domingo, 5 de janeiro de 2014

ARIANO SUASSUNA: CONSIDERO EDUARDO CAMPOS O POLÍTICO MAIS BRILHANTE QUE JÁ CONHECI. ELE É PACIENTE, É OBSTINADO, ALÉM DE SER ASTUCIOSO.


EM ENTREVISTA EXCLUSIVA, ARIANO SUASSUNA DIZ QUE FEZ “PACTO COM DEUS” PARA TERMINAR LIVRO.

 

 

FABIO VICTOR

ENVIADO ESPECIAL AO RECIFE


 

"Mexeu com o físico, mas com a cabeça não buliu não. Se você quiser, recito todinho o episódio de Inês de Castro, de 'Os Lusíadas'", brincou Ariano Suassuna, 86 anos. Fazia alusão ao copioso trecho do clássico português, mas deu várias outras provas de que falava a verdade. Quase quatro meses depois de sofrer um infarto (agora ele revela terem sido dois) e tratar um aneurisma cerebral, o escritor e dramaturgo recebeu a Folha em sua casa no Recife para uma entrevista exclusiva, a primeira depois de duas internações e do repouso forçado. Dizendo-se cansado, optou por falar deitado em sua cama. Acabara de posar para fotos e na véspera retomara suas aulas-espetáculos com um tributo ao compositor Capiba, uma palestra intercalada por shows de música e dança que durou 1h45min. Mais magro que o habitual e aparentemente mais fraco (recusou o lanche que lhe chegou, uma fatia de bolo e água de coco), mantém, porém, a cabeça a mil. Em uma hora de entrevista, não perdeu em nenhum momento a lucidez ou a argúcia. Recitou de memória versos inéditos de sua autoria que estarão no romance em que trabalha há 33 anos e cujo primeiro volume, após seguidos adiamentos, ele diz ter enfim concluído, sob pressão dos problemas de saúde.

 

Leo Caldas/Folhapress      

PARA PÔR FIM AO PRIMEIRO LIVRO DAQUELA QUE CONSIDERA A OBRA DE SUA VIDA -E QUE DEVERÁ TER SETE VOLUMES, MESCLANDO ROMANCE, POESIA, TEATRO E GRAVURA-, ARIANO AFIRMA TER TIDO UMA AJUDA DIVINA. "FIZ UM PACTO COM DEUS: SE ELE ACHASSE QUE O ROMANCE TINHA ALGUMA COISA DE SACRÍLEGO OU DE DESRESPEITOSO, QUE INTERROMPESSE PELA MORTE." A OBRA CONCLUÍDA -AINDA SEM PREVISÃO DE LANÇAMENTO- SERÁ UM ROMANCE EPISTOLAR, CHAMADO "O JUMENTO SEDUTOR", HOMENAGEM A "O ASNO DE OURO", DO ESCRITOR LUCIUS APULEIO, DO SÉCULO 2. A SÉRIE COMPLETA LEVARÁ O NOME DE "A ILUMIARA". O AUTOR DE "ROMANCE DA PEDRA DO REINO" E "O AUTO DA COMPADECIDA" FALOU AINDA SOBRE MORTE E A AVERSÃO QUE SENTIU DA UTI E DE POLÍTICA.

 

Leia a seguir os principais trechos da entrevista.

 

 

FOLHA - O Sr. ENFRENTOU PROBLEMAS GRAVES DE SAÚDE, ACABA DE PULAR UMA FOGUEIRA BRABA...

Ariano Suassuna - [interrompendo] Na verdade eu pulei três fogueiras: eu tive dois infartes e um aneurisma estourou no meu cérebro.

 

FORAM DOIS INFARTOS, ENTÃO?

Foram.

 

POIS É, E DEPOIS DE QUASE QUATRO MESES ENTRE INTERNAÇÕES E REPOUSO, O SR. RETOMOU AS ATIVIDADES PÚBLICAS ONTEM NUMA AULA-ESPETÁCULO. COMO SE SENTE?

Eu fazia muita questão de dar essa aula. Eu disse para mim mesmo que só não dava a aula se não tivesse a menor condição. E queria avaliar minhas forças, para saber se podia continuar, dentro desse pequeno prazo que a gente ainda tem [no mandato de Eduardo Campos, que deixará o cargo até abril para disputar a Presidência], podia continuar a programação que a gente vinha seguindo [de aulas-espetáculos]. Combinei que a gente faria essa no Recife e, de acordo com o comportamento do meu corpo, a gente daria outra em Pombos [agreste de PE].

 

DEU PARA AVALIAR COMO O CORPO REAGIU?

Deu. Dá para ir, senti que dá para retomar num ritmo mais leve.

 

O SR ANDA FALANDO MUITO O NOME DA CAETANA, QUE É COMO O SR CHAMA A MORTE. DE ONDE VEM ESSE NOME?

No sertão da Paraíba e de Pernambuco chamam a morte de Caetana.

 

QUE É UMA MOÇA, MAS PODE SER TAMBÉM UMA ONÇA...

Não, isso aí [de ser onça] já foi invenção minha. Eu aproveitei e comecei a recriar literariamente um mito que foi criado pelo povo. Como o povo sertanejo é machista, só criou a morte feminina. Aí eu, de minha parte, já inventei a contrapartida masculina. Eu acho que a morte aparece como mulher aos homens e como homem às mulheres.

 

E COM QUE NOME?

Caetano.

 

O SR. JÁ DISSE QUE SE RECUSAVA A MORRER E QUE TODA MORTE É COMO UM SUICÍDIO. COMO ESSA EXPERIÊNCIA AFETOU O MODO COM QUE O SR. LIDA COM ELA?

Não afetou não. É claro que, objetivamente, eu sei que vou morrer. Não sei se você já notou, mas nenhum de nós acredita que morre, o que é uma bênção. A gente se porta a vida toda como se nunca fosse morrer, o que é muito bom. Porque se a gente for pensar na morte como uma coisa fundamental, inevitável e próxima, a gente vai perder o gosto de viver, vai perder o gosto de tudo. Eu digo isso procurando verbalizar uma inclinação que acho que é de todo mundo. A gente tem uma tendência a acreditar que não morre. [Pensar que vai morrer] prejudica um pouco a qualidade de vida, e eu sou um apaixonado pela vida, amo profundamente a vida. Olhe que essa maldita tem me maltratado, mas eu gosto dela.

 

NO "ROMANCE DA PEDRA DO REINO", QUADERNA TEM UM SONHO NO QUAL A CAETANA [A MORTE] COMO QUE DITA PARA ELE PALAVRAS DE FOGO. O SR. TEVE ALGUM SONHO OU ALUCINAÇÃO DURANTE ESTE PERÍODO?

Não. Ordinariamente não tenho... Às vezes eu tenho uns sonhos que se transformam em literatura. Tenho um poema chamado "Sonho" que foi um sonho. E às vezes quando não estou acordado ainda, mas não estou mais dormindo, é o momento em que invento muita coisa, muito criativo.

 

ESSA EXPERIÊNCIA MUDOU ALGUMA COISA NO SEU JEITO DE PERCEBER O MUNDO E AS PESSOAS?

Não. Poucos dias antes de adoecer eu dei uma entrevista em que me perguntaram se eu tinha medo da morte. E eu disse: eu não gosto de contar valentia antecipada, acho que a gente só pode dizer que não tem medo de alguma coisa depois de enfrentá-la. Agora, até onde eu vejo, eu não tenho medo da morte. Eu tenho pena de morrer sem ter realizado certas coisas. Por exemplo: se visse que não dava para terminar o romance que escrevo, aí teria muito pena de morrer. Engraçado, quando eu estava lá [no hospital] nos primeiros momentos, que descobri que tinha tido um infarto –fui saber disso no hospital– eu me agoniei muito porque tinha deixado o manuscrito aqui [em casa]. Eu disse: preciso conversar com Carlos Newton [Junior, professor universitário, especialista na obra do escritor], dizer a ele como era, para levar adiante [o livro]. Primeiro eu dividi o livro grande em vários livros. Cada capítulo do livro é escrito em forma de cartas, sob certo aspecto é um romance epistolar, e toda carta termina do mesmo jeito. Porque eu digo lá que fiz um pacto com Deus, e fiz mesmo: se ele achasse que o romance tinha alguma coisa de sacrílego ou de desrespeitoso, que interrompesse pela morte –coisa com a qual desde agora eu me declaro de acordo. Meu acordo não vale nada num caso desse, mas por outro lado tem uma vantagem. É que eu dou ideia da minha conformidade e da minha resignação e tô conseguindo, com a minha megalomania, um parceiro extraordinário. O primeiro volume são seis cartas, todas seis terminam do mesmo jeito, com as mesmas palavras.

 

QUAL É O JEITO, QUAIS SÃO AS PALAVRAS?

[uma assessora afirma: "Não diga o que não puder dizer"] A gente tem uma tendência a responder a verdade, né? É uma tentação desgraçada. Bom, todas terminam com um verso, um martelo gabinete e um martelo agalopado [martelos são formas poéticas usadas pelos cantadores nordestinos]. O martelo gabinete é um martelo de seis versos de dez sílabas, e o martelo agalopado são dez versos de dez sílabas. Deixa eu ver se me lembro do martelo. Diz assim: "O circo, sua estrada e o sol de fogo/ Ferido pela faca na passagem/ meu coração suspira sua dor/ entre os cardos e as pedras da pastagem./ O galope do sonho, o riso doido/ e late o cão por trás desta viagem". E o martelo agalopado diz: "Pois é assim: meu circo pela estrada/ Dois emblemas me servem de estandarte/ No sertão, o arraial do bacamarte/ Na cidade, a favela consagrada/ Dentro do circo há vida, onça malhada/ Ao luzir do teatro o pelo belo transforma-se num sonho, palco e prelo/ e é ao som deste canto na garganta que a cortina do circo se levanta para mostrar meu povo e seu castelo". Então se eu morrer o romance está terminado. E para justificar isso eu cito uns versos de Fernando Pessoa dos quais eu gosto muito. Ele fala do navegador que descia a costa da África à procura do caminho das Índias e, quando ele parava em algum lugar na costa da África, plantava um marco. Ele diz: "O esforço é grande e o homem é pequeno/ Eu, Diogo Cão, navegador, deixei/ Este padrão ao pé do areal moreno/ E para diante naveguei./ A alma é divina, a obra é imperfeita./ Este padrão sinala ao vento e aos céus/ Que, da obra ousada, é minha a parte feita:/ O por-fazer é só com Deus".

 

O SR. JÁ DEU POR ENCERRADO O TRABALHO VÁRIAS VEZES, MAS SEMPRE O RETOMOU. OS ACONTECIMENTOS RECENTES FORÇARAM O SR A FINALMENTE ENCERRAR PRA VALER?

Forçaram. Eu me forcei a dar o ponto. Mas repare bem: mesmo assim, só há poucos dias eu tomei a decisão definitiva. Primeiro, eu, com medo por causa do infarto, decidi que publicaria as duas primeiras cartas. Depois do infarto, já em casa, resolvi que dava para juntar mais duas, quatro. Depois mais duas, seis. O primeiro volume está concluído.

 

O NOME DO PRIMEIRO VOLUME, "O JUMENTO SEDUTOR", ESTÁ MANTIDO?

Está mantido. O nome geral é "A Ilumiara".

 

SERÃO CINCO VOLUMES?

Eu acho que são sete. Mas o por-fazer é só com Deus.

 

NUMA ENTREVISTA QUE ME DEU HÁ DEZ ANOS, O SR. CONTOU QUE O PROTAGONISTA DO LIVRO SE CHAMA ANTERO SAVEDRA, E O ANTAGONISTA É QUADERNA [DA "PEDRA DO REINO"]. ISSO ESTÁ MANTIDO?

Está mantido, mas o negócio ficou mais complexo, porque Antero Savedra desdobrou-se. Fiz de Antero Savedra um alter ego mais próximo de mim, e criei uma outra máscara chamada... Porque o nome Antero é muito importante... São quatro irmãos: Altino, Auro (ou Áureo), Adriel e Antero. Altino é poeta; Áureo é romancista; Adriel é dramaturgo; e Antero é encenador e ator. Antero diz que tem um parentesco com Orestes e Hamlet, ambos filhos de reis assassinados. Ele cita inclusive uma frase de Hamlet, que diz: "Sou arrogante, vingativo, ambicioso; tenho mais crimes na consciência do que [pensamentos para concebê-los, imaginação para desenvolvê-los,] tempo para executá-los". Então ele procura um alter ego mais manso, mais conciliador, capaz de perdoar os inimigos. Ele diz uma hora que tem mais facilidade de rezar a Ave Maria do que o Pai Nosso, porque no Pai Nosso se diz "perdoai as nossas ofensas, assim como nós perdoamos...". Agora, o nome dele de verdade é Paulo Antero. Aí ele assina os primeiros versos P. Antero Shabino.

 

E O SAVEDRA NÃO TEM MAIS?

Tem, a família é Shabino de Savedra, todos os dois escritos com s. Paulo Antero Shabino, e ele assina P. Antero Shabino. Os inimigos começam a chamá-lo de Pantero, depois Dom Pantero. Ele aí adota o nome. Quando cria o outro alter ego é Dom Pantero.

 

"A Ilumiara" tem dois nomes [subtítulos]: "A Ilumiara - Autobiografia musical, dançarina, teatral, poética e videocinematográfica". Na página seguinte tem: "A Ilumiara - Romance musical, dançarino, teatral, poético e videocinematográfica." E tem uma epígrafe de um professor daqui, que foi meu aluno e de quem eu gosto muito –Roberto Motta, filho de Mauro Motta–, ele escreveu um dia num artigo de jornal: "Todos os livros são autobiografias. Mas ele conhece os segredos das máscaras com que nos defendemos da morte".

 

ESSE PRIMEIRO VOLUME JÁ PODE SER LANÇADO EM BREVE?

Ainda vai depender. Eu terminei meu texto. Mas ele está grande, em folhas de tamanho ofício. Precisa ser reduzido para o tamanho do livro. As ilustrações eu fiz, já estão prontas. Tem muita ilustração baseada em pintura rupestre. Porque eu quero pegar a cultura brasileira desde o começo mesmo, mostrar que isso aqui não envelhece não. Uma obra de arte está feita para ser reinterpretada, revista, revisada. E também me baseei muito em desenhos barrocos.

 

OS OUTROS VOLUMES VÃO TODOS SEGUIR A FORMA EPISTOLAR?

Vão.

 

O SR. VAI INCLUIR ESSA FOGUEIRA QUE PULOU?

Vou. Mas não nesse primeiro volume. E vou incluir uma coisa que foi muito importante para mim e aconteceu ao mesmo tempo [da internação]: a morte de [Gilvan] Samico [gravurista pernambucano morto em novembro]. Considero Samico um artista de importância mundial. Para mim não há em nenhum lugar do mundo –Alemanha, França, Rússia, Estados Unidos, Inglaterra– um gravador como ele. Para mim foi o gravador de nossa época, no mundo inteiro. Do ponto de vista formal ele é incomparável. Pela importância dele para o nosso tempo e o nosso país... Ele significa para o Brasil o que Goya significa para a Espanha e Dürer para a Alemanha.

 

O SR. INCLUIRÁ FIGURAS PÚBLICAS ENTRE OS PERSONAGENS DO ROMANCE?

De certa maneira sim. Não são personagens propriamente, faço alusões. Tem um momento em que escolhi sete pessoas importantes do Brasil: um arquiteto negro e analfabeto do Estado do Rio de Janeiro chamado Gabriel Joaquim dos Santos, por quem tenho grande admiração, é o autor da Casa da Flor. Escolhi Villa-Lobos, e sai por aí...

 

DO QUE MAIS SENTIU FALTA NA INTERNAÇÃO. CONSEGUIU LER E ESCREVER?

Olhe, um dos piores lugares do mundo é a tal da UTI. Vixe, nossa senhora, que lugar horroroso. A pessoa não tem privacidade para coisa nenhuma, uma coisa horrível. Não tem autonomia, é ruim demais. Ficar no hospital no quarto eu até não reclamo muito não. Mas a tal da UTI... Minha atividade nesse período foi zero.

 

O SR. TEM UMA ÓTIMA MEMÓRIA, QUE JÁ DEFINIU COMO "MEMÓRIA DE CACHORRO VINGATIVO". ELA ESTÁ INTACTA?

Está, mexeu com o físico, mas com a cabeça não buliu não –a cabeça está boa. Se você quiser eu recito o episódio de Inês de castro, de "Os Lusíadas", todinho [risos].

 

O SR. SEMPRE APOIOU LULA E DILMA E SEMPRE APOIOU TAMBÉM EDUARDO CAMPOS. MAS EM 2014 ELES SERÃO ADVERSÁRIOS. O SR JÁ DECLAROU APOIO A CAMPOS. ISSO SIGNIFICA ROMPIMENTO COM LULA E DILMA?

Vejo as coisas muito individualmente. Não simpatizo muito com o PT. Nunca dei declaração [de apoio ao PT], senão no começo [do partido], quando eu dizia que os partidos precisavam ter alguma coisa das antigas ordens religiosas, e o único que eu via nessa linha era o PT. Nesse tempo o dr [Miguel] Arraes não tinha entrado no PSB –o PSB era uma academia de letras, não tinha eficácia política nenhuma. Quando dr. Arraes veio me procurar, eu disse a ele que entrasse no PSB. Ele disse que precisava fazer coligação e que entraria no PMDB. Agora, quando ele entrou no PSB, aí eu entrei –nunca tinha entrado num partido político. Então eu sempre faço uma diferença. Lula é Lula. Não faço restrição nenhuma a Lula, continuo um entusiasta dele, do mesmo jeito que fui quando ele era presidente. Agora, pelo meu gosto, Lula apoiaria Eduardo. Nem houve rompimento com Dilma, gosto muito dela também, mas meu relacionamento com ela é menos fraterno do que com Lula.

 

ACREDITA QUE HÁ CHANCE CONCRETA DE EDUARDO CAMPOS SER ELEITO PRESIDENTE?

Isso eu não sei não. Vou fazer como Capiba [compositor pernambucano morto em 1997]. Ele era torcedor fanático do Santa Cruz, e ia haver um jogo muito importante do Santa Cruz no domingo. Um jornalista telefonou a ele pedindo opinião sobre o jogo. Ele deu várias opiniões, até que o jornalista perguntou: "E qual vai ser o placar?". Aí ele disse: "Me telefone segunda-feira". Me telefone no dia seguinte à eleição que eu digo.

 

O SR. COSTUMA DIZER QUE CONHECE EDUARDO CAMPOS DESDE MENINO, QUE FOI AMIGO DO PAI E DO AVÔ DELE. TRATA-SE DE UM APOIO MAIS AFETIVO QUE POLÍTICO?

Não, veja bem, eu digo isso realmente, e é verdade: Dudu foi companheiro de infância de meus filhos, morava aí na frente [numa casa defronte à do escritor], vivia aqui em casa. Então tinha uma relação afetiva com ele de um tio para um sobrinho. E ainda mais ele casou-se com uma sobrinha de Zélia [mulher de Suassuna]. Mas eu digo, e realmente é: considero Eduardo Campos o político mais brilhante que já conheci. Ele é de uma capacidade de articulação que você não pode imaginar. Outra coisa: é paciente, é obstinado. Ele tem todas as qualidades de um político. Eu digo sempre: um político tem que ser astucioso, principalmente se ele for boa pessoa. Porque senão ele cai –não faz safadeza, mas cai na mão dos que fazem.

 

HÁ CRÍTICAS AO FATO DE ELE SE UTILIZAR DOS MESMOS MÉTODOS QUE CRITICA. FEZ CAMPANHA PRA ELEGER A MÃE PARA O TCU, FORMOU UMA COALIZÃO DE 14 PARTIDOS, COM ALIADOS COMO INOCÊNCIO OLIVEIRA E SEVERINO CAVALCANTI. COM O SR. VÊ ESSAS CRÍTICAS?

Entram por um ouvido e saem pelo outro. Isso é uma necessidade da ação política. Achei até muita graça quando Inocêncio Oliveira o apoiou. Estava todo mundo cortejando o apoio de Inocêncio, o PT, todo mundo. Quando ele apoiou Dudu, vieram dizer que ele aceitou o apoio de Inocêncio Oliveira. Política é assim mesmo. Eu é que não gosto de fazer esse tipo de coisa nunca entrei na política e nunca entrarei.

 

E COMO AVALIA A GESTÃO DILMA?

Não sou homem político, sou um escritor que tem preocupações políticas, com meu país e com meu povo. Eu gostava mais do governo de Lula. Tô gostando do governo de Dilma. Entre Dilma e o PSDB, prefiro Dilma. Mas entre Dilma e Lula, prefiro Lula.

 

O SR. É BACHAREL EM DIREITO, FOI ADVOGADO, NOS PRINCIPAIS LIVROS DO SR HÁ JULGAMENTOS. COMO O SR. VIU O JULGAMENTO DO MENSALÃO NO SUPREMO? O QUE ACHOU DO RESULTADO?

Aquilo foi uma coisa triste. O que acho triste ali é que de repente houve uma crispação desse problema. Não tenho elemento pra provar nem ninguém tem, mas a gente sabe que isso não foi inaugurado naquele momento. Essas práticas existiam em todos os governos e tem havido até agora. Se você não fizer isso você não governa. Tem que questionar a própria existência do Congresso. É bom que exista o Congresso? Eu acho que é. Agora, no Congresso existe esse tipo de coisa? Existe e vai continuar existindo.

 

A COMPRA DE APOIO POLÍTICO?

Sim. Sim. Todo mundo sabe que essa ideia de dois mandatos não foi obtida de graça não.

 

O SR. SE REFERE AO ESQUEMA DE COMPRA DE VOTOS NO CONGRESSO PARA APROVAR A EMENDA DA REELEIÇÃO DURANTE O GOVERNO FERNANDO HENRIQUE CARDOSO [REVELADO PELA FOLHA EM 1997, MAS NUNCA INVESTIGADO]...

Sim.

 

O SR. É UM HOMEM MUITO RELIGIOSO, CATÓLICO DEVOTO DE VÁRIOS SANTOS. QUAL AVALIAÇÃO FAZ DO NOVO PAPA, FRANCISCO, DOS PRIMEIROS PASSOS DO PONTIFICADO DELE?

Ah, eu estou entusiasmado com esse papa. Logo no início. Só o fato de ele ter escolhido o nome de Francisco, vi logo que ele era alguma coisa de novo. Era o que a Igreja estava precisando. Estou entusiasmadíssimo. Eu de certa maneira acompanhei, porque um grande amigo meu foi para lá fazer a cobertura, que é Gerson Camarotti [comentarista e repórter do canal Globo News], e conversei muito com Gerson. Até fiz uma introduçãozinha para o livro dele ["Segredos do Conclave", Geração Editorial, 304 págs., R$ 34,90]. Olhe, ele foi o primeiro papa jesuíta, o primeiro chamado Francisco e o primeiro papa latino-americano. Três novidades de uma vez.

 


 

sábado, 4 de janeiro de 2014

LADROAGEM, ESCULHAMBAÇÃO E DESVIOS DO BOLSA ESMOLA ULTRAPASSAM A CASA DOS 300 MILHÕES DE REAIS.

 

Marta Salomon

Valor é referente a um ano; auditoria do TCU revela que donos de carros, políticos e mortos estão entre os beneficiários. Segundo o Ministério do Desenvolvimento Social, família pode ter patrimônio elevado, mas preencher os critérios estabelecidos. Uma família de Sergipe declarou ter renda mensal de R$ 35 por pessoa da família e se credenciou a receber R$ 94 por mês do Bolsa Família, mas foi flagrada por uma auditoria do TCU (Tribunal de Contas da União) como proprietária de sete caminhões avaliados em R$ 756.467. Em outra família, beneficiária do programa em São Paulo, UM DOS INTEGRANTES APARECE COMO DONO DE MOTOCICLETA IMPORTADA, MODELO 2007. Esses foram alguns dos casos contados no relatório aprovado  pelo TCU sobre o mais importante programa de transferência de renda do governo federal, que pagará R$ 11,4 bilhões neste ano em benefícios entre R$ 20 e R$ 182 a mais de 11 milhões de famílias. Entre os beneficiários do Bolsa Família, que só podem ter renda até R$ 137 mensais por pessoa da família, o TCU flagrou milhares de proprietários de veículos, políticos, pessoas com renda acima do limite e até mortos, além de indícios de pagamentos em duplicidade. O combate às supostas fraudes poderiam fazer o governo economizar o equivalente a 3,4% da folha mensal de pagamentos do programa ou cerca de R$ 318 milhões no período de um ano. Ao cruzar a lista de beneficiários com os cadastros do Renavam (Registro Nacional de Veículos Automotores), auditores identificaram mais de 106 mil famílias proprietárias de carros acima de R$ 4.000, critério considerado "conservador" pelo tribunal. Entre os veículos identificados, há 713 avaliados em mais de R$ 100 mil. O tribunal não divulga os nomes dos beneficiários relacionados aos indícios de fraude. Se comprovada, as famílias são excluídas do programa, e é aberto um processo administrativo para a devolução do dinheiro recebido indevidamente. O Ministério do Desenvolvimento Social, responsável pela gestão do Bolsa Família, ponderou que uma família pode ter patrimônio elevado e, ainda assim, preencher os critérios de renda do programa. "PATRIMÔNIO É UM BEM UTILIZÁVEL OU NÃO DOTADO DE VALOR MONETÁRIO, E NÃO É COMPUTADO COMO RENDIMENTO FINANCEIRO PARA O ORÇAMENTO", justificou o ministério, que também levantou a possibilidade de os carros serem "HERANÇA OU DOAÇÃO" e de os beneficiários terem tido seus nomes usados de forma fraudulenta, como "LARANJAS". Políticos O TCU também cruzou a lista de beneficiários do Bolsa Família com a relação de políticos eleitos e seus suplentes nas eleições de 2004 e 2006. O cruzamento revelou a existência de 20.601 POLÍTICOS QUE RECEBEM BOLSA FAMÍLIA, A MAIORIA DELES NA CATEGORIA DOS EXTREMAMENTE POBRES. NA FOLHA DE PAGAMENTOS DE UM MÊS, FEVEREIRO DE 2008, OS POLÍTICOS RECEBERAM R$ 1,6 MILHÃO. "Tal situação compromete a eficácia do programa, na medida em que ocorre o pagamento de benefícios a famílias fora do público-alvo pretendido e, consequentemente, a não assistência a famílias desse público", registra a auditoria. O TCU cobra maior controle do acesso ao programa, baseado na renda declarada pelo interessado. O tribunal identificou 1,1 milhão de famílias com indícios de renda acima do permitido. Elas receberam mais de R$ 65 milhões na folha de fevereiro de 2008. Consideradas só as entrevistadas em 2007, o TCU identificou mais de 195 mil com indícios de omissão de renda. O CRUZAMENTO COM O SISOBI (SISTEMA INFORMATIZADO DE CONTROLE DE ÓBITOS) REVELOU A PRESENÇA DE QUASE 300 MIL MORTOS. NA FOLHA DE FEVEREIRO DE 2008, FORAM IDENTIFICADOS 3.791 BENEFÍCIOS PAGOS A FAMÍLIAS COM PESSOAS MORTAS.

 


PITACO DO BLOG CHUMBO GROSSO: - O BOLSA ESMOLA USADA COMO UM INSTRUMENTO DE INCLUSÃO TEM SEU MÉRITO, MAS FOI TRANSFORMADA NUM GIGANTESCO CURRAL ELEITORAL, COM OBJETIVO DE ETERNIZAR ALGUNS GRUPOS POLÍTICOS NO PODER E MANTER O POVO NA ETERNA ESCRAVIDÃO PELO MEDO DA PERDA DO BENEFÍCIO. DISTRIBUIR RIQUEZA É FÁCIL. O DIFÍCIL É CRIÁ-LA, COISA QUE DILMA E O PT NÃO SABEM FAZER. O SUCESSO DE UM PROGRAMA SOCIAL É MEDIDO PELA QUANTIDADE DE PESSOAS QUE SAEM E NÃO PELAS QUE ENTRAM. ESTE TIPO DE ASSISTENCIALISMO GOVERNAMENTAL ALÉM DA TERRÍVEL FRAUDE POLÍTICA  ESTÁ DESTRUINDO O LADO NOBRE DO HOMEM QUE É O DE TRABALHAR OU ESTUDAR. 


POR QUE LULA ESTÁ PAPUDO E NÃO NA PAPUDA, CONFIRAM?!?!?!

 



Cláudio César de Souza


Um dos principais historiadores do Brasil, Marco Antonio Villa, da UFSCar (Universidade Federal de São Carlos), acredita que as prisões de políticos poderosos devido ao mensalão marca uma nova era para a Justiça brasileira. “O julgamento do mensalão sinalizou que a leniência com que eram tratados os casos de corrupção é coisa do passado”, disse Villa, em entrevista exclusivo O VALE concedida por e-mail. Autor do livro “MENSALÃO: O JULGAMENTO DO MAIOR CASO DE CORRUPÇÃO DA POLÍTICA BRASILEIRA”, ele considera que o ex-presidente Lula (PT) também teria que ser julgado. “Lula é o réu oculto do mensalão. É impossível que não tenha tomado conhecimento de tudo que o que estava sendo armado à sua volta. Na entrevista, Villa fala também do caso do cartel no metrô de São Paulo e do mensalão mineiro.


Leia abaixo os principais trechos da entrevista.

O EX-PROCURADOR-GERAL DA REPÚBLICA ANTÔNIO FERNANDO DE SOUZA CLASSIFICOU O MENSALÃO COMO O MAIOR ESCÂNDALO POLÍTICO DA HISTÓRIA BRASILEIRA. O SENHOR CONCORDA? POR QUE?

Sim. Não houve nada parecido. O projeto criminoso de poder foi articulado no interior do Palácio do Planalto. Não há nenhum caso semelhante na história do Brasil.

QUE ANÁLISE O SENHOR FAZ DO JULGAMENTO DO MENSALÃO PARA AS HISTÓRIAS POLÍTICA E JURÍDICA DO BRASIL?

Foi um marco. Poderá significar um corte na história jurídica do país. A justiça, finalmente, iniciou o processo (que deve ser longo) de igualizar os cidadãos pois, até hoje, uns brasileiros eram mais iguais que outros.

O SENHOR ACREDITA QUE O JULGAMENTO DO MENSALÃO SIGNIFICOU UMA RUPTURA COM A IMPUNIDADE, PRINCIPALMENTE EM RELAÇÃO A POLÍTICOS PODEROSOS?

Sim. Nunca na história deste país tivemos, ao mesmo tempo, tantos políticos presos. E não só políticos, mas empresários e também banqueiros.

QUAL SERÁ, NA AVALIAÇÃO DO SENHOR, O REFLEXO DO JULGAMENTO DO MENSALÃO NOS PRÓXIMOS CASOS DE CORRUPÇÃO QUE SERÃO ANALISADOS E JULGADOS PELO STF E PELA JUSTIÇA BRASILEIRA?

O julgamento sinalizou que a leniência com que eram tratados os casos de corrupção é coisa do passado.

O SENHOR ACREDITA QUE FOI COMETIDA ALGUMA INJUSTIÇA NO JULGAMENTO DO MENSALÃO, COMO TEM SIDO DITO POR ADVOGADOS, JURISTAS E LÍDERES POLÍTICOS DO PT?

Não. Foi um julgamento absolutamente legal, com amplo direito de defesa, transmitido pela televisão. Quer mais transparência que isso? Os protestos são justificáveis, mas estão distantes do que efetivamente ocorreu.

O QUE REPRESENTOU PARA O BRASIL A PRISÃO DE POLÍTICOS PODEROSOS COMO JOSÉ DIRCEU, JOSÉ GENOINO E VALDEMAR DA COSTA NETO, PRINCIPALMENTE NOS CASOS OCORRIDOS NO DIA DA PROCLAMAÇÃO DA REPÚBLICA?

É o início da refundação da República. Como costumo dizer, Deodoro da Fonseca só anunciou, em 1889, a República que, até hoje, não foi proclamada.

COMO ANALISA AS DECLARAÇÕES DA DIREÇÃO DO PT E DE PRESOS COMO JOSÉ DIRCEU E JOSÉ GENOINO DE QUE ELES SÃO PRESOS POLÍTICOS?

São políticos presos. E foram presos por formação de quadrilha, por corrupção ativa, por lavagem de dinheiro, etc. Como disse um ministro do STF, são os marginais do poder.

COMO O SENHOR AVALIA OS CASOS CLÍNICOS DO JOSÉ GENOINO E DO ROBERTO JEFFERSON? ACREDITA QUE ELES TERIAM QUE TER PRISÃO DOMICILIAR OU PODEM FICAR NA CADEIA COMO OS DEMAIS PRESOS?

Cabe à perícia definir cada caso, mas Jefferson, parece, tem o quadro clínico mais grave.

NA OPINIÃO DO SENHOR, QUAL FOI A PARTICIPAÇÃO DO EX-PRESIDENTE LULA NO MENSALÃO? O FATO DELE NÃO SER JULGADO COMPROMETE A ATUAÇÃO DO STF E DA JUSTIÇA? TEM ESPERANÇA DE QUE O EX-PRESIDENTE LULA AINDA SEJA JULGADO?

Lula é o réu oculto do mensalão. É impossível que não tenha tomado conhecimento de tudo o que estava sendo armado à sua volta.

QUAL SERÁ O IMPACTO DO MENSALÃO NAS ELEIÇÕES DO ANO QUE VEM, PRINCIPALMENTE SOBRE AS CANDIDATURAS DO PT? ACREDITA QUE A OPOSIÇÃO IRÁ EXPLORAR O ESCÂNDALO DURANTE O PLEITO?

É difícil estimar. O problema maior é que a oposição é muito ruim de discurso. Mas pode ser, que no momento de maior temperatura da eleição – -no caso de segundo turno, o tema tenha alguma centralidade.

O STF E A JUSTIÇA PREPARAM O JULGAMENTO DO MENSALÃO MINEIRO. QUAL A EXPECTATIVA DO SENHOR EM TERMOS DE CONDENAÇÕES, PRINCIPALMENTE DO EX-GOVERNADOR EDUARDO AZEREDO?

O que aconteceu em Minas é diferente do ocorrido na ação penal 470 \[mensalão\]. Entre os réus, é importante destacar, tem também o Mares Guia, que foi ministro do Lula, e o Clésio Andrade, entusiasta das administrações petistas. Mas, é importante destacar, o PSDB não soube enfrentar a questão. O melhor procedimento seria expulsar o ex-governador do partido.

O SENHOR ACREDITA QUE O MENSALÃO MINEIRO SERÁ JULGADO ANTES DAS ELEIÇÕES DO ANO QUE VEM? SE ISTO NÃO ACONTECER, ACREDITA QUE O PT EXPLORARÁ O EPISÓDIO NA ELEIÇÃO DE 2014 PARA DESGASTAR O PSDB?

É improvável. Ainda não foram resolvidos os embargos da AP-470 e tem muito processo na fila. E para o PT é melhor julgar a ação quando a presidência estiver com o Ricardo Lewandowski.
COMO ANALISA AS DENÚNCIAS DE FORMAÇÃO DE CARTEL NAS LICITAÇÕES DO METRÔ PAULISTA E AS SUSPEITAS SOBRE OS GOVERNOS TUCANOS MÁRIO COVAS, GERALDO ALCKMIN E JOSÉ SERRA?

Vamos aguardar o processo. Até agora não passam de especulações. É evidente que tem algo de errado e funcionários podem ter sido corrompidos.

EM TERMOS DE CORRUPÇÃO, É POSSÍVEL FAZER COMPARAÇÃO DO CASO SIEMENS COM O MENSALÃO?

Não. O caso Siemens é um fato isolado, mas que deve ser apurado, evidentemente. O mensalão foi um projeto de tomada do aparelho de Estado, um golpe, armado pela quadrilha petista que foi condenada.

NA OPINIÃO DO SENHOR, O STF E A JUSTIÇA TAMBÉM TÊM QUE JULGAR O CASO SIEMENS? ACREDITA QUE PODE RESULTAR EM CONDENAÇÕES PARA O GOVERNADOR GERALDO ALCKMIN E PARA JOSÉ SERRA?

O processo sequer foi aberto. Vamos aguardar mas, volto a dizer, são casos e situações distintas.


Para o historiador, gestões do PT foram ‘década perdida’
Autor do recém-lançado livro “DÉCADA PERDIDA: DEZ ANOS DO PT NO PODER” sobre os governos Lula e Dilma Rousseff, o historiador Marco Antonio Villa acredita que o Brasil perdeu oportunidade de crescer economicamente. “O PT na direção do governo não soube aproveitar o grande momento de expansão capitalista. O Brasil, óbvio, mas a passos de tartaruga. Basta comparar as nossas taxas com a média mundial ou com a média dos países emergentes.
PERDEMOS DE GOLEADA! ”, afirmou o historiador. Para ele, os principais erros dos 10 anos de governos do PT na Presidência foram o aparelhamento do Estado e a corrupção. “Como acerto, os governos Lula e Dilma mantiveram o que funcionava e deram operacionalidade ao programa Bolsa Família.” Na opinião de Villa, os governos Lula foram melhores do que está sendo o de Dilma. “OS DOIS GOVERNOS SÃO RUINS, MAS DILMA CONSEGUIU SER PIOR DO QUE SEU CRIADOR. O momento da economia mundial é diferente. Lula surfou na onda do crescimento chinês a dois dígitos. Já Dilma pegou momento de certa contenção da economia internacional.” Ele faz ainda restrições aos governos Fernando Henrique Cardoso (PSDB). “FHC teve mérito de estabilizar moeda, enfrentar questão das contas públicas e derrubar inflação. Mas poderia ter sido mais ousado no segundo mandato.”