segunda-feira, 26 de abril de 2010

NOS EUA, MARINA FAZ DURO ATAQUE À DIPLOMACIA PRÓ-IRÃ DE LULA
Patrícia Campos Mello - O Estado de S.Paulo

A pré-candidata do Partido Verde à Presidência, senadora Marina Silva, criticou ontem a política do governo Lula de aproximação com o presidente iraniano Mahmoud Ahmadinejad.
“O Brasil é a única democracia ocidental que tem dado audiência para o Ahmadinejad. A própria China não tem dado, nem a Rússia”, disse Marina, que está em Washington para participar de um evento de comemoração dos 40 anos do Dia da Terra.
Um dos poucos países do mundo que se opõem à adoção de sanções na ONU contra o programa nuclear iraniano, o Brasil tem uma atitude preocupante na avaliação de Marina. “O Irã tem desrespeitado direitos humanos, ali tem presos políticos, pessoas são executadas.”
Marina foi igualmente crítica com a atitude do governo Lula em relação ao desrespeito aos direitos humanos em Cuba. “Se de fato somos amigos, temos de fazer ver que a revolução se completa com a democracia”, afirmou. “Se os direitos humanos são importantes para os brasileiros, também são importantes para os cubanos.”
Protocolo. De acordo com a senadora, o Brasil deveria assinar o protocolo adicional da Agência Internacional de Energia Atômica, que prevê inspeções mais frequentes e profundas nas instalações nucleares de países signatários do Tratado de Não-Proliferação Nuclear. O governo brasileiro tem dito que não vai assinar o protocolo.
“A atitude de ainda não ter assinado o protocolo adicional faz com que o País fique numa situação bastante delicada”, disse ela. “A gente deveria assinar, não fazê-lo é que causa estranhamento, já que nós temos como princípio o uso para fins pacíficos.”
Hoje, Marina fala no show de 40 anos do Dia da Terra, no National Mall, onde os organizadores esperam a presença de 250 mil pessoas e à noite se encontra com o diretor do filme Avatar, James Cameron.
Ontem, a pré-candidata do PV se reuniu durante 20 minutos com Lisa Jackson, diretora da agência de Proteção ao Meio Ambiente dos Estados Unidos, e discutiu medidas para o combate ao aquecimento global

Nenhum comentário: