JÁ QUE MAOMÉ(DILMA) NÃO FOI A MONTANHA, A MONTANHA(SELEÇÃO BRASILEIRA) VAI À MAOMÉ...
A PRESIDENTA DILMA E O GOVERNADOR DO
RIO DE JANEIRO VIVERAM, ONTEM, UM DIA DE
DICK VIGARISTA...
Reinaldo Azevedo
Brinquei aqui outro dia que a turma
do marketing de Dilma Rousseff parece disposta a empurrá-la mesmo para o
abismo. A presidente não pôde ir ao Maracanã, como vimos. Sérgio Cabral também
não. Evitavam, assim, uma vaia constrangedora. Mais: a presença dos dois
poderia estimular manifestações. Tanto é assim que se antecipou o anúncio da
ausência. Assistimos ontem a um jogo como há muitos anos — talvez desde 1970.
Por essa Seleção Brasileira, é fácil o país se apaixonar. Mas o clima, vamos
dizer, de “resistência” persiste. Mesmo depois de ficar claro que os
brasileiros, em companhia dos jogadores, continuariam a cantar o Hino Nacional
além do que determinou a Fifa, a entidade manteve a rigidez de sua programação.
Assistimos neste domingo a mais um momento emocionante: hino cantado a capella,
com os atletas no coro. PARECIA UM “SIM” À SELEÇÃO E
UM “NÃO” À FIFA. Os brasileiros continuam
a gostar de futebol. Os protestos que pipocam país afora dizem “não” à
exploração política do futebol, à gastança irresponsável, à tentativa dos
políticos de se apropriar de uma paixão nacional para fazer proselitismo. POR ISSO TUDO, DILMA E SÉRGIO CABRAL NÃO
PUDERAM IR AO MARACANÃ; POR TUDO ISSO, FORAM PROIBIDOS DE VER DE PERTO A UM
JOGO QUE ENTRARÁ PARA A GALERIA DOS MELHORES JAMAIS DISPUTADOS PELA SELEÇÃO. Muito bem! E o que Dilma vai fazer hoje? Receber a Seleção
Brasileira em Palácio. Sim, muitos já fizeram isso antes dela em situação
parecida. Mas será mesmo uma boa ideia agora? Num momento em que o país anda
hostil aos políticos — e a presidente se tornou um dos principais alvos do
descontentamento —, há o risco de o gesto se confundir com uma apropriação
indébita. Já que Dilma não pôde comparecer ao jogo porque não quis enfrentar
uma vaia que era dada como certa, deveria se dispensar de receber os atletas
até em seu próprio benefício. Mas vá convencer a marquetagem disso… Se a
presidente enviasse uma mensagem aos jogadores e à equipe técnica, tornando
público o texto, seria mais prudente. Do modo como faz, o gesto simpático pode
se confundir com arrogância (As imagens e imagens não fazem parte do texto
original).
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