segunda-feira, 3 de junho de 2013
MARINA SILVA TEM TUDO PARA DAR UMA SURRA NA POSTE DA DILMA, CASO AÉCIO NEVES E EDUARDO CAMPOS SE COMPROMETAM A APOIÁ-LA NO SEGUNDO TURNO
Adversários na corrida pelo Planalto em 2014, os presidenciáveis Aécio
Neves (PSDB), Marina Silva (Rede) e Eduardo Campos (PSB) estão agora,
curiosamente, com os destinos entrelaçados. Sabem que só têm chance de vencer a
presidente Dilma Rousseff, e o PT, se conseguirem levar a disputa para o segundo
turno. Para que isso aconteça, Campos precisa garantir coligação com pelo menos
um partido para ter tempo de TV. E Marina precisa criar e garantir tempo em
horário nobre para seu partido, o Rede Sustentabilidade. Até que a campanha
comece para valer, os três pré-candidatos estão conversando e traçando
estratégias conjuntas, de ajuda mútua, para concretizar as candidaturas. Sem
chances de se coligar oficialmente com algum partido da base, Eduardo Campos vê
no MD (ex-PPS) a chance mais concreta para viabilizar sua candidatura. A
legenda, porém, tem um histórico de aliança com o PSDB. Mas dirigentes tucanos
e o próprio Aécio já admitem, reservadamente, uma manobra que pode criar
ambiente favorável para a ocorrência de segundo turno: no primeiro turno, o MD
se aliaria a Campos, para lhe dar o tempo de TV. Mais tarde, quem fosse para o
segundo turno aglutinaria forças. Para o presidente do MD, deputado Roberto
Freire, essa articulação já estaria mais ou menos estabelecida com Aécio e o
PSDB. Ele diz ainda que seus partidários atuam na linha de frente para permitir
a criação do partido de Marina Silva. Lideranças políticas do ex-PPS estão
abrindo postos de coleta de assinaturas para o Rede em vários estados. Freire
avalia que a candidatura de Marina é fundamental para um segundo turno, e,
depois de um confronto direto de toda a oposição, os três grupos políticos
atuariam em coordenação contra a candidatura à reeleição de Dilma — Isso está
mais ou menos entendido com o Aécio. Não podemos jogar todas as fichas numa
candidatura única das oposições no primeiro turno. É PRECISO VER QUEM TEM MAIS POTENCIAL DE CRESCIMENTO. PARA CHEGAR
AO 2º TURNO, CADA UM DESSES TRÊS CANDIDATOS VAI DISPUTAR COMO PUDER, VAI TER
CONTROVÉRSIAS, MAS COM O TRATO DE QUE O QUE CHEGAR LÁ VAI TER O APOIO DOS
OUTROS (CANDIDATOS) DO CAMPO OPOSICIONISTA AO CAMPO DO PT, DE LULA E DE DILMA —
AFIRMA ROBERTO FREIRE. Em franco distanciamento do Palácio do Planalto, Eduardo
Campos tem dito que, num eventual segundo turno, não há como apoiar a reeleição
da presidente, apesar da pressão de governadores do PSB pela reedição da
aliança com o PT. Por isso, os tucanos alimentam a expectativa de ter os
socialistas no campo de oposição em um eventual segundo turno. Nos últimos
dias, Campos vem adotando, em conversas reservadas, um tom mais agressivo em
relação ao governo. Diz que há autoritarismo na relação com o Congresso e
artimanhas contábeis para driblar os resultados negativos na economia — Quem
espalha vento colhe tempestade — tem dito Eduardo Campos a seus interlocutores,
para mostrar o grau de descontentamento com a estratégia traçada pelo PT para
estrangular sua eventual candidatura. Para ter o segundo turno, Aécio e Campos,
da mesma forma que Roberto Freire, consideram fundamental a criação do partido
de Marina, por isso, entraram na disputa contra o governo para derrubar o
projeto que inviabiliza a criação de novos partidos — se não conseguirem evitar
a aprovação do projeto no Senado, vão ingressar com Ação Direta de
Inconstitucionalidade (Adin) contra a lei no STF. — A solidariedade entre os
três pré-candidatos se cristalizou com o “pacotaço de abril” do governo para
impedir a criação do Rede. EU AVISEI, DA TRIBUNA,
QUE O PT ESTAVA CRIANDO PROBLEMAS PARA ELES NO SEGUNDO TURNO. QUE AS SACANAGENS
IRIAM DEIXAR SEQUELAS — AFIRMOU O DEPUTADO ALFREDO SIRKIS (PV-RJ),
BRAÇO-DIREITO DE MARINA. HÁ 15 DIAS, SIRKIS E MARINA ESTIVERAM REUNIDOS COM
EDUARDO CAMPOS, EM RECIFE. O PRESIDENTE DO PSB CHEGOU A ASSINAR A LISTA DE
APOIOS DO REDE PARA AJUDAR NA COLETA DAS ASSINATURAS PARA A CRIAÇÃO DO PARTIDO
EM PERNAMBUCO. — Numa outra conversa, antes, o Eduardo reclamou muito das
caneladas do governo — contou Sirkis. Da Executiva do PSDB, o deputado Antonio
Imbassahy (BA) diz que o governo persegue Marina e provoca uma aproximação dos
três pré-candidatos. — Já estão acontecendo conversas entre eles três. Essa
atitude de hostilidade do governo, com seguidas manifestações de desconforto,
dossiês, constrangimento de governadores do PSB, isso tudo está tendo como
consequência uma aproximação do campo oposicionista (Fonte: Jornal O Globo. – As manchetes e as imagens
não fazem partes do texto original).
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