DILMA NÃO TEM NADA COM ISSO? COMO NÃO? QUEM ERA A MINISTRA?
Por Reinaldo AzevedoNo debate Folha/Rede TV, indagada se punha a mão no fogo por Erenice Guerra, a candidata petista à Presidência, Dilma Rousseff, resolveu ficar longe da chama, e respondeu naquele seu tom solecista-condoreiro: “AGORA, EU QUERO DEIXAR CLARO AQUI: EU NÃO CONCORDO, NÃO VOU ACEITAR, QUE SE JULGUE A MINHA PESSOA BASEADO COM O QUE ACONTECEU COM O FILHO DE UMA EX-ASSESSORA MINHA. ATÉ PORQUE EU PERGUNTARIA PRA VOCÊ: VOCÊ ACHA CORRETO RESPONSABILIZAR O DIRETOR-PRESIDENTE DA TUA EMPRESA PELO QUE FOI FEITO PELO FILHO DE UM FUNCIONÁRIO DELE? EU, PESSOALMENTE, NÃO ACHO. ACHO QUE ISSO CHEIRA A MANOBRA ELEITOREIRA,SISTEMATICAMENTE FEITA CONTRA MIM E A MINHA CAMPANHA.”
Entendo. “Ex-assessora minha (dela)???” Eis o busÍlis. Enquanto se efetivava aquela lambança toda, ERENICE NÃO ERA EX-ASSESSORA COISA NENHUMA! ERA O BRAÇO-DIREITO DE DILMA ROUSSEFF. O que não se tem destacado com a devida clareza — e as informações estão todas na reportagem da VEJA — é que A LAMBANÇA ACONTECEU ENQUANTO DILMA ROUSSEFF ERA MINISTRA DA CASA CIVIL.
Pensemos agora nas personagens envolvidas. Um dos sócios da empresa Capital É ISRAEL, O FILHO DE ERENICE, que era quem era e é quem é. O segundo é Stevan Knezevic, originalmente da Anac, mas cedido desde setembro de 2009 à Casa Civil, onde também trabalhava o terceiro, VINICIUS CASTRO, AQUELE QUE SE DEMITIU. Como se nota, o esquema estava plantado na Casa Civil.
Ou Dilma foi miseravelmente traída por Erenice ou sabia de tudo. As duas já tinham feito uma dobradinha de sucesso no dossiê contra FHC e Ruth Cardoso, lembram-se? É aquele que Dilma passou a chamar de “BASE DADOS”, que vem a ser, em linguagem delubiana, um “DOSSIÊ NÃO-CONTABILIZADO”…
E onde a tropa se encontrava para cuidar de negócios? No escritório de advocacia em que trabalhava um tio de Israel, aquele irmão de Erenice contratado pelo Ministério das Minas e Energia em razão do parecer de uma irmã de Erenice — os irmãos “Eus” têm vocação para a coisa pública! Um dos sócios do escritório é Márcio Silva, coordenador jurídico da campanha eleitoral de… Dilma! Mas o solecismo condoreiro da candidata “NÃO ADMITE” de jeito nenhum que se lhe tente atribuir qualquer responsabilidade. Ela fica indignada! Como também não admite que se tente ligar A TRAMÓIA DE DOSSIÊS E VIOLAÇÕES DE SIGILO À SUA CANDIDATURA.
Vênia máxima com a agora candidata e então ministra Dilma Rousseff, mas o fato é que, enquanto ela era a titular da Casa Civil, o ministério serviu para, como posso chamar?, a VENDA DE FACILIDADES. Ou FOI ENGANADA — e é de se temer, então, que possa ser eleita presidente da República, com maiores e mais graves responsabilidades — OU FOI CONIVENTE. Afinal, numa coisa todos concordam — até Israel, que admitiu ter recebido, sim, por serviços prestados: o rapaz atuava como “INTERMEDIÁRIO”, exercendo, pois uma atividade incompatível com a sua condição de filho da secretária-geral da Casa Civil, braço-direito da ministra Dilma Rousseff.
Segundo revelou Baracat à VEJA, em entrevista gravada, em abril, já ministra — Dilma havia saído para se candidatar à Presidência —, Erenice reclamou do atraso de pagamento: “ENTENDA, FÁBIO, QUE NÓS TEMOS COMPROMISSOS POLÍTICOS A CUMPRIR”.
ERA UMA REUNIÃO DE TRABALHO. NUMA PADARIA.
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