domingo, 28 de junho de 2020

COMPRAS À MODA ANTIGA: CADERNETA DO FIADO

Com a crise, fiado volta a ganhar força | Notícias | SOS Consumidor

Sonia Regina - Santos(SP)

No século passado, antes da era dos Supermercados muitos cidadãos brasileiros utilizavam as famosas “Cadernetas”, não as de “Poupança”, eram do “Fiado”. Funcionava assim: o estabelecimento fornecia uma caderneta que ficava com você onde o comerciante anotava suas compras. Ao final do mês a caderneta era entregue ao comerciante para apurar o valor total, quando o débito era quitado, as vezes no mesmo dia já estreava a nova. Não eram cobrados juros, nem que o freguês estivesse passando por maus momentos. O pequeno comerciante não pertence a classe alta, convive com seus vizinhos, não raro o filho do devedor ser amigo de seu próprio filho. Todos se conheciam no bairro e a maioria sabia que deviam cuidar uns dos outros.

Tivemos também as não menos famosas “Notas Promissórias” logo apelidadas de “Papagaio”. Essa modalidade era utilizada por grandes lojas e somente eram aceitos compradores que não tinham qualquer dívida em atraso na praça, ou seja, a frase “Nada Consta” na ficha cadastral era o ponto de partida. Em seguida, entra nas negociações os carnês que também necessitavam de um bom cadastro para serem aprovados.

A Empresa Brasileira de Comércio e Exportação ltda. proprietária das lojas Erontex, na década de 50/60 divulgava na TV a comercialização de seus tecidos para pagamento na modalidade de carnês acompanhados de cupons para sorteio de vários prêmios.

Vale destacar que a Erontex também inovou vendendo cortes de casimira tropical com preços bem baratos para a época pois, a metragem era adequada para uma calça comprida ou uma saia. Nos dias atuais a quantidade de pano talvez rendesse duas saias. Considero a saia a peça mais eclética do vestuário feminino, a saber: saia godê, envelope, evasê, pregueada comum, prega macho e a preferida “Justa”. A saia justa, com seu comprimento da época, era a mais utilizada afinal, delineava as curvas do corpo com uma abertura que podia ser lateral, dianteira ou traseira para melhor desempenho dos movimentos mas, o tamanho era sempre de acordo com a ousadia da sua dona sem essa neurose pelas medidas: 90 x 60 x90 o importante era cuidar da cintura para fazer jus ao modelo “Violão” e até saborear o não menos famoso “Fiu Fiu.

Nem tudo ficou no passado. Na mesma rua onde moro, tem uma pequena mercearia que até hoje fornece alimentos com anotações em cadernetas e tenho certeza, que essa é uma forma de venda em várias partes do Brasil.

Quanto as saias justas, perderam as aberturas traseiras. Elas ficaram curtíssimas, deram total liberdade de movimentos e para alguns, aboliram o exercício do imaginário.

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Minha receita para serenar nosso Espírito com a beleza da música e dança através dos tempos.


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