quinta-feira, 1 de junho de 2017
BRASILEIRO SÓ LEVA FUMO!!!
Dalinha Catunda
Hoje trinta e um de maio
É o dia mundial
Sem tabaco instituído
Pois o tabaco faz mal
O povo disso é ciente
Mas no Brasil do presente
O fumo já é viral.
Diante da roubalheira
Que aflige essa nação
O país contaminado
Virou antro de ladrão
E nossa gente sem rumo
É quem mais entra no fumo
No palco da corrução.
Tudo isso se agravou
No estouro do mensalão
Pra ficar mais complicado
Explodiu o petrolão
Desbaratando os bandos
Políticos nos comandos
Degradando essa nação.
As brigas no senado
Mostram falta de respeito
Do político anarquista
Pelo nosso povo eleito
Incendiando a nação
Insuflando a multidão
E querendo ter direito.
É o lixo e o monturo
É o sujo e o mal lavado
Um acusando o outro
Cada qual mais descarado
Só espero que a justiça
Bote em cana essa carniça
Que empesteou a nação.
quarta-feira, 31 de maio de 2017
TORQUATO ESTARÁ PARA O MORDOMO DE VAMPIRO NO MINISTÉRIO DA JUSTIÇA ASSIM COMO MÁRCIO THOMAZ BASTOS ESTEVE PARA O SEBOSO DE CAETÉS E JOSÉ EDUARDO CARDOZO PARA A VACA TERRORISTA DA DILMA...
O advogado Torquato Jardim estará para o presidente Michel Temer
no Ministério da Justiça assim como Márcio Thomaz Bastos esteve para o
presidente Lula e José Eduardo Cardozo para a presidente Dilma Rousseff. Fiéis
à sua cultura de advogados, o objetivo era, como é agora, DEFENDER SEUS CHEFES. Simples assim.
O que não é nada simples é o momento dramático em que Torquato
assume, com Temer acossado não só pela gravação feita por Joesley Batista, que
ele questiona judicialmente, mas também por outras suspeitas envolvendo a JBS e
pelo processo de cassação da chapa Dilma-Temer no TSE. Além de velho amigo e
parceiro de Temer, o novo ministro tem longo histórico na Justiça Eleitoral.
A bem da verdade, Temer já manifestava insatisfação com o ex-ministro
Osmar Serraglio antes das delações da JBS. Crise de índios? Ele não foi de
grande valia. Matança de posseiros? Idem. Afinal, para que servia Serraglio no
ministério número um da República?
Para piorar, ele é deputado e foi escolhido por indicação do
PMDB da Câmara, mas o pau quebrava na reforma trabalhista, depois na da
Previdência, e era acusado de não dar o ar da graça na articulação política no
Congresso. Ou seja, Serraglio caiu de maduro. O novo problema é que caiu para o
lado, mais precisamente para o Ministério da Transparência. A gritaria já
começou.
Mas o foco não está lá e sim no Ministério da Justiça, que não
abrange só índios, posseiros e penitenciárias em chamas, mas também a POLÍCIA FEDERAL – pelo menos no organograma. Temer tem
à disposição dois pesos pesados do Direito, o próprio Torquato Jardim e seu
advogado e também amigo Antônio Claudio Mariz de Oliveira. Ajudam muito, mas se
os dois, ou os três, incluindo o próprio Temer, tentarem passar uma rasteira na
cúpula da PF, vai ser tiro no pé.
Quanto mais tentam minar a Lava Jato, mais fica evidente o
quanto a maior operação de combate à corrupção do planeta está blindada. Todas
as investidas no Legislativo e todos os dardos atirados do Executivo e mesmo do
Judiciário não deram em nada e toda estridência de envolvidos à direita e à
esquerda entraram por um ouvido e saíram pelo outro.
A LAVA JATO CONTINUA FIRME E FORTE E QUEM
MAIS PODE ARRANHÁ-LA NÃO ESTÁ FORA, MAS DENTRO DELA. A PGR ataca ministro do STF, o
ministro do STF devolve com pedradas, a guerra entre MP e PF, procurador
sarcástico acusa o juiz Sérgio Moro de ter “coração generoso” por absolver
alguém por falta de provas… Calma, gente! A Lava Jato tem de estar acima dessas
vaidades e idiossincrasias e respeitar o equilíbrio entre o combate à corrupção
e as regras do Estado Democrático de Direito.
Hoje, o CNJ julga Moro pelos áudios entre Lula, investigado, e
Dilma, então presidente, sob a expectativa de que isso não vá adiante. Amanhã,
o Supremo debate o fim do foro privilegiado, mas NEM TODOS OS JUÍZES SÃO COMO MORO (PR), VALLISNEY DE SOUZA OLIVEIRA (DF) E
MARCELO BRETAS (RJ). Em tese (porque nem sei quem são), será que os juízes de
Alagoas são imunes à proximidade com o senador Renan Calheiros e seu filho
governador?
Vê-se o quanto o ambiente brasileiro está contaminado pela crise
e por descobertas estarrecedoras, disputas de egos e falta de cenários a curto,
médio e longo prazos. Temer tem direito de trocar ministros e de lutar pelo
mandato, mas é cedo para saber o desfecho, até mesmo no TSE na próxima semana. JOGAR O
MINISTÉRIO DA JUSTIÇA CONTRA PF, MP E JUDICIÁRIO SERÁ O PIOR CAMINHO. A trombada é certa e a Lava Jato está
blindada, mas Temer não. – Publicado no
Estadão – A manchete não faz parte do texto original -
DILMA TEM CULPA PELAS ENCHENTES
Magno Martins
O
drama das enchentes que atingem a Mata Sul poderia ter sido evitado se a
ex-presidente Dilma (PT) não tivesse suspendido os repasses federais para a
construção de mais três barragens de contenção de cheias. SERRO AZUL, a única tirada do
papel, numa parceria entre União e Estado, não evitou, por si só, novas
inundações porque a amplitude das chuvas superou o seu raio de abrangência.
A Barragem
de SERRO AZUL, a única que foi construída, absorveu um terço do impacto das
águas. As outras restantes atuariam em conjunto e absorveriam os outros dois
terços. Elas foram planejadas logo depois da enchente de 2010. Na época, 68
cidades estavam afetadas na Zona da Mata Sul e no Agreste. Em conjunto, as
cinco unidades teriam como objetivo fazer a contenção nos rios UNA, PIRANGI, SIRINHAÉM, PANELAS e seus afluentes.
Em
Palmares, uma das cidades mais importantes da Mata Sul, o nível do RIO UNA atingiu 4,1
metros acima do nível de transbordamento. Mesmo com SERRO AZUL em funcionamento,
houve um impacto muito grande. Por isso, a atuação em conjunto de todas as
unidades seria importante, O QUE NÃO SENSIBILIZOU, DIGA-SE DE PASSAGEM, O GOVERNO PASSADO. Temer agora deve rever essa omissão da União com Pernambuco.
O
projeto previa as Barragens de SERRO AZUL, IGARAPEBA, PANELAS II, GATOS E BARRA DE GUABIRABA. Com
investimento de R$ 500 milhões, sendo R$ 300 milhões do Governo estadual e R$
200 milhões do orçamento federal, SERRO
AZUL ficou pronta. Hoje, acumula mais de
40 milhões e metros cúbicos de água. As outras custariam juntas R$ 538,4
milhões e protegeriam outros municípios atingidos pela enchente, como Belém de
Maria, Lagoa dos Gatos, Maraial e Jaqueira.
Com
exceção de Lagoa dos Gatos, as outras cidades estão entre as 15 em estado de
calamidade decretada pelo governo pernambucano. Sete anos depois do projeto
inicial, o governo informa que faltaram recursos federais para as obras. De
acordo com a Secretaria Estadual de Recursos Hídricos, será preciso fazer novas
licitações para retomar as obras. A maioria delas só ficaria pronta depois de
pelo menos um ano de trabalho.
De
acordo com documentos do Governo do Estado, a barragem GATOS, em Lagoa dos
Gatos, teve apenas 20% da obra executada. O serviço foi paralisado em 10 de
outubro de 2014. Com investimento inicial de R$ 82,8 milhões, ela poderá
acumular 7, 3 milhões de metros cúbicos. Sua função é conter enchentes nos Rios
Gatos, Pirangi e Una. Ela beneficiaria 50 mil habitantes. O último repasse de
recursos federais ocorreu em 2011, com R$ 4,6 milhões.
Já a
BARRAGEM DE PANELAS II foi paralisada com 47% das obras executadas, em outubro de
2014, com o objetivo de conter as enchentes nos Rios Panelas, Pirangi e Una. O
custo inicial previsto era de R$ 109, 5 milhões. O último repasse chegou em
setembro de 2014, com R$ 18 milhões. A unidade terá capacidade para armazenar
22, 3 milhões de metros cúbicos e beneficiaria 85 mil pessoas.
Em BARRA DE GUABIRABA, a barragem de mesmo nome foi paralisada em agosto de 2015.
Foram executados 25% dos serviços previstos. A unidade estava orçada
inicialmente em R$ 94,5 milhões e o último repasse chegou com R$ 16,9 milhões,
em agosto de 2015. Seu objetivo era conter as cheias no Rio Sirinhaém e
garantir abastecimento no Agreste, com capacidade de acumulação de 19 milhões
de metros cúbicos. Para finalizar os trabalhos, seriam necessários 12 meses.
Em
São Benedito do Sul, por fim, foi inciada a obra da Barragem de IGARAPEBA. Ela beneficiaria
350 mil habitantes da região ao conter a enchente dos Rios Pirangi e Una.
Também teria papel de abastecimento e capacidade de acumular 68 milhões de
metros cúbicos de água. Teve finalizados 38% dos trabalhos, que foram
paralisados em junhos de 2015. O orçamento incial era de R$ 251,6 milhões e o
último repasse chegou em junho de 2015, com R$ 48,8 milhões. Para encerrar a
obra, seriam necessários 18 meses.
terça-feira, 30 de maio de 2017
BARRACO NO ÔNIBUS DO ALTO DA FOICE
Cicero Tavares
Era uma quarta-feira enluarada, o vento soprando os
cabelos dos transeuntes que voltavam do trabalho e levantando as saias das
jovens para mostrar a bunda. Depois de mais de oito horas de labuta era natural
que as pessoas estivessem cansadas, exaustas, com o nervo à flor da pele, se
alterando com qualquer incidente cotidiano, levando-o ao extremo do debate boca
por simples aborrecimento efêmero.
Era dia de clássico das multidões. PRIMEIRO JOGO DAS
QUARTAS DE FINAL DO CAMPEONATO PERNAMBUCANO ENVOLVENDO SANTA CRUZ E SPORT. Para azar de todos os trabalhadores que retornavam
do trabalho o inferno já começava na Encruzilhada. Ônibus parados, carros particulares,
táxi. Tudo. Pessoas descendo e caminhando a pé porque não havia a mínima
possibilidade do transporte prosseguir. Um inferno – diziam todos os
passageiros dos coletivos. Torcidas corais e rubro-negras se engalfinhando no
meio da rua feito gladiadores nos anfiteatros romanos.
O ônibus que seguia a linha ALTO DA FOICE/SUBÚRBIO travou
na Encruzilhada, cheio de gente entupido. Dele ninguém descia. Ninguém subia.
Um calor infernal. Gente descendo de outros ônibus e caminhando a pé ao MUNDÃO
DO ARRUDA PELA AVENIDA BEBERIBE, porque o trânsito travou e carro nenhum se
locomovia.
Neste exato momento SOBE AO ÔNIBUS DO ALTO DA FOICE UMA SENHORA MORENA, BAIXINHA, PEITOS
ENORMES, CABELOS COM UM PITÓ ATRÁS, PARECENDO UMA CASA DE MARIMBONDO. E se esfregando por entre os passageiros, chega a
se encostar no senhor sessentão que está sentado na quarta cadeira do lado
esquerdo do meio do ônibus. E passa gente daqui e passa gente de lá, se
esfregando na bunda da baixinha que já está virada no penteio de barrão com
tanta esfregação no seu traseiro avantajado.
Nesse exato momento toca o celular do senhor
sessentão que ela dele ficou perto: Trililililililili! Aí o homem se estica
todo para tirar o celular do bolso direito da calça. Era a mulher dele no
telefone. E ele atende:
– Oi, minha fia! Eu não cheguei ainda porque está um
engarrafamento arretado aqui na Encruzilhada. Ninguém sai! Ninguém chega! É o
jogo do Santa Cruz e Sport! Tá um inferno! Desliga e guarda o telefone no
bolso. Enquanto isso, a mulher dos peitões fica junto dele, e a cada pessoa que
passa esfregando sua bunda ela eleva os peitões na cara do velho, quase o
sufocando.
Dois minutos após ter justificado à mulher por que
não havia chegado ainda em casa, o celular toca novamente: Trilililililili! E o
velho mais do que depressa, faz um esforço da porra, estica as pernas e tira o
telefone do bolso:
– Alô! Oi minha fia! O ônibus ainda está parado!
Ninguém sai. E eu não cheguei ainda por causa desse transtorno. E volta a
guardar o celular no bolso, impaciente porque o ônibus não dava sinal de que ia
seguir em frente. E a cada minuto mais gente chegava e a bagunça dava lugar à
desordem.
Quando menos se espera, o telefone do sessentão
volta a tocar novamente: Trilililili!! Era a mulher do outro lado da linha
reclamando novamente por que o velho estava demorando tanto para chegar, e com
a dificuldade de sempre, começa a tirar o celular do bolso para justificar o
óbvio novamente:
– Oi, minha fia! O ônibus ainda está parado! Ninguém
sai! Tá tudo travado devido a grande quantidade de torcedores se dirigindo ao
campo! Me espere que já já eu estou chegando! E torna a guardar o celular no
bolso novamente.
Não deu dois minutos, e o telefone do velho toca
novamente. Aí a senhora espivitada que estava ao lado do velho, puta da vida,
de saco cheio daquela aporrinhação, olha para o velho, com a boca esfumaçando,
os olhos vermelhos, fulmina:
– Ô MEU SENHOR! O SENHOR NÃO TEM MORAL PARA ESSA
PESSOA NÃO! O SENHOR NÃO RESPEITA ESSE PÁ DE OVO QUE TEM ENTRE AS PERNAS NÃO?!
PORQUE SE FOSSE COMIGO EU JÁ TERIA MANDADO ESSA PORRA SE LASCAR, IR PRA PUTA
QUE O PARIU! ESSA PESSOA NÃO TÁ VENDO QUE O SENHOR ESTÁ NO ÔNIBUS PRESO! PORQUE
FICA ENCHENDO SEUS CUNHÕES? OLHE, SE FOSSE COMIGO EU JÁ TERIA MANDADO QUEBRAR A
CARA DESSA RAPARIGA! ORA PORRA! A GENTE JÁ ESTÁ PUTA DA VIDA COM UM
ENGARRAFAMENTO DO CARALHO DESSES, DOIDA PRA CHEGAR EM CASA E TEM DE AGUENTAR
UMA APORRINHAÇÃO DESSAS!
Mal a mulher termina de falar, o telefone do velho
toca novamente: Trililililili! E aí a mulher puta da vida, de saco cheio, com
os pentelhos arrebitados, perde as estribeiras e parte pra cima do velho,
toma-lhe o celular, põe no ouvido, e grita:
– Minha senhora! A senhora não tá vendo que esse
velho tabacudo está no engarrafamento da porra por que não para de encher o
saco dele e da gente também?!
Foi quando do outro lado da linha a mulher,
barraqueira, perguntou quem era aquela rapariga que estava ao telefone do velho
dela. Sem papas na língua, a baixinha fumaçando de raiva, agarrada com o
celular, berra:
– Eu sou a puta dele que está lhe butando gaia! E
não fale nada mais não porque, puta da vida como eu estou, eu vou aí lhe
quebrar os dentes e dar-lhe uma surra de cipó de goiabeira nesse seu tabaco
veio, e nele também para ele aprender a respeitar esse pá de ovos murchos que
tem entre as pernas que não servem mais pra porra nenhuma!
Nesse momento se ouve uma gargalhada geral no
ônibus, com assobios, aplausos e gritos gaiatos de é isso aí minha senhora! Pau
nela! Valeu! Nesse exato momento os passageiros esqueceram que estavam sofrendo
num engarrafamento de mais de duas horas e riram-se a bandeiras despregadas!
A zoeira feita pela baixinha instigando o coroa
tirou a tensão do povo que sirria de se mijar com a presepada! A confusão
hilária provocada por ela tirando a tensão dos passageiros oprimidos, provou
que o bom humor tem algo de generoso: Fez bem a todo mundo! Deu mais do que
recebeu! PALMAS PARA O BOM HUMOR!
segunda-feira, 29 de maio de 2017
JUSTO QUE NEM BEIÇO DE BODE
O bode e seu “aplicativo”
José de Oliveira Ramos
O mééééééé começava cedo. Vinha do chiqueiro onde as cabras eram ordenhadas e o leite tirado antes da soltura dos cabritos para a primeira mamada. Ali também estavam os bodes, ruminando e ruminando – mas em atenta observação ao que acontecia ao redor.
Alguns netos bebiam o “LEITE MUGIDO” ali mesmo, sem a devida fervura ou assepsia. Inclusive eu. Depois disso os cabritos eram liberados para a mamada e, em seguida, cabras cabritos e bodes ganhavam a liberdade para “percurar o que comer”. Era uma luta insana e muitas vezes, ao final do dia, alguns não retornavam. Erravam o caminho da volta, ou jaziam dentro de panelas – nesse último caso, se procurava apenas o “COURO”. E era para minimizar esse repentino desaparecimento, que alguns criadores meeiros desenvolviam a cultura do chocalho. Animal com chocalho é mais fácil de encontrar quando a volta para o chiqueiro fica difícil – “o chocalho só não anuncia o animal que tá morto”, dizia meu falecido Avô.
Mas, aonde queremos chegar é o mais próximo de alguns ditos populares usados pelo sertanejo, que acabaram rompendo barreiras e se tornando dizeres do mundo.
“Quem meu filho beija, minha boca adoça”. É a mais matuta forma de dizer obrigado a quem trata bem os seus – e quem quiser que entenda a cultura matuta e a filosofia que esconde essa verdade.
“O bom cabrito não berra”. Esse dito popular também tem origem no sertão. Provavelmente num chiqueiro onde as cabras estão sendo ordenhadas. O berro do mau cabrito é insuportável – e ganha a pecha de bom, aquele que, durante a ordena, não berra. Não incomoda, não atazana a vida de ninguém.
“Quem quer pegar galinha não diz xô”. Aonde se tem o hábito de pegar a galinha para o abate? No interior, claro. E, nem duvide. Se você disser “xô”, ainda que a galinha não fale o seu mesmo idioma, ela jamais será tão idiota para esperar ser pega.
“Justo que nem boca de bode”. Como pode algo fechar tão hermeticamente como um “fecho-eclair”? Mas, esse dito popular vem sendo usado há muitos anos, e, com maior frequência nos interiores. Até mesmo para consagrar e confirmar um acordo antes apenas apalavrado.
* * *
Juá verdadeiro
Durante muitos anos, no interior do Ceará – Pacajus, para ser mais preciso – a saúde pública era precária. Na verdade, ainda é nos dias de hoje. Mas, precisamos ser honestos e admitir que melhorou muito, embora ainda não tenhamos alcançado o ideal.
Por conta disso, recorrer à médico não resultava em nada positivo. Assim, cresceram os números dos partos naturais feitos por Parteiras leigas. Cresceu em demasia a procura de “meizinhas” e aumentou a fé na solução dos males pela medicina popular. Muitos recorriam até às benzeduras e as idosas que faziam isso tinham alto valor. Crendice popular.
Chá de erva cidreira, chá de folha de boldo, sal grosso, lambedor de malvarisco e até raspa do caule do marmeleiro para dor de dente. Isso sem contar o rapé de umburana para constipação (gripe). Dor de barriga (disenteria) encontrava a solução no chá do broto da folha da goiabeira (“tranca” mais que cadeado).
Mas, e para matar e acabar com o piolho, algo tão comum entre as crianças quando não existia a quantidade de xampus que existe hoje?
Lavar a cabeça com raspa de juá. Nunca teve remédio melhor.
“JUÁ – Planta da família das Rhamanaceae, também conhecida como juá, juazeiro, juá-de-espinho, juazeiro, jurubeba, jurubeba, raspa-de-juá, juá-fruta, enjuá, enjoaá, juá-mirim, laranjeira-do-vaqueiro. Juazeiro. Árvore alta, de até 10m de altura, muito bonita, frondosa, espinhosa. Esgalhada desde o solo, produzindo sombra para o gado e para o homem do sertão. Folhas coriáceas, lustrosas, elípticas; Flores pequenas, axilares, em caches, amarelo-esverdeadas, em formato de estrela.
O fruto e globoso, amarelo, comestível com pedúnculo orlado, lembra uma pitomba, porem menor, branco por dentro, doce, com 1 semente dura que se parte em duas metades. Conserva-se verde durante as secas, cresce lentamente e vivem mais de 100 anos. Ha mais de 100 espécies e aparece em todas as regiões tropicais do mundo, sendo estas espécies utilizadas na medicina popular de todos os países onde cresce.
Princípios Ativos: Ácido betulínico, ácido oleamólico, amido, anidrido fosfórico, cafeína, celulose, hidratos de carbono, óxido de cálcio, proteína, sais minerais, saponina, vitamina C.
Princípios Ativos: Ácido betulínico, ácido oleamólico, amido, anidrido fosfórico, cafeína, celulose, hidratos de carbono, óxido de cálcio, proteína, sais minerais, saponina, vitamina C.
Propriedades medicinais: Adstringente, anti-inflamatória, antigripal, caspa, cicatrizante, desopilante, expectorante, favorece o crescimento e evitar a queda dos cabelos, febrífuga, higienizante, sudorífero, tônico capilar. Frutos: ricos em vitamina C.
Indicações: Caspa, febre, gengivite, má digestão, mal do estômago, órgãos sexuais, placa bacteriana, queda de cabelo, vias urinárias.
Farmacologia: A saponina encontrada nas cascas é responsável pela espuma e pela sua alta capacidade de limpeza. Por isso é usada na fabricação de sabonetes e shampoos.” (Transcrito do Wikipédia).
“Juazeiro, Juazeiro
Me arresponda, por favor
Juazeiro, velho amigo
Onde anda o meu amor
Ai, Juazeiro
Ela nunca mais voltou
Diz, Juazeiro
Onde anda meu amor
Juazeiro, não te alembra
Quando o nosso amor nasceu
Toda tarde à tua sombra
Conversava ela e eu.”
Me arresponda, por favor
Juazeiro, velho amigo
Onde anda o meu amor
Ai, Juazeiro
Ela nunca mais voltou
Diz, Juazeiro
Onde anda meu amor
Juazeiro, não te alembra
Quando o nosso amor nasceu
Toda tarde à tua sombra
Conversava ela e eu.”
Tivemos a época do pombo-correio. Tivemos a época da Comunicação por tambores (lembre como, na revista de quadrinhos, Tarzan mandava mensagens e como essas mensagens eram divulgadas; lembrem, também, a forma de comunicação do Fantasma para Lothar e até para chamar Capeto).
Era assim, sim. Foi assim. Hoje muita coisa mudou e foi substituída pela tecnologia. A correspondência dos Correios já foi feita por pessoas montando cavalos; as contas dos impostos já chegaram nos lombos de animais. Hoje basta “baixar” os aplicativos e tudo se resolve.
Mas, nunca será tarde nem ofensivo para relembrarmos, nas casas de maiores posses, como a patroa chamava a empregada: usando um pequeno sino. Ou de como o entregador de leite avisava que estava no portão: por meio de um sino; ou como alguém chamava o atendimento, ao chegar numa residência: tocando o sino pregado ao portão.
Mas, o que mais nos comove e traz boas lembranças, era o SINO usado para anunciar o início de uma aula nos colégios. Mais alegres ainda, ficávamos, quando o sino tocava para o final da aula. Tempos bons que não voltam mais.
Antigo sino tocado nas escolas ou entrada de residências
Nos dias atuais, os sinos estão sumindo até das torres das igrejas. Sino virou relíquia, depois de ser usado por anos e anos.
Alguém lembra o Pregoeiro que vendia “chegadinha” (uma casca doce de trigo torrada que servia também para receber o sorvete) e como ele anunciava o produto vendido de porta em porta em muitos bairros de cidades brasileiras?
Hoje, por quem os sinos tocam?
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