Reinaldo
Azevedo
Enquanto
o ministro da Fazenda, Joaquim Levy, defendia em Davos as medidas ditas de AUSTERIDADE
aplicadas no Brasil, fazendo um discurso que os petistas costumavam chamar de “NEOLIBERAL”, a
presidente Dilma Rousseff, a DESAPARECIDA, deu
as caras na Bolívia: compareceu à terceira posse de Evo Morales, o índio de
araque, que se vangloriou de os “Chicago’s boys” não mandarem em seu país.
Nota: na língua ideológica de Evo, Levy é um “Chicago’s boy”. Qual presidente
Dilma está no governo? A que sustenta Levy ou a que vai puxar o saco de
bolivarianos? Convém não confundir esse ecletismo com pluralidade. Pode ser, e
tudo indica que seja, falta de clareza. Dilma parece tentada a tocar cítara e
flauta ao mesmo tempo, coisa que Paulo, o apóstolo, não recomendava. Janeiro
vai chegando ao fim trazendo, adicionalmente, O FANTASMA DA
CONJUGAÇÃO DA FALTA DE ÁGUA NAS REGIÕES METROPOLITANAS MAIS DENSAMENTE POVOADAS
DO PAÍS COM A FALTA DE LUZ. Aquela que exige ser chamada de
“presidenta”, no entanto, está muda. Parece imersa em sua perplexidade, sem
energia para tocar nem cítara nem flauta. O PT está perdido. Vê desmoronar o
seu castelo de cartas e, desta vez, não tem o que dizer porque JÁ
NÃO TEM MAIS COMO CULPAR… FHC!!! A FALSA HERANÇA MALDITA DE FHC MOBILIZAVA A
FANFARRONICE DE UM PARTIDO FALASTRÃO, COM SUAS SOLUÇÕES SIMPLES E ERRADAS PARA
PROBLEMAS DIFÍCEIS. MAS A VERDADEIRA HERANÇA MALDITA, QUE É A DO PT,
CALOU A BOCA DO… PT — e essa, convenham, é a única boa notícia nesses tempos de
desolação. Nunca antes na história “destepaiz”, para citar o chavão do
Babalorixá de Banânia, um governo se desmoralizou com tamanha rapidez. Dilma
nem havia ainda tomado posse de seu segundo mandato, e suas promessas de
campanha iam, uma a uma, descendo ralo abaixo. As burrices feitas pelo PT —
oriundas, reitero, lá dos governos Lula — terão de ser minoradas (nunca
corrigidas!) por um período de recessão econômica. E não que tenhamos
experimentado, nos últimos quatro anos, uma farra, não é mesmo? Convém que a
oposição se organize logo — agora, não depois — para ocupar esse vazio de
discurso. É preciso definir com celeridade uma narrativa que dê conta da
complexidade desse momento. Antes que Levy — que está aí tentando recuperar os
escombros deixados pelo PT — passe por arquiteto de uma nova utopia. Como horizonte, o país
merece um pouco mais do que uma recessão de salvação. (A
manchete e a imagem não fazem parte do texto original).
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