segunda-feira, 1 de julho de 2013

JÁ QUE MAOMÉ(DILMA) NÃO FOI A MONTANHA, A MONTANHA(SELEÇÃO BRASILEIRA) VAI À MAOMÉ...

A PRESIDENTA DILMA E O GOVERNADOR DO RIO DE JANEIRO VIVERAM, ONTEM, UM DIA DE  DICK VIGARISTA...


Reinaldo Azevedo

Brinquei aqui outro dia que a turma do marketing de Dilma Rousseff parece disposta a empurrá-la mesmo para o abismo. A presidente não pôde ir ao Maracanã, como vimos. Sérgio Cabral também não. Evitavam, assim, uma vaia constrangedora. Mais: a presença dos dois poderia estimular manifestações. Tanto é assim que se antecipou o anúncio da ausência. Assistimos ontem a um jogo como há muitos anos — talvez desde 1970. Por essa Seleção Brasileira, é fácil o país se apaixonar. Mas o clima, vamos dizer, de “resistência” persiste. Mesmo depois de ficar claro que os brasileiros, em companhia dos jogadores, continuariam a cantar o Hino Nacional além do que determinou a Fifa, a entidade manteve a rigidez de sua programação. Assistimos neste domingo a mais um momento emocionante: hino cantado a capella, com os atletas no coro. PARECIA UM “SIM” À SELEÇÃO E UM “NÃO” À FIFA. Os brasileiros continuam a gostar de futebol. Os protestos que pipocam país afora dizem “não” à exploração política do futebol, à gastança irresponsável, à tentativa dos políticos de se apropriar de uma paixão nacional para fazer proselitismo. POR ISSO TUDO, DILMA E SÉRGIO CABRAL NÃO PUDERAM IR AO MARACANÃ; POR TUDO ISSO, FORAM PROIBIDOS DE VER DE PERTO A UM JOGO QUE ENTRARÁ PARA A GALERIA DOS MELHORES JAMAIS DISPUTADOS PELA SELEÇÃO. Muito bem! E o que Dilma vai fazer hoje? Receber a Seleção Brasileira em Palácio. Sim, muitos já fizeram isso antes dela em situação parecida. Mas será mesmo uma boa ideia agora? Num momento em que o país anda hostil aos políticos — e a presidente se tornou um dos principais alvos do descontentamento —, há o risco de o gesto se confundir com uma apropriação indébita. Já que Dilma não pôde comparecer ao jogo porque não quis enfrentar uma vaia que era dada como certa, deveria se dispensar de receber os atletas até em seu próprio benefício. Mas vá convencer a marquetagem disso… Se a presidente enviasse uma mensagem aos jogadores e à equipe técnica, tornando público o texto, seria mais prudente. Do modo como faz, o gesto simpático pode se confundir com arrogância (As imagens e imagens não fazem parte do texto original).


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