GRUPO DE ERENICE AGIA EM OUTROS 2 ÓRGÃOS
Por Andreza Matais e Felipe CoutinhoO esquema de tráfico de influência comandado pelo filho da ex-ministra Erenice Guerra usava não apenas a estrutura da Casa Civil mas também a de pelo menos outros dois órgãos da Presidência da República: a SAE (Secretaria de Assuntos Estratégicos) e o GSI (Gabinete de Segurança Institucional). Computadores e funcionários dessas outras duas repartições foram utilizados pelo grupo de amigos de Israel Guerra, filho de Erenice que era peça central do contato de empresários com negócios do governo -cobrando uma “taxa de sucesso” pelo tráfico de influência.
Erenice deixou o governo em 16 de setembro depois de a Folha publicar que ela recebeu na Casa Civil um empresário levado pelos lobistas do esquema, que cobravam para viabilizar um empréstimo para um projeto de energia eólica no BNDES. Esses novos braços do tráfico de influência foram identificados pela sindicância interna do Planalto que investiga a participação de servidores no esquema de tráfico de influência no órgão e cuja investigação corre em sigilo. A comissão pediu mais 30 dias para concluir os trabalhos que deveriam ter sido encerrados no domingo. Com isso, o resultado só será divulgado após a eleição. A COMISSÃO DESCOBRIU QUE O COMPUTADOR QUE ERA UTILIZADO POR GABRIEL LAENDER NA SAE FOI ACESSADO VÁRIAS VEZES COM A SENHA DE VINÍCIUS CASTRO, EX-ASSESSOR DA CASA CIVIL E SÓCIO DE UM FILHO DE ERENICE NA CAPITAL, EMPRESA DA FAMÍLIA GUERRA QUE INTERMEDIAVA NEGÓCIOS COM O GOVERNO. Castro pediu demissão depois que seu nome foi associado ao esquema de lobby.
Documento ao qual a Folha teve acesso mostra que o disco rígido desse computador, da marca Seagate, número de patrimônio 131.817, foi levado pela comissão de sindicância no dia 6 de outubro -logo após o primeiro turno das eleições. Antes de ir para o Planalto, LAENDER FOI ADVOGADO DA EMPRESA DE TELEFONIA UNICEL, NA QUAL O MARIDO DE ERENICE É CONSULTOR. A Folha revelou que essa empresa foi beneficiada pela Presidência da República em 2007, com Dilma e Erenice na Casa Civil.
Atualmente, Laender é um dos responsáveis pelo Plano Nacional de Banda Larga, menina dos olhos do governo, que visa universalizar o acesso à internet no país. O uso do computador de Laender com a senha de Vinícius Castro abre pelo menos duas possibilidades.
Ou o advogado usava a senha do colega para ter acesso ao sistema interno da Casa Civil e aos arquivos de Vinícius em rede, ou Vinícius saía do prédio da Casa Civil e, de dentro da SAE, em outro prédio da Esplanada, usava o computador de Laender para acessar seus arquivos. E HAJA CORRUPÇÃO...
POLÍCIA FEDERAL PROVA QUE MEMBROS DA CAMPANHA DA DILMA QUEBRARAM O SIGILO DA FAMÍLIA SERRA.
Da Folha de São Paulo, a matéria esclarecedora, que não admite tergiversações. A responsabilidade pela quebra de sigilo da Família Serra é de Dilma Rousseff ou é ela apenas um mamulengo que nada sabe, nada vê e por nada responde? Para quem era o cérebro de um grupo guerrilheiro, preparando as operações, conforme já por ela declarado, é impossível que não tenha sida a mentora de tal ação contra o seu inimigo.
INVESTIGAÇÃO DA POLÍCIA FEDERAL fez conexão entre a quebra do sigilo fiscal de pessoas ligadas ao candidato José Serra (PSDB) e o dossiê preparado pelo chamado "GRUPO DE INTELIGÊNCIA" DA PRÉ-CAMPANHA DE DILMA ROUSSEFF (PT). A PF já descobriu quem encomendou as informações: o jornalista Amaury Ribeiro Jr., ligado ao "grupo de inteligência". Também identificou o homem que intermediou a compra dos dados obtidos ilegalmente em agências da Receita no Estado de São Paulo. TRATA-SE DO DESPACHANTE DIRCEU RODRIGUES GARCIA. O elo foi estabelecido a partir do levantamento de ligações entre o despachante e o jornalista revelado pelo cruzamento de extratos telefônicos obtidos pela PF com autorização judicial. O uso de informações confidenciais de tucanos no dossiê petista foi revelado pela Folha em junho. Em depoimento à polícia neste mês, Garcia confirmou que Amaury pagou pelos dados da filha e do genro de Serra, Verônica e Alexandre Bourgeois, do dirigente tucano Eduardo Jorge e de outros integrantes do PSDB. O DESPACHANTE DISSE TER RECEBIDO R$ 12 MIL PELO TRABALHO. O "grupo de inteligência" era responsável pelo levantamento de informações e confecção de dossiês que pudessem ser usados na campanha contra os adversários. Amaury até hoje negava que estivesse trabalhando para a campanha do PT. Mas ele participou de reunião da "EQUIPE DE INTELIGÊNCIA" EM 20 DE ABRIL DESTE ANO, NUM RESTAURANTE DE BRASÍLIA. Na época, o responsável pela comunicação da pré-campanha de Dilma era o jornalista Luiz Lanzetta, que participou do encontro. O FLAT EM QUE AMAURY ESTAVA HOSPEDADO EM BRASÍLIA ERA PAGO PELO PARTIDO. Desde que a existência do grupo foi revelada pela revista "Veja", Amaury atribui a uma ala do PT o furto de informações de seu computador pessoal e o vazamento "por interesse político". Em um primeiro momento, o despachante Garcia afirmou à PF não ter envolvimento com o caso. Mas, confrontado com o histórico de telefonemas dele com Amaury, ADMITIU O PEDIDO E A EXECUÇÃO DOS SERVIÇOS. A investigação foi aberta a partir de reportagem da Folha revelando que cópias de cinco declarações de renda de Eduardo Jorge faziam parte do dossiê que circulava entre pessoas ligadas ao "grupo de inteligência". Ontem, a advogada de EJ foi à Superintendência da PF em Brasília para obter novas informações e cópias de depoimentos do inquérito. Segundo a investigação, quando os dados dos tucanos foram encomendados em outubro de 2009, Amaury ainda mantinha vínculo profissional com o jornal "O Estado de Minas". O PT atribui ao diário proximidade política com o ex-governador tucano Aécio Neves, eleito senador. A partir de depoimentos e cruzamentos telefônicos, a PF mapeou a cadeia da quebra dos dados fiscais. AMAURY NÃO SÓ FAZIA A ENCOMENDA, SEGUNDO A PF, COMO IA A SÃO PAULO BUSCAR OS DOCUMENTOS. AS VIAGENS ERAM PAGAS PELO JORNAL. Garcia fazia contato com o office-boy de São Paulo Ademir Cabral. Este acionava um outro despachante, Antonio Carlos Atella. Atella tinha dois caminhos para obter os dados. O PRIMEIRO POR MEIO DA FALSIFICAÇÃO DE UMA SOLICITAÇÃO DE CÓPIA DE DOCUMENTOS DA RECEITA. O SEGUNDO ERA CONTATAR O DESPACHANTE FERNANDO ARAÚJO LOPES. SEGUNDO A PF, LOPES PAGAVA ADEILDDA DOS SANTOS, FUNCIONÁRIA LOTADA NA AGÊNCIA DA RECEITA EM MAUÁ (SP), QUE ACESSOU OS DADOS (Este texto foi extraído do Blog do Reinaldo Azevedo).