O JORNALISTA CARLOS NEWTON INFORMA QUE, EIKE SEMPRE SOUBE QUE SERIA APANHADO, MAS JULGAVA QUE FOSSE DEVIDO ÀS MUTRETAS COM O GOVERNO FEDERAL E COM O BNDES. POR ISSO, FOI O ÚNICO ENVOLVIDO QUE PROCUROU ESPONTANEAMENTE A POLÍCIA FEDERAL PARA DAR UM DEPOIMENTO PRÉVIO. A SURPRESA DE EIKE É SER PRESO POR CAUSA DAS MARACUTAIAS COM O ENTÃO GOVERNADOR SÉRGIO CABRAL.
Jacqueline Saraiva e Antonio Temóteo
A Polícia Federal cumpre, nesta
quinta-feira (26/1), mandados judiciais na segunda fase da Operação Lava-Jato
no Rio de Janeiro. Entre os principais alvos da Operação Eficiência está o
empresário Eike Batista, dono do grupo EBX. Há também um mandado contra o
ex-governador Sérgio Cabral, que já está preso no complexo penitenciário de
Gericinó, em Bangu, assim como Wilson Carlos e Carlos Miranda, que também estão
presos.
No total são seis mandados de prisão
preventiva, quatro de condução coercitiva e 22 de busca e apreensão. De acordo
com informação preliminar da Polícia Federal há uma ordem de prisão contra
Eike, mas até por volta das 6h30 ele não havia sido encontrado. Todos os
mandados, que serão cumpridos apenas no Rio de Janeiro, foram expedidos pelo
juiz Marcelo Bretas, da 7ª Vara Federal Criminal do estado.
TROCA DE MENSAGENS – Na quinta-feira (19/1),
reportagem do Correio mostrou que o esquema de liberação de financiamentos da
Caixa Econômica Federal (CEF) e do Fundo de Investimentos do Fundo de Garantia
do Tempo de Serviço (FI-FGTS) para empresas em troca de propina, comandado pelo
ex-deputado Eduardo Cunha e pelo ex-vice-presidente da Caixa Fábio Cleto, não
se limitava às 11 empresas citadas na Operação Cui Bono.
Documentos exclusivos apontam que
Cunha e Cleto também atuaram para liberar recursos para empresas de Eike
Batista. O relatório dos investigadores da Polícia Federal (PF) e do
Ministério Público Federal (MPF) mostram uma troca de mensagens do ex-deputado
e do ex-vice-presidente da Caixa em 10 de abril de 2012. Na ocasião, Cunha,
então líder do PMDB na Câmara, cobra de Cleto informações sobre uma operação no
FI-FGTS que interessaria a Eike (veja fac-símile). “E Eike?”, perguntou o
ex-presidente da Câmara dos Deputados, que está preso em Curitiba (PR). “Eike
tudo bem, abordado o tema do FI”, respondeu Cleto.
Os agentes também tentam cumprir
mandados de condução coercitiva contra Maurício de Oliveira Cabral Santos,
irmão do ex-governador, Suzana Neves Cabral, ex-mulher de Sérgio Cabral, Luiz
Arthur Andrade Correia e Eduardo Plass. Eles seriam beneficiários do esquema de
corrupção. - A imagem e a manchete não fazem parte do texto original -