Augusto Nunes
Caprichando na pose de professora de matemática que vai reprovar meio mundo, Dilma Rousseff resolveu há alguns meses explicar o que é prisão provisória. E ministrou mais uma aula magna em dilmês castiço. Fisionomia sisuda de quem foi vítima de um golpe imaginário, balançando pendularmente o corpanzil, apontando para o chão o anular direito nos trechos mais afirmativos, coçando a cabeça para sublinhar o fecho glorioso, Dilma disse o seguinte: "Si... si o preso pudé ser liberado, segundo muitos deles, ele não é solto. Ele não pode sê solto. Então, mudaram a compreensão de forma casuística, dizendo o seguinte: olha — isso foi em fevereiro de 2016 —, pode tê uma coisa que se chama prisão provisória. É a prisão de qualqué jeito. Está claro no inciso da Constituição que ninguém será considerado culpado. Mas consideram que a pessoa em prisão provisória não é culpado. É provisoriamente culpado". Só agora se descobriu o que tentou dizer o neurônio provisório. Com alguns meses de antecedência, Dilma explicou o que aconteceria no Paraguai com Ronaldinho Gaúcho.
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