Ricardo Noblat
Quem imaginaria ver Lula e Collor de mãos dadas e, depois, eventualmente
sujeitos às consequências do maior escândalo da história do Brasil? Quem diria
que Fernando Collor, um dia, seria apontado como suspeito de ter se beneficiado
de dinheiro sujo da Petrobras no governo do seu ex-desafeto Luiz Inácio Lula da
Silva? Quem viu não esquece. Em 1989, na primeira eleição presidencial pelo
voto direto depois do fim da ditadura de 64, Collor derrotou Lula jogando sujo.
Jogando sujo, não. Jogando muito, muito sujo. Pagou a Míriam Cordeiro, mãe de
Lúrian, filha de Lula, para que dissesse na televisão que Lula a pressionou
para que abortasse. E para que acusasse Lula de ser racista. Na reta final do
segundo turno, inventou que Lula garfaria a caderneta de poupança dos mais
pobres. E que desapropriaria grandes imóveis para abrigar famílias sem teto. A
combinação de mentiras tão poderosas e destrutivas deu a Collor uma vitória
apertada sobre Lula. (Isso lembra alguma coisa?). Mais tarde, Lula seria uma
das cabeças do impeachment de Collor. Quem imaginaria ver Lula e Collor de mãos
dadas e, depois, eventualmente sujeitos às consequências do maior escândalo da
história do Brasil? O doleiro Yousseff já meteu Collor na lama. Disse que ele
recebeu grana. Não se sabe se Lula escapará da lama mais uma vez.
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