Será a varíola do macaco a nova AIDS?
O vírus HIV, a acreditarmos na teoria de uma evolução aleatória e desastrosa do SIV, e não numa intencional conspiração laboratorial, veio do macaco, de certos macacos africanos. E passou a infectar humanos.
A detecção, o isolamento, a identificação e a relação do HIV com a síndrome de imunodeficiência por ele acarretada, a AIDS, se deu, inicialmente, em guetos homossexuais, em saunas gays e outros locais de diversão da bicharada. Tanto que, à época, início para meados da década de 1980, muitos jornais nacionais e internacionais de grande prestígio e renome a reportaram como o “câncer gay”, ou a “peste gay”. Muitos a consideraram, inclusive, um castigo de Deus infligido ao modo de vida da comunidade dos rapazes alegres.
O orthopoxvirus, o causador da varíola do macaco, como o nome não nos deixa esquecer, também veio do macaco, de certos macacos africanos. Devido a uma série de mutações aleatórias, a varíola do macaco passou também a infectar humanos.
A varíola dos macacos, segundo Tedros Adhanom Ghebreyesus, diretor-geral da OMS, também tem preferencialmente incidido em homossexuais masculinos. A grande maioria dos casos iniciais até agora registrados apresentam números muito maiores e significativos dentro da comunidade gay. Depois de dizer que o vírus do macaco adora infectar uma gazelinha, Tedros Adhanom Ghebreyesus emitiu também um alerta para que não haja “estigmatização contra um grupo específico”.
Kevin Fenton, diretor regional da saúde pública de Londres, segue a mesma linha : “A varíola dos macacos pode afetar qualquer pessoa, mas sabemos que muitos dos diagnósticos mais recentes são em gays, bissexuais e outros homens que fazem sexo com homens. Estamos lembrando a todos os sintomas da varíola dos macacos, e especialmente os homens gays e bissexuais em particular, que estejam especialmente atentos e procurem aconselhamento médico imediatamente se tiverem preocupações”.
O lusitano Vitor Duque, presidente da Sociedade Portuguesa de Virologia, foi ainda mais incisivo : “Pode ser o início de uma epidemia entre os homossexuais que eventualmente se pode alastrar [por] toda a população”.
Comunicados semelhantes foram emitidos também por órgãos de saúde pública de outros países europeus, como a Bélgica e a Espanha.
E eu vos digo : é sério, isso? De novo, esta merda?
A humanidade – ou, ao menos, os seus mandatários – anda, anda, e não sai do lugar; isso quando não patina para trás.
De novo, essa falácia (inconsciente ou deliberada?) de que existem grupos sexuais de risco, quando se lida com moléstias que podem se transmitir, também, por vias sexuais?
Não existe isso de grupos sexuais de risco. O que há são grupos de pessoas com comportamento de risco. No caso, grupos de pessoas que, independente de sua sexualidade, reúnem dois perigosos componentes em suas condutas e modos de vida : a promiscuidade e a falta de precaução.
O maior rodízio de parceiros sexuais aliado à ausência de qualquer tipo de proteção ou prevenção ao se expor a eles é que tornam a pessoa mais sujeita e vulnerável a doenças sexualmente transmissíveis, não a sua orientação sexual, não se ela dá ou come, não se ela chupa rola ou buceta, ou as duas coisas. Há, portanto, comportamentos de risco; não orientações sexuais amaldiçoadas.
Nesse caso, no entanto, a confusão é muito fácil de ser feita, vendida, propagada e, quiçá, até estabelecida como verdade. Isso porque, especificamente nesses casos, há um tangenciamento, uma intersecção entre o grupo de pessoas com comportamento de risco e um grupo de uma certa orientação sexual, os homossexuais masculinos.
Há uma coincidência de aspectos, nesse caso. Explico. Via de regra, homossexuais masculinos são mais promíscuos e desleixados com suas saúdes? Sim, são. Mas não por serem homossexuais. Sim por serem masculinos, homens. O homem, não importando o apito que ele toque, em geral, é mais promíscuo que a mulher. O homem, não importando se gay ou hétero, em geral, é menos, bem menos cuidadoso com a saúde que a mulher. Homem só vai ao médico se começar a sangrar por algum orifício. E se o band-aid não resolver.
Assim, se tomarmos um ambiente em que todas as relações amorosas e carnais se dão entre homens, cuja maioria deles é tão promíscua e pouco zelosa com a saúde como a grande maioria dos homens em geral, fica claro e patente que um novo patógeno sexualmente transmissível tem ali uma acolhedora manjedoura, tem chances muito maiores de se disseminar. Questão de probabilidade, apenas; não de orientação sexual.
O diretor-geral da OMS alertou para que não haja uma estigmatização em torno da informação que ele próprio fez o favor de divulgar. E nos termos que ele divulgou. Será que se ele não tivesse colocado o número de casos da varíola do macaco nesses termos, o da orientação sexual, alguém mais teria feito essa correlação? Será que se ele, simplesmente, relatasse o número de infectados, alguém mais iria se preocupar em saber da sexualidade deles? Quantas vezes “alertar” para a vaga possibilidade de um problema não acaba sendo, na verdade, causá-l0, deflagrá-lo?
E o lado do macaco? Ninguém está a levar em consideração? De novo, a culpa é do macaco? Estaremos a ver o advento de uma nova forma de discriminação, a simiofobia? Sim, a culpa é do macaco. Mas não do chimpanzé, do babuíno etc. A culpa é daquele macaco. Daquele macaco que, há uns milhões de anos, cismou de não ser mais macaco. E desceu da árvore, cortou o rabo e passou a andar sobre duas patas.
De qualquer modo, enquanto não se tem maiores e mais confiáveis informações sobre a varíola do macaco, se ela afeta mais as gazelinhas, ou, igualmente, os rinocerontes, leões e outros machões da savana, cuidem-se, meus caros rapazes alegres. Cuidemo-nos, todos nós.
Precavei-vos. Podem continuar, feito macaquinhos travessos, a pular de galho em galho, mas protejam-se. Precavei-vos. Para que possam continuar a saltitar lépidos e fagueiros pelos vastos campos verdes de nossa bandeira. - Este texto foi gentilmente roubado lá do Blog A MARRETA DO AZARÃO, donde, seu administrador reside em Ribeirão Preto(SP), sendo um TARADÃO totalmente pervertido... - A manchete não faz parte do texto original -