quinta-feira, 9 de janeiro de 2014

OLHO NO OLHO: OI DE GATO MANDA UM RECADO ATREVIDO AO ELEITOR DESAVISADO...


QUAL O BRASIL QUE QUEREMOS?!?!?!

 

Por Eduardo Campos

 

O povo brasileiro tem sido capaz de se mobilizar para obter grandes conquistas. Primeiro veio a democracia. A frente democrática liderada pelo PMDB juntou diferentes forças políticas e legou-nos uma democracia que está consolidada na Constituição de 1988. À redemocratização seguiu-se o desafio de derrotar a inflação. O governo Itamar Franco iniciou as reformas macroeconômicas e institucionais para a estabilização da economia. No segundo mandato de Fernando Henrique Cardoso consolidou-se o chamado tripé, fundado na política monetária do regime de metas da inflação, na política fiscal de equilíbrio, e na política de câmbio flutuante, permitindo que a memória da hiperinflação ficasse cada vez mais distante. A ampla aceitação desses fundamentos, revelada na sua preservação pelo governo do PT que se seguiu ao do PSDB, foi uma conquista da sociedade brasileira que lançou as condições para o novo ciclo que se seguiu com a eleição do presidente Lula. Este terceiro ciclo de mudanças, liderado pelo PT, promoveu a inclusão social de milhões de brasileiros. Os setores populares, com suas organizações, mobilizações e valores, foram definitivamente legitimados a participar como sujeitos da democracia. Nesses três momentos, o povo brasileiro se uniu de alguma maneira, mesmo em meio às diferenças e aos conflitos. E o povo saiu ganhando com a superação de problemas crônicos. MAS HOJE A NAÇÃO ENFRENTA UM SENTIMENTO DE QUE O CICLO DA INCLUSÃO COMEÇA A DAR SINAIS DE ESTAGNAÇÃO E PERDA DA CAPACIDADE DE SE RENOVAR PARA DAR RESPOSTAS AOS NOVOS DESAFIOS. A juventude que foi às ruas em junho expressou três demandas fundamentais para quem está no início da conquista da cidadania plena. Primeiro, o desejo de melhoria da qualidade de vida, por meio da crítica aos serviços de transporte, de segurança, saúde e educação. Depois, inquietação com a quantidade e qualidade dos empregos. E, finalmente, REJEITOU A CORRUPÇÃO E A POLÍTICA ATUAL. O povo brasileiro não quer mais do mesmo. Não mais se satisfaz com a polarização que a velha política lhe tenta impor, assim como não mais se contenta com a louvação a benefícios já incorporados ao seu quotidiano. Sabe que a qualidade de vida da imensa maioria ainda deixa muito a desejar, que as instituições funcionam mal, que os serviços públicos são de baixa qualidade e que a economia precisa crescer mais. O desafio para um novo ciclo é o de interpretar e solucionar estas demandas por (i) uma economia mais produtiva e competitiva, (ii) por um Estado mais eficiente, e (iii) POR UM NOVO MODO DE FAZER POLÍTICA. Uma economia mais produtiva e competitiva precisará manter e refinar os fundamentos da estabilidade, o que passa pela revisitação do pacto federativo, bem como pela redobrada atenção com a qualificação da despesa pública. Instrumentos que assegurem a atuação técnica do Banco Central também vão ser importantes. Todos esses detalhes serão objeto de amplo, democrático e sem preconceito debate para a construção do programa de governo a ser apresentado pela Coligação PSB-REDE-PPS e outros partidos que se venham a juntar ao novo polo político que surge para a nova fase de nosso desenvolvimento. Este programa precisará também: (i) conferir direção estratégica, com narrativa clara e planejamento, a fim de afastar as incertezas que hoje adormecem a disposição ao investimento; e (ii) buscar ampliar o investimento privado. Para isso terá que haver transparência do planejamento - não mais por períodos de quatro anos, mas por décadas. Para aumentar o investimento público e ao mesmo tempo reduzir/simplificar a carga tributária e continuar diminuindo a relação dívida/PIB, O PRÓXIMO GOVERNO VAI TER QUE MELHORAR O AMBIENTE DE NEGÓCIOS COM UM PROGRAMA AUDACIOSO DE REFORMA DO ESTADO. TERÁ QUE DAR ÊNFASE À MERITOCRACIA E À QUALIDADE DA GESTÃO. Vai precisar apresentar uma estratégia de reforma tributária gradual. Para destravar a infraestrutura, vai ter que propor um programa mais eficiente de concessões, com mais PPPs. Terá que aumentar o investimento em capital humano, deflagrando uma revolução na educação. A seu turno, A AGENDA DE UMA NOVA POLÍTICA IMPLICA A SUPERAÇÃO DA CORRUPÇÃO, DO CLIENTELISMO, DO ABUSO DO PODER ECONÔMICO E DAS VELHAS DISPUTAS PERSONALISTAS QUE IMPEDEM O DIÁLOGO. Implica também o desenvolvimento de novos canais de participação da cidadania na definição das políticas públicas. A nova política vai se afirmar também pelos conteúdos novos a serem agregados. Devem ser realçados, portanto, os compromissos com o ambiente, a educação de qualidade, a inovação tecnológica, a atração de investimentos de alto valor agregado, a organização da sociedade em rede. O avanço da inclusão do nosso povo implica reconhecer que todas as recentes conquistas, atualmente em risco, sejam preservadas. O PSB E A REDE LANÇARAM PLATAFORMA POR MEIO DA QUAL PROCURAM MOBILIZAR OS BRASILEIROS PARA O DEBATE SOBRE OS CAMINHOS QUE DEVEMOS SEGUIR RUMO AO APROFUNDAMENTO DA DEMOCRACIA E À CONSOLIDAÇÃO DE UM NOVO TIPO DE DESENVOLVIMENTO, SUSTENTÁVEL SOCIAL E AMBIENTALMENTE.


 

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