Magno Martins
O
drama das enchentes que atingem a Mata Sul poderia ter sido evitado se a
ex-presidente Dilma (PT) não tivesse suspendido os repasses federais para a
construção de mais três barragens de contenção de cheias. SERRO AZUL, a única tirada do
papel, numa parceria entre União e Estado, não evitou, por si só, novas
inundações porque a amplitude das chuvas superou o seu raio de abrangência.
A Barragem
de SERRO AZUL, a única que foi construída, absorveu um terço do impacto das
águas. As outras restantes atuariam em conjunto e absorveriam os outros dois
terços. Elas foram planejadas logo depois da enchente de 2010. Na época, 68
cidades estavam afetadas na Zona da Mata Sul e no Agreste. Em conjunto, as
cinco unidades teriam como objetivo fazer a contenção nos rios UNA, PIRANGI, SIRINHAÉM, PANELAS e seus afluentes.
Em
Palmares, uma das cidades mais importantes da Mata Sul, o nível do RIO UNA atingiu 4,1
metros acima do nível de transbordamento. Mesmo com SERRO AZUL em funcionamento,
houve um impacto muito grande. Por isso, a atuação em conjunto de todas as
unidades seria importante, O QUE NÃO SENSIBILIZOU, DIGA-SE DE PASSAGEM, O GOVERNO PASSADO. Temer agora deve rever essa omissão da União com Pernambuco.
O
projeto previa as Barragens de SERRO AZUL, IGARAPEBA, PANELAS II, GATOS E BARRA DE GUABIRABA. Com
investimento de R$ 500 milhões, sendo R$ 300 milhões do Governo estadual e R$
200 milhões do orçamento federal, SERRO
AZUL ficou pronta. Hoje, acumula mais de
40 milhões e metros cúbicos de água. As outras custariam juntas R$ 538,4
milhões e protegeriam outros municípios atingidos pela enchente, como Belém de
Maria, Lagoa dos Gatos, Maraial e Jaqueira.
Com
exceção de Lagoa dos Gatos, as outras cidades estão entre as 15 em estado de
calamidade decretada pelo governo pernambucano. Sete anos depois do projeto
inicial, o governo informa que faltaram recursos federais para as obras. De
acordo com a Secretaria Estadual de Recursos Hídricos, será preciso fazer novas
licitações para retomar as obras. A maioria delas só ficaria pronta depois de
pelo menos um ano de trabalho.
De
acordo com documentos do Governo do Estado, a barragem GATOS, em Lagoa dos
Gatos, teve apenas 20% da obra executada. O serviço foi paralisado em 10 de
outubro de 2014. Com investimento inicial de R$ 82,8 milhões, ela poderá
acumular 7, 3 milhões de metros cúbicos. Sua função é conter enchentes nos Rios
Gatos, Pirangi e Una. Ela beneficiaria 50 mil habitantes. O último repasse de
recursos federais ocorreu em 2011, com R$ 4,6 milhões.
Já a
BARRAGEM DE PANELAS II foi paralisada com 47% das obras executadas, em outubro de
2014, com o objetivo de conter as enchentes nos Rios Panelas, Pirangi e Una. O
custo inicial previsto era de R$ 109, 5 milhões. O último repasse chegou em
setembro de 2014, com R$ 18 milhões. A unidade terá capacidade para armazenar
22, 3 milhões de metros cúbicos e beneficiaria 85 mil pessoas.
Em BARRA DE GUABIRABA, a barragem de mesmo nome foi paralisada em agosto de 2015.
Foram executados 25% dos serviços previstos. A unidade estava orçada
inicialmente em R$ 94,5 milhões e o último repasse chegou com R$ 16,9 milhões,
em agosto de 2015. Seu objetivo era conter as cheias no Rio Sirinhaém e
garantir abastecimento no Agreste, com capacidade de acumulação de 19 milhões
de metros cúbicos. Para finalizar os trabalhos, seriam necessários 12 meses.
Em
São Benedito do Sul, por fim, foi inciada a obra da Barragem de IGARAPEBA. Ela beneficiaria
350 mil habitantes da região ao conter a enchente dos Rios Pirangi e Una.
Também teria papel de abastecimento e capacidade de acumular 68 milhões de
metros cúbicos de água. Teve finalizados 38% dos trabalhos, que foram
paralisados em junhos de 2015. O orçamento incial era de R$ 251,6 milhões e o
último repasse chegou em junho de 2015, com R$ 48,8 milhões. Para encerrar a
obra, seriam necessários 18 meses.
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