sexta-feira, 25 de outubro de 2013
MORENA MARINA, VOCÊ SE PINTOU...
FAÇA TUDO, MAS FAÇA O
FAVOR: NÃO MUDE O DISCURSO DA ÉTICA QUE É SÓ SEU. O POVO NÃO VAI PERDOAR.
RUTH DE AQUINO
Marina, você faça tudo, mas faça o
favor. Não mude o discurso da ética, que é só seu. Marina, você já é respeitada
com o que Deus lhe deu. O povo se aborreceu, se zangou, e cansou de falar. Lula
e Dilma estão de mal com você e não vão perdoar. Mas o eleitor não poderia
arranjar outra igual para embaralhar o jogo sonolento da sucessão em 2014. Pelo
menos num dos turnos, vamos discutir princípios e fins. E principalmente os
meios. A ABERTURA DESTA COLUNA
É UM PLÁGIO. DE MIM MESMA. SÓ O ANO FOI TROCADO NO PARÁGRAFO: DE 2010 PARA
2014. ASSIM ABRI, HÁ QUATRO ANOS, UM ARTIGO EM ÉPOCA. PARECE ATUAL. Não interessa em quem o povo brasileiro – obrigado por uma lei
antidemocrática a ir às urnas – votará para presidente. Se a ideologia
influencia pouco a escolha e se ninguém mais sabe o que é esquerda e direita,
porque todos comem caviar, viram censores e bebem uísque quando estão ricos,
famosos e no poder, a guerra verdadeira envolve propaganda, benesses e mentiras
cínicas. O voto é decidido por emprego e inflação, educação e saúde, mas também
por simpatia, esmola, promessas e demagogia. O bolso e as bolsas fazem uma
diferença absurda no Brasil profundo. Por que falar bem de Marina? Não tenho
religião, não simpatizo com os evangélicos e lamento a minha generalização –
elas costumam ser injustas. O pastor deputado Marco Feliciano, agora ansioso
para expulsar gays de cultos, porque só pensa naquilo, não ajuda os evangélicos
a construir imagem de tolerância. Não significa que todos os evangélicos rezem
pela mesma cartilha fanática. É um erro definir alguém por sua crença ou
ausência de fé. Por que falar de Marina se ela não passa, no momento, de uma
provável vice de Eduardo Campos, do PSB? Primeiro, por causa de sua biografia.
Biografia virou, nessas últimas semanas, uma palavra incendiária por causa da Jovem
Velha Guarda Tropicalista (JVGT), guardiã da privacidade de artistas que expõem
sua vida pessoal na capa de revistas de celebridades. Sorrisos, filhos, casas,
férias, tudo fotoshopado, autorizado, compartilhado. NO CASO DE MARINA, A BIOGRAFIA CONTA MUITO, NO MÍNIMO PARA QUE SEJA
RESPEITADA COMO PESSOA, NO PÂNTANO DE NOSSA POLITICAGEM. Maria Osmarina da Silva Vaz de Lima nasceu no Acre, filha de
seringueiros migrantes cearenses. Analfabeta até os 16 anos, aprendeu a ler
enquanto trabalhava como empregada doméstica. Pelo Mobral, fez em quatro anos o
primeiro e o segundo graus. Marina contraiu cinco malárias, duas hepatites.
Formou-se em história. Queria ser freira. Virou marxista. Tem quatro filhos.
Foi a mais jovem senadora do Brasil, aos 35 anos. Marina já enfrentou
madeireiros, fazendeiros, cangaceiros. Lula a nomeou ministra do Meio Ambiente.
Saiu derrotada e desgastada cinco anos depois, em briga com a mãe do PAC, a
então ministra Dilma Rousseff. Por que mesmo falar de Marina, se ela não tem
nenhuma chance contra a outra mulher? Quando Marina se mandou para o PV, Dilma
disse: “Estou triste. Preferia que ela continuasse no PT, porque é uma grande
lutadora”. Na queda de braço entre as duas, a corpulenta Dilma de vermelho
ganha fácil da magra Marina de preto. Em Dilma, as rugas quase sumiram, o
cabelo ficou moderno e repicado, o sorriso substituiu a expressão severa, o
dedo em riste foi trocado pelo coraçãozinho com as mãos. É a cirurgia da
personalidade, o bisturi dos marqueteiros. Marina mantém o coque, as rugas e
aquelas palavras intragáveis que ninguém entende. “Programática” é um adjetivo
que ela deveria jogar no lixo sem reciclar – com o vocabulário pernóstico que a
distancia do eleitor. Marina é melhor quando esquece que precisa mostrar
instrução e recorre a frases simples de efeito. Dilma a mandou “ESTUDAR” PARA TER PROPOSTAS SOBRE O
BRASIL. MARINA RESPONDEU: “ELA (DILMA) DEU UM CONSELHO DE PROFESSORA. (...)
APRENDER É SEMPRE UMA COISA MUITO BOA. DIFÍCEIS SÃO AQUELES QUE ACHAM QUE NÃO
TÊM MAIS O QUE APRENDER”. Por que falar de Marina,
que nem conseguiu pendurar sua Rede no barco da sucessão? Porque a presença de
Marina, junto aos olhos verdes de Eduardo Campos, é um fato novo, como há
quatro anos. Move as camadas da terra, provoca tremores, obriga as velhas
raposas a sair da toca. É cômico ver Dilma discursando agora sobre a questão
ambiental. Mandando beijos e acenos para pequenos agricultores, quilombolas,
pescadores, jovens e indígenas, prometendo quintuplicar os produtores de
alimentos orgânicos, sem agrotóxicos. E defendendo assentamentos agrários. Seu
mentor, Lula, encampa o outro lado: atrai os ruralistas, enxotados por Marina. POR ISSO SÃO IMPORTANTES AS BIOGRAFIAS NÃO AUTORIZADAS. ELAS
RESGATAM AS CONTRADIÇÕES, AS INCOERÊNCIAS, AS MENTIRAS HISTÓRICAS, REPETIDAS
TANTAS VEZES QUE ACABAM VIRANDO VERDADE. NO FUNDO, SÓ SERVEM A UM PROJETO DE
PODER.
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2 comentários:
Como és canalha. Apostas no PIOR e balança o ovo do viadinho traidor governador de pernambuco.
PIOR, É SER FILHO DA PUTA COMO VOCÊ SEU FILHO DE UMA ARROMBADA!!!
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