Luiz
Felipe Pondé
E se
Lula ganhar as eleições em 2018? O Brasil terá um retrocesso ao paleolítico
–sem querer ofender nossos ancestrais.
Sei
que inteligentinhos dirão: pelo contrário, as populações mais pobres voltarão a
comprar TVs e carros. E eu direi: a bolsa fome é a grande miséria que alimenta
o PT e seus associados.
Nelson
Rodrigues dizia que, no dia em que acabasse a pobreza do Nordeste, dom Helder,
o arcebispo vermelho, perderia sua razão de existir. Por isso, ele e a miséria
do Nordeste andavam de mãos dadas.
O
truque do PT e associados é o mesmo: destruir a economia, acuar o mercado,
alimentar uma parceria com os bilionários oligopolistas a fim de manter o país
miserável e, assim, garantir seu curral eleitoral.
Como o
velho coronelismo nordestino –conheço bem a região: sou nascido no Recife e
vivi muitos anos na Bahia–, o PT e associados têm na miséria e na dependência
da população seu capital.
Mas
quero falar de outras dimensões da tragédia que nos cerca caso o PT retome o
poder.
Desta
vez, o projeto "a Venezuela é aqui" se organizará de forma mais
concreta.
O
Poder Judiciário, já em grande parte na mão da "malta" do PT, servirá
ao partido de forma sincera e submissa, destruindo a autonomia da Justiça. Esse
processo já está em curso, mas foi, temporariamente, barrado pelo percalço do
impeachment e de alguns poucos setores não petistas do Poder Judiciário.
O
Legislativo se acomodará, como sempre, a quem manda.
O
mercado também se acomodará, servindo, de novo, ao coronel Lula ou a algum
genérico que o represente. Eliminarão qualquer elo na sua cadeia produtiva que
suje seu nome –da empresa, quero dizer– junto à Nomenclatura.
Quanto
à inteligência pública, essa será devastada.
Perda
de empregos, contratos, espaços nos veículos, com a bênção da quase totalidade
das Redações e editorias. Se não apenas para eles mesmos não perderem empregos,
contratos e espaços, também, e principalmente, porque a quase totalidade das
Redações e editorias são petistas ou similares.
Nas
universidades e nas escolas, a festa. Reforço absoluto da patrulha ideológica
de forma orgânica, com apoio da Capes e de sua plataforma Sucupira.
As
universidades, entidades quase absolutamente monolíticas e autoritárias,
celebrarão a queima total de seus adversários internos e externos. Os alunos,
coitados, ou aderirão à retomada vingativa do poder por parte do PT, ou
perderão bolsas, vagas e carreiras.
E
chegará a vez de as Forças Armadas também serem cooptadas pela hegemonia
petista. Uma vez cooptada, como na Venezuela, a regressão ao paleolítico estará
plenamente realizada.
O
controle da mídia, em nome da "democracia", implicará o silêncio
imposto a todos que quiserem pagar suas contas.
A
classe artística fará festivais para comemorar o retorno ao poder dos
"progressistas" que dão dinheiro para eles gastarem até acabar.
E, quando
o dinheiro acabar, como acabou no Dilma 2, os "progressistas" sairão
do poder, darão um tempo para os "conservadores" fazerem o trabalho
sujo de reorganizar a economia e, quando a casa estiver um pouco mais
organizada, voltarão ao poder para gastar tudo de novo.
Vivemos
duas formas de hegemonia do PT e associados no Brasil: a hegemonia da miséria e
do discurso populista de cuidado com ela e a hegemonia do pensamento público e
de suas instituições.
A
diferença entre o PT de antes do impeachment e o PT de agora será que antes ele
ainda fazia pose de defensor das liberdades.
Agora,
ele perderá a pose e destruirá todo o tecido de liberdade de expressão no país.
E
mais: a vitória de Lula em 2018 será a prova definitiva de que os eleitores não
estão nem aí para suspeita de corrupção pairando sobre qualquer que seja o
candidato.
Todo
esse mimimi ao redor da Lava Jato ficará claro como mimimi.
Dane-se
a corrupção. Ninguém está nem aí para isso. A começar pelos intelectuais,
professores, artistas e integrantes de grande parte do Poder Judiciário.
O
combate à corrupção é (quase) uma farsa.
Depressão,
ressentimento, medo e vingança serão os afetos que definirão 2019
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