Por
Altamir Pinheiro
O caráter e a
fúria do Major Audie Murphy do US ARMY(Exército Americano) eram de assustar
e causar espanto em sua participação, DE
VERDADE, IN LOCO, na Segunda Guerra Mundial.
O baixinho era uma fera e distinguiu-se em
ação nos confrontos da guerra em andamento no território italiano quando lutava
na região do Rio Volturno e fazia a ”cabeça de ponte de Anzio” sob o frio
intenso e a umidade das montanhas. Foi em condições de extremo perigo como esta
que as suas habilidades como soldado de infantaria de combate lhe renderam
várias promoções e condecorações por bravura, chegando a patente de Major.
Pouco tempo depois de
Audie Murphy chegar ao campo de batalha,
o melhor amigo dele, Lattie Tipton, foi morto por um soldado alemão que,
supostamente, havia se rendido em um ninho de metralhadoras. Impotente para
evitar a morte do amigo, Murphy entrou em um acesso de ódio incontrolável e,
sozinho, dizimou a tropa alemã do bunker que havia acabado de matar o seu
amigo. Alucinado, Murphy usou a metralhadora e as granadas tomadas dos alemães
para destruir várias outras posições inimigas nas proximidades. Por este ato,
Murphy recebeu a comenda da Cruz de Serviços Distintos que é superada em termos
de distinção de guerra apenas pela Medalha de Honra. Atribui-se a Murphy a
destruição de seis tanques, além de matar mais de 240 soldados alemães, como também ferir e capturar muitos outros.
Nas aventuras dos desbravadores do Oeste norte-americano e mais
precisamente no GÊNERO CINEMATOGRÁFICO dos filmes faroestes, bang bang e de
cawboys, AUDIE MURPHY pode não ter sido um Duke, um Cooper, um Lancaster ou
mesmo um Clint, ou pode não ser um astro tão popular para os mais jovens,
realmente. Porém, na década de 1950/60 ele esteve muito presente em nossas
salas de cinema. E quem viveu aquela época ficava a cada fim de sessão
assistida ansiando pela nova película do Audie a chegar. Era um alvoroço, uma
alegria enorme e uma corrente de fãs que não paravam de falar em seu nome e nas
fitas do mocinho cawboy e baixinho de 1,65m, parecido com Buck Jones que possuía,
também, uma estatura igual ao do seu
colega ator. Quanto às fitas de Audie
Murphy, EI-LAS: Duelo Sangrento (1950);
- O Último Duelo (1952); - A Morte Tem Seu Preço (1953); - A Ronda da Vingança
(1953); - Antro de Perdição (1954); - A Passagem da Noite (1957); - Balas Que
Não Erram (1959) ; - O Passado Não Perdoa (1960); Com o Dedo no Gatilho (1960);
- Quadrilha do Inferno (1961); - Bandoleiros do Arizona(1965); - Os Rifles da Desforra (1966) - Gatilhos da
Violência (1969).
Quem leu a biografia deste herói de guerra que se tornou astro dos filmes de faroestes, de David A. Smith, percebe claramente que o autor(David Smith) está interessado em iluminar as sombras de um
homem de olhar frio marcado por experiências tão profundas. O vício do jogo. A
dificuldade de relacionar-se. Os pesadelos que o atormentavam à noite a ponto
de fazê-lo, ainda dormindo, esmurrar paredes até os nós dos dedos sangrarem.
Viver muitas vidas em uma só tem seu preço. Pois bem, Não se pode dizer a clássica frase "A
VIDA DE AUDIE MURPHY DARIA UM FILME" porque esse filme foi feito e
estrelado por ele mesmo. Chamou-se “TERRÍVEL COMO O INFERNO”, um de seus filmes
de maior sucesso.
Paulo Néry Telles, o melhor biógrafo do baixinho
afoito Audie Murphy, costuma dizer que, um dos mais famosos cowboys do cinema, talvez
não seja tão popular às plateias mais jovens, pois não era tão famoso como John
Wayne, ou Randolph Scott, ícones do faroeste americano. Mas é conhecido pelos
amantes do gênero WESTERN e conquistou fãs pelo mundo todo, inclusive no
Brasil, graças as suas exibições em nossa telinha nas sessões Western e Bang
Bang por aqui, tão reprisadas em nossa televisão brasileira. Apesar de, o ídolo
AUDIE LEON MURPHY, cuja memória nos Estados Unidos é mais lembrada como Herói
americano da II Guerra Mundial, e tão pouco como cowboy de Hollywood, mesmo constando
da sua biografia 32 filmes de faroestes.
É verdade que
nunca foi um astro de primeira grandeza na Meca do Cinema, mas fez seu nome na
Sétima Arte conseguindo gerar admiradores de seu trabalho e de suas eletrizantes
fitas de aventuras. Aliás, aventuras não faltam na vida deste astro, fossem
dentro ou fora das telas. Eis o que escreveu o DUBLÊ de Audie Murphy, NEIL SUMMERS: ‘’Em meus 30 anos como profissional, trabalhei em muitos dos
filmes de Audie Murphy. Durante minha
vida em SETS de filmagem, eu conheci e trabalhei com quase todas as grandes
estrelas que existiram nas últimas três décadas, mas existia um sentimento
muito especial enquanto trabalhei nas filmagens com Audie. Eu acredito que
muita desta fascinação tem a ver com suas façanhas na guerra. Um companheiro e
eu frequentemente discutíamos o que AUDIE havia passado durante a guerra... O
que ele teria visto, o que teria vivido, e o que teria feito para sobreviver,
enquanto todos os outros perto dele estavam sendo mortos. Tudo isso antes mesmo
dele ter dezoito anos de idade. Todos nós sabíamos que ele foi profundamente
afetado pela guerra, mas vendo-o brincar nos sets de filmagem, você jamais
diria’’...
Por fim, Audie
Murphy se tornou um bem sucedido criador de CAVALOS DE RAÇA e também
empresário proprietário de inúmeros ranchos no Texas, afastando-se do
cinema para ter mais tempo para se dedicar aos seus negócios e aumentar sua
fortuna pessoal. Como empresário, AUDIE ganhava tempo se locomovendo com
seu avião particular e numa dessas viagens, durante uma forte tempestade, o
aparelho em que viajava se chocou com uma montanha em Galax, no Estado da
Virginia, ocorrendo a morte de Audie Murphy. O acidente ocorreu no dia 28 de
maio de 1971 e Audie Murphy estava com apenas 46 ANOS DE IDADE. Sua morte precoce foi uma
perda, sem precedentes, para todos que tiveram muito entretenimento na
juventude com os seus faroestes. Uma pena e uma perda sem limites para seus fãs!!!
Clic para assistir ao vídeo com imagens inéditas de AUDIE MURPHY, o
verdadeiro herói americano mais condecorado da Segunda
Guerra Mundial que virou estrela de Hollywood em filmes de cawboys.