domingo, 5 de março de 2017

CANDIDATURA DE ARAQUE DE LULA É TENTATIVA DE QUERER GANHAR NO GRITO, AS INVESTIGAÇÕES CONTRA O PENTA RÉU, A CAMINHO DO HEXA...


O abaixo-assinado da escória ideológica petista em favor da candidatura do tiranete Lula temAPENAS UM OBJETIVO: tentarATRAPALHAR as investigações que corremCONTRA ELE na Lava-Jato. Texto de Vera Magalhães (Estadão):


A semana promete ser tomada pelo “lançamento” da sexta candidatura de Luiz Inácio Lula da Silva à Presidência. O pontapé inicial foi um manifesto “espontâneo” assinado pelos intelectuais de cabeceira do petismo, e que dará origem a um site e um road show do ex-presidente e réu na Lava Jato pelo País. O título do abaixo-assinado é “Por que Lula?”. 

Está aí uma boa pergunta,MAS A RESPOSTA está longe de ser o misto de ingenuidade, desonestidade intelectual e manipulação contidos no documento.

Por que Lula? Por que o Brasil precisa dele ou por que ele precisa dessa candidatura como escudo para se defender das acusações de que, no exercício da Presidência e depois de deixá-la, praticou corrupção passiva, tráfico de influência, lavagem de dinheiro e outros crimes investigados no petrolão?

O calendário do lançamento de Lula coincide com a reta final de um dos processos nos quais o petista é réu, sob a acusação de ter recebido propina de até R$ 3,7 milhões na forma de “mimos” da OAS, que reformou um triplex no GuarujáQUE SERIA OFERTADO à sua família e pagou pela guarda das “tranqueiras” que ele carregou quando deixou o Alvorada.

Lula vai depor em maio diante do juiz Sérgio Moro. Até lá, deve rodar o País entoando a cantilena de que é vítima de perseguição política e de que os processos nada mais são do que uma tentativa de tirá-lo da vida pública e impedir uma nova candidatura.

Não será o contrário? Lula nunca desejou de fato ser candidato novamente à Presidência. Não o fez quando teve a faca e o queijo na mão: petistas como Rui Falcão e Marta Suplicy lançaram o “volta Lula” em 2014, e ele não o levou adiante.

Não foi em respeito a Dilma Rousseff que ele deixou de ser candidato. Lula desistiu porque não podia vislumbrar a possibilidade – na época, ainda bastante remota – de não ser eleito nem a perspectiva, esta bem concreta, de fazer um governo pior do que os anteriores.

Por que, então, teria mudado de ideia agora que é réu em cinco ações penais, o PT foi varrido do mapa nas eleições municipais, Dilma sofreuIMPEACHMENT E A economia está em frangalhos? Altruísmo? Senso de dever para com aqueles que o PT diz ter incluído e que voltaram à miséria?

Talvez Chico Buarque ou Leonardo Boff acredite de fato nisso, embora seja espantoso.

A desigualdade social e o desemprego galopam no País por obra e graça dos governos Lula e Dilma. Ele por não ter aproveitado o vento favorável na economia mundial que vigorou até 2009 para fazer as reformas que eram necessárias. Ela por se lançar na tal “nova matriz econômica”, que nada mais era do que desculpa para abraçar a irresponsabilidade fiscal como se não houvesse amanhã.

A Lava Jato nada mais é do que a resposta da Justiça a um esquema de desvio de recursos públicos sem precedentes, montado de forma deliberada e reiterada pelos governos do PT – neste caso mais dele do que dela – para sustentar um projeto de poder que era para durar ao menos 20 anos.

O fato de Lula responder agora pelos crimes dos quais é acusado não é perseguição política, mas consequência do amadurecimento democrático e institucional do Brasil. Não à toa, os defensores do ex-presidente falam em “Justiça para todos e para Lula”, sem esconder a pretensão a que o cacique petista seja beneficiado por uma indulgência que não se destinaria a “todos”, só a ele.

É esse o desejo indisfarçado que transborda do texto dos “intelectuais” lulistas. O por que Lula, aqui, parece pressupor um complemento: por que Lula tem de responder como qualquer mortal perante a Justiça?

Portanto, não é a Lava Jato que quer impedir a candidatura do petista. É a candidatura que visa interditar, no grito, as investigações contra ele. Por que Lula? Por que não ele?


TELAS VALIOSAS, TAPETES E MÓVEIS HISTÓRICOS FORAM ENTULHADOS COMO LIXO PELA GENTALHA PETRALHA...


O INVENTÁRIO DESCOBRIU TELAS DE PORTINARI DETERIORADAS, TAPETES FURADOS ETC. (FOTOS: ANDRÉ DUSEK/ESTADÃO CONTEÚDO)

Investigação aberta a pedido da Diretoria de Documentação Histórica da Presidência da República revelou obras de arte e móveis de época seriamente danificados nos Palácios do Planalto e da Alvorada. Além disso, encontrou um depósito com relíquias empilhadas como se fossem entulho. No Alvorada, duas telas de Cândido Portinari – avaliadas em R$ 60 milhões – estão em estado crítico e a tapeçaria Múmias, de Di Cavalcanti, apresenta manchas e descoloração.
O inventário constatou, ainda, o sumiço do vaso de cerâmica pintado por Eliseu Visconti, que pertence à coleção do Museu Nacional de Belas Artes, no Rio de Janeiro. O dossiê ao qual também indica que um vaso oriental do século 19 apareceu quebrado e aparentemente foi “remendado” com cola, sendo devolvido nesse estado para aquele museu.
Até agora, o governo abriu seis processos de sindicância para apurar os danos ao patrimônio público e se houve negligência na manutenção do acervo de cerca de 13 mil bens móveis, artísticos, históricos e culturais, conforme determinação do Tribunal de Contas da União.






No depósito que abriga “bens inservíveis” dos palácios foram resgatados tapetes persas esburacados e outros dois da Casa Caiada – um deles com 20 metros quadrados, feito especialmente para a Presidência –, com rasgos nas pontas.
Da ação de fungos ao mofo, passando pelo ressecamento, várias foram as avarias encontradas em quadros, gravuras, tapetes e móveis, muitos expostos sem piedade ao sol. Nessa lista estão duas poltronas Oscar, de Sérgio Rodrigues, com assento e encosto em palhinha à espera de socorro, além de uma tela de Alberto da Veiga Guignard, castigada por manchas.
Em dezembro, 48 das 49 obras emprestadas pelo Museu de Belas Artes ao governo, em regime de comodato, foram devolvidas pela administração de Michel Temer, causando grande polêmica.
Para Antônio Lessa, diretor de Documentação Histórica do gabinete presidencial, a devolução das peças era uma necessidade. “Havia danos em mais de 80% das pinturas e todas as obras precisavam de alguma medida de conservação”, disse Lessa.
A situação mais dramática, porém, foi verificada na sala de estar do Alvorada. Cedidos pelo Banco Central, os quadros Jangada do Nordeste e Seringueiros, assinados por Portinari e segurados em R$ 60 milhões, apresentam rachaduras na pintura. Nas próximas semanas, serão encaminhados para restauro e substituídos por réplicas.
Um ofício enviado pelo governo ao Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) solicita a “instalação de película refletiva com filtro de raios UV na fachada de vidro” do Alvorada para atingir os “parâmetros mínimos de temperatura e luminosidade” necessários à preservação das obras de arte.
O Iphan também foi o órgão que autorizou a rede de proteção na varanda do Alvorada, para a segurança de Michelzinho, de 7 anos, filho do presidente. O fato provocou protestos do ex-curador Rogério Carvalho, que definiu a iniciativa como “uma barbaridade deplorável”. Temer e a família não se acostumaram com o Alvorada e, pouco mais de uma semana após a mudança, voltaram a morar no Jaburu.
Cúpula. A sindicância da Diretoria de Documentação Histórica ainda não avaliou o estado do acervo no Jaburu e na Granja do Torto. A prioridade de Lessa, agora, é restaurar os Portinari, instalar câmeras de vigilância e uma cúpula de vidro reforçado para proteger as obras no Planalto e esvaziar os depósitos, onde repousam camas de jacarandá, peças assinadas por Joaquim Tenreiro, sofás de design e mais de cem cadeiras Tião e Kiko, também de Sérgio Rodrigues.
“Isso tudo é uma lástima”, afirmou Lessa. “Esses senhores que se dizem curadores criticam a devolução das obras para o museu, mas deveriam estar atentos à conservação do acervo, e não só à decoração.”
Ex-curador dos palácios no governo Dilma Rousseff, o arquiteto Rogério Carvalho reagiu no mesmo tom. “Essa criatura (Lessa) não tem a menor ideia do trabalho que fizemos porque é advogado e não entende nada”, rebateu ele. “Quando cheguei lá no Planalto, aquilo era um pardieiro. Tivemos de recuperar tudo. Os tapetes não foram rasgados na gestão da Dilma nem do Lula. Foram antes.”
O ex-diretor de Documentação Histórica Cláudio Rocha contou que Dilma pediu a restauração dos tapetes do Alvorada e resgatou cadeiras originais do salão de banquetes. “O problema é que a administração dos palácios é negligente. Prefere muito mais cuidar de carro e apartamento funcional do que de obras de arte.”
MÓVEIS DE ÉPOCA E OBRAS DE ARTE ENTULHADOS.

CONSTAM DA LISTA DE JANOT: Lula, Dilma Rousseff, Guido Mantega, Antonio Palocci e João Santana...



A PRIMEIRA LISTA do procurador-geral da República, Rodrigo Janot, conhecida em março de 2015, com nomes da Lava-Jato abrigados no foro especial do Supremo, gerou grande expectativa. Era, enfim, a leva inicial de políticos apanhados na investigação do petrolão, um esquema que tornaria o mensalão do PT algo menor.

Aproxima-se o encaminhamento ao STF da SEGUNDA LISTA de Janot, referente às delações da Odebrecht A expectativa, dessa vez, é menos quanto a nomes e mais em relação ao conteúdo dos 78 depoimentos da cúpula da empreiteira.

Os vazamentos já verificados e o que se soube do depoimento de Marcelo Odebrecht à Justiça eleitoral, quarta-feira em Curitiba, onde está preso, no processo que o PSDB move contra a chapa Dilma-Temer, confirmam o estado de putrefação do subsolo das finanças da política em eleições —, e não apenas nelas. Sem usar o termo chulo aplicado pelo senador Romero Jucá, da primeira lista de Janot e nome certo na segunda, o relacionamento indevido, por ilegal e sem ética, entre empreiteiras e políticos, que emerge de depoimentos e delações, SE ASSEMELHA MESMO ÀQUELAS FESTAS DESPUDORADAS EM QUE NINGUÉM É DE NINGUÉM.

No testemunho de quarta, Marcelo confirmou o pedido de dinheiro pelo ainda vice-presidente Temer, em jantar no Palácio do Jaburu, para financiar o PMDB nas eleições de 2014. Depois, ficou definido que seriam R$ 10 milhões, com outro participante do encontro, o futuro ministro Eliseu Padilha, hoje em convalescença de cirurgia em Porto Alegre, de onde pode não voltar para a Casa Civil. O Planalto comemora porque considera que a versão do presidente para o encontro — Temer diz que não pediu dinheiro para caixa dois — se confirmaria. Aparentemente sim, mas ainda há tanto o que acontecer, que é sensato não festejar.

O DEPOIMENTO CAUSA AVARIAS NA IMAGEM DA EX-PRESIDENTE DILMA, DEVIDO À REVELAÇÃO DE MARCELO DE QUE ELA SABIA DAS TRANSAÇÕES TENEBROSAS QUE COMEÇARAM A SER FEITAS ENTRE ANTONIO PALOCCI E A EMPRESA, INCUMBÊNCIA, DEPOIS QUE ESTE SAIU DA CASA CIVIL DE DILMA, PASSADA PARA GUIDO MANTEGA, MINISTRO DA FAZENDA. ERAM O “ITALIANO” E O “PÓS-ITÁLIA” DAS PLANILHAS DO "DEPARTAMENTO DE OPERAÇÕES ESTRUTURADAS” DA EMPREITEIRA, NOME POMPOSO QUE DESIGNAVA A SEÇÃO DE PROPINAS DA ODEBRECHT. PARA O PT FORAM DESTINADOS, ENTRE 2008 E 2014, R$ 300 MILHÕES, SEGUNDO MARCELO, ALGO COMO US$ 100 MILHÕES, CIFRA POLPUDA EM QUALQUER LUGAR DO PLANETA. CRESCE A SUSPEITA DE QUE O PT VENDEU O GOVERNO A EMPREITEIRAS.

HOUVE ATÉ A “COMPRA” DE UMA MEDIDA PROVISÓRIA, NA GESTÃO DILMA, POR R$ 50 MILHÕES, PARA CRIAR UM PROGRAMA DE REFINANCIAMENTO DE DÍVIDA TRIBUTÁRIA DE INTERESSE DA EMPRESA. Mais um envolvimento de governo lulopetista com negociatas em torno de MPs. E o caráter eclético da atuação da Odebrecht no mercado da política fica reforçado com a citação de Aécio Neves, presidenciável tucano em 2014, também ajudado pela empreiteira.

O Brasil está em um ciclo de escândalos e também de fortalecimento das instituições republicanas. Poderosos têm sido julgados e punidos. Também transcorreram dois impeachments desde 1992, sem hecatombes. Não há, portanto, motivos para maiores apreensões com o que vem por aí. – Fonte: Jornal o Globo -






COLLOR & LULA: DOIS PULHAS QUE RASPARAM O FUNDO DO TACHO DA DINHEIRAMA DA NAÇÃO!!!




Ricardo Noblat


Quem imaginaria ver Lula e Collor de mãos dadas e, depois, eventualmente sujeitos às consequências do maior escândalo da história do Brasil? Quem diria que Fernando Collor, um dia, seria apontado como suspeito de ter se beneficiado de dinheiro sujo da Petrobras no governo do seu ex-desafeto Luiz Inácio Lula da Silva? Quem viu não esquece. Em 1989, na primeira eleição presidencial pelo voto direto depois do fim da ditadura de 64, Collor derrotou Lula jogando sujo. Jogando sujo, não. Jogando muito, muito sujo. Pagou a Míriam Cordeiro, mãe de Lúrian, filha de Lula, para que dissesse na televisão que Lula a pressionou para que abortasse. E para que acusasse Lula de ser racista. Na reta final do segundo turno, inventou que Lula garfaria a caderneta de poupança dos mais pobres. E que desapropriaria grandes imóveis para abrigar famílias sem teto. A combinação de mentiras tão poderosas e destrutivas deu a Collor uma vitória apertada sobre Lula. (Isso lembra alguma coisa?). Mais tarde, Lula seria uma das cabeças do impeachment de Collor. Quem imaginaria ver Lula e Collor de mãos dadas e, depois, eventualmente sujeitos às consequências do maior escândalo da história do Brasil? O doleiro Yousseff já meteu Collor na lama. Disse que ele recebeu grana. Não se sabe se Lula escapará da lama mais uma vez.


sábado, 4 de março de 2017

USINA BELO MONTE VAI LEVAR LULA E DILMA À CADEIA...




Orçada inicialmente em R$ 16 BILHÕES, a construção da usina hidrelétrica de Belo Monte era uma espécie de menina dos olhos do PT. Era defendida enfaticamente pelos ex-presidentes Luiz Inácio Lula da Silva e Dilma Rousseff como solução para o suprimento energético do País. Com padrinhos de peso incontestável, AO FIM, BELO MONTE CUSTOU QUASE O DOBRO DO ESTIMADO PRELIMINARMENTE: R$ 30 BILHÕES. Seu valor astronômico, porém, não serviria só para cobrir as despesas de engenharia da obra: um percentual era revertido em PROPINA para PT e PMDB. É o que atestam em depoimentos à Polícia Federal, obtidos com exclusividade por ISTOÉ, os executivos Domingos Malzoni, da Cetenco Engenharia, Celso Jacomel Junior, da J. Malucelli e Marcelo de Sousa Ribeiro, da Serveng. Seus relatos mostram como eles foram achacados e sofreram toda a sorte de pressões de JOÃO VACCARI NETO, EX-TESOUREIRO DO PT, DE MÁRCIO LOBÃO, FILHO DO SENADOR EDISON LOBÃO (PMDB-MA), e também da Andrade Gutierrez, intermediária dos pagamentos, para que repassassem PROPINAS aos dois partidos.

OS ARRECADADORES

Documentos obtidos por ISTOÉ mostram que partidos exigiam 1% do total das obras de Belo Monte. Segundo Marcelo de Sousa Ribeiro, da Serveng, em reunião realizada na sede da Andrade Gutierrez, no Rio, houve imposição para que as empresas pagassem propinas ao PT e PMDB e que os arrecadadores seriam João Vaccari, pelo PT, e Márcio Lobão, pelo PMDB



O REPARTE DO DINHEIRO


Os depoimentos dos executivos das empresas – detentoras de participação minoritária nas obras – foram prestados em agosto, mas estavam sob sigilo. Vêm à tona agora pela primeira vez pelas páginas de ISTOÉ. Celso Jacomel Junior, Domingos Malzoni e Marcelo Ribeiro disseram à PF que foram informados por Flávio Barra, diretor da Andrade Gutierrez, QUE DEVIAM REPASSAR 1% DO FATURAMENTO COMO PROPINA AO PT E AO PMDB. De acordo com Marcelo Ribeiro, da Serveng, o aviso sobre o pagamento se tratou de “IMPOSIÇÃO”, não tendo havido qualquer discussão a respeito. “Flávio David Barra limitou-se a informar que, em decorrência DE NEGOCIAÇÃO  política, as empresas TERIAM QUE DIRECIONAR 0,5% PARA O PT E 0,5% PARA O PMDB”. Ainda segundo Ribeiro, a reunião foi realizada na sede da Andrade Gutierrez no Rio de Janeiro e que durante o encontro “não houve manifestação contrária de nenhum representante de empresa”. Ribeiro acrescentou que “JOÃO VACCARI e MÁRCIO LOBÃO foram indicados como representantes do PT e do PMDB”

O COLETOR DE PIXULECOS Vaccari era o homem da mala do PT

TESOUREIRO PETISTA PEDIU CONTRIBUIÇÃO

O empreiteiro Celso Jacomel Junior, da J. Malucelli, disse à Polícia Federal que participou de reunião com o ex-tesoureiro do PT, João Vaccari Neto, em que o petista lhe pediu contribuições para campanhas eleitorais do PT. Antes desse apelo, Flávio Barra, da Andrade Gutierrez, já havia lhe dito que “HAVERIA NECESSIDADE” da J.Malucelli realizar doações para campanhas eleitorais do PMDB.




A Andrade Gutierrez atuou firme e incisivamente em prol dos pagamentos de propina. Causou espécie aos depoentes a maneira como se deram os encontros com Vaccari e Márcio Lobão. Segundo os representantes das empreiteiras, eles foram chamados para reuniões na sede da Andrade sem sequer saberem da pauta. Quando chegaram lá, depararam-se com os arrecadadores do PT e do PMDB. “SOMENTE QUANDO ESTAVA NA SEDE DAQUELA EMPRESA, O DECLARANTE FOI INFORMADO DE QUE A REUNIÃO DESTINAVA-SE À APRESENTAÇÃO DO DECLARANTE A JOÃO VACCARI, TESOUREIRO DO PT”, contou Malzoni, da Cetenco. Depois disso, ele relatou ter recebido uma ligação de cobrança. Era Vaccari. Jacomel Junior, da J. Malucelli, por sua vez, disse ter recebido insistentes telefonemas de Flávio Barra. O assunto era o mesmo: A COBRANÇA DA PROPINA. Ao negar o pagamento, ouviu como resposta que sua atitude: “geraria um problema ao consórcio”. Segundo Marcelo Ribeiro, Flávio Barra também fazia pressão durante as reuniões com os executivos, lembrando o tempo todo que “algumas empresas não estavam ‘comparecendo”.

Os depoimentos revelam detalhes do MODUS OPERANDI de Márcio Lobão, que atualmente é presidente da Brasilcap, empresa de títulos de capitalização do Banco do Brasil, mas pediu afastamento do cargo por 30 dias. Nos relatos aos agentes da PF, os executivos contaram que a sede da Brasilcap foi palco de muitos dos encontros destinados a discutir o andamento das obras de Belo Monte. Mas havia outro local “MAIS APROPRIADO” para tratar de propina, segundo Marcelo Ribeiro, da Serveng: um escritório na rua México, no Rio de Janeiro. Foi lá que ele manteve a primeira conversa a sós com Márcio Lobão, por escolha deste. Ribeiro diz ter explicado que a Serveng não toparia pagar o combinado e que Márcio Lobão “APARENTEMENTE ENTENDEU”. Depois, diz ter sido recebido outras vezes na sede da Brasilcap para, segundo ele, discutir investimentos da Serveng em um projeto social envolvendo cisternas no Nordeste, mas que acabou não ocorrendo. Procurado, o advogado de Márcio Lobão, Aristides Junqueira, disse que não comentaria o caso. O PT tem declarado que as doações eleitorais recebidas obedecem à legislação vigente e a defesa de Vaccari também tem sustentado que ele solicitava doações legais e nunca recebeu recursos de origem ilícita.

SUPERFATURAMENTO Belo Monte estava orçada em R$ 16 bi, mas acabou custando R$ 30 bi



A APRESENTAÇÃO DE MÁRCIO LOBÃO
 
O empreiteiro Domingos Malzoni, da Cetenco Engenharia, disse em depoimento à Polícia Federal que em reunião realizada na sede da Andrade Gutierrez, no Rio, o diretor da empresa, Flávio Barra, lhe apresentou MÁRCIO LOBÃO, FILHO DO SENADOR EDISON LOBÃO (PMDB-MA). O filho do senador arrecadaria o dinheiro em nome do PMDB. Em reunião semelhante, Barra já havia lhe apresentado o tesoureiro petista JOÃO VACCARI NETO, encarregado de coletar as propinas destinadas ao PT.




As informações foram usadas pela PF para deflagrar a Operação Leviatã, no último dia 17, que cumpriu mandados de busca e apreensão contra MÁRCIO LOBÃO e contra o ex-senador pelo PMDB do Pará Luiz Otávio Campos, também suspeito de ser um dos arrecadadores do esquema. Os depoimentos confirmam a delação premiada da Andrade Gutierrez sobre corrupção na hidrelétrica e também explicam COMO O GOVERNO PETISTA DO ENTÃO PRESIDENTE LULA INTERFERIU DIRETAMENTE NA FORMAÇÃO DO CONSÓRCIO DE BELO MONTE PARA FAVORECER AS TRÊS GRANDES EMPREITEIRAS NACIONAIS (Andrade, Odebrecht e Camargo Corrêa) E PREJUDICAR AS CONCORRENTES DE MENOR PORTE.

A ANDRADE GUTIERREZ ATUOU FIRME E INCISIVAMENTE EM PROL DOS PAGAMENTOS DE PROPINA

Nos últimos dias, as investigações sobre a corrupção em Belo Monte, decorrentes da Operação Lava Jato, avançaram no Supremo Tribunal Federal. Segundo fontes ouvidas por ISTOÉ, estão próximas de um desfecho. Os novos depoimentos são importantíssimos para a Polícia Federal fechar O QUEBRA-CABEÇAS DO INQUÉRITO SOBRE A CONSTRUÇÃO DA USINA NO STF, QUE TEM COMO FOCO O REPASSE DE PROPINA, VIA DOAÇÕES OFICIAIS, AOS SENADORES EDISON LOBÃO, JADER BARBALHO (PMDB-PA), RENAN CALHEIROS (PMDB-AL), ROMERO JUCÁ (PMDB-RR) E VALDIR RAUPP (PMDB-RO). LOBÃO À ÉPOCA COMANDAVA O MINISTÉRIO DE MINAS E ENERGIA, POR ISSO TERIA CAPTADO RECURSOS PARA O PMDB. Eles negam o recebimento de propina e sustentam que só receberam doações legais. A PF pensa o contrário: relatório financeiro da investigação contabiliza que o PMDB recebeu R$ 190 milhões das empresas de Belo Monte nas eleições de 2010, 2012 e 2014, o que coloca esses pagamentos sob suspeita.


RASTEIRA

Prevista para ser a terceira maior hidrelétrica do mundo, Belo Monte teve suas obras iniciadas em 2011 na região de Altamira, no Pará, no coração da Amazônia. Em abril do ano passado, teve início a geração comercial de energia, mas as obras da usina ainda estão na fase final, com pleno funcionamento previsto para 2019.

O inquérito também avança na conclusão de que o governo petista protagonizou uma rasteira nas pequenas empreiteiras. Na época do leilão de Belo Monte, em 2010, houve uma série de brigas entre o governo e as empresas Andrade Gutierrez, Camargo Corrêa e Odebrecht – essas duas últimas desistiram de participar. As três questionavam o valor do empreendimento e diziam que as pequenas empreiteiras não teriam condições de fazer a obra. Nesse cenário, sagrou-se vencedor o consórcio integrado por empresas menores encabeçado pela Chesf, subsidiária da Eletrobras, e formado por Queiroz Galvão, Galvão Engenharia, Mendes Junior, Serveng, J. Malucelli, Contern Construções, Cetenco Engenharia e Gaia Energia e Participações.

A PF ESPERA DETALHES DAS CONTAS DA FAMÍLIA LOBÃO NA SUÍÇA, PARA SABER SE HOUVE PAGAMENTO DE PROPINA NO EXTERIOR

O que surpreendeu essas empresas é que o governo petista configurou outro consórcio, sem licitação, que seria subcontratado para tocar as obras, o Consórcio Construtor de Belo Monte (CCBM), composto pela Andrade (18%), Odebrecht (16%) e Camargo (16%). Os executivos das pequenas empresas foram informados por Valter Cardeal, então diretor da Eletrobras, sobre os seus novos percentuais de participação. A J. Malucelli, por exemplo, esperava ficar com 6% no CCBM, mas teve só 2%. “Foi recebida com estranheza a notícia de que as empresas que compuseram consórcio derrotado no leilão passariam não só a compor o CCBM, mas a liderá-lo”, contou Jacomel Junior. Até mesmo a ex-ministra da Casa Civil Erenice Guerra confirmou à PF que houve intervenção direta do governo no consórcio.

O inquérito é conduzido pelo delegado da PF, Thiago Delabary. Os investigadores aguardam o resultado das diligências da Operação Leviatã para avaliar se há nova fornada de produção de provas. Também esperam detalhes das contas bancárias ligadas aos filhos de Edison Lobão na Suíça, bloqueadas pelo Ministério Público daquele país, para saber se houve pagamento de propina no exterior, conforme revelado pelo site da ISTOÉ no último dia 23. As evidências colhidas até o momento, no entanto, não deixam dúvidas do acerto espúrio envolvendo a obra. A propina correu solta.

  
UMA USINA DE ILEGALIDADES -  COMO ERAM FEITAS AS COBRANÇAS DE DINHEIRO AOS EMPREITEIROS QUE PARTICIPARAM DA OBRA DE BELO MONTE:

1. Flávio Barra, executivo da Andrade Gutierrez, que liderava o consórcio, informava às outras empresas que era necessário PAGAR PROPINA ao PT e ao PMDB em cima do faturamento da obra

2. Após o aviso, Barra convidava os executivos das outras empresas para reuniões nas quais lhes apresentava a João Vaccari Neto, ARRECADADOR DO PT, e Márcio Lobão, ARRECADADOR DO PMDB

3. Os PAGAMENTOS DE PROPINA seriam por meio de doações oficiais ao PT e ao PMDB. Algumas empresas dizem ter se recusado a pagar.

4. O custo da usina, construída em Altamira (PA), acabou ficando em torno de R$ 30 bilhões. Segundo os delatores, parte desse valor foi DESVIADO EM PROPINA ao PT e ao PMDB.
 
EM NOME DO PAI Filho de Edison Lobão, Márcio Lobão arrecadava propinas para o PMDB





Por ordem de Dilma, Mantega arrecadou R$ 135 milhões da Odebrecht no caixa 2


EDIÇÃO Nº 2461 DE ISTOÉ DE 15 DE FEVEREIRO DE 2017 Em reportagem de capa sob o título “50 milhões em propinas para a campanha de Dilma”, ISTOÉ antecipou delação de Marcelo Odebrecht a integrantes da Lava Jato. Matéria contou como o empreiteiro arquitetou, junto com o ex-ministro da Fazenda, Guido Mantega, a pedido de Dilma, o financiamento da campanha da ex-presidente. Texto já dizia que dinheiro oriundo do departamento de propina da Odebrecht foi transferido ao caixa dois da petista numa negociata envolvendo a Braskem, em troca de uma MP que garantia benefícios fiscais à petroquímica
Marcelo Odebrecht confirmou o depoimento 

Ary Filgueira
Na quarta-feira, dia 1º, Marcelo Odebrecht ficou frente a frente com autoridades do Tribunal Superior Eleitoral. Em depoimento de quatro horas de duração realizado em Curitiba, o empresário, herdeiro da maior empreiteira do País, discorreu sobre as doações de campanha e a relação quase umbilical da empresa, e dele próprio, com partidos e políticos de altíssimo calibre. Suas revelações envolveram um leque de personalidades políticas, mas principalmente a ex-presidente Dilma Rousseff. Ao ministro Herman Benjamin, Odebrecht foi taxativo. Afirmou que pagou R$ 50 milhões em propinas para a campanha de Dilma como contrapartida à votação de uma medida provisória que beneficiou a Braskem, petroquímica controlada pela Odebrecht, disse que a ex-presidente petista tinha total conhecimento dos pagamentos de caixa dois, inclusive no exterior, e ratificou ter sido ela quem indicou o ex-ministro da Fazenda, Guido Mantega, como intermediário dos acertos espúrios, em substituição ao também ex-auxiliar Antonio Palocci.
Embora de caráter irrefutável, e obviamente gravíssimo, o conteúdo do depoimento de Odebrecht ao TSE não constitui uma novidade para o leitor de IstoÉ. Em reportagem de capa sob o título “50 milhões em propinas para a campanha de Dilma”, de 15 de fevereiro deste ano, a revista lançava luz sobre a delação de Marcelo Odebrecht aos integrantes da força-tarefa da Lava Jato e antecipava o que o empreiteiro reitera agora a respeito das negociatas envolvendo a campanha da petista.
JORNALISMO DE GUERRA – Na ocasião, em nota virulenta, embebida de cólera, Dilma dizia que a revista praticava “jornalismo de guerra” e acusava a publicação de insinuar, “de maneira vil e irresponsável”, sua participação em atos suspeitos durante a campanha presidencial, o que ela negava.
Na semana passada, no conveniente discurso de Dilma, típico de quem tem culpa no cartório, quem virou irresponsável e “mentiroso” foi Marcelo Odebrecht. Não foi o que o empresário deixou transparecer em seu relato. Com fartura de detalhes, ele contou que o repasse via caixa dois para as campanhas de Dilma Rousseff era regra e os pagamentos registrados na Justiça Eleitoral, uma exceção. Marcelo contabilizou um total de R$ 150 milhões repassados ao PT e calculou que, de cada R$ 5 pagos, R$ 4 não eram registrados. Ou seja, R$ 135 milhões foram no caixa dois.
Desses valores, R$ 50 milhões seriam propinas referentes à “compra” de uma medida provisória para a Braskem em 2009: a MP 470, que garantiu benefícios tributários à empresa, braço petroquímico da Odebrecht.
NA ERA DE LULA – A negociação da MP 470, antecipada com exclusividade por IstoÉ, começou ainda sob o governo Luiz Inácio Lula da Silva entre Marcelo e o ex-ministro da Fazenda Guido Mantega. Desta vez, o empreiteiro acrescentou um detalhe: apesar de a negociação para o pagamento ter ocorrido por volta de 2010, o PT não precisou usar imediatamente esses recursos. Guardou os R$ 50 milhões para a campanha seguinte, a de 2014.
Marcelo era o interlocutor da Odebrecht com a cúpula do governo petista. Avocava para si as tarefas mais importantes: fazia os acertos e dava o aval para os principais pagamentos de propina. Mas, a despeito de sua importância na hierarquia da República, surpreendeu aos participantes da audiência o tom humilde adotado por Marcelo, conhecido por sua postura altiva e orgulhosa. Em um desabafo recheado de ironia, ele afirmou: “Eu não era o dono do governo, eu era o otário do governo. Eu era o bobo da corte do governo”.
Seu depoimento finalmente esclareceu as suspeitas da Polícia Federal sobre quem eram “italiano” e “Pós Itália”. Segundo Marcelo, seu primeiro interlocutor no governo sobre os repasses era o italiano: o ex-ministro petista Antonio Palocci. Depois, por determinação de Dilma, o assunto passou a ser tratado pelo sucessor: Guido Mantega, ou “Pós Itália”, segundo as anotações apreendidas pela PF. Para ambos, entre 2008 e 2014, a Odebrecht disponibilizou R$ 300 milhões.
CONTAS DE SANTANA – Além de Palocci e Mantega, o empresário contou que também tratava diretamente com o marqueteiro João Santana sobre os pagamentos ilícitos. Segundo ele, repasses via caixa dois tinham como destino as contas de João Santana no exterior, como remuneração aos serviços prestados por ele à campanha petista.
Detalhe importante: segundo Marcelo Odebrecht, Dilma tinha conhecimento dos pagamentos a Santana no exterior. A maior parte dos repasses era em espécie. O marqueteiro aparecia com o codinome “Feira” nas planilhas da Odebrecht. O fato, em si, não representa novidade para os investigadores. A Lava Jato já havia detectado ao menos US$ 13 milhões em transferências de contas no exterior da Odebrecht a uma das contas ligadas a João Santana na Suíça.
Mas um episódio contado por Marcelo chamou atenção e serviu como a demonstração cabal do envolvimento de Dilma Rousseff. Trata-se de um encontro com ela no México no qual o empresário lhe avisou que os pagamentos feitos ao marqueteiro estariam “contaminados” porque partiram de contas que a Odebrecht usava para pagar propina. Ou seja: Dilma sabia do que estava acontecendo, ao contrário do que sempre negou com veemência.
CONEXÃO CERVEJA – Outra negociata antecipada em reportagem de capa de IstoÉ, de agosto de 2015, foi confirmada por Marcelo Odebrecht em seu depoimento ao TSE. A chamada “Conexão-Cerveja”. Ao detalhar o esquema de caixa dois petista, o empresário afirmou que a empreiteira terceirizou repasses por meio da cervejaria Itaipava, do grupo Petrópolis. Em 2014, a campanha de Dilma havia recebido R$ 17,5 milhões de maneira oficial somente da cervejaria. Também à Justiça Eleitoral, Benedicto Junior, ex-presidente da Odebrecht Infraestrutura, atestou que a doação da Itaipava era “caixa dois travestido de caixa um”.
Um dos articuladores do esquema Itaipava, o ex-presidente Lula não atravessou incólume o depoimento, embora o ex-presidente não fosse objeto da ação. Ao TSE, Marcelo disse que a Odebrecht detinha forte influência no governo, principalmente depois que o PT chegou ao Palácio do Planalto, em 2003, ano em que Lula assumiu seu primeiro mandato. Marcelo Odebrecht acrescentou ainda que a empreiteira auxiliou campanhas no exterior nas quais o partido de Lula e Dilma tinha interesse. Os repasses ocorreram fora do País.