Magno
Martins
Nunca como
antes na história deste País, como diz Lula, o PMDB tomou uma decisão tão
rápida. Em menos de três minutos, o diretório nacional oficializou, no início
da tarde de ontem, sua saída do Governo. Aos gritos de "Brasil para
frente, Temer presidente" e "FORA PT", uma moção que
determina a entrega de todos os cargos no Executivo e a punição de quem
desobedecer isso.
Vice-presidente
nacional da legenda, o senador Romero Jucá (RR) leu a moção, de autoria do
diretório regional da Bahia, sustentada na "imediata saída do PMDB do
Governo com entrega dos cargos em todas as esferas do Poder Executivo Federal,
importando a desobediência a esta decisão em instauração de processo ético
contra o filiado".
A votação
ocorreu de forma simbólica. Nos bastidores, foi decidido que não haveria
exposição dos peemedebistas que se posicionassem contrários à decisão. Nos
bastidores ficou combinado que as cadeiras ocupadas pelo partido na Esplanada
dos Ministérios devem ser entregues ATÉ 12 DE ABRIL. Jucá reiterou que cada
caso será avaliado separadamente, podendo inclusive, serem avaliadas as
reivindicações de alguns ministros, como Celso Pansera (Ciência e Tecnologia) e
Marcelo Castro (Saúde) de se licenciar do partido.
TEMER NÃO ESTAVA PRESENTET na reunião que oficializou o desembarque. Os ministros
peemedebistas também não compareceram. Nomes como José Sarney, Eduardo Paes e
Sergio Cabral também não compareceram. No entanto, enviaram aliados para o
encontro, como a ex-governadora Roseana Sarney e os secretários do Rio de
Janeiro Pedro Paulo e Marco Antônio Cabral.
A relação do
PMDB com o Governo do PT tem se deteriorado nos últimos anos. Quando Dilma se
preparava para disputar o segundo mandato, o partido deu mostras claras de que
estava rachado quanto ao apoio à petista. Na época, em junho de 2014, a
manutenção da aliança foi aprovada pela convenção nacional do PMDB, MAS RECEBEU MAIS DE 40,8% DE VOTOS
CONTRÁRIOS.
A ala
dissidente reclamava que o partido não era ouvido pelo Governo Federal e que os
ministros da legenda não tinham real poder de comando. Ao longo do primeiro ano
do segundo mandato de Dilma, a crise se agravou. O PRIMEIRO EMBATE ENTRE PT E
PMDB OCORREU NA DISPUTA PELA PRESIDÊNCIA DA CÂMARA, quando o
governo federal iniciou uma campanha ostensiva para que Arlindo Chinaglia
(PT-SP) vencesse a eleição e derrotasse o candidato peemedebista Eduardo Cunha
(PMDB-RJ), que se elegeu em primeiro turno.
Sob o comando
Cunha, a Câmara derrotou o Planalto em diversas ocasiões neste ano, com a
votação de matérias desfavoráveis ao Governo. Além disso, no ano passado, houve
na Casa a instalação da CPI da Petrobras, para investigar o escândalo de corrupção
na estatal. Para tentar conter a rebelião na base, a presidente promoveu, em
2015, uma reforma ministerial para ampliar o espaço do PMDB no governo, que
chegou a ter sete ministérios. - A manchete nem a imagem fazem parte do texto original.
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