terça-feira, 10 de dezembro de 2019

PROPINA DA OI/TELEMAR FOI USADA NA COMPRA DO SÍTIO DE LULA EM ATIBAIA


Os pagamentos de R$132 milhões da empresa de Oi/Telemar ao grupo de Fábio Luís da Silva, entre 2004 a 2016, foram usados na compra do sítio do ex-presidente em Atibaia (SP), segundo indicam investigações da Lava Jato, que deflagrou nesta segunda-feira (10) sua 69ª fase, denominada de Operação Mapa da Mina. Em novembro, o TRF-4 (Tribunal Regional Federal da 4ª Região) condenou Lula por corrupção e lavagem de dinheiro relativas a esse sítio e ainda aumentou a pena na primeira instância (12 anos e 11 meses de prisão) para 17 anos e 1 mês. Ficha-suja e impedido de disputar eleições, Lula segue solto até fim dos recursos -ele também está condenado no caso do tríplex de Guarujá. No caso do sítio, segundo a Justiça, Lula recebeu vantagens indevidas das empreiteiras Odebrecht e OAS em troca de favorecimento em contratos da Petrobras. Segundo a sentença da Justiça, as reformas e benfeitorias realizadas pelas construtoras no sítio configuraram a prática dos crimes de corrupção e lavagem de dinheiro.,

Lulinha, Suassuna e Bittar tratavam propina como “verba política”


A Polícia Federal (PF) realiza nesta terça-feira, dia 10, mais uma fase da Operação Lava-Jato. São cumpridos 47 mandados de busca e apreensão em São Paulo, Rio de Janeiro, Bahia e Distrito Federal. A PF e o Ministério Público Federal (MPF) investigam pagamentos suspeitos de R$ 132 milhões da Oi para empresas do filho do ex-presidente Lula, Fabio Luis Lula da Silva, o Lulinha.
Essa é a 69ª fase da Operação Lava-Jato e foi batizada de “Mapa da Mina”, um desdobramento da 24ª fase, que levou o ex-presidente Lula para depoimento . De acordo com o Ministério Público Federal, tais pagamentos foram realizados sem justificativa econômica plausível enquanto o grupo Oi/Telemar foi beneficiado por diversos atos praticados pelo Governo Federal.
SEM COTAÇÃO – Contratos e notas fiscais colhidas pela operação, além da quebra de sigilo bancário e fiscal que demonstrariam que as empresas do grupo Oi/Telemar contrataram as empresas de Lulinha sem cotação de preços e com pagamentos acima dos valores contratados e praticados no mercado, bem como teriam realizado pagamentos por serviços não executados.
“Entre 2005 e 2016 o grupo Oi/Telemar foi responsável por 74% dos recebimentos da  Gamecorp”, afirma o MPF, citando uma das empresas de Lulinha. Fabio Luis Lula da Silva é sócio de Fernando Bittar , Kalil Bittar e Jonas Suassuna em pelo menos nove empresas.
ATIBAIA – Fernando Bittar e Jonas Suassuna também aparecem como proprietários do sítio de Atibaia, que levou à condenação do ex-presidente Lula a 17 anos, um mês e dez dias de prisão pelo Tribunal Regional Federal da 4ª Região.
De acordo com a Lava-Jato, as evidências apontam que os serviços contratados pelo grupo econômico foram contratados em patamares ínfimos ou sequer foram prestados. “O montante dos repasses apurado até o momento chega a R$ 193 milhões, ocorridos entre 2005 e 2016”, afirma a Polícia Federal.
PAGAMENTOS  – Segundo o MPF, o grupo Oi/Telemar teria sido beneficiado pelo Governo Federal em algumas decisões políticas e administrativas. Além dos pagamentos para empresas ligadas ao filho do ex-presidente Lula, a Lava-Jato também apura pagamentos para a RT Serviços Especializados, empresa que teria sido utilziada para o custeio de despesas do ex-ministro José Dirceu.
Além da Oi, os investigadores também apuram indícios de irregularidades da empresa Vivo. Dados bancários indicam o pagamento de R$ 40 milhões de uma das empresas do grupo. A operação foi batizada de “Mapa da Mina”, em razão de um arquivo eletrônico de apresentação financeira interno da empresa encontrado durante a deflagração da 24ª fase da Operação.
TRANSPARÊNCIA – Os mandados expedidos pela 13ª Vara Federal, em Curitiba, estão sendo cumpridos em São Paulo e no Rio de Janeiro. Em nota, a Oi diz que “atua de forma transparente e tem prestado todas as informações e esclarecimentos que vêm sendo solicitados pelas autoridades, assegurando total e plena colaboração com as autoridades competentes”.

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