Uma coisa é
o ser humano querer se tornar mais longevo e alcançar vetusta idade a gozar de
boa saúde e qualidade de vida; outra (e muito diferente) é querer durar tanto
quanto um patriarca bíblico - um Noé, um Matusalém etc - e aparentar ter sempre
a idade do menino Jesus. Mesmo na primeira situação, a pesar bem os
pensamentos, não vejo muito sentido. Prolongar ainda mais a permanência de cada
pessoa na face da Terra, para quê? Somos mais de 7 bilhões, e logo, logo, o
planeta não dará mais conta de nosso perdulário consumo de seu sangue, de seus
recursos naturais. Não dará mais conta de nós, ou nos dará as contas - torço
pela segunda opção. Mas, enfim, nesse primeiro caso, é só o bom e velho
instinto de sobrevivência a falar mais alto, é só a ativação em looping do
primeiro comando programado em nosso DNA, do nosso primordial ditame biológico,
sobreviver a qualquer custo. Todavia, na segunda situação, a dos que querem se
tornar idosos (no sentido literal, cheios de idade), mas que não querem
envelhecer, a dos que passam estupidamente a se devotar ao culto da eterna
juventude ao invés de aprenderem a lidar com a decadência do corpo, tomarem
conhecimento das cada vez maiores debilidades e, de posse dessa consciência,
quando possível, transformarem suas limitações em trunfos, o quadro que se
instala não só beira as raias do ridículo, ultrapassa-as. No segunda situação,
a dos VELHINHOS GAROTÕES E DAS
VELHINHAS PERIGUETES,
a questão não é ditada pelo instinto de sobrevivência, sim pela pouca
inteligência, sim pela vocação humana ao rídiculo, ao burlesco, ao caricato -
outro forte comando programado no DNA da espécie. É cada vez mais comum - e
triste - ver idosos a trajar bonés, bermudões cujos cós deixam as cuecas à
mostra, tênis coloridos e fosforescentes; tem um aqui perto de casa que, volta
e meia, desce o quarteirão a bordo de um skate (é verdade), e se a molecada
chama ele de "tio", ele xinga, desce do skate e vai tirar
satisfações. É cada vez mais comum - e igualmente triste - ver senhoras, já
sexagenárias ou mais, com cabelos tingidos - multicoloridos, azul, verde,
laranja - à parecença de uma cacatua daltônica e/ou psicodélica, a exibir
tatuagens nos ombros, espáduas, tornozelos, dorso e peito do pé, e a trajar
roupas que, na certa, surrupiaram do guarda-roupa da netinha biscate. SÃO OS JOVENS DA TERCEIRA IDADE, DIZEM. São sinais
de que suas almas não envelheceram, são sinais de jovialidade. Pelo contrário,
são claras evidências, isso sim, de avançada senilidade, da total perda de
noção do espaço e do tempo que ocupam, é A CADUQUICE QUE CAMPEIA, O ALZHEIMER QUE JÁ LHES BATE ÀS PORTAS. E é do
Reino Unido, terra do corno Charles, o duque da Cornualha, que nos chega a mais
recente novidade estética no quesito velhinhas periguetes: A CIRURGIA DE REJUVENESCIMENTO VAGINAL. O programa "This Morning", da
emissora britânica ITV, está a promover uma espécie de reality show de XAVASCAS MURCHAS E DESBEIÇADAS, no qual as participantes inscritas se
submetem a um tratamento para rejuvenescimento da vagina, ao vivo. Sim, ao vivo
e a cores. O telespectador desavisado está lá, a zapear, e, do nada, sem mais
avisos, dá de cara com um MARACUJÁ
DE GAVETA ACHANDO QUE VAI VOLTAR A SER PÊSSEGO. Entre as participantes, uma mulher de
74 anos, que namora um homem 30 anos mais novo: "AS MULHERES SÃO PRESSIONADAS A TER UM ROSTO JOVEM
EM TODAS AS IDADES, MAS NÓS NOS ESQUECEMOS DAS NOSSAS VAGINAS. PENSAMOS QUE UMA
DEPILAÇÃO À BRASILEIRA RESOLVE. QUANDO SAÍ COM O MEU PRIMEIRO NAMORADO MAIS
NOVO, OLHEI PARA BAIXO E PERCEBI A VAGINA COM RUGAS E RESSECADA", disse. Os
procedimentos estéticos envolvem a aplicação de um mix de ingredientes com
ajuda de um pincel: óleo de coco, vitamina E, mel e clara de ovo. Pãããããta que
o pariu!!! É o dia de princesa da buceta! É a HIDRATAÇÃO DA PERSEGUIDA! É O LIFTING DA XOXOTA! É O PEELING DA PERERECA! É O BOTOX NA BOTOCUDA! Será que tem lipoaspiração também?
Reparo de lábio leporino? Lipoescultura? Tirar gordura dos culotes e injetar
nos grandes lábios, deixá-los tais e quais à boca da Angelina Jolie? Pããããta
que o pariu!!! São as xavascas de Dorian Gray!!! "Para ser bem honesta,
estou me sentindo mais quente do que de costume. Então acho que está
funcionando de alguma forma", comentou a septuagenária após a aplicação. A VELHINHA TÁ É COM O FAMOSO CALOR NA
BACURINHA! Papai,
ai que calor, calor na bacurinha! Grande Maria Alcina! A ideia para o programa
nasceu da enorme e crescente demanda de britânicas que acorrem aos consultórios
de cirurgia plástica em busca da VAGINA
PERFEITA. Essa história me
lembrou de uma ex-inspetora de alunos da escola em que leciono. Mulher mais
alegre, não me lembro de ter visto, despachada, desapegada de frescuras e de
falsos pudores e moralismos, divertidamente desbocada (mas sempre se dando
muito ao respeito e nunca faltando com o mesmo a ninguém), de riso tonitruante
e até assemelhada fisicamente com a Dercy Gonçalves. Mesmo aposentada, volta e
meia, aparece lá na escola, jogar conversar fora, rever os amigos, vender
cosméticos etc. Numa dessas, estávamos eu e outro professor no estacionamento
da escola. Ela chegou e já veio nos abraçar, rindo e falando alto. Falou que
fizera pequenas correções faciais, que dera uma esticada na cara para tirar os
pés de galinha, reduzira olheiras e papada, soerguera um pouco os cantos da
boca. Então, o outro professor, muito mais antigo de casa que eu e com muito
mais intimidade com ela, puxou-a a um canto e perguntou, ao pé do ouvido, se
ela tinha dado também uma GUARIBADA NA
PERSEGUIDA. Risos
desbragados, de fazer inveja à Fafá de Belém, e ela, recomposta, respondeu que
não. Para quê?, disse. Só quem vê a "menina", sou eu mesma e o meu
marido, e o véio tá com glaucoma!!! Mais gargalhadas! O véio tá com glaucoma...
tá certa, ela. Recauchutar a xavasca, para quê? Só quem passa por lá é o pau, e
ele até que tem um olho, mas é cego, porra!!! É como diz um amigo meu : que me
interessa beleza interior, se meu pau é cego? (Artigo muito bem escrito pelo
pervertido MARRETA DO AZARÃO e de uma profundidade
varginal esporrante... A manchete e as imagens não fazem parte do texto original).