Sérgio Alves de Oliveira
Tanto o Presidente interino autodeclarado da Venezuela, Juan Guaidó, quanto o Grupo de Lima, formado por 14 países, inclusive o Brasil, ”viajam na maionese” com suas ridículas estratégias para eventualmente derrubar o tirano venezuelano Nicolás Maduro do seu trono, mediante novas eleições livres devidamente fiscalizadas por organismos internacionais.
Com absoluta certeza não dará nenhum resultado positivo as pressões “diplomáticas” e “econômicas” para fazê-lo ceder ao uso dessa alternativa, democraticamente limpa, conforme decidiram. Sentado no ”colo” da ONU, e com as “costas quentes” com os “colegas” Rússia e China, Maduro sente-se absolutamente confortável para não ceder a qualquer tipo de pressão, seja diplomática, seja econômica.
O “Grupo de Lima” descartou, por completo, na reunião que teve na Colômbia, durante a semana em curso, qualquer “intervenção” ou medida militar de força contra o governo venezuelano, plenamente consciente, com certeza, do perigoso estopim que estaria acendendo, se assim decidisse, no sentido de um possível e incontrolável conflito bélico envolvendo as Grandes Potências Mundiais, uma contra, outras a favor de Maduro. O Grupo de Lima “borrou-se” de medo, resumindo. E com inteira razão.
Mas é evidente que nenhum bloqueio econômico à Venezuela dará qualquer resultado, mesmo porque mais “quebrada” que a Venezuela já está, certamente não poderá ficar. E qualquer bloqueio econômico porventura decretado contra esse país traria como única vítima o próprio povo venezuelano. As suas elites políticas, militares e econômicas nada sofreriam, uma vez que possuem o poder de escolher e selecionar quem seriam os prejudicados com essas medidas, reservando para si próprios o “bom”, e repassando para o povo o “mau”. Mas não há mais o que tirar do povo venezuelano.
Além das “garantias” que possui para manter o seu mandato, “roubado” em eleições fraudadas, Maduro conta com um “exército” de generais dentro do seu próprio Exército , que alguns garantem que seria em torno de 2 mil generais, todos comprados com as suas “estrelas”, os quais estariam incluídos entre os poucos privilegiados desse país, militarmente sustentando Maduro, muitos dos quais participando ativamente dos negócios ilícitos dentro do país, inclusive relacionados à cocaína e outras drogas.
Maduro também controla a Justiça venezuelana, através dos juízes que nomeou para os tribunais superiores.
Resumidamente, não há como se ter alguma expectativa de eventual rebelião militar exitosa. Maduro tem absoluto controle sobre as suas Forças Armadas, tanto quanto Kim-Jong-un o tem na Coreia do Norte, os quais inclusive têm muitas semelhanças.
Por seu turno o povo venezuelano não tem forças nem armas para se opor a Maduro. E as eleições, quando feitas, são fraudadas. A própria “fome” decretada por Maduro para controlar o seu povo se encarrega de inutilizar esse povo para qualquer reação.
Parece então que a única chance de derrubar Maduro do poder seria algum “acidente”, ou iniciativa interna de algum “herói”, que o “eliminasse” definitivamente do mundo dos vivos. A história está cheia de exemplos desse tipo de acontecimento, os quais infelizmente não beneficiaram os respectivos povos, ao contrário do que poderia acontecer na Venezuela. Talvez excepcionalmente valesse a expressão tão censurada que “os fins justificam os meios”.