Josias de Souza
A Procuradoria da República de Portugal determinou a quebra do sigilo bancário da filial portuguesa da Exergia, empresa que tem como sócio o sobrinho da primeira mulher de Lula, Taiguara Rodrigues dos Santos. Apura-se a suspeita de recebimento de propinas. A informação veio à tona um dia depois da abertura de ação penal contra Lula, Taiguara, o empreiteiro Marcelo Odebrecht e outras oito pessoas, em Brasília.
Em Portugal, o sigilo da firma de Taiguara foi quebrado a pedido dos investigadores da Operação Marquês. Trata-se de uma versão lusitana da Lava Jato, que levou o ex-primeiro-ministro português José Sócrates a amargar nove meses de cadeia em 2009. Na filial portuguesa da Exergia, Taiguara é sócio João Pinto Germano, amigo de Antonio José Morais, um ex-professor de José Socrates.
Segundo a Procuradria, a empresa de Taiguara recebeu 11 milhões de euros do Grupo Lena, que realiza obras em Portugal e no exterior. Em dinheiro brasileiro, isso equivale a R$ 40 milhões. Os investigadores suspeiam tratar-se de propinas. E tentam refazer o trajeto da verba.
No Brasil, Lula e Taiguara foram enviados ao banco dos réus junto com Marcelo Odebrecht por decisão do juiz federal Vallisney de Souza Oliveira, de Brasília. Ele aceitou integralmente a denúncia oferecida na última segunda-feira pelo Ministério Público Federal. Nela, Lula é enquadrado em quatro crimes: tráfico de influência, organização criminosa, lavagem de dinheiro e corrupção passiva. O caso envolve financiamentos do BNDES para obras da Odebrecht em Angola.
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