LULA CAUSA MENOSPREZO, DESDÉM E INDIFERENÇA AS CIDADES DE GARANHUNS E CAETÉS.
Altamir Pinheiro
Ao frustrar as expectativas de todo o Agreste Meridional de Pernambuco no que diz respeito ao lançamento de estréia do filme “LULA, O FILHO DO BRASIL”, região esta, que aguardava com muita ansiedade um desfecho feliz e, como também, acalentava uma exibição apoteótica em praça pública na cidade de Caetés, ou então no tradicional Cine Eldorado com direito a telão do lado de fora em Garanhuns. Nada disso foi possível. Lamentavelmente foi pro beleléu tamanha ansiedade. Lula já bateu o martelo e o lançamento será dia 19, no Teatro Guararapes, Recife. Tenho uma ligeira impressão que ele deve ter tomado essa atitude em sã consciência. Até porque se ele estivesse cheio das “meropéia” teria tomado outra posição com maior ousadia. Afinal de contas, cachaça tira juízo, mas dá coragem. Claro que é um direito dele optar por Recife, claro!!! O que nos deixa entristecidos é ele não ter medo de ser nem parecer ridículo perante a grande massa que sonhava com esse dia. Causou-nos menosprezo, desdém e indiferença a esse faz de conta com que tratou o seu torrão natal. Torrão natal este, que demagogicamente, em plena praça pública de Caetés diria ele certa vez que se sentia orgulhoso por ter nascido no Sítio ‘VARGE CUMPRIDA”. Não Sabe ele que consta dos seus documentos que dona Lindu o pariu no Sítio “VÁRZEA CUMPRIDA”.
Mas não há de ser nada, outros verões virão por aí!!! Sabemos muito bem que o sindicalista sem instrução mudou muito nesses últimos anos. Abandonou a surrada camisa “VOLTA AO MUNDO” pelos ternos bem cortados vendidos nas melhores magazines e shopping centers da Itália. Abandonou o líquido precioso de Vitória de Santo Antão e agora só bebe água escocesa 18 anos.
Pensando bem, falando-se em mudanças, não só foi o Lula que deu este giro de 360 graus. O PT o acompanhou. No governo Lula, o ex-ético PT, não vem se comportando como um partido político digno. Na verdade, tornou-se numa quadrilha composta de vigaristas e sindicalistas surrupiadores da coisa pública . Não é à toa que esse partido que traiu o país pensa como bandido e age como bandido. Agora, fica arretado quando é chamado de bandido!!! Aliás, eles estão bandidos não porque lhes sobrem talento ou honradez, mas porque lhes faltam decoro e ética nas relações com o poder, com o erário, com a moral.
CAETANO VELOSO DEIXA PETISTAS PT’s DA VIDA, AO LEMBRAR QUE MARINA NÃO É “ANALFABETA, CAFONA E GROSSEIRA COMO LULA”
Jorge Serrão
Um artista brasileiro, membro da minoria que não empresta popularidade artificial a $talinácio da Silva, deu a partida na sucessão presidencial de 2010. Cumprindo o papel omitido pela tradicional oposição política, CAETANO VELOSO quebrou o tabu de que Lula não é vulnerável a ataques pessoais. CAETANO botou $talinácio nu no dia em que o presimente do Brazil recebeu do Duque de Kent, em Londres, o prêmio de “Estadista do Ano” concedido pela Chattam House e patrocinado este ano pela Shell plc – uma das líderes da Oligarquia Financeira Transnacional que controla os destinos do mundo globalitário.
$talinácio apanhou de CAETANO, sem prosa nem verso, em entrevista ao Estadão – cujo objetivo evidente era promover a imagem de Marina Silva (PV-AC) à Presidência da República. A inexistente oposição política a Lula ficou perplexa com os inesperados ataques de CAETANO. Os petistas ficaram PTs da vida com o artista. Ricardo Berzoini chegou a espumar que CAETANO tem um "grande desprezo pela democracia". Os aliados verdes de Marina –parecendo vermelhos de vergonha com o ataque pessoal de CAETANO a Lula – preferiram não botar mais lenha na fogueira das vaidades.
O cantor CAETANO VELOSO chocou os “politicamente corretos” ao comentar que a senadora Marina Silva (PV-AC), possível candidata à presidência, "não é analfabeta como Lula, que não sabe falar, é cafona, grosseiro”. CAETANO também bateu em Dilma Rousseff. Avaliou não saber se a provável candidata do PT à presidência tem condições de comandar o país. CAETANO ressaltou que Dilma "tem um trabalho de pura gestão, mas sem experiência de poder político direto". O músico pegou na fragilidade de Dilma: “Ela nunca foi eleita a coisa nenhuma”.
CAETANO VELOSO também bateu no eventual concorrente de Dilma e Marina ao Palácio do Planalto. Citando os tucanos, CAETANO demonstrou sua preferência pelo governador de Minas Gerais, Aécio Neves, na disputa interna (praticamente perdida) contra José Serra: “Os candidatos são todos de nível bom. Vou falar em Aécio, de quem eu gosto muito. Talvez seja meu favorito entre os gestores. Porque acho que o Serra talvez ficasse mais isolado que o Aécio”.
CAETANO subiu o tom contra Serra ao comentar que o cenário atual seria pior se o paulista tivesse vencido Lula em 2002: “O Serra foi um excelente ministro da Saúde. Agora, ele é o tipo do cara que, se tivesse ganho no lugar de Lula, em 2002, teria trazido mais problemas à economia brasileira. Ele teria feito um governo mais à esquerda e a economia talvez tivesse problemas que não está tendo porque o Lula fez a economia de direita. E ouve os conselhos de Delfim Neto, que o Serra não ouviria. O Lula foi mais realista que o rei. Foi bom, a economia deslanchou”.
O QUE LULA NÃO VIU
Miriam Leitão:
O presidente Lula viajou durante três dias pelas obras da transposição do Rio São Francisco. O que ele não viu? Que do total de um milhão de hectares de Áreas de Preservação Permanente (APPs) no rio, 700 mil estão degradados. A recuperação mal começou.
É preciso plantar 27 milhões de mudas por ano, o Ministério da Integração prevê 1,5 milhão, 5% do necessário, mas só 200 mil estão sendo produzidas.
Conversamos com quem está trabalhando para a proteção do rio. É um desconsolo. O que Lula não viu foi a vasta tarefa ambiental que precisa ser feita para recuperá-lo e protegê-lo dos impactos da obra de transposição. As APPs — que são alto de morro, beira de rio, entorno de nascente, encostas — do São Francisco chegam a 1 milhão de hectares porque o rio é imenso e há muito tempo está mal tratado.
Dos 700 mil hectares que precisam de recuperação, metade pode ser cercada para que a vegetação nativa se recupere naturalmente, mas a outra metade exige plantio de 27 milhões de mudas por ano, de acordo com o Plano Integrado de Desenvolvimento Florestal Sustentável do São Francisco, estudo feito pela Universidade Federal de Lavras, a pedido do próprio governo.
O projeto que está sendo executado pelo Ministério da Integração Nacional prevê a produção anual de apenas 1,5 milhão de mudas, pouco mais de 5% do que seria necessário. Isso é o que está no site, porque se existe uma tarefa difícil é tirar do governo o que está sendo feito para proteger o rio.
O Ministério da Integração mandou um texto no mais puro burocratês. A Codevasf (Companhia de Desenvolvimento dos Vales do São Francisco e do Parnaíba) pediu as perguntas por escrito na quarta, mandou a resposta no domingo, num claro corte e cola de documento velho. Não há uma resposta compreensível. Para o Ibama ligamos durante uma semana inteira.
Já os pesquisadores das universidades de Lavras e do Vale do São Francisco conversaram conosco. Eles acham que o número de mudas previsto no projeto do governo é insuficiente e não está sendo atingido. Estariam sendo produzidas não mais que 200 mil, menos de 1% do que precisa ser feito.
O coordenador do Centro de Referência em Recuperação de Áreas Degradadas do Alto do São Francisco, Antonio Claudio Davide, ligado à Universidade de Lavras, percorreu de helicóptero mais de 1.500 quilômetros de extensão do rio para medir a degradação e planejar o projeto de recuperação.
— Gostaria de saber onde estão esses um milhão e meio de mudas, que já seriam muito insuficientes. Aqui no centro, estamos produzindo 70 mil mudas, que dariam para plantar cerca de 35 a 40 hectares. Precisamos cobrir 350 mil hectares! O fato é que não existe no governo a consciência da importância da recuperação dessas áreas. E sem replantio, não dá para falar na recuperação do São Francisco — explicou Davide.
Os números são tão imensos quanto a dimensão do Velho Chico: de acordo com o plano feito pela Universidade de Lavras, é preciso investir R$ 4,7 bilhões em 18 anos, somente para reflorestamento. São R$ 2,37 bilhões para produção e plantio de mudas; R$ 1,8 bilhão para cercar áreas onde haverá regeneração natural; e o restante em infraestrutura, estudos, contratação de pessoal, treinamento. Um gasto anual de R$ 261 milhões, de 2008 a 2025.
Na avaliação de Davide, o projeto de recuperação das APPs está andando em "velocidade de carroça". Há baixa produção de mudas; resistência de produtores rurais, que querem usar todas as áreas para agropecuária; falta de profissionais qualificados; e pior, as liberações de recursos não têm regularidade. Tem hora que o dinheiro sai, tem hora que não sai.
LULA, LULISMO E SUCESSÃO
Ruy Fabiano
Os regimes que se fundam na liderança de uma única pessoa – e dela se tornam dependentes - tendem ao autoritarismo. A história contemporânea é farta em exemplos: Mussolini, Franco, Salazar, Perón, sem falar em Hugo Chavez.
Fernando Henrique Cardoso citou, em artigo de grande repercussão, publicado há uma semana, que a liderança de Lula expressa essa tendência. Não é uma liderança doutrinária ou ideológica. É populista, fisiológica e faz do Estado – e, dentro dele, dos bilionários fundos de pensão – o seu instrumento básico de ação política e perpetuação no poder.
Comparou-o a Juan Domingo Perón, o presidente argentino entre 1946 e 1955 e entre 1973 e 1974, que, ainda hoje, inspira a ação de diversos partidos políticos naquele país, inclusive o que presentemente o governa. Perón, como Lula, tinha forte base sindicalista e seu discurso era nacionalista. Tinha apoio na Igreja Católica e fez de sua liderança personalista, apoiada num discurso populista, de pai dos pobres, o norte de sua política. A preocupação de FHC é com o Brasil pós-Lula, a dependência que um eventual sucessor por ele eleito ficará de seu aval político e pessoal. O receio de que venha a fundar um peronismo caboclo. Um Vargas mais bem equipado.
A infiltração da nova elite sindical na máquina governamental – o tal aparelhamento que hoje a abrange por completo – não será removida facilmente, mesmo que a oposição venha a eleger o sucessor.
Some-se a isso, a ação, cada vez mais agressiva, dos movimentos sociais – MST à frente – e ter-se-á o panorama que aguarda o futuro presidente. Se for Dilma, o continuísmo manterá as coisas como estão. Se a oposição vencer, será refém do lulismo. Somente Lula terá interlocução com essas duas vertentes solidamente instaladas no Estado: a nova elite sindical e os movimentos sociais. Se hoje, com ele pilotando diretamente a máquina, há ruídos, imagine-se sem ele. Sabe-se, por exemplo, que, recentemente, o presidente indispôs-se com o comando do MST, em face da estratégia indiscriminada e mais agressiva das invasões. A divergência não as deteve, como se nota pelos últimos acontecimentos, mas não estabeleceu nenhum rompimento. O governo continua empenhado em esvaziar a CPI mista do Congresso, em processo de instalação. Nota-se, porém, que não é um convívio ameno, embora governo e MST sejam parceiros formais.
Imagine-se um eventual governo Serra ou Aécio ou mesmo Ciro, que, embora formalmente alinhados à esquerda – ao menos no discurso –, são considerados estranhos no ninho dos movimentos sociais. Necessitarão da intermediação de Lula, que continuará, desse modo, a influir diretamente no processo de estabilidade política, como seu fiador. Isso explica o cuidado de Serra e Aécio em não bater de frente com o presidente. Nem mesmo nos momentos mais cruentos do Mensalão, os dois ousaram afrontar Lula. Aécio apresenta-se não como o anti-Lula, mas como o pós-Lula, o que é algo bem diferente. Serra, nem isso. Mantém-se em silêncio obsequioso, exibindo estranha indiferença às pesquisas que o dão como favorito na corrida sucessória. Não basta ganhar as eleições.
É preciso vencê-las sem perder de vista a necessidade de interlocução com o establishment lulista. Lula sai, mas o lulismo fica.
A nova elite sindical aprendeu a manejar a máquina e os recursos bilionários dos fundos de pensão. Adquiriu autonomia de vôo. É aliada dos movimentos sociais, que frequentemente infringem a lei, sob o olhar complacente dos governantes. É dentro desse quadro que o futuro presidente governará, seja ele quem for.
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