OS CANALHAS MELHORAM COM O TEMPO: FICAM MAIS CANALHAS...
PAGOT DEBOCHA DE DILMA; SAIU DE FÉRIAS. DILMA DISSE QUE VAI DEMITIR PAGOT QUANDO ELE VOLTAR DE FÉRIAS; LUIZ ANTONIO PAGOT, FILIADO AO PR DO MATO GROSSO, DISSE QUE NÃO ACEITA O AFASTAMENTO DO CARGO E VAI PEDIR QUE O ATO SEJA RECONSIDERADO. PAGOT INFORMOU QUE SOUBE DO SEU AFASTAMENTO PELA IMPRENSA. O MINISTRO ME LIGOU E DISSE QUE A PRESIDENTA DILMA EXIGIU QUE ELE TOMASSE UMA PROVIDÊNCIA, MAS NÃO ME FALOU DE AFASTAMENTO", DISSE PAGOT. "NÃO É ASSIM QUE SE TIRA UMA PESSOA, SEM PROVAS, NADA. VOU PROCURAR O MINISTRO. ESTOU SENDO INJUSTIÇADO E CONSTRANGIDO. VOU MANIFESTAR QUE NÃO ACEITO NEM A ACUSAÇÃO NEM O AFASTAMENTO PARA INVESTIGAÇÃO. FAZER ISSO COMIGO É UM ABSURDO. PAGOT: DAQUI NÃO SAIO, DAQUI NINGUÉM ME TIRA...
"Eu não aceito ser afastado. Ou a presidenta me exonera ou me mantém no cargo definitivamente", disse Luiz Antonio Pagot, o diretor-geral do Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit), um dos quatro altos funcionários do Ministério do Transporte que Dilma mandou afastar sob a suspeita de envolvimento com irregularidades. O desabafo de Pagot foi ouvido por parlamentares do PR e o senador Blairo Maggi (PT-MT). FOI BLAIRO QUE INDICOU PAGOT PARA O CARGO QUANDO LULA AINDA ERA PRESIDENTE DA REPÚBLICA. Pagot, já protocolou um pedido de férias. Ele mesmo despachou o pedido. E enviou ofício a Marco Maia (PT-RS), presidente da Câmara dos Deputados, se oferecendo para ser ouvido ali. No fim do ofício, Pagot comunica que estará disponível para ser ouvido pelos deputados tão logo termine suas férias e ele esteja de volta ao DNIT. BLAIRO COMENTOU, COM COLEGAS QUE PAGOT NÃO PERDEU NEM PERDERÁ O CARGO. Só que, nesse intrevero todo, Decidida a mudar a direção do Dnit (Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes), a presidente Dilma Rousseff já tem nas mãos o nome que gostaria de ver na autarquia. Dilma tem conversado com pessoas próximas e diz que gostaria de ver o diretor de Infraestrutura Rodoviária do órgão, Hideraldo Caron, no comando do Dnit. Gaúcho, Caron é ligado ao PT. A ponderação da Presidência tem sido em relação a denúncias de irregularidade feitas no passado envolvendo o nome de Caron. O receio é que, com a indicação, o ministério seja alvo de novas denúncias. O atual presidente da autarquia, Luiz Antonio Pagot, ligado ao senador Blairo Maggi (PR), entrou em férias, evitando o afastamento imediato. A Secom avisou, entretanto, que Dilma decidiu que ele será exonerado assim que retornar. Dilma e Hideraldo trabalharam juntos durante o governo de Olívio Dutra, no Rio Grande do Sul. Ele dirigiu o Daer (Departamento Estadual de Estradas e Rodagem). Segundo assessores, mesmo com a mudança, a presidente ainda não vê motivos para a saída do ministro dos Transportes, Alfredo Nascimento. As suspeitas de corrupção no Ministério dos Transportes, no Dnit e na Valec incluem um esquema de superfaturamento de obras e recebimento de propina que beneficiaria o PR. O partido controla a pasta desde o governo de Luiz Inácio Lula da Silva e é um dos principais aliados do governo. com a divulgação das denúncias pela revista "Veja", Dilma determinou o afastamento de quatro integrantes da cúpula do ministério, incluindo Pagot. Dois - Mauro Barbosa da Silva, ex-chefe de gabinete do ministro, e Luiz Titto Barbosa, assessor do gabinete - tiveram a exoneração publicada no "Diário Oficial" desta terça-feira. O quarto envolvido nas suspeitas publicadas em reportagem da revista "Veja", José Francisco das Neves, presidente da Valec (Engenharia, Construções e Ferrovias), deverá ter seu afastamento examinado pelo conselho de administração da estatal (Parte do texto é de autoria de Pedro Pinto de Oliveira. - A manchete acima é uma adaptação da frase de Millor Fernandes).
MINISTRO AUMENTA 86.500%
Por Jailton de Carvalho e Gerson Camarotti
O Ministério Público Federal está investigando suposto enriquecimento ilícito de Gustavo Morais Pereira, arquiteto de 27 anos, FILHO DO MINISTRO DOS TRANSPORTES, ALFREDO NASCIMENTO. Dois anos após ser criada com um capital social de R$ 60 mil, a Forma Construções, uma das empresas de Gustavo, amealhou um patrimônio de MAIS DE R$ 50 MILHÕES, um crescimento de 86.500%. As investigações podem complicar ainda mais a situação do ministro, que, desde sábado, tem sido obrigado a se explicar sobre o suposto envolvimento de seus principais assessores com corrupção. As investigações começaram ano passado, a partir de um nebuloso negócio entre Pereira e a SC Carvalho Transportes e Construções, empresa beneficiária de recursos do Ministério dos Transportes. Em 2007, a SC Transportes REPASSOU R$ 450 MIL AO FILHO DO MINISTRO, conforme documentos em poder da Procuradoria da República do Amazonas. Nesse mesmo ano, A EMPRESA RECEBEU R$ 3 MILHÕES DO FUNDO DA MARINHA MERCANTE, administrado pelo Ministério dos Transportes para incentivar a renovação da frota do país. Em 2008, a empresa ganhou mais R$ 4,2 milhões. Os repasses do ministério à empresa estão registrados no Portal da Transparência, do governo federal. O Ministério Público abriu investigação para apurar se houve conflito de interesse nas decisões do ministério chefiado por Nascimento e os benefícios pagos à empresa que negociou com o filho do ministro: “O QUE NOS CAUSOU ESTRANHEZA FOI O FATO DE UMA EMPRESA DE UM DOS AMIGOS DO MINISTRO RECEBER GRANDES VALORES (DO MINISTÉRIO) E DEPOIS FAZER NEGÓCIO COM O FILHO DO MINISTRO”, disse ao GLOBO um dos investigadores do caso. A SC Transportes está em nome de Marcílio Carvalho e Claudomiro Picanço Carvalho. Em 2006, um ano antes da SC receber R$ 3 milhões do Ministério dos Transportes, Picanço doou R$ 100 mil à campanha de Nascimento ao Senado, como registrado no Tribunal Superior Eleitoral (TSE). O empresário foi o principal doador da campanha do ministro. Picanço também doou R$ 12 mil ao PR, então chamado de PL. Marcílio é marido de AUXILIADORA CARVALHO, NOMEADA PELO MINISTRO PARA CHEFIAR O DEPARTAMENTO NACIONAL DE INFRAESTRUTURA DE TRANSPORTES (DNIT) NO AMAZONAS E EM RORAIMA. O Ministério Público ouviu Gustavo. Ele disse que o dinheiro recebido da SC Transporte é fruto da venda de um imóvel. As explicações não convenceram. O Ministério Público estranhou o crescimento patrimonial do arquiteto. Em 2005, aos 21 anos, ele e dois sócios fundaram a Forma Construções. Em 2007, a empresa declarou patrimônio de R$ 52,3 milhões em documentos da Receita Federal. Um ano antes, os ativos somavam R$ 17,7 milhões. Em grande ofensiva no mercado imobiliário do Amazonas, a empresa construiu em curto período um CONJUNTO DE 86 CASAS DE ALTO PADRÃO E UM PRÉDIO COMERCIAL DE 20 ANDARES, NUM BAIRRO NOBRE DE MANAUS. A investigação, ainda não concluída, aponta indícios de patrimônio incompatível com a renda declarada por Gustavo. O Ministério Público ainda estuda se chamará Nascimento para depor. O ministro confirmou o negócio do filho com a SC Transportes, mas negou irregularidades na transação.