DEPUTADO DEPRAVADO DO PT |
Josias de Souza
O segredo para quem
insiste em acompanhar o noticiário sobre a degradação política do Rio de
Janeiro é manter sempre à mão, como um metafórico comprimido de Isordil, uma
dose de ceticismo. Quando se imagina que a situação já ultrapassou a fronteira
do inacreditável, injeta-se mais avacalhação dentro do escândalo. A Assembleia
Legislativa do Rio conseguiu produzir dois escárnios em 24 horas. NA QUINTA-FEIRA, A
MESA DIRETORA DA ALERJ DEU POSSE A CINCO DEPUTADOS ESTADUAIS QUE ESTÃO PRESOS,
ACUSADOS DE CORRUPÇÃO. QUATRO DOS EMPOSSADOS ASSINARAM O TERMO NAS DEPENDÊNCIAS
DA PENITENCIÁRIA DE BANGU 8. Na sexta, saiu no
Diário Oficial do Estado o segundo despautério: criou-se uma espécie de
"Bolsa-Qualquer-Coisa". Além do salário de R$ 25,3 mil, a Mesa
Diretora deliberou que cada deputado estadual receberá R$ 26,8 mil por mês. O
dinheiro pode ser aplicado na compra de passagens aéreas, aluguel de carros,
gasolina, internet, material de escritório, aluguel de imóveis, IPTU, o diabo.
Presidida por André Ceciliano (PT), a Mesa da Alerj apelidou o novo benefício
de "descentralização orçamentária de custeio individualizado de gabinete
parlamentar." Trata-se de um eufemismo para assalto. Consolida-se a
impressão de que o empreendimento que mais cresce no Rio de Janeiro é a
indústria do escárnio...
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