Milton Gamez
Pobre
FULECO. Envergonhado e deprimido, o tatu-bola, mascote da Copa do Brasil,
enfiou-se num buraco escuro para se esquecer do fatídico 7 a 1 e dos
lamentáveis elefantes brancos nos quais se transformaram alguns dos estádios
erguidos com dinheiro do governo (leia-se do povo) brasileiro. FULECO recusa-se
a sair para ver a luz do dia, em solidariedade aos amigos da FIFA que foram
presos na Suíça por suspeitas de corrupção, dentre eles o ex-presidente da CBF,
José Maria Marin. Também não quer ser confundido com outro personagem nefasto
que acaba de ficar famoso por conta da Operação Lava Jato: o PIXULECO. FULECO garante que, apesar da rima, não é parente
nem tem nada a ver com o tal PIXULECO,
sinônimo de propina no vocabulário do ex-tesoureiro do PT João Vaccari Neto,
segundo a delação premiada do engenheiro Ricardo Pessoa, presidente da UTC,
preso pela Lava Jato. O simpático tatu-bola jura que nunca levou bola de
ninguém, não é amigo do ex-ministro da Casa Civil José Dirceu, encarcerado em
Curitiba na 17ª fase da Lava Jato, nem conhece os cinco executivos da
Construtora OAS condenados pelo juiz Sérgio Moro, nas últimas semanas, por
conta do cartel lesa-pátria que tomou conta da Petrobras e foi tardiamente
defenestrado. “NÃO SEI DE NADA. COMIGO NÃO TEM
PIXULECO, NEM LEPO LEPO”, insiste o símbolo da Copa perdida,
antes de cavar um pouco mais fundo para se esconder.
A
casa caiu para muitos corruptos e corruptores no Brasil, mas FULECO espera ser
esquecido pelos investigadores da Polícia Federal e do Ministério Público, que
andam ocupados atrás de peixes graúdos supostamente entrincheirados no Palácio
do Planalto, no Congresso Nacional e nas empresas públicas e privadas
envolvidas no maior escândalo de corrupção da história do País. “Não vai ter
CPI da Copa. Diga ao juiz que não moro mais aqui”, tripudia, se algum
jornalista atrevido bate à sua porta.
Aos
trancos e barrancos, o fato é que o Brasil está sendo passado a limpo pela Lava
Jato. A crise política que tomou conta de Brasília por conta das investigações
é um efeito colateral que precisa ser tratado com maturidade política e
respeito às instituições democráticas e ao Estado de Direito. Até o momento, o
saldo desse necessário combate à corrupção é positivo. No País do FULECO e do PIXULECO, diminui aos poucos a sensação de impunidade que
alimenta sistemas econômicos e políticos corruptos há cinco séculos e impede o
pleno desenvolvimento da Nação. Espera-se que, depois da prisão e da condenação
de políticos, empresários e executivos corruptos nos escândalos do Mensalão e
do Petrolão, os assaltantes dos cofres públicos fiquem um pouco mais acanhados
em suas futuras investidas contra o bolso dos brasileiros de todas as classes
sociais. O tempo e os tribunais superiores vão dizer se as prisões da Lava Jato
foram justas ou injustas e se resultarão em condenações definitivas. E as ruas
vão mostrar, nas próximas semanas, se a população apóia a permanência ou o
afastamento da presidente Dilma Rousseff, que amarga um índice de popularidade
menor que o de Fernando Collor pré-impeachment.
Qualquer
que seja o estrago e o desfecho da crise atual, o poder de mudança para um País
melhor está nas mãos de cada eleitor. As próximas eleições municipais, em 2016,
mostrarão se o povo está farto dos políticos corruptos de sempre ou se ainda
tolera aqueles que roubam, mas fazem. FULECO pode até ser esquecido com o
passar dos anos, mas está na hora de os brasileiros usarem as urnas para dar um
peteleco definitivo no PIXULECO (A manchete e a imagem não fazem parte do texto
original).
PITACO DO BLOG CHUMBO GROSSO: -
FORA, PuTada!!!
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