sábado, 1 de julho de 2017

A FARRA DO BOI







GUILHERME FIUZA

Isso aqui estava um tédio de dar dó. Depois do golpe de Estado que arrancou do palácio a primeira presidenta mulher, cuja quadrilha estava ROUBANDO HONESTAMENTE sem incomodar ninguém, a sombra desceu sobre o Brasil. Um mordomo vampiresco entregou a Petrobras a um nerd que deixou os pais de família da gangue do Lula no sereno — extinguindo sumariamente o pixuleco, principal direito trabalhista conquistado na última década.



Mas não foi só isso. Além de arrancar a maior empresa nacional da falange patriótica de José Dirceu, O GOVERNO GOLPISTA DA ELITE BRANCA E VELHA DEU UM TRANCO NA ECONOMIA. Em pouco mais de um ano, estragou um trabalho de três mandatos presidenciais que levara o país a um recorde — a maior recessão da sua história. Enxotou do comando da tesouraria nacional todos aqueles CÉREBROS AMANTEIGADOS, e aí se deu o choque: inflação e juros caíram, dólar e taxa de risco idem. Uma tragédia.



Como se não bastasse, o mordomo começou a fazer as reformas estruturais que PASSARAM 13 ANOS NA GELADEIRA do proselitismo coitado, que é o que enche a barriga do povo. Antes que o pior acontecesse — a retomada do emprego e do crescimento — apareceu Rodrigo Janot.



Mas não apareceu sozinho, que ele não é bobo e sabe que com elite branca e velha não se brinca. VEIO COM O CAUBÓI BIÔNICO DO PT — aquele vitaminado por injeções bilionárias do BNDES, o brinquedo predileto do filho do Brasil. Só mesmo um caubói de laboratório teria a bravura suficiente para dizer ao país que comprou todo mundo E O CULPADO É O MORDOMO. A partir daí foi só alegria.



A dobradinha do procurador-geral da banda com o supremo tribunal companheiro nunca foi tão eficiente. A enxurrada de crimes da Lava-Jato envolvendo atos diretos e indiretos de Dilma Rousseff passou dois anos morrendo na praia. JÁ A HOMOLOGAÇÃO DA PEGADINHA DO CAUBÓI CAIU DO CÉU COMO UM RAIO. Aí o delator foi amargar o exílio no seu apartamento em Manhattan, deixando o país paralisado, mas feliz — COMO NO CARNAVAL.



Nesta revolução progressista, também conhecida como FARRA DO BOI, Joesley Batista apontou Michel Temer como o chefe da quadrilha mais perigosa do país. Os brasileiros já deviam ter desconfiado disso. Lula e Dilma não davam um pio sem pedir a bênção do vice. Todo mundo sabe que Dirceu morria de medo de Temer, e não deixava Vaccari, Delúbio, Valério, Duque, Bumlai, Palocci e grande elenco roubarem um centavo sem pedir a autorização do mordomo. CHEGARAM A PENSAR EM DENUNCIÁ-LO À ANISTIA INTERNACIONAL, MAS SE CALARAM TEMENDO REPRESÁLIAS. JÁ TINHAM VISTO NO CINEMA COMO OS MORDOMOS SÃO CRUÉIS.



Agora estão todos gratos ao CAUBÓI BIÔNICO, que por sua vez está grato ao procurador-geral da banda — e ao seu homem de confiança que saiu do Ministério Público para montar o acordo da salvação da boiada (sem quarentena, que ninguém é de ferro). O pacto que emocionou o Brasil, festejado nas redes sociais como Operação Free Boy, é um monumento à liberdade talvez só comparável à Inconfidência Mineira.



Nada seria possível sem o desassombro de EDSON FACHIN, o homologador-geral da banda. Um candidato a juiz capaz de circular no Senado a reboque do lobista de Joesley não teme nada.



O legal disso tudo, além de bagunçar ESSE GOVERNO RECATADO E DO LAR com mania de arrumação (a melhora dos indicadores estava dando nos nervos), foi ressuscitar o PT. Depois da delação de João Santana, o roteiro criminal sem precedentes elucidado por Sergio Moro se encaminhava para a prisão de Lula e Dilma — os presidentes do escândalo. AÍ VEIO A FARRA DO BOI DIZER AO BRASIL QUE, NA VERDADE, LULA E DILMA ERAM COADJUVANTES DO MORDOMO — QUEM SABE ATÉ LARANJAS DELE. E o Brasil, como se sabe, crê.



Alegria, alegria. Zé Dirceu solto, Vaccari absolvido pela primeira vez na Lava-Jato, pesquisas indicando aumento de aceitação ao PT! (Ok, é Datafolha, mas o Brasil crê). E você achando que não viveria para ver rehab de bandido. O auge da poesia foi o lançamento da denúncia de Janot em capítulos, como uma minissérie. Alguns especialistas classificaram-na como “inepta” (ou seja, a cara do pai), mas estão enganados. A denúncia de Janot é apenas um lixo. Quem gosta de inépcia é intelectual.



A alegação de corrupção passiva, por exemplo, é uma espécie de convite à investigação do Cade. Só faltou escrever “TEM COISA ESTRANHA ALI...” Um estudante de Direito poderia achar que quem denuncia sem apurar está cambaleando entre a negligência e a falsidade ideológica. Algum jurista na plateia?



Farra do boi não tem jurista. TEM QUADRILHA DANÇANDO EM TORNO DA FOGUEIRA de mais uma greve geral cenográfica, porque sacanear o país nunca é demais. Mas eis que chega um correio do amor para o procurador-geral do bando (devem ter errado a grafia). Vamos reproduzi-lo: “Companheiro, agora dê um jeito de completar o serviço e botar esse presidente na rua, depois em cana; acabe com ele, parceiro, porque DIZEM QUE MALDIÇÃO DE MORDOMO É TERRÍVEL. Só não é pior que a de mordomo-vampiro.”

LULA É O CHEFE









RUY FABIANO

O perigo do “Fora, Temer” é ofuscar o protagonismo do PT no maior processo de rapina já perpetrado ao Estado brasileiro – aliás, a qualquer Estado. A corrupção como método de governo.

O PMDB, partido que Temer presidiu por longo tempo, e cuja parceria com o PT o levou à vice-presidência de Dilma Roussef, praticou a corrupção clássica, que, embora obviamente criminosa, cuidava de não matar a galinha dos ovos de ouro.

A do PT, não. Não se conformava em enriquecer os seus agentes. Queria mais: saquear o Estado para financiar um projeto revolucionário de perpetuação no poder. Daí a escala inédita, mesmo em termos planetários. Só no BNDES, o TCU examina contratos suspeitos de financiamentos, que incluem países bolivarianos e ditaduras africanas, na escala de R$ 1,3 trilhão. Nada menos.

Poucos países têm tal PIB. A Petrobras, que era uma das maiores empresas do mundo, desapareceu do ranking mundial. Deve mais do que vale. O PT banalizou o milhão – e mesmo o bilhão.

As delações da Odebrecht e da JBS, entre outras de proporções equivalentes (Queiroz Galvão, OAS, Andrade Gutierrez, UTC etc.) mostram quem estava no comando: Lula e o PT. Os demais beneficiários estão sempre vários degraus abaixo. Eram parceiros – e, portanto, cúmplices -, mas sem comando.

Por essa razão, soou como piada de mau gosto – ou um escárnio à inteligência nacional – a afirmação de Joesley Batista de que Temer era o chefe da maior quadrilha do erário. A ação implacável do procurador-geral Rodrigo Janot procurou reforçar aquelfirmação, que obviamente não se sustenta.

Os irmãos Batista, no governo Lula – e graças a ele -, ascenderam da condição de donos de um frigorífico em Goiás à de proprietários da maior empresa de produção de proteína animal do mundo, com filiais em diversos países. Tudo isso em meses.

O segredo? A abertura dos cofres do BNDES, de onde receberam algo em torno de R$ 45 bilhões. Tal como Eike Baptista, são invenções da Era PT. Temer nada tem a ver com isso, ainda que tenha sido – e está provado que foi – beneficiário do esquema.

Mas chefe jamais. Temer e o PMDB são a corrupção clássica, igualmente criminosa, mas em proporções artesanais. É grave e deve ser investigada e punida. Mas enquanto a rapina peemedebista cabe em malas, a do PT exige a criação de um banco, como a Odebrecht acabou providenciando no Panamá para melhor atendê-lo.

É, portanto, estranho que, diante de evidências gritantes como as que Rodrigo Janot dispunha sobre Lula, não tenha se indignado na medida que o fez em relação a Temer e Aécio, cujas respectivas prisões pediu. Jamais denunciou Lula ou Dilma.

Muito pelo contrário. Até hoje não explicou porque destruiu uma delação premiada do ex-presidente da OAS, Leo Pinheiro, que comprometia Lula. Não o sensibilizaram tampouco as delações do casal de marqueteiros João Santana e Mônica Moura, que, inclusive, revelaram um esquema de financiamento de campanhas em países bolivarianos com dinheiro roubado da Petrobras.

E o casal deixou claro a quem obedecia: Lula e Dilma, fornecendo detalhes sórdidos do esquema: entre outras aberrações, uma conta fria de e-mail pela qual Mônica trocava informações com Dilma, com o objetivo declarado de obstrução de justiça.

E o caso do ex-ministro Aloizio Mercadante, que tentou silenciar Delcídio Amaral, que se preparava para uma delação premiada? Ofereceu-lhe dinheiro e intermediações no STF para soltá-lo. O que Janot fez com aquela fita, cuja nitidez dispensou perícias técnicas? Mercadante continuou ministro até a saída de Dilma. E o que Janot falou a respeito? Suas indignações, de fato, têm sido seletivas, dando ensejo justificado a suspeitas de engajamento.

Temer está em maus lençóis pelo que fez – e deve ser investigado. Ele, Aécio e quem mais tenha delinquido. Mas não se deve perder de vista o senso das proporções. Lula é o chefe

HÁ SUSPEITA QUE OS ARAPONGAS DO GOLPISTA PETRALHA JANOT PERSEGUIAM  RAQUEL DODGE...



Reinaldo Azevedo

Coisas da maior gravidade estão em curso em Brasília. Graves, eu diria, num grau como ainda não se viu em tempos democráticos. PARECE QUE PESSOAS EMPENHADAS EM DERRUBAR O PRESIDENTE MICHEL TEMER ANDARAM INDO LONGE DEMAIS. E não consta que desistirão tão cedo. Por que tanta determinação? É o que a história deixará claro um dia — ao menos espero.

Há três episódios que precisam ser tornados públicos e que revelam o estado das coisas. Muito se diz, para desconfiança de alguns, que HÁ UMA TENTATIVA DE SE INSTAURAR UM REGIME POLICIAL NO BRASIL. Estou entre os que acham essa avaliação procedente. Então vamos ao primeiro evento estupefaciente.



EPISÓDIO UM


Nesta quinta-feira, RAQUEL DODGE, indicada na noite anterior pelo presidente Michel Temer para substituir RODRIGO JANOT, teve seus passos milimetricamente monitorados por pessoas que se disseram a serviço da Procuradoria-Geral da República. Para quem não entendeu: ELA FOI SEGUIDA.

Raquel, como se sabe, é uma desafeta de Janot porque se opõe não ao combate à corrupção, é claro!, mas aos métodos um tanto AUTOCRÁTICOS e TRUCULENTOS com que o titular da PGR conduz o órgão. “Está acusando Janot, Reinaldo?” Não me atrevo. Não sou do tipo que faria ilações irresponsáveis na linha: “a) Janot NÃO QUERIA Raquel na PGR; b) pessoas que se diziam a serviço da PGR SEGUIRAM Raquel; c) logo, JANOT mandou seguir Raquel”.

Se tivesse elementos para isso, diria. Quando menos, que se abra uma sindicância interna.

E que Raquel Dodge saiba: estava sendo seguida ontem. E seus perseguidores se diziam a serviço do órgão que ela vai comandar.



EPISÓDIO DOIS


Na quarta, enquanto Alexandre Parola, porta-voz do presidente, anunciava o nome de Raquel, um grupo ligado a Janot, sob sua orientação, fazia a revisão final de um MANDADO DE SEGURANÇA, com PEDIDO DE LIMINAR, a ser apresentado ao Supremo para IMPEDIR QUE TEMER FIZESSE A INDICAÇÃO. Pretexto? O presidente não poderia indicar a chefe do órgão que o denuncia. Há algum documento que trata do assunto? Existe algum diploma legal com tal disposição? Está na Constituição? Resposta: NÃO!

Mas sabem como é… Vai que, no sorteio, a coisa caísse no colo de um Roberto Barroso, de um Luiz Fux, de uma Rosa Weber… Afinal de contas, começa a ser influente a ideia de que a lei não é o limite. Ou não defendeu, com todas as letras, o senhor Barroso que um acordo de delação, por exemplo, pode conter o que está e o que não está na lei?

Quando Parola anunciou o nome de Raquel, antes da apresentação da ação, houve quem desse um murro na mesa de raiva. A razão é simples: sem a indicação, o alvo seria Temer — afinal, para todos os efeitos, pedia-se que ele não indicasse nenhum dos nomes da lista tríplice. Depois dela, o ato seria hostil à própria procuradora, o que não seria bem-visto por seus colegas.



EPISÓDIO TRÊS


Janot enviou EMISSÁRIOS ao presidente do Senado, Eunício Oliveira (PMDB-CE), pedindo que ele buscasse ADIAR O MÁXIMO POSSÍVEL A SABATINA DE RAQUEL NA COMISSÃO DE CONSTITUIÇÃO E JUSTIÇA — PREVISTA PARA 12 DE JULHO. Pretexto? Ah, o de sempre: sabatinar a indicada nos próximos dias concorreria para enfraquecer Janot e, por consequência, a Lava-Jato. Conhecem esse argumento, não? Eunício ouviu, mas não cedeu.



CLIMA DE TERROR


Se há ou não o dedo de Janot na perseguição — acho que a palavra é essa — de Raquel, bem, isso não sei. Que as outras duas ações partiram do seu gabinete, ah, isso partiram. E, convenham, nenhuma delas honra a biografia do ainda procurador-geral da República.

Brasília está assustada — e não necessariamente por bons motivos. Fala-se, em todo canto, da existência de uma mansão no Lago Sul que seria, na verdade, uma central de espionagem e de grampos ilegais. A casa seria dotada, entre outras traquitanas,  do “Sistema Guardião”, um SUPERAPARELHO de escuta telefônica destinado a órgãos policiais e de inteligência.

O mundo da ARAPONGAGEM é curioso: ao mesmo tempo em que se desenvolve na clandestinidade, é também muito buliçoso, porque os próprios arapongas de encarregam de ALCAGUETAR o trabalho da concorrência. A conversa sobre a tal central clandestina se tornou ainda mais nervosa porque, consta, tudo está sendo desmontado às pressas. Por alguma razão. TÁ BOM ESSE BRASIL PRA VOCÊ?

sexta-feira, 30 de junho de 2017

JOESLEY SAFADÃO & VACILÃO...




GUILHERME FIUZA

O gigante enfim acordou. O grande dia demorou a chegar, mas valeu a pena. A criatura paquidérmica e modorrenta espreguiçou-se com estilo, lançou um olhar de sagacidade em direção ao nada e anunciou a descoberta da origem de todos os seus problemas: MICHEL TEMER.

Foi bonito, mas não pensem que foi fácil. Na verdade, nem teria sido possível se não fosse a intervenção de UM HERÓI DISCRETO, UM HUMILDE HOMEM DO POVO DISPOSTO A TUDO PARA SALVAR A SUA GENTE: JOESLEY BATISTA. Desde o lendário LUIZ INÁCIO DA SILVA – O FILHO DO BRASIL – não se via nesta terra alguém tão determinado a sacrificar-se pelo BEM COMUM. Talvez até já se possa dizer que o Brasil tem dois filhos.

Ninguém ganhou tantas manchetes neste país em pouco mais de 30 dias quanto o COMPANHEIRO JOESLEY. Nada mais justo. Está faltando um historiador corajoso o suficiente para constatar o óbvio: o Maio de 17 no Brasil foi mais revolucionário que o Maio de 68 na França. Daniel Cohn-Bendit, o heroico líder das passeatas estudantis na França conhecido como Dani Le Rouge, tende a sumir dos livros de história com a consagração de Joesley Batista, o Jo Free-Boy. Cohn-Bendit nem exilado foi. JÁ O NOSSO FREE-BOY TEVE DE SE EXILAR EM MANHATTAN, EM PLENA PRIMAVERA NOVA-IORQUINA, JOGADO COMO UM INDIGENTE EM SEU APARTAMENTO NA 5ª AVENIDA, CERCADO POR TODOS OS LADOS DE GRIFES MILIONÁRIAS E OPRESSORAS.

Felizmente, Jo Free-Boy é um herói solitário, mas nem tanto. Alguns estudiosos progressistas e humanitários asseveram que ele não seria nada sem uma eminência parda também fadada a passar aos livros de história como ícone da revolução de Maio de 17 no Brasil: RODRIGO JANOT, O DEIXA-QUE-EU-CHUTO. Graças aos chutes certeiros de Janot, em tabelinhas sensacionais com Joesley (jogam por música), o Brasil descobriu que a quadrilha de Michel Temer sequestrou e depenou o país por 13 anos – MANTENDO GENTE INOCENTE COMO LULA, DILMA, DIRCEU E TODOS AQUELES TESOUREIROS SIMPÁTICOS DELES SOB EFEITO DE DROGAS PESADAS, OBRIGADOS A FAZER PAPÉIS SÓRDIDOS. DESUMANO.

Mas agora tudo se esclareceu. Quem roubou o BNDES e passou mais de década enfiando bilhões de reais na conta de Jo Free-Boy, na marra e sem dar a ele a mínima chance de defesa, FOI TEMER. Quem obrigou José Dirceu, por meio de tortura e choques elétricos, a reger na Petrobras o maior assalto da história do Ocidente FOI TEMER. Todo mundo sabe que o único parceiro de luta armada que tinha a chave da casa de Dirceu ERA TEMER. Uma violência.

E vejam só a desfaçatez: no que Temer assume a Presidência da República, o que ele faz? Enxota todos os bandidos da Petrobras e de seu entorno, põe para dirigir a companhia um executivo de primeira linha, inclusive honesto, que vai lá e salva em tempo recorde a maior empresa nacional. É muita cara de pau. NA GUERRILHA, chamavam isso de “FAZER FACHADA”.

Mas não engana ninguém. Agora todos já sabem, depois de tanta polêmica, que o tríplex do Guarujá É DE TEMER. O sítio de Atibaia TAMBÉM. Os pedalinhos pertencem a MICHELZINHO – e aqueles nomes da família de Lula pintados ali eram disfarce. Os Silvas na verdade eram empregados do sítio, inclusive submetidos a trabalho escravo. MICHELZINHO ficou milionário à sombra do pai – que o apelidou de RONALDINHO DOS NEGÓCIOS – quando todos sabem que talentoso mesmo para as finanças era Lulinha. MAS ESSE CONTINUOU POBRE, porque a quadrilha de Temer sabotou todas as suas iniciativas. Antes de ser preso na Lava Jato, o pecuarista José Carlos Bumlai cuidou pessoalmente de asfixiar a promissora carreira empresarial do filho de Lula.

É tudo muito triste, mas Deus é brasileiro e agora estamos caminhando para o final feliz. A receita do sucesso é simples, Brasil: não deixe de apoiar, em hipótese alguma, OS CHUTES DA DUPLA JANOT & JOESLEY. A bola costuma ir à arquibancada, mas isso não tem problema, porque o juiz Fachin sempre apitará gol. Entendeu? Pare com essa mania de investigação, processo e outras frescuras pequeno-burguesas. Um país moderno não pode ficar travado em burocracias.
Só falta erguer um monumento ao revolucionário desconhecido que tatuou seu lema na própria testa: “EU SOU LADRÃO, VACILÃO E SAFADÃO, MAS ESTOU LIVRE PORQUE TEM UM MONTE DE OTÁRIO PRA ACREDITAR EM MIM”.

quinta-feira, 29 de junho de 2017

Quem tem medo de Sérgio Moro?

 
 
 
Não são poucos os encrencados ou simplesmente citados em delações da lava jato que pedem aos seus advogados para que deem um jeito de tirá-los da jurisdição de Curitiba.

Melhor dizendo, de Sergio Moro, o protótipo do Juiz que, nos interrogatórios, não se altera por nada, trata respeitosamente o acusado num tom de voz suave lembrando cantiga de ninar.

Consta que até antes de estar cara a cara com o temível Juiz, tudo o que o Lula pedia aos seus advogados era para não ser levado para depor perante o Moro em Curitiba.

O medo de Lula de ser preso durante ou após a audiência foi tamanho que a militância petista trazida de ônibus do interior paranaense e de outros Estados, inclusive Minas, não arredou da praça próxima ao fórum, mesmo com chuva caindo.

Antes do encontro marcado com Moro, Lula chegou escoltado por alguns deputados e senadores petistas, subiu ao palanque, discursou à vontade e depois num cotejo rápido seguiu a pé para o seu compromisso.

Quem viu a postura, ora querendo dissimular o medo, ora querendo mostrar firmeza de modo a parecer verdadeiro, não tinha porque concluir que o Presidente mais popular da história, mais do que o grande Getúlio, pai dos pobres e mãe dos ricos, sairia dali preso.

Hoje o Lula, denotando até um certo carinho, trata o jovem Juiz Moro e a nova geração de Procuradores atuantes na Lava Jato como “os meninos de Curitiba”.

Quem parece ainda estar medrando é o PT que, por sua jovem e tarrabufada nova Presidente, esbraveja que o seu partido só aceita para o Lula a absolvição absoluta, total.

Isso é medo generalizado que nem o do poeta que morria de medo não só de que chegasse a hora de entrar no avião, mas também de abrir a porta que daria para sertão da sua solidão. (Belchior, Pequeno mapa do tempo, in Coração Selvagem, 1977).

Quem quando criança não ouviu a canção sobre o lobo mau que pegava criancinha para fazer mingau? Maldade do Braguinha, nosso popular João de Barro, autor dos versos que não lhe deram só fama. Também muito dinheiro.

O medo é uma maldade dos adultos que o inoculam nas crianças limitando-as desde cedo em suas iniciativas. Medo não são o receio, o cuidado, a prudência, que tem carga de responsabilidade.

Medo é o que encurrala e manipula as sociedades contemporâneas fustigadas por extremistas da esquerda e da direita. (Ver Bauman, “Em busca da política”, Zahar, SP, 2014).

O lobo mau sempre fazendo-se passar pela Chapeuzinho ao mesmo tempo sempre a fim da vovozinha deve ter mexido tanto com a cabeça de Edward Albee (1928-2016), quando criança, que já crescido, determinado a ser escritor, revelou-se um dos mais talentosos teatrólogos de sua geração nos anos 1960.

Misto de Millôr Fernandes com William Shakespeare, Albee estreou com a História do Zoológico em que duas personagens se encontram ali, entre feras, casualmente. A conversa descamba para a solidão. Quero dizer, toda e qualquer solidão.

A catarse do medo infantil do lobo mau se realizou com “Quem tem medo de Virginia Wolf?”. Aquele título, de saída, chamou a atenção para a obra da escritora inglesa, até então restrita a pequenos circulos intelectuais e maldita pelas elites conservadoras.

Nessa coisa de dar títulos sem nada a ver com o texto, o Augusto Blum, meu colega de faculdade, sob inspiração do “Missa Convite”, escreveu sua peça nunca encenada – “A redenção dos vuuupts ou quem tem medo de Silvia Teresa?”.

Agora, na segunda instancia, uma sentença do Juiz Moro foi reformada – porque delação por si só não vale como prova, e isso está na lei nº 12.850/13, Art. 4º, Parágrafo 16, que ordena assim - “nenhuma sentença condenatória será proferida com fundamento apenas nas declarações de agente colaborador”. Ou seja, o delator.

Não há sentença terminativa no primeiro grau. Quem é o Juiz que não sabe disso? Mas, afinal, errare humanum est...

O absolvido no segundo grau foi ninguém mais nem menos que um certo senhor Vacari, tesoureiro do PT.

SAIBA O QUE LEVOU O AÇOUGUEIRO JOESLEY BATISTA A SE INTERNAR NO HOSPIAL DOM MOURA, OU MELHOR, NO EINSTEIN.






CRIMINOSO PREMIADO TEVE UMA LOMBALGIA, A SEGUNDA CAUSA DE IDA DAS PESSOAS AO MÉDICO. VOCÊS ACHAVAM O QUÊ? QUE ELE TERIA DOR DE CONSCIÊNCIA?





Reinaldo Azevedo
Nada de grave com Joesley Batista. Podemos manter a esperança de que ele ainda acabe na cadeia. O que o fez internar-se no HOSPITAL ALBERT EINSTEIN foi uma lombalgia, a segunda queixa que mais leva as pessoas ao médico. Lombalgia? É: dor lombar, dor de cadeiras, dor de rim, dor nas ancas, dor nos quartos, lumbagem, lumbago… Vamos convir, né? QUEM REALMENTE ESTÁ COM DOR NO LOMBO, AINDA QUE METAFÓRICA, É O POVO BRASILEIRO, QUE FOI ASSALTADO, LUDIBRIADO, ENGANADO, PENDURADO NO GANCHO COMO GADO… E vê um de seus algozes flanando por aí. A lombalgia poderia ser até um princípio de justiça divina, né?, já que não se deve procurar a justiça dos homens nas cercanias de Rodrigo Janot e Edson Fachin. Mas não é. Deus não se ocupa dessas coisas. Isso é com a gente. E, claro!, noto que “as ancas” ou “os quartos” de Joesley, para empregar um vocábulo que orna com açougue, até podem doer. O QUE NÃO LHE DÓI MESMO É A CONSCIÊNCIA. - A manchete não faz parte do texto original -
 

Sucessora de Janot vai ‘’CHAMAR NA GRANDE’’ o amigo do Lula, Joesley Batista



 Josias de Souza

Indicada por Michel Temer para suceder Rodrigo Janot na Procuradoria-Geral da República, Raquel Dodge faz uma crítica à colaboração premiada firmada com executivos da JBS. Em conversas privadas, ela afirma que faltou ao acordo que converteu Temer em presidente denunciado uma exigência de reparação do dano causado ao erário.

Para Raquel Dodge, a imunidade penal concedida a Joesley Batista e aos demais delatores do grupo empresarial não deveria eximir o Estado de buscar a reparação integral do dano. Significa dizer que as verbas desviadas de cofres públicos e incorporadas ao patrimônio dos delatores teria de ser devolvida.

Defensora da Lava e do instituto da delação premiada, Raquel Dodge sustenta, longe dos refletores, a tese segundo a qual a ausência da reparação do dano passa para a sociedade a má impressão de que o crime compensa. Sobretudo em casos como o da JBS, cujos sócios ostentam sinais de riqueza como iate, jato e apartamento em Nova York.

A sucessora de Janot vem evitando falar abertamente sobre o tema. Mas será questionada sobre JBS na sabatina a ser realizada na Comissão de Constituição e Justiça do Senado. Até aqui, sempre que foi indagada sobre a delação da JBS, Raquel Dodge limitou-se a dizer que: 1) a legislação autoriza a redução ou perdão da sanção penal. 2) depois de celebrados pelo Ministério Público, os acordos são submetidos ao crivo do Judiciário.

O Supremo Tribunal Federal adiou para esta quinta-feira a decisão sobre a amplitude dos poderes do plenário da Corte e das suas turmas sobre as cláusulas de acordos de delação. Já está entendido que cabe ao relator do processo decidir sozinho sobre a legalidade do acordo e a espontaneidade das delações. A dúvida é se o colegiado pode ou não alterar os termos do acordo na hora de proferir uma sentença nos casos em que o delator cumpriu todos os compromissos que assumira com o Estado.