sábado, 4 de março de 2017

USINA BELO MONTE VAI LEVAR LULA E DILMA À CADEIA...




Orçada inicialmente em R$ 16 BILHÕES, a construção da usina hidrelétrica de Belo Monte era uma espécie de menina dos olhos do PT. Era defendida enfaticamente pelos ex-presidentes Luiz Inácio Lula da Silva e Dilma Rousseff como solução para o suprimento energético do País. Com padrinhos de peso incontestável, AO FIM, BELO MONTE CUSTOU QUASE O DOBRO DO ESTIMADO PRELIMINARMENTE: R$ 30 BILHÕES. Seu valor astronômico, porém, não serviria só para cobrir as despesas de engenharia da obra: um percentual era revertido em PROPINA para PT e PMDB. É o que atestam em depoimentos à Polícia Federal, obtidos com exclusividade por ISTOÉ, os executivos Domingos Malzoni, da Cetenco Engenharia, Celso Jacomel Junior, da J. Malucelli e Marcelo de Sousa Ribeiro, da Serveng. Seus relatos mostram como eles foram achacados e sofreram toda a sorte de pressões de JOÃO VACCARI NETO, EX-TESOUREIRO DO PT, DE MÁRCIO LOBÃO, FILHO DO SENADOR EDISON LOBÃO (PMDB-MA), e também da Andrade Gutierrez, intermediária dos pagamentos, para que repassassem PROPINAS aos dois partidos.

OS ARRECADADORES

Documentos obtidos por ISTOÉ mostram que partidos exigiam 1% do total das obras de Belo Monte. Segundo Marcelo de Sousa Ribeiro, da Serveng, em reunião realizada na sede da Andrade Gutierrez, no Rio, houve imposição para que as empresas pagassem propinas ao PT e PMDB e que os arrecadadores seriam João Vaccari, pelo PT, e Márcio Lobão, pelo PMDB



O REPARTE DO DINHEIRO


Os depoimentos dos executivos das empresas – detentoras de participação minoritária nas obras – foram prestados em agosto, mas estavam sob sigilo. Vêm à tona agora pela primeira vez pelas páginas de ISTOÉ. Celso Jacomel Junior, Domingos Malzoni e Marcelo Ribeiro disseram à PF que foram informados por Flávio Barra, diretor da Andrade Gutierrez, QUE DEVIAM REPASSAR 1% DO FATURAMENTO COMO PROPINA AO PT E AO PMDB. De acordo com Marcelo Ribeiro, da Serveng, o aviso sobre o pagamento se tratou de “IMPOSIÇÃO”, não tendo havido qualquer discussão a respeito. “Flávio David Barra limitou-se a informar que, em decorrência DE NEGOCIAÇÃO  política, as empresas TERIAM QUE DIRECIONAR 0,5% PARA O PT E 0,5% PARA O PMDB”. Ainda segundo Ribeiro, a reunião foi realizada na sede da Andrade Gutierrez no Rio de Janeiro e que durante o encontro “não houve manifestação contrária de nenhum representante de empresa”. Ribeiro acrescentou que “JOÃO VACCARI e MÁRCIO LOBÃO foram indicados como representantes do PT e do PMDB”

O COLETOR DE PIXULECOS Vaccari era o homem da mala do PT

TESOUREIRO PETISTA PEDIU CONTRIBUIÇÃO

O empreiteiro Celso Jacomel Junior, da J. Malucelli, disse à Polícia Federal que participou de reunião com o ex-tesoureiro do PT, João Vaccari Neto, em que o petista lhe pediu contribuições para campanhas eleitorais do PT. Antes desse apelo, Flávio Barra, da Andrade Gutierrez, já havia lhe dito que “HAVERIA NECESSIDADE” da J.Malucelli realizar doações para campanhas eleitorais do PMDB.




A Andrade Gutierrez atuou firme e incisivamente em prol dos pagamentos de propina. Causou espécie aos depoentes a maneira como se deram os encontros com Vaccari e Márcio Lobão. Segundo os representantes das empreiteiras, eles foram chamados para reuniões na sede da Andrade sem sequer saberem da pauta. Quando chegaram lá, depararam-se com os arrecadadores do PT e do PMDB. “SOMENTE QUANDO ESTAVA NA SEDE DAQUELA EMPRESA, O DECLARANTE FOI INFORMADO DE QUE A REUNIÃO DESTINAVA-SE À APRESENTAÇÃO DO DECLARANTE A JOÃO VACCARI, TESOUREIRO DO PT”, contou Malzoni, da Cetenco. Depois disso, ele relatou ter recebido uma ligação de cobrança. Era Vaccari. Jacomel Junior, da J. Malucelli, por sua vez, disse ter recebido insistentes telefonemas de Flávio Barra. O assunto era o mesmo: A COBRANÇA DA PROPINA. Ao negar o pagamento, ouviu como resposta que sua atitude: “geraria um problema ao consórcio”. Segundo Marcelo Ribeiro, Flávio Barra também fazia pressão durante as reuniões com os executivos, lembrando o tempo todo que “algumas empresas não estavam ‘comparecendo”.

Os depoimentos revelam detalhes do MODUS OPERANDI de Márcio Lobão, que atualmente é presidente da Brasilcap, empresa de títulos de capitalização do Banco do Brasil, mas pediu afastamento do cargo por 30 dias. Nos relatos aos agentes da PF, os executivos contaram que a sede da Brasilcap foi palco de muitos dos encontros destinados a discutir o andamento das obras de Belo Monte. Mas havia outro local “MAIS APROPRIADO” para tratar de propina, segundo Marcelo Ribeiro, da Serveng: um escritório na rua México, no Rio de Janeiro. Foi lá que ele manteve a primeira conversa a sós com Márcio Lobão, por escolha deste. Ribeiro diz ter explicado que a Serveng não toparia pagar o combinado e que Márcio Lobão “APARENTEMENTE ENTENDEU”. Depois, diz ter sido recebido outras vezes na sede da Brasilcap para, segundo ele, discutir investimentos da Serveng em um projeto social envolvendo cisternas no Nordeste, mas que acabou não ocorrendo. Procurado, o advogado de Márcio Lobão, Aristides Junqueira, disse que não comentaria o caso. O PT tem declarado que as doações eleitorais recebidas obedecem à legislação vigente e a defesa de Vaccari também tem sustentado que ele solicitava doações legais e nunca recebeu recursos de origem ilícita.

SUPERFATURAMENTO Belo Monte estava orçada em R$ 16 bi, mas acabou custando R$ 30 bi



A APRESENTAÇÃO DE MÁRCIO LOBÃO
 
O empreiteiro Domingos Malzoni, da Cetenco Engenharia, disse em depoimento à Polícia Federal que em reunião realizada na sede da Andrade Gutierrez, no Rio, o diretor da empresa, Flávio Barra, lhe apresentou MÁRCIO LOBÃO, FILHO DO SENADOR EDISON LOBÃO (PMDB-MA). O filho do senador arrecadaria o dinheiro em nome do PMDB. Em reunião semelhante, Barra já havia lhe apresentado o tesoureiro petista JOÃO VACCARI NETO, encarregado de coletar as propinas destinadas ao PT.




As informações foram usadas pela PF para deflagrar a Operação Leviatã, no último dia 17, que cumpriu mandados de busca e apreensão contra MÁRCIO LOBÃO e contra o ex-senador pelo PMDB do Pará Luiz Otávio Campos, também suspeito de ser um dos arrecadadores do esquema. Os depoimentos confirmam a delação premiada da Andrade Gutierrez sobre corrupção na hidrelétrica e também explicam COMO O GOVERNO PETISTA DO ENTÃO PRESIDENTE LULA INTERFERIU DIRETAMENTE NA FORMAÇÃO DO CONSÓRCIO DE BELO MONTE PARA FAVORECER AS TRÊS GRANDES EMPREITEIRAS NACIONAIS (Andrade, Odebrecht e Camargo Corrêa) E PREJUDICAR AS CONCORRENTES DE MENOR PORTE.

A ANDRADE GUTIERREZ ATUOU FIRME E INCISIVAMENTE EM PROL DOS PAGAMENTOS DE PROPINA

Nos últimos dias, as investigações sobre a corrupção em Belo Monte, decorrentes da Operação Lava Jato, avançaram no Supremo Tribunal Federal. Segundo fontes ouvidas por ISTOÉ, estão próximas de um desfecho. Os novos depoimentos são importantíssimos para a Polícia Federal fechar O QUEBRA-CABEÇAS DO INQUÉRITO SOBRE A CONSTRUÇÃO DA USINA NO STF, QUE TEM COMO FOCO O REPASSE DE PROPINA, VIA DOAÇÕES OFICIAIS, AOS SENADORES EDISON LOBÃO, JADER BARBALHO (PMDB-PA), RENAN CALHEIROS (PMDB-AL), ROMERO JUCÁ (PMDB-RR) E VALDIR RAUPP (PMDB-RO). LOBÃO À ÉPOCA COMANDAVA O MINISTÉRIO DE MINAS E ENERGIA, POR ISSO TERIA CAPTADO RECURSOS PARA O PMDB. Eles negam o recebimento de propina e sustentam que só receberam doações legais. A PF pensa o contrário: relatório financeiro da investigação contabiliza que o PMDB recebeu R$ 190 milhões das empresas de Belo Monte nas eleições de 2010, 2012 e 2014, o que coloca esses pagamentos sob suspeita.


RASTEIRA

Prevista para ser a terceira maior hidrelétrica do mundo, Belo Monte teve suas obras iniciadas em 2011 na região de Altamira, no Pará, no coração da Amazônia. Em abril do ano passado, teve início a geração comercial de energia, mas as obras da usina ainda estão na fase final, com pleno funcionamento previsto para 2019.

O inquérito também avança na conclusão de que o governo petista protagonizou uma rasteira nas pequenas empreiteiras. Na época do leilão de Belo Monte, em 2010, houve uma série de brigas entre o governo e as empresas Andrade Gutierrez, Camargo Corrêa e Odebrecht – essas duas últimas desistiram de participar. As três questionavam o valor do empreendimento e diziam que as pequenas empreiteiras não teriam condições de fazer a obra. Nesse cenário, sagrou-se vencedor o consórcio integrado por empresas menores encabeçado pela Chesf, subsidiária da Eletrobras, e formado por Queiroz Galvão, Galvão Engenharia, Mendes Junior, Serveng, J. Malucelli, Contern Construções, Cetenco Engenharia e Gaia Energia e Participações.

A PF ESPERA DETALHES DAS CONTAS DA FAMÍLIA LOBÃO NA SUÍÇA, PARA SABER SE HOUVE PAGAMENTO DE PROPINA NO EXTERIOR

O que surpreendeu essas empresas é que o governo petista configurou outro consórcio, sem licitação, que seria subcontratado para tocar as obras, o Consórcio Construtor de Belo Monte (CCBM), composto pela Andrade (18%), Odebrecht (16%) e Camargo (16%). Os executivos das pequenas empresas foram informados por Valter Cardeal, então diretor da Eletrobras, sobre os seus novos percentuais de participação. A J. Malucelli, por exemplo, esperava ficar com 6% no CCBM, mas teve só 2%. “Foi recebida com estranheza a notícia de que as empresas que compuseram consórcio derrotado no leilão passariam não só a compor o CCBM, mas a liderá-lo”, contou Jacomel Junior. Até mesmo a ex-ministra da Casa Civil Erenice Guerra confirmou à PF que houve intervenção direta do governo no consórcio.

O inquérito é conduzido pelo delegado da PF, Thiago Delabary. Os investigadores aguardam o resultado das diligências da Operação Leviatã para avaliar se há nova fornada de produção de provas. Também esperam detalhes das contas bancárias ligadas aos filhos de Edison Lobão na Suíça, bloqueadas pelo Ministério Público daquele país, para saber se houve pagamento de propina no exterior, conforme revelado pelo site da ISTOÉ no último dia 23. As evidências colhidas até o momento, no entanto, não deixam dúvidas do acerto espúrio envolvendo a obra. A propina correu solta.

  
UMA USINA DE ILEGALIDADES -  COMO ERAM FEITAS AS COBRANÇAS DE DINHEIRO AOS EMPREITEIROS QUE PARTICIPARAM DA OBRA DE BELO MONTE:

1. Flávio Barra, executivo da Andrade Gutierrez, que liderava o consórcio, informava às outras empresas que era necessário PAGAR PROPINA ao PT e ao PMDB em cima do faturamento da obra

2. Após o aviso, Barra convidava os executivos das outras empresas para reuniões nas quais lhes apresentava a João Vaccari Neto, ARRECADADOR DO PT, e Márcio Lobão, ARRECADADOR DO PMDB

3. Os PAGAMENTOS DE PROPINA seriam por meio de doações oficiais ao PT e ao PMDB. Algumas empresas dizem ter se recusado a pagar.

4. O custo da usina, construída em Altamira (PA), acabou ficando em torno de R$ 30 bilhões. Segundo os delatores, parte desse valor foi DESVIADO EM PROPINA ao PT e ao PMDB.
 
EM NOME DO PAI Filho de Edison Lobão, Márcio Lobão arrecadava propinas para o PMDB





Por ordem de Dilma, Mantega arrecadou R$ 135 milhões da Odebrecht no caixa 2


EDIÇÃO Nº 2461 DE ISTOÉ DE 15 DE FEVEREIRO DE 2017 Em reportagem de capa sob o título “50 milhões em propinas para a campanha de Dilma”, ISTOÉ antecipou delação de Marcelo Odebrecht a integrantes da Lava Jato. Matéria contou como o empreiteiro arquitetou, junto com o ex-ministro da Fazenda, Guido Mantega, a pedido de Dilma, o financiamento da campanha da ex-presidente. Texto já dizia que dinheiro oriundo do departamento de propina da Odebrecht foi transferido ao caixa dois da petista numa negociata envolvendo a Braskem, em troca de uma MP que garantia benefícios fiscais à petroquímica
Marcelo Odebrecht confirmou o depoimento 

Ary Filgueira
Na quarta-feira, dia 1º, Marcelo Odebrecht ficou frente a frente com autoridades do Tribunal Superior Eleitoral. Em depoimento de quatro horas de duração realizado em Curitiba, o empresário, herdeiro da maior empreiteira do País, discorreu sobre as doações de campanha e a relação quase umbilical da empresa, e dele próprio, com partidos e políticos de altíssimo calibre. Suas revelações envolveram um leque de personalidades políticas, mas principalmente a ex-presidente Dilma Rousseff. Ao ministro Herman Benjamin, Odebrecht foi taxativo. Afirmou que pagou R$ 50 milhões em propinas para a campanha de Dilma como contrapartida à votação de uma medida provisória que beneficiou a Braskem, petroquímica controlada pela Odebrecht, disse que a ex-presidente petista tinha total conhecimento dos pagamentos de caixa dois, inclusive no exterior, e ratificou ter sido ela quem indicou o ex-ministro da Fazenda, Guido Mantega, como intermediário dos acertos espúrios, em substituição ao também ex-auxiliar Antonio Palocci.
Embora de caráter irrefutável, e obviamente gravíssimo, o conteúdo do depoimento de Odebrecht ao TSE não constitui uma novidade para o leitor de IstoÉ. Em reportagem de capa sob o título “50 milhões em propinas para a campanha de Dilma”, de 15 de fevereiro deste ano, a revista lançava luz sobre a delação de Marcelo Odebrecht aos integrantes da força-tarefa da Lava Jato e antecipava o que o empreiteiro reitera agora a respeito das negociatas envolvendo a campanha da petista.
JORNALISMO DE GUERRA – Na ocasião, em nota virulenta, embebida de cólera, Dilma dizia que a revista praticava “jornalismo de guerra” e acusava a publicação de insinuar, “de maneira vil e irresponsável”, sua participação em atos suspeitos durante a campanha presidencial, o que ela negava.
Na semana passada, no conveniente discurso de Dilma, típico de quem tem culpa no cartório, quem virou irresponsável e “mentiroso” foi Marcelo Odebrecht. Não foi o que o empresário deixou transparecer em seu relato. Com fartura de detalhes, ele contou que o repasse via caixa dois para as campanhas de Dilma Rousseff era regra e os pagamentos registrados na Justiça Eleitoral, uma exceção. Marcelo contabilizou um total de R$ 150 milhões repassados ao PT e calculou que, de cada R$ 5 pagos, R$ 4 não eram registrados. Ou seja, R$ 135 milhões foram no caixa dois.
Desses valores, R$ 50 milhões seriam propinas referentes à “compra” de uma medida provisória para a Braskem em 2009: a MP 470, que garantiu benefícios tributários à empresa, braço petroquímico da Odebrecht.
NA ERA DE LULA – A negociação da MP 470, antecipada com exclusividade por IstoÉ, começou ainda sob o governo Luiz Inácio Lula da Silva entre Marcelo e o ex-ministro da Fazenda Guido Mantega. Desta vez, o empreiteiro acrescentou um detalhe: apesar de a negociação para o pagamento ter ocorrido por volta de 2010, o PT não precisou usar imediatamente esses recursos. Guardou os R$ 50 milhões para a campanha seguinte, a de 2014.
Marcelo era o interlocutor da Odebrecht com a cúpula do governo petista. Avocava para si as tarefas mais importantes: fazia os acertos e dava o aval para os principais pagamentos de propina. Mas, a despeito de sua importância na hierarquia da República, surpreendeu aos participantes da audiência o tom humilde adotado por Marcelo, conhecido por sua postura altiva e orgulhosa. Em um desabafo recheado de ironia, ele afirmou: “Eu não era o dono do governo, eu era o otário do governo. Eu era o bobo da corte do governo”.
Seu depoimento finalmente esclareceu as suspeitas da Polícia Federal sobre quem eram “italiano” e “Pós Itália”. Segundo Marcelo, seu primeiro interlocutor no governo sobre os repasses era o italiano: o ex-ministro petista Antonio Palocci. Depois, por determinação de Dilma, o assunto passou a ser tratado pelo sucessor: Guido Mantega, ou “Pós Itália”, segundo as anotações apreendidas pela PF. Para ambos, entre 2008 e 2014, a Odebrecht disponibilizou R$ 300 milhões.
CONTAS DE SANTANA – Além de Palocci e Mantega, o empresário contou que também tratava diretamente com o marqueteiro João Santana sobre os pagamentos ilícitos. Segundo ele, repasses via caixa dois tinham como destino as contas de João Santana no exterior, como remuneração aos serviços prestados por ele à campanha petista.
Detalhe importante: segundo Marcelo Odebrecht, Dilma tinha conhecimento dos pagamentos a Santana no exterior. A maior parte dos repasses era em espécie. O marqueteiro aparecia com o codinome “Feira” nas planilhas da Odebrecht. O fato, em si, não representa novidade para os investigadores. A Lava Jato já havia detectado ao menos US$ 13 milhões em transferências de contas no exterior da Odebrecht a uma das contas ligadas a João Santana na Suíça.
Mas um episódio contado por Marcelo chamou atenção e serviu como a demonstração cabal do envolvimento de Dilma Rousseff. Trata-se de um encontro com ela no México no qual o empresário lhe avisou que os pagamentos feitos ao marqueteiro estariam “contaminados” porque partiram de contas que a Odebrecht usava para pagar propina. Ou seja: Dilma sabia do que estava acontecendo, ao contrário do que sempre negou com veemência.
CONEXÃO CERVEJA – Outra negociata antecipada em reportagem de capa de IstoÉ, de agosto de 2015, foi confirmada por Marcelo Odebrecht em seu depoimento ao TSE. A chamada “Conexão-Cerveja”. Ao detalhar o esquema de caixa dois petista, o empresário afirmou que a empreiteira terceirizou repasses por meio da cervejaria Itaipava, do grupo Petrópolis. Em 2014, a campanha de Dilma havia recebido R$ 17,5 milhões de maneira oficial somente da cervejaria. Também à Justiça Eleitoral, Benedicto Junior, ex-presidente da Odebrecht Infraestrutura, atestou que a doação da Itaipava era “caixa dois travestido de caixa um”.
Um dos articuladores do esquema Itaipava, o ex-presidente Lula não atravessou incólume o depoimento, embora o ex-presidente não fosse objeto da ação. Ao TSE, Marcelo disse que a Odebrecht detinha forte influência no governo, principalmente depois que o PT chegou ao Palácio do Planalto, em 2003, ano em que Lula assumiu seu primeiro mandato. Marcelo Odebrecht acrescentou ainda que a empreiteira auxiliou campanhas no exterior nas quais o partido de Lula e Dilma tinha interesse. Os repasses ocorreram fora do País.

sexta-feira, 3 de março de 2017

OS INTELEQUITUAU DO PT INFORMAM: O POVO “PERDERAM”...



Augusto Nunes
“Por que Lula?”, pergunta a primeira linha do manifesto em que 424 autodenominados intelectuais a serviço do PT imploram ao chefe da seita que oficialize a candidatura à eleição de 2018. Até os bebês de colo e os doidos de hospício sabem a resposta: porque a esperteza talvez ajude a fantasiar de “perseguido político” UM PRONTUÁRIO AMBULANTE ENRIQUECIDO POR SÍTIOS, APARTAMENTOS, PALESTRAS SECRETAS, JATINHOS, NEGOCIATAS AFRICANAS, FILHOS QUE MULTIPLICAM DINHEIRO DE ORIGEM MISTERIOSA E OUTROS ESPANTOS. Só finge não saber disso a fila de signatários do documento, puxada pelo inevitável Leonardo Boff e previsivelmente engrossada por Chico Buarque (assinatura n° 9) e João Pedro Stédile (n° 10).
Por que submeter a verdade a tão selvagens sessões de tortura?, perguntam os brasileiros normais ao fim da leitura do manifesto. NÃO HÁ UMA ÚNICA E ESCASSA MENÇÃO AO ASSALTO À PETROBRAS, ao maior esquema corrupto de todos os tempos, a descobertas da Lava Jato, à herança maldita legada por Lula e Dilma, a quadrilheiros engaiolados, à devastação provocada por 13 anos de roubalheira e incompetência. Aos olhos dos fiéis, a alma viva mais pura do mundo não tem nada a ver com isso. Lula tem tudo a ver apenas com a consolidação da democracia, o extermínio da pobreza, o sistema de saúde próximo da perfeição, o sistema educacional de dar inveja a professor finlandês e a transformação do Brasil numa potência petrolífera respeita no mundo inteiro, fora o resto.
E por que assassinar o pobre português já no primeiro parágrafo?, perguntam os que tratam com mais brandura a língua oficial do Brasil. Em que medida o massacre do idioma ajudaria a livrar da cadeia um ex-presidente que saiu da História para entrar na bandalheira? Teriam os redatores do palavrório resolvido homenagear o Exterminador do Plural? Ou seria uma demonstração de solidariedade aos inventores da linguística lulopetista, para os quais falar errado está certo? Se não tem nada de mais insultar o português pronunciando frases como “Nós pega os peixe”, os discípulos de Lula estão à vontade para redigir o trecho abaixo reproduzido, com observações em negrito do colunista.
“É o compromisso com o Estado Democrático de Direito, com a defesa da soberania brasileira e de todos os direitos já conquistados pelo povo desse (Errado, o certo é ‘deste’) País, que (Alguém infiltrou uma vírgula bêbada entre ‘País’ e ‘que’) nos faz, através desse (É errado o uso de ‘através desse’: o certo é ‘por meio deste’) documento, solicitar ao ex-Presidente Luiz Inácio LULA da Silva que considere a possibilidade de, desde já, lançar a sua candidatura à Presidência da República no próximo ano (A candidatura deve ser lançada desde já ou no próximo ano?), como forma de garantir ao povo brasileiro a dignidade, o orgulho e a autonomia que perderam”.
Como é que é, companheiros inteleques? Quem “PERDERAM”? O POVO? Nesse caso, foram simultaneante trucidados os fatos e a concordância verbal. O POVO BRASILEIRO NUNCA “PERDERAM”; sempre perdeu, no SINGULAR. Mas desta vez não perdeu a dignidade, o orgulho e a autonomia, como fantasia o manifesto. O que perdeu foi a montanha de dólares acumulada pelo PT e seus comparsas. Também perdeu o respeito pelos farsantes no poder havia 13 anos, perdeu a paciência com os poderosos patifes e perdeu o medo de ditar os rumos da nação.
Nenhum país tem mais intelectuais por metro quadrado que o Brasil, constatou Nelson Rodrigues. O problema é que a maioria é incapaz de pensar. Enquanto mantêm guardado na cabeça um romance incomparável, escritores escrevem manifestos de envergonhar o mais bisonho reprovado no Enem. Nessa categoria figura o que sonha com a volta de Lula. A coleta de assinaturas recomeçará na segunda-feira, informou o site do PT. Sobra tempo para que os 424 pensadores façam as correções indispensáveis. Se quiserem copiar as feitas acima, estejam à vontade. De nada.
Também clama por um revisor com mais de cinco neurônios o texto que festeja no site do PT a desembestada ofensiva retórica. Confira:
Numa iniciativa que responde à escolha que milhões de brasileiros manifestam com clareza sempre que lhe perguntam quem deve governar o país, o lançamento da candidatura de Luiz Inácio Lula da Silva à Presidência da República começa a tomar forma e conteúdo. A partir de segunda-feira (6), todo cidadão brasileiro será convidado a colocar seu nome, através de uma plataforma aberta na internet, a um abaixo assinado que solicita a Lula considerar “a possibilidade de, desde já, lançar sua candidatura a Presidência da República como forma de garantir ao povo brasileiro a dignidade, o orgulho e a autonomia que PERDERAM.”

Esse monumento à ignorância vai ficar sem retoques. Primeiro, porque a cena do crime deve permanecer intocada, como alertam as séries policiais da TV americana. Depois, porque o parágrafo acima, da mesma forma que o manifesto, é uma prova contundente de que ─ ele, de novo ─ Nelson Rodrigues tinha razão: os idiotas estão por toda parte. Por que estaria ausentes de reuniões que terminam com o parto de outro manifesto? - A manchete não faz parte do texto original -

DILMA NÃO PERDEU APENAS O MANDATO DE PRESIDENTE DA REPÚBLICA. ELA PERDEU A PRÓPRIA NOÇÃO DA REALIDADE.



Josias de Souza

Em reação ao depoimento de Marcelo Odebrecht à Justiça Eleitoral, Dilma Rousseff chamou de mentiroso o ex-provedor de suas campanhas. Num instante em que até João Santana e sua mulher Monica Moura JÁ CONFESSARAM QUE RECEBERAM EM CONTAS SECRETAS NO EXTERIOR VERBAS SUJAS DA ODEBRECHT POR SERVIÇOS PRESTADOS AO PETISMO, a beneficiária dos serviços do casal do marketing reiterou o mantra: todas as doações às suas campanhas foram feitas dentro da lei e aprovadas pelo Tribunal Superior Eleitoral. É como se Dilma não tivesse percebido que a Justiça Eleitoral está justamente auditando os números que havia aprovado para não fazer o papel de lavanderia oficial.

Dilma vive numa realidade escorada no vocábulo de NEGAÇÃO. NÃO autorizou pagamentos no exterior. NÃO avalizou o caixa dois. NÃO delegou a Guido Mantega a tarefa de coletor de verbas eleitorais. Madame faz lembrar um personagem inexpressivo da peça Júlio César, de Shakespeare. Atiçados por Marco Antonio, os plebeus saem à caça dos assassinos do imperador. Encontram Cinna. “Matem-no, é um dos conspiradores!”, alguém grita. “Não, é apenas Cinna, o poeta”, retruca outra voz ao fundo. E a sentença: “Então, matem-no pelos MAUS VERSOS.”
Abespinhada, Dilma disse em nota que a suspeição que a espreita “é um insulto à sua honestidade e um despropósito a quem quer conhecer a verdade sobre os fatos.” Em meio à atmosfera malcheirosa da Lava Jato, algum incauto pode gritar: “TANTA HONESTIDADE SERVIU PARA QUÊ?” E o TSE talvez se anime a sentenciar: “Então, que Dilma Rousseff seja declarada inelegível pelos MAUS VERSOS.” A investigada não perdeu apenas o mandato de presidente da República. Ela perdeu a própria noção da realidade.

PITACO DO BLOG CHUMBO GROSSO: - A GERENTONA INCOMPETENTA E SONSA, COM SEU CÉREBBRO DE CRUSTÁCEO PARECE MAIS UMA CARMELITA DESCALÇA DESDE OS TEMPOS DO COFRE DO ADHEMAR DE BARROS...


ODEBRECHT COMPROU MEDIDA PROVISÓRIA ASSINADA PELA EX-PRESIDENTE DILMA POR R$ 300 MILHÕES...




Cláudio Humberto


Foram colocados à disposição do PT exatos R$ 300 MILHÕES, ENTRE 2008 E 2014, PERÍODO QUE COMPREENDE OS GOVERNOS LULA E DILMA, segundo revelou o empreiteiro Marcelo Odebrecht, em depoimento ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE). Ele que doou metade desse dinheiro à campanha de reeleição de Dilma Rousseff. Ele contou haver pago R$ 50 MILHÕES POR UMA MEDIDA PROVISÓRIA DO REFIS, que beneficiou a Odebrecht, ASSINADA POR DILMA e o então ministro da Fazenda Guido Mantega. Odebrecht também relatou repasses ao senador Aécio Neves (PSDB-MG), mas NÃO esclareceu se a doação foi legal ou por meio de caixa dois, sem declarar. Ele também falou sobre um jantar com o então vice-presidente Michel Temer, mas NEGOU ter tratado de valores de campanha. As suspeitas são de abuso de poder econômico e político, o que significa que podem ter existido gastos de campanha acima do informado à Justiça Eleitoral, doações por meio de propina vindas de empreiteiras contratadas pela Petrobras e o pagamento indevido a gráficas contratadas pela campanha de Dilma. As gráficas foram alvo de uma operação da Polícia Federal em dezembro, e um laudo feito por peritos do TSE concluiu que as gráficas não conseguiram provar que realmente fizeram os serviços que foram pagos pela coordenação da campanha.


quinta-feira, 2 de março de 2017

ODEBRECHT REPASSOU CERCA DE R$ 300 MILHÕES AO PT E DILMA SABIA DAS DOAÇÕES



A EX-PRESIDENTE DILMA ROUSSEFF SE DIZ “INDIGNADA” COM AS REVELAÇÕES DO EMPRESÁRIO, AFIRMA QUE É TUDO MENTIRA E NÃO SABIA DAS “TENEBROSAS TRANSAÇÕES”, COM DIRIA CHICO BUARQUE, UM DOS LÍDERES DO  MOVIMENTO VOLTA LULA. A PRESIDENTA (OU GOVERNANTA) NÃO SABIA DE NADA, MAS DISCUTIA COM O AMIGO EMPREITEIRO “ASSUNTOS DO GOVERNO E RELACIONADOS À EMPRESA”, CONFORME RELATOU MARCELO ODEBRECHT, E ISSO EXPLICA TUDO

No depoimento que prestou à Justiça Eleitoral na última quarta-feira, Marcelo Odebrecht negou ter tratado diretamente com a ex-presidente Dilma Rousseff sobre ajuda financeira para sua campanha. Segundo uma fonte que teve acesso à oitiva, ele foi questionado ao menos três vezes se a petista pediu pessoalmente dinheiro, e a resposta foi a mesma: “Não”. No entanto, Odebrecht afirmou que Dilma sabia dos pedidos de contribuição para financiar sua campanha por meio de “interlocutores”, sem citar quem seriam essas pessoas.
O empresário foi questionado se Dilma pediu que ele repassasse algum dinheiro ao marqueteiro João Santana, o que ele também negou.
Marcelo Odebrecht contabilizou ter dado ao PT de 2008 a 2014 cerca de R$ 300 milhões. Esse dinheiro, explicou, era depositado em uma conta que era inicialmente acessada pelo ex-ministro Antonio Palocci e, posteriormente, pelo ex-ministro Guido Mantega. Explicou, segundo relato de uma fonte ao Globo, que o dinheiro servia “campanhas” e “assuntos que interessavam ao PT”.

O empresário disse que, nas vezes em que se reuniu com Dilma Rousseff, os dois trataram de assuntos do governo e relacionados à empresa. – Fonte: Tribuna da Internet -

MARCELO ODEBRECHT IMPLICA DILMA E POUPA TEMER

Em depoimento, ontem, de mais de quatro horas à Justiça Eleitoral, o herdeiro e ex-presidente do Grupo Odebrecht, Marcelo Odebrecht, deixou mal a ex-presidente Dilma Rousseff e seu ministro da Fazenda Guido Mantega, e relativamente bem o presidente Michel Temer.
Sobre Dilma, disse que ela sabia da origem ilícita do dinheiro doado para sua campanha pela Odebrecht. Sobre Temer, informou que não houve um pedido direto pelo então vice-presidente da República para a doação de R$ 10 milhões ao PMDB. É o que Temer tem repetido.
Segundo Odebrecht, 4/5 dos recursos destinados pela empresa para a campanha da chapa Dilma-Temer em 2014 tiveram como origem o caixa 2. Dilma sabia, sim, dos pagamentos feitos ao marqueteiro do PT, João Santana, a maior parte deles em dinheiro vivo.
O valor acertado para a campanha presidencial da chapa reeleita foi de R$ 150 milhões. Do total, de acordo com Odebrecht, R$ 50 milhões eram uma contrapartida à votação da Medida Provisória do Refis, encaminhada ao Congresso em 2009, e que beneficiou a Braskem, um braço da empresa.
Odebrecht admitiu que tinha contato frequente com o alto escalão do governo. Citou Mantega, com quem negociava repasses de dinheiro para o PT. Afirmou a certa altura:  “Eu não era o dono do governo, eu era o otário do governo. Eu era o bobo da corte do governo”.
Quanto à ajuda dada ao PMDB a pedido de Temer: as tratativas para a doação foram feitas entre o ministro da Casa Civil, Eliseu Padilha, e o executivo da Odebrecht em Brasília Cláudio Melo Filho. Odebrecht reconheceu que parte dela foi via caixa 2.
O depoimento de Odebrecht agrava a situação de Padilha, que se licenciou do cargo para ser operado da próstata em Porto Alegre. Padilha foi o principal alvo da delação de José Yunes, amigo de Temer há mais de 40 anos, que disse ter servido de “mula” para ele.
Yunes revelou que, a pedido de Padilha, recebeu um pacote lacrado que lhe foi entregue em 2014 pelo doleiro Lúcio Funaro, hoje preso na Penitenciária da Papuda, em Brasília. E que Padilha, depois, mandou buscar o pacote. Havia dinheiro dentro, segundo Cláudio Melo Filho.







O BOBO DA CORTE FEZ OBRAS QUE NÃO PEDIU, ACEITOU SÓ PARA DAR PROPINA À GANG DO PT



Cláudio Humberto


Marcelo Odebrecht disse em depoimento à Justiça Eleitoral, nesta quarta-feira (1), que se sentia o "BOBO DA CORTE" do governo federal, tendo sido obrigado a entrar em projetos que não desejava e a bancar repasses às campanhas eleitorais sem receber as contrapartidas que julgava necessárias. "EU NÃO ERA O DONO DO GOVERNO, EU ERA O OTÁRIO DO GOVERNO. EU ERA O BOBO DA CORTE DO GOVERNO", disse Marcelo. No depoimento, Odebrecht falou ainda sobre a "naturalidade" do caixa 2 em campanha eleitoral, defendeu a legalização do lobby e deixou claro que a Odebrecht não era a única empresa a usar doações para conquistar apoio político. O caixa 2, segundo ele, envolve pagamento de propinas. Marcelo foi preso em junho de 2015, no âmbito da Operção Lava Jato, acertou delação premiada, e deve permanecer na carceragem da Polícia Federal em Curitiba até o final deste ano. Ele também se mostrou incomodado por divergências com seu pai, presidente do Conselho de Administração do Grupo Odebrecht, Emilio Odebrecht, quanto a projetos em que a empresa apoiava o governo. O ex-presidente da empreiteira foi ouvido pelo ministro Herman Benjamin, relator da ação que tramita no Tribunal Superior Eleitoral e investiga a chapa formada por Dilma e Michel Temer na campanha eleitoral de 2014.