MALDADE DE LULA, MENOSPREZO DE
DILMA E ARROGÂNCIA DO PT, PODEM LEVAR
EDUARDO CAMPOS E MARINA SILVA A SE TRANSFORMAREM NA SALVAÇÃO DOS NORDESTINOS
Josias de Souza
A propaganda
partidária que o PSB levou ao ar na noite desta quinta-feira (10) escancara o
discurso de terceira via. Na peça, o presidenciável Eduardo Campos enaltece os
avanços obtidos “nos últimos 30 anos”. Sem citar nomes, ele reconhece os feitos
de FHC —“conquistou a estabilidade”— e de Lula —“melhorou na justiça social”. E
acomoda Dilma Rousseff na posição de alvo: “JÁ DEU!” Até 20 dias
atrás, Eduardo Campos era um “aliado” de Dilma. Agora, ele troca de calçada e
grita: “CADÊ AQUELE PAÍS QUE HÁ ALGUNS ANOS DESPERTOU A ADMIRAÇÃO DO
MUNDO […] E QUE AGORA VOLTOU A TER RECEIO DA INFLAÇÃO?” CADÊ AQUELE BRASIL “QUE
UM DIA LEVOU UM HOMEM DO POVO AO PODER E QUE AGORA SENTE QUE O PODER NÃO FALA A
LÍNGUA DO POVO? SERÁ QUE ESTAMOS NO CAMINHO ERRADO?”, Campos indaga,
antes de levar Dilma à alça de mira: “ESTAMOS NO
CAMINHO QUE JÁ DEU O QUE TINHA QUE DAR”. O programa exibe brasileiros
bem ensaiados declamando frases cunhadas com o propósito de apresentar o Brasil
como um país rendido à lógica do “por outro lado”. No meu país, milhões de
pessoas saíram da miséria, diz uma moça. Por outro lado, milhões não têm
qualificação para trabalhar, afirma um rapaz. Toda criança tem escola para
estudar, diz outra moça. Mas 24% dos alunos não concluem o ensino fundamental,
realça outro rapaz. Eduardo Campos irrompe em cena. “CHEGA DE GOVERNAR SE CONTENTANDO EM DIZER QUE NO PASSADO FOI
PIOR”, diz ele,
afastando-se da lógica petista do “NUNCA ANTES NA HISTÓRIA DESSE PAÍS.” O
programa empilha outros paradoxos: no meu país, mais médicos estão chegando a
lugares onde antes eles não tinham chegado. Por outro lado, ainda faltam
remédios, equipamentos e as filas de exames e consultas não param de crescer. A
democracia está cada vez mais forte e o cidadão cada vez mais consciente. No
entanto, muitos ainda governam sem ouvir, sem olhar, sem levar em conta o
cidadão. Ao expor os contrastes, o marketing a serviço de Eduardo Campos
valoriza o bordão do candidato: É
POSSÍVEL FAZER MAIS E MELHOR. TROCANDO A POLÍTICA IMEDIATISTA DO CURTO PRAZO PELO
PLANEJAMENTO DE LONGO PRAZO, diz o candidato, é possível criar soluções simples para
problemas complicados. “EU SEI QUE DÁ PRA
FAZER”, ele afirma. A
peça evolui para a exposição de “REALIZAÇÕES” de Campos no governo de
Pernambuco. Do meio para o final, a propaganda vai migrando para a grande
novidade da fase pré-eleitoral. Amiga de Marina Silva, a deputada Luíza
Erundina (PSB-SP) faz a transição. Num partido que negociava com o PDT dos
desvios ongueiros e com o PTB do mensalão, ela fala de “ética”. Numa legenda
que acaba de filiar egressos do DEM, ela fala de “coerência”. Referência moral,
Erundina reconhece que todos os partidos têm problemas. Porém, munida de
autocritério, diz que “o PSB tem procurado respeitar esses princípios” da ética
e da coerência. A peça atinge o seu ápice com a exibição de um apanhado de
cenas do ato político que formalizou a parceria da Rede de Marina com o PSB de
Campos. Quem vê a sintonia não enxerga as contradições expostas nos cinco dias
que se seguiram ao foguetório: a chapa de duas cabeças, a rejeição de Marina
aos acordos políticos que Campos negociava, o incômodo que afastou o
agrodeputado Caiado das franjas do projeto… No universo do marketing, a
tentativa de junção da boa imagem que Campos construiu junto ao PIB com o
prestígio dos quase 20 milhões de votos amealhados por Marina em 2010 é um
prato cheio. No mundo real, a “NOVA POLÍTICA” que se dispõe a sepultar a “VELHA
REPÚBLICA” é um empreendimento por fazer. De diferente, por ora, apenas a
evidência de que MARINA ABRIU PARA A
CANDIDATURA DE CAMPOS A TRILHA DA TERCEIRA VIA (A frase da manchete foi atribuída ao governador do Piauí Wilson Martins).
PITACO DO BLOG CHUMBO GROSSO: - MARINA SILVA, A MUSA DA CAATINGA NORDESTINA E
FLORESTA AMAZÔNICA, COM ESSE SEU
JEITINHO PECULIAR DE UMA LAGARTIXA, É DE FATO, UMA SUCURI QUE ACABA DE ENGOLIR LULA, DILMA E O PT...
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