DILMA NO VATICANO
Por Guilherme Fiúza
Antes de terminar a disputa brasileira, Dilma Rousseff pode ter seu passe vendido para a Europa. Os cardeais do Vaticano devem estar encantados com o estilo da candidata de Lula. Ninguém se encaixa tão bem na linha adotada pela Igreja Católica para REBATER O ESCÂNDALO DA PEDOFILIA.
O secretário de estado do Vaticano, Tarcisio Bertone, declarou que o homossexualismo está por trás dos casos de assédio sexual dos padres contra crianças. Esse pessoal é muito tímido na arte de criar confusão.
Deveriam despachar o porta-voz do Papa imediatamente para o Brasil, para um workshop com Dilma. Desde que soltaram a ex-ministra da Casa Civil por aí, ela vem dando um show.
Em menos de duas semanas, a escolhida de Lula já arranjou três barracos. Se fossem gols, seria uma média melhor que as de Neymar e Vagner Love juntas. Se indispôs com o PT em Minas ao piscar para os tucanos tentando fritar Aécio, atropelou o aliado Ciro Gomes no Ceará (logo onde), tentou chamar Serra de fujão da ditadura e conseguiu irritar a todos – exilados e não exilados. Um strike.
Ao dizer que a pedofilia é causada pelos gays, e não pelo celibato, o Vaticano mostrou seu amadorismo no terreno da discórdia. Dilma seria muito mais criativa.
Imaginem a candidata petista defendendo a Igreja com sua metralhadora de versões e desmentidos, e seu estilo “EU NÃO FUJO DA RAIA. PODE VIR!” Aqueles velhinhos frágeis iam ver com quantos paus se faz uma bordoada decente.
O mundo ficaria sabendo que a pedofilia é culpa da sociedade de consumo, das grandes corporações, do Fernando Henrique, do Serra e dos americanos; que os gays não têm nada com isso, até porque estavam quietos no armário; que Jesus não disse “vinde a mim as criancinhas”, isso foi invenção da imprensa burguesa; que os companheiros padres são inocentes, só estavam brincando de médico.
O Vaticano não pode desperdiçar esse talento. Se é para tocar fogo em Roma, e Nero não está mais aí, façam como Lula: escolham a pessoa certa.
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