quinta-feira, 3 de março de 2016

ESTRATÉGIA DE LULA É CULPAR DONA MARISA PELO TRÍPLEX E PELO SÍTIO


Carlos Newton
No dia 15 de fevereiro foi publicado no Blog  Tribuna da Internet um artigo sob o título “Por causa de Rose, a maior inimiga de Lula hoje é dona Marisa”, para mostrar que a mulher dele mudou muito, depois que surgiu o escândalo do romance com Rosemary Noronha, iniciado na década de 90 no Sindicato dos Bancários de São Paulo, então presidido por João Vaccari Neto, que apresentou ao fundador do PT aquela jovem e atraente secretária. Revelamos que dona Marisa mudou não somente em aparência, em função das operações plásticas e dos procedimentos estéticos a que se submeteu, mas também quanto a seu relacionamento com o marido, que nunca mais foi o mesmo.
Recordar é viver: a Operação Porto Seguro foi deflagrada pela Polícia Federal em novembro de 2012, o prolongado romance de Lula e Rosemary veio à tona, era impossível dona Marisa não ficar sabendo. Ela finalmente entendeu por que o marido pedia-lhe que não o acompanhasse em viagens internacionais, é claro que se revoltou. Lula não tinha como negar nada, as relações do casal nunca mais se normalizaram e não houve clima para festejar as bodas dos 40 anos de casamento, em 2014.
Dois anos depois, Lula agora vem sendo investigado em vários inquéritos, devido à sucessão de erros cometidos, especialmente nos casos do tríplex do Guarujá e do sítio de Atibaia. Mas poucos percebem que estes dois fatos altamente desabonadores só existem… por causa de dona Marisa Letícia.

A SAÍDA DE LULA…

Quando surgiu o escândalo das 34 viagens internacionais acompanhado de Rosemary Noronha, então chefe do Gabinete da Presidência da República na capital paulista, Lula se viu acuado, dona Marisa cresceu e apareceu, passou a fazer exigências, não era mais a mulher dócil com quem ele se casara.
A solução que Lula encontrou foi satisfazer todas as vontades de dona Marisa. Assim, para agradá-la, o apartamento 141 no Guarujá, com apenas 82,5 m², um simples sonho de classe média, acabou se transformando no tríplex 164A, que nem existia no projeto do empreendimento que a Bancoop submeteu à prefeitura. O contrato assinado por dona Marisa em 2006, em sua cláusula 2ª, comprova que no prédio havia apenas dois tipos de apartamentos – o simples, de 82,5 m², e o duplex de cobertura, com 126,35 m². O tríplex de 215 m² simplesmente não existia. Foi criado exclusivamente pela OAS para alojar a família Lula da Silva e amaciar dona Marisa.
E para não dar na vista, a construtora transformou em triplex um apartamento ao lado, que veio a ser comprado por outra personagem envolvida no escândalo do Lava Jato e que operava na lavagem de dinheiro, a publicitária Neuci Warken. O triplex 163-B, registrado em nome da offshore Murray Holdings, acabou ficando com Nelci, com chegou a ser presa na Operação Triplo X e foi solta porque está colaborando com as autoridades.

SEM COMPROVAÇÃO DE RENDA…

Um dos maiores problemas de Lula é que somente depois de sair do governo ele se tornou oficialmente milionário e acumulou bens. Em 2010, estava deixando o cargo e sua declaração de renda não justificava a compra simultânea do tríplex e do sítio em Atibaia. Por isso, teve de usar os laranjas Fernando Bittar e Jonas Suassuna para comprar o sítio em Atibaia, pagando R$ 1,5 milhão (valor declarado na escritura, que geralmente é subfaturado, para reduzir o Imposto de Transmissão).
Um dos motivos da compra do sítio foi a mudança de Brasília. O apartamento de São Bernardo e o Instituto Lula (que ainda era chamado de Instituto Cidadania) não tinham a menor condição de receber os onze caminhões da mudança, um deles climatizado, para transportar as garrafas de bebidas finas que ele ganhara nos oito anos de mandato.
Livros, documentos, os mais valiosos presentes que surrupiou da Presidência e algumas caixas de bebidas ficaram no Instituto Lula. Outra parte da mudança, também incluindo caixas de bebidas, foi direcionada para o apartamento de São Bernardo. Mas foi o sítio em Atibaia que recebeu a maior parte da mudança, e a OAS já havia construído o galpão climatizado, para receber o restante do acervo etílico do ex-presidente, conforme a imprensa noticiou à época e a Tribuna da Internet até liderou uma campanha para que Lula devolvesse os presentes.

O SÍTIO DE DONA MARISA

O tríplex nunca ficava pronto, e a solução para acalmar dona Marisa foi deixar ela cuidando do sítio, enquanto Lula trabalhava para os empreiteiros em suas viagens e palestras comerciais. No caso do sítio, sempre foi ela quem cuidou de tudo e comandou as obras de ampliação e reforma final, feitas pela OAS e pela Odebrecht, muito antes do caso Rosemary. Tudo lá é do jeito dela.
Em 2010, o serviço de reforma inicialmente estava a cargo de um amigo íntimo do casal, o empresário José Carlos Bumlai, que fazia o papel da “padrinho” nas quadrilhas junina em que Lula e Marisa dançavam como “noivo” e “noiva”. Bumlai até trouxe do Mato Grosso do Sul o arquiteto Igenes dos Santos Irigaray Neto, para tocar a obra e atender às ordens de dona Marisa.
Depois da segunda grande reforma, em que a Odebrecht gastou R$ 500 mil só em material de construção, dona Marisa mandou fazer a horta e plantar árvores frutíferas, além de dirigir pessoalmente a redecoração, que incluiu os dois bonecos de crianças em tamanho natural, fabricados em porcelana, que ela colocou sentados no banco em frente à piscina, para divertir os netos.
Na reportagem que publicada diz 15 de fevereiro, destacamos que todas essas informações são rigorosamente verdadeiras e demonstram por que Lula ainda não conseguira explicar a situação do tríplex e do sítio. Mas agora, com assessoria do advogado Nilo Batista, a estratégia de defesa enfim ficou clara. A solução é atribuir sítio e tríplex à dona Marisa, exclusivamente, como se Lula não tivesse nada a ver com a aquisição de imóveis para a família.

OAS VAI CONFIRMAR

Nesta quarta-feira, foi divulgado que o presidente da OAS, Léo Pinheiro, que fez o tríplex para a família Lula e reformou o lago no sítio, além de comprar e pagar em dinheiro as sofisticadas peças para equipar as cozinhas dos imóveis, negociou delação premiada e vai dizer que tudo o que fez foi para dona Marisa, não para Lula, como se o casal fosse divorciado há décadas e até hoje não estivesse junto, apesar das desavenças.
Seguiram idêntica estratégia as defesas apresentadas por Nilo Batista no Supremo e no Ministério Público de São Paulo, alegando que Lula nada tem a ver com o tríplex e só tomou conhecimento da compra do sítio em 13 de janeiro de 2011, quando é público e notório que parte da mudança foi entregue em Atibaia a 8 de janeiro, cinco dias antes. Será que Lula realmente não sabia para onde seriam levados seus pertences?

LULA NÃO SABIA DE NADA…

No entanto, o Planalto sabia, porque não somente comandou a mudança, que demorou vários dias para ser organizada e depois transferida à frota de 11 caminhões, como até pagou pelos serviços. A família Lula levou o que podia e o que não podia. Até os aparelhos de ginástica do Palácio da Alvorada foram de roldão, embora ninguém comente essa desfaçatez.
A manobra jurídica continua com o súbito aparecimento do sindicalista Jacó Bittar como verdadeiro “dono” do sítio, que teria sido comprado por um de seus filhos, Fernando. Os advogados alegam que Jacó só tinha R$ 500 mil e seu filho então convidou o sócio Jonas Suassuna para completar R$ 1 milhão que faltava, vejam que história sem pé nem cabeça.

BUMLAI PARTICIPA

Na nova defesa de Lula, o empresário José Carlos Bumlai teria se oferecido para reformar o sítio, enredo já repelido pelo advogado dele, Arnaldo Malheiros, que até ironizou esta versão, indagando se por acaso Bumlai seria dono da Odebrecht.
Ou seja, Bumlai agora é apresentado como uma pessoa altamente irresponsável, que teria procurado a OAS e a Odebrecht para reformar de graça o sítio de Fernando Bittar e Jonas Suassuna. E os dirigentes das empreiteiras seriam verdadeiros alienados mentais, pois aceitaram o convite para fazer benemerência a pessoas absolutamente inexpressivas, que eram eternos desconhecidos, como se todos fossem personagens do genial filme de Mario Monicelli.
A ideia, portanto, é alegar que dona Marisa Letícia teria sido culpada de tudo. Além de ter pedido ao dono da OAS para construir um tríplex com elevador privativo, também procurou o amigo Bumlai para pedir-lhe que gentilmente reformasse o sítio dos sócios do filho Fábio Luís, o Lulinha Fenômeno, porque ela e Lula gostariam de passar os fins de semana lá, acompanhados de toda a família, para curtir os netos andando nos pedalinhos.
A defesa de Lula é uma espécie de Samba do Crioulo Doido em versão jurídica, destinada a ficar na História do Judiciário como uma das maiores peças de ficção já apresentadas em juízo.

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