratuita e da gente poder estocar. O vento podia ser isso também, mas você não conseguiu ainda tecnologia para estocar vento. Então, se a contribuição dos outros países, vamos supor que seja desenvolver uma tecnologia que seja capaz de na eólica estocar, ter uma forma de você estocar, porque o vento ele é diferente em horas do dia. Então, vamos supor que vente mais à noite, como eu faria para estocar isso?”
Parece mentira? Mas esta é a presidente transloucada que Lula, responsável por levar o País a um patamar inaudito de corrupção, inventou para fazer a maior de suas obras: quebrar o Brasil. O País deixado por ela é um circo de horrores, que despencou no abismo pela corrupção sistêmica. Por isso que ela não tem coragem de enfrentar os senadores na Comissão de Impeachment. - A manchete e as imagens não fazem perte do texto original - 
PITACO DO BLOG CHUMBO GROSSO: - QUALQUER BRASILEIRO SENSATO CONCORDA PLENAMENTE COM O JORNALISTA MAGNO. A NOSSA NAPOLEOA DE HOSPÍCIO É TÃO BURRA QUE NÃO É CAPAZ DE JUNTAR DUAS ORAÇÕES SUBORDINADAS SEM SE PERDER NAS INTERCALADAS. PENSE NUMA JUMENTA SEM MÃE ELEVADA A MILÉSIMA POTÊNCIA!!!



20 ANOS DEPOIS, NINGUÉM SABE QUEM MATOU PC FARIAS...


Queima do arquivo de PC Farias é exemplo de um crime perfeito


Estêvão Bertoni e Juca Varella

Dois tiros sem nenhum autor. Dois mortos numa casa vigiada por quatro seguranças sem nenhum culpado. O assassinato de Paulo César Cavalcante Farias e de Suzana Marcolino da Silva completa duas décadas na próxima quinta (23) com a mesma pergunta sem resposta: “Quem matou PC Farias?”.
Faz 20 anos que se busca uma solução para um crime que abalou a política brasileira nos anos 90 e que, desde o júri em 2013, foi reconhecido como duplo homicídio.
Até hoje, porém, não se sabe quem atirou no tesoureiro de campanha do ex-presidente Fernando Collor (1990-92). Nem se houve mandante para o assassinato da peça central do esquema de corrupção que levou ao primeiro impeachment do país, em 1992.
SUICÍDIO – PC foi encontrado morto na manhã de 23 de junho de 1996 pelos seguranças. Vestindo pijama, estava na cama, ao lado da namorada, numa casa de praia em Guaxuma, zona norte de Maceió. Cada um levara um tiro no peito.
A primeira hipótese dizia: Suzana, que comprara um revólver Rossi calibre.38, matou PC e depois se suicidou. O motivo: ele estaria determinado a terminar o namoro.
“De imediato as secretarias de Segurança e Justiça declararam que foi crime passional”, lembra George Sanguinetti, professor de medicina legal, coronel reformado da PM e um dos primeiros a contestar o suicídio.
Horas antes de morrer, Suzana deixara recados no celular de um dentista com quem se consultara. “Espero um dia rever você, nem que seja na eternidade”, disse.
FESTAS JUNINAS – Os tiros não foram ouvidos, segundo os seguranças, pois era época de festas juninas. Um laudo do legista Fortunato Badan Palhares confirmaria a tese de homicídio seguido de suicídio. Havia só um porém: ele deixara de medir Suzana na exumação. Dera a ela 1,67 m com base numa ficha, e a PC, 1,63 m.
Em 1999, uma série de reportagens da Folha derrubou o laudo de Palhares. Fotografias provavam que Suzana era mais baixa que PC: tinha 1,57 m. O próprio legista escrevera em artigo que, se a altura estivesse errada, todo seu laudo também estaria.
ALTURA DE SUZANA – A diferença na altura, associada à trajetória do tiro contra Suzana, dificultava a tese do suicídio. Exames mostram que os elementos químicos da bala não estavam todos na mão dela.
“Eu sempre disse: passional foi o inquérito”, diz Sanguinetti. Ele defende que uma fratura comprova que Suzana foi esganada e morta.
Para Luiz Vasconcelos, promotor que trabalhou no caso, as provas são incontestáveis. “Não é que eu tenha 99% de certeza, tenho 100% de certeza de que Suzana não matou Paulo César.”
OS SEGURANÇAS – Descartada a tese inicial de crime passional, os quatro seguranças de PC que trabalhavam no local das mortes foram a júri popular em 2013.
Os jurados, apesar de terem entendido que uma terceira pessoa matou o casal e que os seguranças poderiam ter evitado as mortes, absolveram os réus.
O promotor que atuou no júri, Marcus Mousinho pediu a anulação do julgamento. Diz que a decisão foi contrária às provas dos autos e que uma jurada soube, ainda confinada, que o marido havia sofrido ameaça. O recurso não foi analisado até hoje.
A tese do duplo homicídio, apesar do veredito de um júri, peca por não ter chegado aos autores. Para Mousinho, isso se deve a falhas da polícia na investigação, como não preservar a cena do crime.
O IRMÃO DE PC – A suspeita já recaiu sobre Augusto Farias, ex-deputado e irmão de PC. Ele esteve na casa horas antes das mortes e chegou a ser indiciado, mas o inquérito foi arquivado em 2002, no Supremo. Augusto sempre negou envolvimento.
Passadas tantas discussões, nem Sanguinetti nem os promotores acreditam que os responsáveis sejam identificados. Os irmãos de Suzana ainda têm essa esperança.
“Ninguém quis resolver. Por que não? No Brasil, quando a polícia e a Justiça querem, se resolve”, diz a jornalista Ana Luiza Marcolino, 56, irmã de Suzana.

domingo, 19 de junho de 2016

FEIJÃO ESTÁ MAIS CARO QUE WHISKY...






Joyce de Souza
Domingão, dia de feijoada. "Só que não!", como se diz na gíria. O feijão, que junto com o arroz integra o prato mais popular do país, passou a ser visto como artigo de luxo. Comercializado em Salvador por até R$ 15 (o quilo), o grão ganhou as redes sociais em memes (vídeos e áudios de humor que circulam na internet) que agora também já tomam conta das conversas entre amigos. As piadinhas estão presentes inclusive nos mercados onde o produto é vendido, sempre em meio a trocadilhos que o associam a jóias, fortunas e prêmios milionários de loteria.
Não é para menos: só nos primeiros cinco meses do ano, o preço do feijão subiu 43,13% em Salvador, segundo pesquisa feita pelo Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese). "Do jeito que está, feijoada agora só mesmo para quem está pagando promessa para Ogum, ainda assim reduzindo a quantidade", diz o feirante Valter Mendes, que vende o produto em boxe no mercado das Sete Portas, em Salvador.
Na capital baiana, o quilo do feijão já chega a R$ 15 nos mercados de bairro, alimentando cada vez mais apenas os memes da internet e as piadinhas na feira, onde o produto é vendido cru ou cozido nas barraquinhas de comida "popular". Elas são as preferidas de boa parte dos baianos que já se acostumou a "bater o feijão" no domingo: ou seja, deliciar-se com uma boa feijoada para recarregar as energias.


MEMES E PIADAS

"Para comprar feijão agora só vindo buscar com carro-forte", brinca um dos frequentadores da Feira das Sete Portas, no centro da cidade, ao passar em frente ao box Casa da Fazenda, onde "Seu Valter" vende agora o quilo do produto, tipo mulatinho, por R$ 13 e R$ 14, a depender do tamanho do grão. "Carioquinha, a gente nem vende mais, pois está ainda mais caro", conta Mendes, que diz já ter se acostumado à pilhéria sobre o tema.
Segundo o feirante, embora seus clientes tenham "dado um tempo" de oferecer feijoada no almoço para os amigos no domingo, o feijãozinho tradicional do dia a dia ainda vem sendo mantido, nem que seja com a substituição pelo tipo preto, que está custando, em média, metade do preço do carioquinha e mulatinho. "Baiano que é baiano não fica sem feijão não", assegura Mendes. "É o que dá sustança", completa o feirante, em bom "baianês".
ESPETINHO DE FEIJÃO


TRADIÇÃO NA BAHIA

Quem tem o costume de comer feijoada nas barraquinhas da Feira das Sete Portas ainda encontra o preço do prato igual ao que era cobrado no início do ano, conforme garantem comerciantes como José Nunes: R$ 17 (prato feito) e R$ 33 (comercial) na barraquinha dele "Tempero e Qualidade", conhecida pelo "feijão da Dona Sirleide", a cozinheira. "Mesmo com preço alto, o feijão não pode faltar, porque já virou tradição entre os clientes", ressaltam Sirleide e "seu patrão".
No início do mês, "Seu Nunes" ainda conseguiu comprar o quilo do produto por R$ 11. Esta semana, o preço mais barato já havia subido para R$ 12. Foi por este mesmo valor que a pequena empresária Glória Sacerdote comprou os 13 quilos de feijão que usa semanalmente no restaurante "Feijoada da Glória", no andar superior do mercado das Sete Portas. "Muita gente gosta de bater o feijão logo cedo, e às seis da matina, em pleno domingo, já tem gente esperando", conta a comerciante.
Para manter a clientela, "Dona Glória" encomenda o feijão direto de Irecê, no interior do estado, e sequer cogita trocar o feijão mulatinho pelo preto, mais barato. "O baiano que vem aqui não quer comer feijoada carioca, de feijão preto; ele pode até ter substituído o feijão em casa, mas aqui ele quer encontrar a feijoada baiana", frisa, completando: "Em tempos de crise, eu não posso arriscar perder a clientela"



LULA FEZ TRÁFICO DE INFLUÊNCIA EM FAVOR DA OAS NO EXTERIOR






EM ACORDO DE DELAÇÃO, LÉO PINHEIRO DISSE QUE, EM CONTRAPARTIDA ÀS OBRAS NO SÍTIO DE ATIBAIA E NO TRIPLEX DO GUARUJÁ, LULA AJUDOU A EMPREITEIRA FORA DO PAÍS. TROCA DE FAVORES COMEÇOU QUANDO O PETISTA ERA PRESIDENTE



A disposição do juiz Sérgio Moro desde a semana passada, o arsenal de provas preparado por agentes federais e investigadores contra o ex-presidente Lula será robustecido em breve pelo que os procuradores da Lava Jato classificam de a “BALA DE PRATA” capaz de aniquilar o petista. O tiro de misericórdia – a julgar pelo cardápio de revelações ofertado durante as tratativas para um acordo de delação premiada – será desferido pelo empresário Léo Pinheiro, um dos sócios do grupo OAS. Conforme apurou ISTOÉ junto a integrantes da força-tarefa da operação Lava Jato em Curitiba, ao se dispor a desfiar com profusão de detalhes a maneira como se desenvolveram as negociações para as obras e reformas no sítio em Atibaia e no tríplex do Guarujá, tocadas pela OAS, Pinheiro já forneceu antecipadamente algumas das peças restantes do quebra-cabeças montado desde o surgimento das primeiras digitais de Lula no esquema do Petrolão.

O IMPLICANTE E O IMPLICADO
Léo Pinheiro, da OAS, já
antecipou que  confirmará que
tanto o sítio quanto o tríplex
pertenceriam a Lula 


Diz respeito às contrapartidas aos favores prestados pela empreiteira ao ex-presidente. De acordo com o relato preliminar de Pinheiro, em troca das obras no sítio e no tríplex do Guarujá, o petista se ofereceu para praticar tráfico de influência em favor da OAS no exterior. A OAS acalentava o desejo de incrementar negócios com o Peru, Chile, Costa Rica, Bolívia, Uruguai e nações africanas. Desenvolto no trânsito com esses países, Lula se prontificou a ajudá-los. Negócio fechado, coube então ao petista escancarar-lhes as portas. Ou, para ser mais preciso, os canteiros de obras. Se até meados de 2008 a OAS engatinhava no mercado internacional, hoje a empresa possui 14 escritórios e toca 20 obras fora do País – boa parte delas conquistada graças às articulações do ex-presidente petista.

Tráfico de influência quando praticado por um agente público é crime. Torna-se ainda mais grave quando em troca do auxílio são ofertados favores privados provenientes de uma empresa implicada num dos maiores escândalos de corrupção da história recente do País, o Petrolão. As revelações de Pinheiro, segundo procuradores da Lava Jato, FEREM LULA DE MORTE. O empreiteiro planeja deixar claro ainda que Lula é o real proprietário tanto do sítio em Atibaia quanto do tríplex no Guarujá. Assim, o ex-presidente estará a um passo de ser formalmente acusado pelos crimes de ocultação de patrimônio, lavagem de dinheiro e tráfico de influência. Um futuro julgamento, provavelmente conduzido pelo juiz Sergio Moro, poderá resultar em condenação superior a dez anos de reclusão.





Ainda durante as negociações para o acordo de delação premiada, Pinheiro prometeu DETALHAR o mal contado episódio do aluguel patrocinado pela OAS de 10 contêineres destinados a armazenar o acervo museológico do ex-presidente da República. O que se sabia até agora era que a empreiteira havia gasto R$ 1,3 milhão para guardar os objetos retirados do Palácio do Planalto, do Palácio da Alvorada e da Granja do Torto durante a mudança do ex-presidente. Parte dos itens ficou acondicionada em ambiente climatizado, em um depósito da transportadora Granero em Barueri, na região metropolitana de São Paulo. O restante foi armazenado a seco, em outro balcão no Jaguaré, na capital paulista. De lá, os itens foram transportados para o sítio em Atibaia. Elaborado de forma dissimulada para escamotear o seu real beneficiário, o contrato celebrado pela OAS com a transportadora Granero ao custo R$ 21.536,84 por mês por cinco anos tratava da “armazenagem de materiais de escritório e mobiliário corporativo de propriedade da Construtora OAS Ltda”. Segundo apurou ISTOÉ, além de, obviamente, confirmar mais um préstimo a Lula, Pinheiro já disse que as negociações ocorreram quando o petista ainda ocupava a Presidência da República, em dezembro de 2010.

A se consumar o que foi esquadrinhado no acordo para a delação de Pinheiro, pela primeira vez será possível estabelecer que Lula cultivou uma relação assentada na TROCA DE FAVORES FINANCEIROS com a OAS quando ainda era o mandatário do País. O depoimento desmontará o principal argumento utilizado por advogados ligados ao PT sempre quando confrontados com informações sobre a venda de influência política por Lula no exterior para empresas privadas nacionais: o de que não constitui ilícito o fato de um ex-servidor público viabilizar negócios de empresas privadas nacionais com governos estrangeiros. No “toma lá, dá cá” entre o petista e a OAS, o “dá cá” ocorreu quando Lula encontrava-se no exercício de suas funções como presidente da República.

O que o ex-presidente da OAS já antecipou aos procuradores é apenas um aperitivo. O prato principal descerá ainda mais amargo para Lula e virá a partir dos depoimentos propriamente ditos. Obviamente, não basta apenas o delator falar. É necessário fornecer provas sobre os depoimentos, sem as quais o aspirante à delação premiada não se credencia para a diminuição da pena. Quanto a isso, tudo está tranqüilo e favorável para o empreiteiro. E desfavorável para Lula. Pinheiro está fornido de documentos, asseguram os investigadores. PROMETE ENTREGAR TODOS ELES. Dessa forma, mais uma tese de defesa do petista será demolida. Ficará comprovado que tanto o sítio em Atibaia como o tríplex no Guarujá pertenceriam mesmo a Lula. No papel, o sítio é de propriedade dos empresários Jonas Suassuna e Fernando Bittar, irmão de Kalil Bittar, sócio de Lulinha. Na prática, era Lula e sua família quem usufruíam e ditavam as ordens no imóvel. O enredo envolvendo o apartamento no Guarujá é mais intrincado, mas não menos comprometedor para família Lula da Silva. Além de abundantes indicativos relacionando Lula ao tríplex, reunidos num processo pelo MP-SP, há uma imagem já tornada pública que registra um encontro do próprio Léo Pinheiro com Lula. A foto, tirada do hall de acesso aos apartamentos, registra uma vistoria padrão de entrega de chaves, segundo depoimento prestado por Wellington Carneiro da Silva, à época o assistente de engenharia da OAS, responsável por fiscalizar as obras do Edifício Solaris. No depoimento, ele disse que o imóvel estava em nome da OAS, mas sabia que a família a morar no apartamento seria a de Lula. Pinheiro confirmará à força-tarefa da Lava Jato que o imóvel foi um regalo ao petista e que a pedido do ex-presidente assumiu obras da Bancoop, pois a cooperativa estava prestes a dar calote nos compradores dos apartamentos.




Nos últimos dias, Lula voltou a entoar como ladainha em procissão a fábula da superioridade moral. Reiterou que “NÃO HÁ NINGUÉM MAIS HONESTO” do que ele. Como se vê no desenrolar das negociações para a delação, Pinheiro, simpatizante do PT e com quem Lula viveu uma relação de amizade simbiótica desde os tempos do sindicalismo, o fará descer do pedestal ético erguido por ele próprio com a contribuição dos seus fiéis seguidores. O acordo ainda não está sacramentado, mas flui como mel. Para os investigadores não pairam dúvidas: Pinheiro provará que Lula se beneficiou pessoalmente dos esquemas que fraudaram a Petrobras. Os relatos e documentos apresentados pelo executivo, hoje um dos sócios da OAS, poderão reforçar uma das denúncias contra Lula que a Lava Jato pretende apresentar por crimes relacionados ao Petrolão. Seriam pelo menos três. Já haveria elementos comprobatórios, segundo investigadores, para implicar Lula por corrupção passiva e lavagem de dinheiro por favores recebidos não só da OAS como da Odebrecht. Resta saber o momento em que as denúncias seriam apresentadas, uma vez que podem resultar numa condenação superior a dez anos de cadeia. Há uma vertente da Lava Jato que prefere aguardar o desfecho da tramitação do impeachment da presidente Dilma Rousseff no Senado. Seria uma maneira de evitar uma possível convulsão social no País, antes do desenlace do julgamento tido como crucial para os rumos políticos nacionais. Outro grupo, por ora majoritário, não admite que o critério político prevaleça sobre o técnico. Por isso, Lula anda insone, segundo interlocutores próximos.

Mensagens apreendidas no celular de Léo Pinheiro já evidenciavam a influência de Lula em favor da OAS fora do País, conforme revelou o empreiteiro nas tratativas para a delação. Constam do relatório de cerca de 600 páginas encaminhados pela Polícia Federal à Procuradoria-Geral da República no início deste ano. Nas mensagens, Pinheiro conversava com seus funcionários para decidir viagens do ex-presidente ao exterior e já mencionava a contribuição dele em obras fora do Brasil. No capítulo “Brahma”, codinome cunhado pelo empresário para se referir a Lula, a PF listou pelo menos nove temas de interesse de Pinheiro que teriam sido abordados com o petista. Entre eles estão programas no Peru, na Bolívia, no Chile, no Uruguai e na Costa Rica. São citados numa mensagem encontrada pela PF o “Programa Peru x Apoio Empresarial Peruano e Empresas Brasileiras”, o “Apoio Mundo-África” e a “Proposta Mundo-Bolívia”. Num torpedo de Jorge Fortes, diretor da OAS, para Leo Pinheiro, dias depois de a presidente da Costa Rica, Laura Chinchilla, ter anunciado o cancelamento da concessão outorgada à empreiteira para a construção de uma estrada avaliada em US$ 523,7 milhões, ele diz o seguinte: “Presidente Lula está preocupado porque soube que o Ministério Público vai entrar com uma representação por causa da Costa Rica”. Num SMS para Pinheiro, em novembro de 2013, César Uzeda, executivo da OAS, diz que colocou um avião à disposição para Lula embarcar rumo ao Chile ao meio dia. “Seria bom você checar com Paulo Okamotto (presidente do Instituto Lula) se é conveniente irmos no mesmo avião”. No mesmo conjunto de mensagens, o ex-presidente da OAS diz para um funcionário da empreiteira: “Lula está procurando saber sobre obras da OAS no Chile”. Na delação, o empresário promete confirmar que as trocas de mensagens se referiam mesmo à atuação de Lula em favor da OAS no exterior.

À Lava Jato interessa perscrutar os segredos mais recônditos de Lula. E Léo Pinheiro possuía intimidade suficiente para isso. O empreiteiro foi apresentado a Lula no início da década de 1980. Quando o petista ingressou na política, o empreiteiro logo marcou presença como um dos principais doadores de campanha. A ascensão de Lula ao Palácio do Planalto foi acompanhada da projeção da OAS no mercado interno. Dono de acesso irrestrito aos gabinetes do poder, Pinheiro se referia a Lula como “CHEFE”. A relação se deteriorou quando o empresário foi privado de sua liberdade. O sócio da OAS apostava no prestígio de Lula para livrá-lo do radar da Lava Jato. Ameaçado de morte num diálogo cifrado com um carcereiro no Complexo Médico-Penal de Curitiba, o empresário tomou a decisão de fazer do testemunho sua principal arma de defesa e trilha para salvação. SOBRARÁ PARA LULA...



O ministro Teori Zavascki, do Supremo Tribunal Federal (STF), também encaminhou semana passada para o juiz Sérgio Moro, de Curitiba, apurações envolvendo os ex-ministros Jaques Wagner (Chefia de Gabinete da Presidência), Ideli Salvatti (Direitos Humanos) e Edinho Silva (Comunicação Social) e o ex-presidente da Petrobras, José Sérgio Gabrielli. Uma das investigações envolvendo Wagner surgiu de depoimento do ex-diretor da Petrobras, Nestor Cerveró, que em delação premiada apontou RECEBIMENTO DE PROPINA na Petrobras junto com Gabrielli. O material sobre Ideli Salvatti também é baseado na delação de Cerveró, que apontou que ela usou cargo no governo para renegociar uma dívida de R$ 90 milhões de uma transportadora de Santa Catarina com a BR Distribuidora, uma subsidiária da Petrobras. Na delação, ele diz que “imagina que a ministra Ideli e outros políticos” receberam propina no negócio. O caso de EDINHO SILVA é fundamentado na delação do ex-presidente da construtora UTC Ricardo Pessoa. Aos investigadores, ele narrou encontro em que o ex-ministro teria pressionado por doações para a campanha da presidente afastada Dilma Rousseff nas eleições de 2014.








sábado, 18 de junho de 2016

A HECATOMBE COMO THEATRO



CINE THEATRO JARDIM DE GARANHUNS

Por Altamir Pinheiro

A hecatombe de Garanhuns poderia e deveria ser transformada, em seu centenário, numa peça de THEATRO, antes que as cortinas se fechem e a peça termine com vaias ou sem aplausos... Só assim, a tragédia política da terra de Simôa, no campo da dramaturgia,   teria uma história chamada somente  sua!!! Seguindo essa linha de raciocínio gostaria de afirmar que, este humilde escriba que ora vos fala ou escreve, não é nem muito menos tem tendência para ser um roteirista ou até mesmo  um produtor de peça teatral, mas entende que, cairia muito bem transformar a tragédia da HECATOMBE DE GARANHUNS, em seu centenário, numa pujante e fatal peça teatral, com atrizes e atores locais, donde,  seus atos e cenas, perfizessem os caminhos personificados e simbolizados nas imposições políticas da época, sendo determinadas pelas "leis humanas" do arbítrio, acontecido naquele mortífero janeiro de 1917.  A finalidade dessa obra trágica seria justamente combater as duas posições extremistas, punindo ambas por não buscarem um acordo e desejarem prevalecer uma sobre a outra. Ou seja, o poder pelo poder, na marra!!!

Até onde se sabe ou se tem pesquisado, a dramaturgia e a própria história do THEATRO remonta desde a Grécia antiga, na qual a representação teatral era concebida como a principal atividade artística e,  lendo-se sobre o assunto, chegamos a conclusão ou um raciocínio simplificado que, encenavam-se peças, em especial as TRAGÉDIAS, cujo intuito era conduzir o expectador ou  a plateia a se sentir provocada, mas, evidentemente, de forma controlada, o despertar de emoções contidas e omitidas, que precisam ser manifestadas e expostas, para a liberação de bloqueios emocionais, uma espécie de purificação da alma, dada pela liberação das emoções que provocaria aos presentes, advinda de um script de cenas fortes de um espetáculo teatral baseado na montagem tendo como pano de fundo FATALIDADES na forma e contorno da carnificina feito a ocorrida em  1917.  

Alguém pode pensar que um projeto relativamente simples, porém dispendioso, financeiramente falando,  tem como objetivo transformar idéias e aspirações em ações concretas que possam aproveitar oportunidades, solucionar problemas, atender a necessidades ou satisfazer desejos. NADA DISSO!!! Primordialmente, a peça em seu bojo, traria como prioridade absoluta, um projeto  cultural  que  tem por objetivo, A CURTO PRAZO,  atingir ou ter como escopo e mira  dados específicos que seria retratar através de uma montagem de peça teatral um espetáculo que diz respeito, especificamente e, tão somente, a população de Garanhuns. E, OUTRA: sem fins lucrativos, claro!!! fica evidenciado que, ao se especificar a meta de um projeto, deve-se buscar respostas para as questões: para que? e para quem? E qual a importância e benefícios que  serão alcançados pelo público-alvo do projeto em si?!?!?! Apenas marcar a data. Afinal, não é toda dia que  se completa 100 anos... 

Quem poderia  PATROCINAR, BANCAR, FINANCIAR,  uma atividade de pequeno porte como esta?!?!?! A prefeitura do município, Empresa tipo Ferreira Costa (através da Lei Rouanet), e outras alternativas que poderão surgir  através de  elaboração de um orçamento que fosse apresentado pela equipe responsável  com  a previsão e o controle dos gastos que o projeto terá. Nessa perspectiva, responde à questão: quanto? E como diminuir os custos?!?!?! O orçamento deve servir como um resumo financeiro do projeto no qual se indica quanto será gasto para sua realização e como. É uma ferramenta importante na gestão do projeto para o acompanhamento das despesas previstas e realizadas. Geralmente, poderia agruparem-se os custos em blocos de despesas amenas, como fornecimento gratuito por alguma entidade de material de consumo; ter uma equipe administrativa sem fins remuneratórios; conseguir pelo 0800, serviços de terceiros; cachês baratos dos atores amadores; conseguir baratear o aluguel de  equipamentos, alimentação e  transporte; instalações e infra-estrutura, entre outros. Isso facilitaria a organização e o controle dos gastos. 

No que diz respeito aos cenários e vestimentas que encarecem e muito a montagem do espetáculo, que tal jogar a responsabilidade em cima da prefeitura, das secretarias de cultura, turismo e obras, como também  da comissão memorial do centenário?!?!?! Todo esse pessoal, conjuntamente,  procurariam com aval do prefeito a REDE GLOBO NORDESTE para ver se ela forneceria os trajes típicos da época do seu vasto guarda-roupas, principalmente os trajes femininos e demais utensílios que remontam do começo do Século XX. Apetrechos estes, que  a REDE GLOBO poderia muito bem fornecer a título de empréstimo temporário, depois teria sua   devida devolução. E MAIS: Que tal a prefeitura patrocinar o relançamento do livros OS SITIADOS(Hecatombe de Garanhuns), haver uma campanha maciça de divulgação de vendas por preços módicos e toda a renda ser dividida entre o autor do livro, e outra porcentagem das vendas formar caixa do projeto em curso?!

É difícil, mas não  impossível!!! Porém, existem uma parafernália de opções, como mais alguns   exemplos, a começar por:   investimento do poder público em cultura que pode ser feito pela instância federal, estadual ou municipal. Haja vista que cada uma delas tem mecanismos próprios de atuação, as chamadas leis de incentivo à cultura; formação de convênios com organizações da sociedade civil; apresentar o projeto para pessoas físicas e jurídicas que possam repassar ao projeto parte do imposto devido. Ou então, conseguir, com os meios de comunicação local, através de uma campanha de divulgação em massa uma fonte possível de captação de recursos tanto de pessoas individuais como da comunidade ou grupos como um todo. Zebra é se aparecer pretextos ou motivos de, falta de tempo, perda de tempo, falta de métodos ou desculpas esfarrapadas cheias de má vontade e de pessimismo. Aliás, QUANDO A GENTE NÃO QUER... QUALQUER DESCULPA, SERVE!!

A HECATOMBE COMO TABU

O ASSASSINO DO PREFEITO ELEITO
JÚLIO BRASILEIRO



Por Altamir Pinheiro

Etimologicamente falando, a palavra  TABU é algo sagrado, especial, perigoso ou pouco limpo. Quanto à HECATOMBE DE GARANHUNS, em tempos remotos, também poderíamos tratá-la, como ALGO sagrado, misterioso, especial, perigoso ou pouco limpo...  Afinal, durante dezenas de anos a chacina política de 1917 foi considerada assunto tabu nas rodas de conversas familiares em nossa arcaica  e antiquada sociedade. Tema inviolável; conversa sagrada; a hecatombe era ou foi constituída no imaginário daquela conservadora sociedade, um MALFEITO  pouco limpo  porque supostamente trazia ou fazia  mal a uma pessoa, a um grupo ou até mesmo e, principalmente, a determinadas castas  genealógicas que compunham a sociedade garanhuense da época!!!

POIS BEM!!! Costumeiramente se diz que a vingança é o alimento da dor. Não é à toa que, a vingança fez de uma crise familiar uma "guerra civil". Foi justamente o que aconteceu com a propalada Hecatombe de Garanhuns!!! Só para se ter uma ideia, vamos pegar uma carona e bebericar somente um aperitivo de um trecho do livro OS SITIADOS(Hecatombe de Garanhuns), do escritor Garanhuense Cláudio Gonçalves de Lima que na trama era um jornalista de páginas policiais.  EI-LA: "Na cadeia, as cenas eram de desespero. As esposas, em histerismo, cabelos em desalinho, choravam com os órfãos a perda irreparável do marido; abraçados, as lágrimas caiam as bagas em meio a todo sofrimento, o desespero rolava na face de cada um. Eram imagens terríveis para o repórter, que embora acostumado desde muito as graves comoções e perversidades, jamais presenciara tamanha tragédia. Naquele dia o destino lhe reservou ser marcado por tão tristes acontecimentos".

Muito se falou, através de cochichos,  das vinganças malignas  e de pura selvageria  ocorridas durante muito tempo logo após o acontecido. Por isto, o assunto era motivo de tabu!!! Até porque, depois de mais de 20 anos, a última vingança, o último protagonista que fez parte daquela matança na cadeia, tombou sem vida, já bastante idoso, na cidade de Propriá, Estado de Sergipe, conforme nos conta o excelente livro,  "ANATOMIA DE UMA TRAGÉDIA: A Hecatombe de Garanhuns", do ótimo escritor Mário Márcio de Almeida Santos que morreu recentemente, há pouco mais de um ano quando residia no Bairro de Casa Forte no Recife. Também tivemos vários escritores que trataram do citado episódio, como:   Alfredo Leite Cavalcanti, Luiz Souto Dourado, Alberto da Silva Rego e até um  cordel do nosso querido Gonzaga de Garanhuns sobre a chacina, como também  as memórias de Luiz Jardim, que teve o seu pai morto na vingança da morte de Júlio Brasileiro, Luiz Inácio Jardim(considerado um dos maiores romancistas do Brasil), que depois da carnificina partiu para Recife, aos 16 anos de idade, de lá foi embora  para o Rio de Janeiro e nunca mais, em vida,  voltou à sua terra natal!!! 

Nos idos de 2004, O então jornal  CORREIO SETE COLINAS(que lamentavelmente deixou de circular há poucos anos),  fez uma precisa referência ao episódio, quando o jornalista Roberto Almeida assim o descreveu em um pequeno trecho: "A hecatombe é um capítulo negro na história de Garanhuns, um fato que vitimou muitos inocentes, como o heroico cabo Cobrinha, que morreu tentando proteger as famílias guardadas na cadeia pública. Depois dos assassinatos cometidos pelos partidários do coronel Vila Nova, muitas pessoas envolvidas nesses crimes também foram mortas e durante muito tempo o município teve de conviver com a guerra provocada pelo gesto solitário de Sales Vila Nova".

Partindo-se do princípio que a luta do poder político em Garanhuns descambou para uma afamada hecatombe, ocorrida através de uma tomada de poder à bala, que por tabela  transformou-se  num sentimento de vingança, conclui-se que: como afirmam os mais antigos, donde,  para uma satisfação momentânea, busca-se a vingança; porém, para uma felicidade duradoura, empenha-se através  do perdão... Mas, afinal de contas, quais das famílias envolvidas naquela tragédia sangrenta saíram  vencedoras?!?!?! NENHUMA!!! Pois, já dizia Confúcio que,  antes de embarcar em uma vingança, cave duas covas...

Foto: Jornal DAC


A HECATOMBE DA PAZ



CADEIA PÚBLICA DE GARANHUNS, ONDE FORAM
CHACINADAS  16 PESSOAS NA CHAMADA
HECATOMBE DE GARANHUNS, EM JANEIRO/1917


Por Altamir Pinheiro

Quase um Século depois, realizou-se no salão nobre da prefeitura de Garanhuns, na manhã do dia 14 de junho de 2016, NÃO uma chacina, uma matança, uma carnificina ou até mesmo o embate de  sacrificar  várias vidas, para a tomada do poder político do município, mas um ADVENTO de harmonia, da concórdia e de tranquilidade, que poderíamos denominá-lo, em pleno Século XXI de, HECATOMBE DA PAZ.  Afinal, já diz o escrito Paulo Coelho que,  bom combate é aquele que você trava com o coração cheio de paz, e foi o que aconteceu naquele ambiente com o belíssimo encontro dos descendentes de várias gerações, todos  empunhando os quadros fotográficos / imagens / gravuras dos protagonistas daquele embate político sangrento dos idos de 1917, das famílias Jardim, Maia, Miranda, Brasileiro, como também dos Sales Vila Nova. Todo esse pessoal se fizeram presentes naquele ambiente sendo referendado pelo prefeito Izaías Régis e o Comandante do 9º BPM em um advento dos tempos modernos, da tecnologia e da internet e porque não dizer, também, DA PLENA PAZ FAMILIAR presenciada por todos que se faziam presentes.

Uma hecatombe pode ser considerado como algo natural ou artificial, no caso específico do município de Garanhuns, no começo do Século XX(Janeiro/1917), houve um fenômeno desta natureza, só que, foi causada  por seres humanos. Não podemos comparar ou fazer uma analogia da HECATOMBE DE GARANHUNS, do porte do atentado às Torres Gêmeas, acontecido no começo do Século XXI ou até mesmo um holocausto, mas para os nossos padrões de cidade pacata e, para a época, não deixou de ser, digamos, um apocalipse político ou poderíamos traçar um paralelo  como um episódio, para os tempos modernos,  o que aconteceu no Carandiru, haja vista que aquela chacina foi algo muito chocante para os policiais matantes e as pessoas que assistiam e todos nós que presenciamos dezenas de corpos estirados no chão apresentado pelo sistema televisivo e em cores...

Na entrega e exposição dos quadros dos ex-prefeitos Manoel Jardim, Francisco Veloso, Argemiro Miranda e Júlio Brasileiro, teve como palestrante o escritor Cláudio Gonçalves de Lima que teceu brilhantes palavras daquele acontecimento centenário, até porque, o escritor orador é autor do livro OS SITIADOS(Hecatombe de Garanhuns) e a apresentação das respectivas biografias ficou com o vereador Audálio Ramos Filho que fez bela explanação daqueles ex-prefeitos, que ora, estavam sendo narrados, quadros estes que ficarão dependurados em definitivo  ou à mostra no salão nobre da prefeitura, doados pela Comissão Memorial do Centenário da Hecatombe de Garanhuns, muito bem representada por vários componentes naquela ocasião. O encontro foi felicitado e congratulado pelo senhor prefeito que, na ocasião, agradeceu aquele reconhecimento prestado aos protagonista que foram colegas prefeitos, ao mesmo tempo, que se pronunciou com ênfase à administração do prefeito mais cultural de Garanhuns, Luiz Souto Dourado, que teve a visão e o deslumbramento de transformar à antiga estação ferroviária em um centro cultural e encerrou sua palavras fraseando o seguinte: "Povo sem história é povo sem futuro".

A palavra hecatombe é considerada como uma catástrofe, um massacre de muitas pessoas e Garanhuns fez parte desse casuísmo de poderio  cego. Naquela ocasião o poder político foi tomado na marra, na base da bala, na lei do mais forte, mesmo que momentaneamente. Que fatos desta natureza não venha mais  se repetir por essas cercanias e que sirva de exemplo para nossa geração e proles futuras. Aliás, é nossa obrigação, é nosso dever dizer aos jovens o que é uma tomada de poder na marra ou até mesmo  um golpe de estado. Nós, que de certa parte, vivemos uma ditadura militar sabemos muito bem o que é isso. Portanto, hoje, somos obrigados a passar sal em nossas tão raladas feridas, que jamais pararam de sangrar. Fazer as perebas sangrarem é obrigação de cada um dos que  pouco ou muito sofreram naquele período e ainda têm voz para falar. Alguns já se calaram para sempre. Outros, agora se calam por vontade própria. Terceiros, por cansaço. Muitos, por desânimo... Fazer o quê?!?!?!

Foto gentilmente roubada lá do Blog de Roberto Almeida.