Cláudio Humberto
Apontado como
possível candidato à Presidência da República em 2018, o ministro da Fazenda,
Henrique Meirelles, dirá na propaganda partidária do PSD que populistas e
oportunistas fazem mal ao País. No vídeo, que será veiculado nesta quinta-feira
em cadeira nacional de rádio e TV e do qual o ministro será o protagonista,
Meirelles afirmará também que o brasileiro não quer mais saber de
aventuras.
"Estamos no
rumo certo e não podemos dar nenhum passo atrás. Temos de ficar atentos: o
populismo e os oportunistas fazem mal ao País. O Brasil exige competência,
responsabilidade e ética", dirá o ministro no vídeo, sem citar nomes.
"O governo anterior quebrou o País, essa é a grande verdade. O brasileiro
não quer mais saber de aventuras", afirmará em outro texto do vídeo, que
foi apresentado pelo PSD a jornalistas nesta quarta-feira.
Elaborado por Felipe
Soutello, marqueteiro que costuma fazer trabalhos para o PSD, a propaganda terá
10 minutos de duração. Desse total, o ministro da Fazenda falará por cerca de 8
minutos. Além dele, falam rapidamente no vídeo Alda Marco Antonio,
ex-vice-prefeita de São Paulo e coordenadora nacional do PSD Mulher, e pessoas
comuns, que darão declarações sobre a percepção sobre a economia brasileira.
Na propaganda,
Meirelles faz defesa do governo do presidente Michel Temer, embora não tenha
mencionado o nome do presidente. Ele ressaltou melhoras nos indicadores
econômicos do País, como controle da inflação, juros menores, comida "mais
barata" e diminuição do desemprego. "O rumo está correto e não
podemos desviar o trilho. Ainda não deu para todo mundo perceber, mas a direção
é de crescimento do Brasil", dirá o ministro.
O ministro também
faz uma defesa das reformas. Segundo ele, o governo "tido coragem para
fazer reformas fundamentais para retomada do crescimento e do emprego".
"As reformas só dependem de um grande e poderoso reencontro dos milhões de
brasileiros, que são maioria e não estão nos extremos ideológicos. Um
reencontro para buscar um amanhã diferente", afirmará Meirelles.
A propaganda também
apresentará um pequeno resumo do currículo do ministro. O vídeo ressalta que
Meirelles estudou em escola pública, formou-se em engenharia e se especializou
em economia. A peça tenta passar uma imagem de que o ministro é trabalhador.
"Sou um homem que acredita no diálogo. Durmo pouco e trabalho muito. Gosto
de trabalhar", dirá o ministro, que aparece no vídeo vestido apenas de camisa
social, sem terno.
Meirelles dirá ainda
que o foco de seu trabalho é "combater privilégios", aumentar emprego
e distribuir renda. "Dizer que as coisas estão ótimas é faltar com o
respeito com aqueles que ainda estão sem emprego. (...) Sempre dá para melhorar
mais", disse. "Sem arrumar a economia, não se arruma a saúde nem a
educação, muito menos a segurança. Por isso, é importante o governo gastar
melhor, para investir em mais polícia e mais equipamentos", afirmará em
outro trecho.
Interesse. Meirelles
tem admitido interesse em disputar a Presidência da República em 2018, mas diz
que só decidirá sobre a candidatura no final de março, prazo final exigido pela
legislação eleitoral para que ministros que disputarão as eleições de outubro
se desincompatibilizem do cargo. O ministro, porém, já vez se mobilizando para
viabilizar a candidatura.
Como mostrou o
Estadão/Broadcast, ele repaginou suas redes sociais, contratou equipe de
filmagem para registrar suas atividade, além de dar mais entrevistas. Em uma
atitude inusitada, Meirelles convocou coletiva de imprensa para esta
quinta-feira na sede nacional do PSD em Brasília. Segundo o partido, o ministro
falará sobre temas variados, principalmente sobre política. A entrevista
ocorrerá na hora do almoço para "não haver conflito de interesse".
Na tentativa de
fugir do rótulo de candidato do mercado, Meirelles começou a fazer inflexão no
discurso. Ele prepara uma plataforma eleitoral para tentar traduzir a melhoria
dos indicadores econômicos em benefício à população mais pobre. Em café da
manhã com jornalistas ontem, o ministro acenou com reajuste dos benefícios do
Bolsa Família e a correção da tabela do Imposto de Renda de Pessoas Físicas
(IRPF) em 2018, ano eleitoral.