Augusto Nunes
O vídeo que mostra Zé de Abreu em três versões confirma: ele continua coadjuvante mesmo quando aparece na telinha falando sozinho. O canastrão sem cura capricha no palavrório de leiloeiro. Mas o protagonista é o partido político que enaltece com sinceridade de estelionatário.
A primeira versão mostra um Zé de Abreu ainda jovem, vestido esportivamente, com sorriso de aeromoça e cada fio de cabelo em seu lugar. Com voz de padre sem paróquia, pede votos para o PSDB e jura que é tucano desde criancinha.
Na segunda versão, o paletó e os óculos comprados do camelô ajudam a compor um Zé de Abreu com jeito de escriturário do Banco do Brasil numa antiga agência no interior. Ele avisa que o tucano juramentado se converteu num admirador incondicional do PMDB. Fugiu do ninho por ter descoberto no pântano o partido que salvará o Brasil.
A terceira versão exibe um Zé de Abreu já grisalho. O bigode e a cabeleira anunciam a metamorfose que o deixou parecido com zagueiro argentino do século passado. Esse é o Zé do PT.
O descompromisso com a coerência é uma das cláusulas do pacto que celebrou com a sem-vergonhice absoluta. Coerência é virtude, e não há espaço para virtude alguma num Zé de Abreu. Se houvesse, o cafajeste da novela não seria o mais forte candidato a presidente perpétuo da Confederação dos Canalhas do Brasil.
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