domingo, 30 de junho de 2013
COM DILMA TOTALMENTE DESACREDITADA, O SEGUNDO TURNO DA ELEIÇÃO PRESIDENCIAL PODE SER ENTRE MARINA SILVA E AECINHO DO PÓ...
NA REGIÃO SUL E SUDESTE MARINA
SILVA DISPAROU ENTRE O ELEITORADO JOVEM E EVANGÉLICO. ELA TEM 33%, ENQUANTO
DILMA COM APENAS 19%.
Merval Pereira
Mais uma vez, Marina surge como a grande beneficiária dos movimentos de
contestação que ocorrem pelo país, pois, embora tenha sido senadora por 16 anos
e fundadora do PT, ela não é percebida pela população como uma política
profissional. Mas Marina tem também um lado evangélico que, segundo estudos
recentes, foi decisivo na sua votação na campanha de 2010. O professor Cesar
Romero Jacob, diretor do Departamento de Comunicação Social da PUC-Rio, lançou
recentemente o e-book “Religião e Território no Brasil: 1991/2010”, da Editora
da PUC, trabalho que, ao analisar as transformações no perfil religioso da
população brasileira, com o crescimento do número de evangélicos, pode ser útil
para o entendimento do cenário eleitoral do ano que vem, considerando a participação
crescente de pastores pentecostais na política. Segundo Romero Jacob, o
pluralismo religioso se consolidou no país, com a Igreja Católica perdendo 24
pontos percentuais. O número de católicos cai de 89% da população para 65% em
30 anos. No mesmo período, os fiéis do conjunto de Igrejas Pentecostais passam
de 3% da população, em 80, para 13% em 2010. “O
BRASIL DEIXOU DE SER UM PAÍS DE HEGEMONIA CATÓLICA PARA SER UM PAÍS DE MAIORIA
CATÓLICA”. Segundo o estudo, no
Nordeste, em Minas Gerais e no Sul do Brasil, o percentual de católicos se
mantém muito elevado, mas nas áreas de imigração para a fronteira agrícola e
mineral do Centro-Oeste e Norte e na periferia das regiões metropolitanas os
pentecostais crescem. “DE UM MODO GERAL, DIZ
ROMERO JACOB, NAS ÁREAS DE EXPANSÃO RECENTE E, SOBRETUDO, NUM CERTO CAOS
SOCIAL, O PENTECOSTALISMO SE IMPLANTOU”. Essa seria a razão da participação
de Marina Silva em cultos evangélicos para a coleta de assinaturas em apoio à
criação do seu partido, a REDE, como seus militantes
fizeram ontem na Marcha para Jesus, em São Paulo. Apesar de o livro se ater à
questão religiosa, os mapas permitem algumas ilações políticas, uma vez que os
pastores têm demonstrado certo controle sobre o eleitorado evangélico
pentecostal. Na política, na época da eleição de 2010, na análise de Romero
Jacob, Marina conseguiu atrair os insatisfeitos com a campanha do Serra, os
petistas insatisfeitos com os rumos do governo do PT, os evangélicos e até os
verdes, que não têm uma expressão tão grande assim do ponto de vista eleitoral.
Mas o que parece agora, com dados novos, diz o professor da PUC, quando se
analisa o mapa dos pentecostais e não determinados com o mapa da votação da
Marina, “MESMO QUE NÃO SEJAM EXATAMENTE IGUAIS, TÊM PONTOS DE CONTATO MUITO
NÍTIDOS”. Embora Marina tenha construído uma carreira em torno da questão
ambiental, isso não significa dizer que os evangélicos não a tenham apoiado
fortemente. “É CLARO QUE A MARINA NÃO É UMA
EVANGÉLICA ÓBVIA, ELA TEM UMA SOFISTICAÇÃO NA FALA, NO SENTIDO DE NÃO ESTAR
DIRETAMENTE LIGADA À QUESTÃO RELIGIOSA”, analisa Romero Jacob, ressaltando
que “quem é muito óbvio, como Garotinho e Crivella, tem uma rejeição muito alta
exatamente pela mistura da religião com política”. Ou, como define, “tem um
piso alto, mas um teto baixo”. Em 2010, Marina tinha a agenda verde na mão, mas
agregou pouco ao PV. Os 20 milhões de votos não aumentaram a bancada de
deputados federais do PV. “QUANDO SE VÊ MARINA
INDO BUSCAR ASSINATURAS EM CULTOS EVANGÉLICOS PARA VIABILIZAR SEU PARTIDO, ISSO
SIGNIFICA QUE AÍ ELA SE RESTRINGE”, comenta Romero Jacob. Entre 22% e
40% se declara evangélica no estado de São Paulo, que tem ¼ do eleitorado, o
que dá a Marina robustez eleitoral, “insuficiente para levá-la ao segundo
turno, mas suficiente para construir um segundo turno”. Os mapas indicam,
segundo Romero Jacob, que a votação da Marina em 2010 foi menos dos verdes e
dos eleitores insatisfeitos e mais dos irmãos, sobretudo no Espírito Santo, Rio
de Janeiro e São Paulo. “MESMO QUE A MARINA NÃO
TENHA FEITO CAMPANHA VOLTADA PARA AS IGREJAS, AS IGREJAS FIZERAM CAMPANHA PARA
ELA”. (As manchetes e as
imagens não fazem partes do texto original).
Assinar:
Postar comentários (Atom)
Nenhum comentário:
Postar um comentário