SEGUNDO O CORONEL, “OI
DE GATO” É UM GOVERNADORZINHO DE
UM ESTADO SEM MAIOR EXPRESSÃO NO CENÁRIO NACIONAL, CUJO DESENVOLVIMENTO É FRUTO
DE APOIO DOS GOVERNOS PETISTAS, EDUARDO CAMPOS FAZ CONTAS BOBAS A RESPEITO DO
SEU POTENCIAL ELEITORAL. SEM TEMPO DE TV, SEM IMAGEM NACIONAL, COM UM DOSSIÊ
PREPARADO PELO PT NA BOCA DO FORNO (PRECATÓRIOS), O POTENCIAL CANDIDATO
SOCIALISTA CAMINHA PARA REPETIR O FIASCO DE CIRO GOMES, QUE FICOU EM QUARTO
LUGAR EM 2002.
“ESTOU FICANDO APAVORADO!!!”.
Essa foi a reação do presidente do PSB e governador de Pernambuco, Eduardo
Campos, ao comentar com os aliados, durante a passagem por Brasília essa
semana, sobre a quantidade de adesões e os rumos que tem tomado a já
irreversível candidatura a presidente em 2014. Mas estar apavorado não quer
dizer que pode desistir. Pelo contrário. Esta semana mesmo, Campos avaliou com
seu grupo os cenários em todas as regiões do país onde o PSB e os adversários —
PT e PSDB — enfrentam dificuldades, os ataques que começam a sofrer dentro e
fora do governo, o discurso que terá que adotar, e a posição dúbia do
ex-presidente Lula e da presidente Dilma Rousseff em relação a sua eventual
candidatura. A PRIMEIRA CONCLUSÃO DE
EDUARDO CAMPOS, NESSAS CONVERSAS, É QUE ELE TERIA UMA POSIÇÃO CONFORTÁVEL NO
NORDESTE, ONDE AJUDOU DILMA A TER UMA DIANTEIRA DE 10 MILHÕES DE VOTOS NA
ÚLTIMA ELEIÇÃO. MAS PRECISA CONSTRUIR CAMINHOS PARA ENTRAR EM MINAS, SÃO PAULO
E RIO. A divisão do PSDB em São Paulo e a fragilidade do partido no
Rio, acredita, são pontos favoráveis e podem abrir esses caminhos. A tomada de
posição sobre um acordo para reabrir a discussão sobre distribuição de
royalties foi um primeiro passo para Eduardo Campos botar os pés no Rio. A
aposta é, principalmente, nas crises do PSDB e PT nesses dois estados. Mapa
mostrado por ele aos interlocutores desta semana evidencia o seguinte cenário,
revela um de seus aliados: — O Nordeste tem 28% do eleitorado. No Norte tem
espaço para todo canto. No Sul nunca ganhamos com Lula e Dilma, tem que
construir. Tem 10 estados hoje onde o PT tem muitas dificuldades. O jogo
fratricida do PMDB de Pezão (Luiz Fernando) e do PT de Lindbergh, no Rio, vai
abrir um caminho. E o jogo complicado de São Paulo e Minas, no PSDB, pode abrir
outra porta. Sobre sua relação com Lula, o governador pernambucano ainda tem
dúvidas sobre em que momento ter uma conversa franca. Segundo relato de um dos
seus interlocutores, um grupo considera que essa conversa com Lula tem que
acontecer já. Outro, que é melhor deixar para mais perto das eleições. Mas
todos ainda acreditam na boa vontade do ex-presidente. — Lula está entre os (do
PT) que acham que tem que conquistar o Eduardo. Muita gente conversa com Lula e
faz a fofoca do bem, diz que ele não quer briga. O governador de Sergipe,
Marcelo Déda (PT), é um dos que fazem a “FOFOCA DO BEM”. Ele tem conversado muito com Campos, com Dilma e Lula sobre
essa outra candidatura do campo governista: — Lula não desistiu de Eduardo e na
hora certa vai conversar com ele. Acho que não será uma conversa tensa. Amigo a
gente não reprime, seduz. E se a sedução não funcionar, não vamos dramatizar a
disputa. A eleição tem dois turnos e, depois de tudo, haverá um Brasil para
governar. O secretário nacional de
Organização do PT, Paulo Frateschi (SP), comunga da mesma opinião de Déda: — O
PT não pode abrir mão de continuar na busca do apoio do PSB para a reeleição da
Dilma, não é hora de brigar com o Eduardo Campos. Os movimentos que ele está
fazendo são do jogo político, não é errado ter ambição política. Eduardo Campos
terminou a semana de muita conversa otimista e certo de que ainda precisa
encontrar um discurso, um mote para sua candidatura: — NÃO VAMOS ABANDONAR NOSSAS ORIGENS PROGRESSISTAS E INOVADORAS.
É PRECISO ENCONTRAR UMA NOVA ROUPA PARA MOSTRAR NOSSO VALOR DO PONTO DE VISTA
HISTÓRICO NESSE MOMENTO. OS AVANÇOS QUE TEM A VER CONOSCO DESSE GOVERNO, NÃO
VAMOS RENEGAR. É UM NOVO CICLO — AVALIOU CAMPOS NAS CONVERSAS COM OS ALIADOS. O grupo do governador avaliou também as eventuais dificuldades
que Dilma enfrentará, na política ou na economia. — DILMA PODE ESTAR MUITO BEM NAS
PESQUISAS, NA OPINIÃO PÚBLICA, E NÃO TER VOTO. A IDENTIDADE DELA COM O ELEITOR
E A VINCULAÇÃO COM MISÉRIA, É NULO. A CAMPANHA DELA E JOÃO SANTANA (O
MARQUETEIRO DELA E DO PT) É PARA BUSCAR O VOTO DOS GROTÕES. SERÁ DE NOVO A
CAMPANHA DO POBRE CONTRA O RICO. ISSO MOSTRA DESESPERO. (O Globo)
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