DILMA VAI MANDAR EM LULA?!?!?!
Por Jorge Serrão
Dilma Rousseff pretende se descolar de Luiz Inácio Lula da Silva? Pelo menos esta era a informação que circulava nos bastidores da campanha petista. Será verdade? Ou uma mera tática ilusória de campanha. E se for realmente verdade? A criatura tem condições de se desplugar do criador?
Claro que tem. No Brasil, não manda apenas quem pode. Mas quem tem a imperial caneta presidencial. Se Dilma tiver mesmo a dela, como tem chance, Lula e quem estiver abaixo dela que se cuide. A regra é clara. Manda quem pode. Lula vai obedecer se tiver juízo. QUANDO PERDER O PODER, ESTARÁ PERDIDO. E PT SAUDAÇÕES.
Tem gente, no entanto, que pensa o contrário. Lula teria escolhido a Dilma para permanecer no poder. O mais recente defensor dessa tese questionável é o jurista Hélio Bicudo, de 88 anos, um dos fundadores do PT, mas que pediu desfiliação ao partido em 2005, por ter se sentido enojado com o esquema do mensalão.
Prometendo votar na Marina Silva, Hélio Bicudo detona: "Lula quer Dilma Rousseff no poder para continuar mandando no País". O ex-petista não perdoa o chefão $talinácio: “É autoritário. Mira mais o poder pessoal do que os objetivos do PT. Me afastei dele. O eixo desse afastamento foi a sindicância interna feita por mim no PT, que enquadrava Roberto Teixeira, compadre de Lula e ele não perdoa ninguém".
Se Dilma for eleita presidenta do Brasil, Lula que se cuide. Além de Dilma, duas figuras tendem a abocanhar as maiores fatias do poder: JOSÉ DIRCEU DE OLIVEIRA E SILVA E ANTÔNIO PALOCCI FILHO. Dilma vai mandar. Os outros dois vão demandar e manobrar. Lula tem tudo para se tornar um mero ex-chefão. Tende a ser periférico no novo esquema de poder a ser implantado. Será que ele vai aguentar tal situação? Se for conveniente aos seus pragmáticos interesses, ele suportará a tudo como um bom sindicalista de resultados que sempre foi. Mas resolver brigar com a nova ordem Dilmo-dirceu-palocciana pode se estrepar.
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VALORES RELATIVOS
Miriam Leitão
O ministro Celso Amorim deu uma resposta padrão para as críticas em relação à visita a Guiné Equatorial dirigida pelo ditador Obiang Mbasogo: disse que "negócios são negócios". De fato, são. Mas a diplomacia sabe também que gestos são gestos. Uma coisa é visitar, outra é ACOLHER NA COMUNIDADE DE LÍNGUA PORTUGUESA UM PAÍS QUE SEQUER FALA O PORTUGUÊS.
Na espantosamente equivocada diplomacia do governo Lula tudo vive misturado. Só para lembrar: o Brasil não reconhece o governo de Honduras. Em maio, condicionou a ida do presidente Lula à reunião da Cúpula União Europeia-America Latina, na Espanha, a que o governo de Madrid desconvidasse o presidente de Honduras, Porfírio Lobo, alegando o golpe contra Manuel Zelaya. Bom, houve sim um golpe, mas o governo de Lobo foi eleito.
O país tão radicalmente defensor de princípios em Tegucigalpa não faz o mesmo no circuito Havana, Caracas, Teerã; nem parece o mesmo que abona a ditadura corrupta e truculenta da Guiné Equatorial com o argumento de que "negócios são negócios". O país que não comenta a situação interna do Irã, alegando respeitar o princípio de não interferência em assuntos internos, é o mesmo que compara os presos políticos cubanos a criminosos comuns e que afronta a oposição venezuelana afirmando que na Venezuela tem "democracia demais".
A diplomacia do governo Lula é um poço de contradições insanáveis. Outro argumento usado pelo ministro das Relações Exteriores é que "o isolamento e a distância só farão com que o país fique mais perto de outros e fique mais longe do que desejamos". Esse é o mesmo argumento usado para justificar relações fraternas com Mahmoud Ahmadinejad, sem qualquer pergunta a respeito das abusivas condenações à morte de cidadãos que se manifestaram contra as fraudes nas eleições do ano passado. Quando foi a Tripoli, o presidente Lula fez declarações sobre uma suposta redemocratização do país que estaria sendo conduzida por Muammar Kadhafi.
Quando convém, o governo Lula usa um dos três argumentos: da frieza comercial, da boa influência brasileira sobre maus governos, ou da não interferência em assuntos internos.
Wagner Gomes e Lucianne Carneiro
Em meio à euforia com a recuperação econômica e à fartura de crédito, ACENDEU A LUZ AMARELA entre especialistas. Após duas elevações seguidas da taxa básica de juros e com a perspectiva de novas altas até o fim do ano, o que encarece os empréstimos, a taxa de inadimplência deve ter um repique em junho. A SERASA vem detectando o avanço, puxado por consumidores das classes C e D, que receberam benefícios do governo para a compra de produtos da linha branca e veículos e, agora, não conseguiriam honrar seus compromissos.
— Podemos dizer que a curva de queda, que vinha ocorrendo desde outubro do ano passado, está no fim. A renda não deve crescer tanto no segundo semestre, gerando um descompasso que pode causar problemas para a inadimplência — afirmou o economista Luiz Rabi, gerente de indicadores de mercado da SERASA. — NORMALMENTE, OS CONSUMIDORES MAIS POBRES NÃO ESTÃO ACOSTUMADOS A LIDAR COM O CRÉDITO. ELES TÊM POUCA HABILIDADE PARA GERENCIAR DÍVIDA, PRATICAMENTE NÃO TÊM POUPANÇA E ACABAM INADIMPLENTES.
O primeiro sinal de alerta apareceu em maio passado. Na maior alta desde outubro do ano passado, a inadimplência do consumidor deu um salto de 1,9% no mês, na comparação com maio de 2009.
Em relação a abril, a variação chegou a 4,3%. Na próxima semana, a SERASA vai divulgar a sua pesquisa referente a junho (e ao fechamento do primeiro semestre). Dificilmente a taxa repetirá os patamares críticos registrados no fim de 2008, quando estourou a atual crise global, mas os índices deixarão de ser tão baixos como foram até abril.
Para a SERASA, o maior problema a curto prazo estaria na administração das dívidas no cartões de crédito, que subiram 14% EM ABRIL E 26% EM MAIO, na comparação com o mesmo mês do ano passado.
Rabi diz que essa alta deve permanecer no segundo semestre. O valor médio dessas dívidas é hoje de R$ 392,49, contra R$ 373,12 um ano atrás. Crescimento mais forte foi registrado no valor médio dos cheques não compensados por falta de fundos, que pulou 42,7% desde maio de 2007 (de R$ 855,83 para R$ 1.221,03).
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