Sérgio Siqueira
A tropa de choque governista dormiu no plantão lá na Câmara dos Deputados e a Comissão de Segurança Pública e Combate ao Crime Organizado aprovou nesta quarta-feira, requerimento convidando o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, para esclarecer seus recentes discursos em que ele, o discursador-mor da República, teria "incitado a violência".
É convite, pô. Lula pode fazer ouvidos moucos.
Mas, em todo caso, a questão está posta na mesa. O requerimento, de autoria do deputado Bolsonaro, filho do Bolsonaro mais antigo, também deputado, pede uma audiência pública para discutir as consequências dos "discursos de ódio", proferidos por líderes políticos e de movimentos sociais que "fomentam a violência".
O convite também se estende a Vagner Freitas, o gorduchinho malvado que preside a CUT e a Mauro Luís Iasi, comunista sobrevivente do PCB.
O convite é feito, porque no dia 24 de fevereiro, sob a capa de defender a Petrobras, Lula se esbaldou no Rio de Janeiro ameaçando: "Eu quero paz e democracia, mas se eles não querem, nós sabemos brigar também. Sobretudo quando João Pedro Stédile colocar o exército dele do nosso lado".
Na parte que toca ao gordinho da CUT, nas horas vagas conselheiro pra lá de bem remunerado da Petrobras, Bolsonaro filho rememora a o que ele disse na frente da Dilma, num evento no Palácio do Planalto, em novembro do ano passado:
"Somos defensores da unidade nacional, da construção de um projeto de desenvolvimento para todos e para todas. E isso implica, neste momento, ir para as ruas entrincheirados, com armas nas mãos, se tentarem derrubar a presidenta. Nós seremos o exército que vai enfrentar essa burguesia na rua".
Ah, peraí ô! Isso foi só um discurso do bufão que estava com ciúme do exército de Stédile, tão elogiado por Lula. Mas, em todo caso, a Comissão de Segurança o está convidando para repetir a bazófia.
Quanto a Mauro Iasi , ele é convidado a explicar-se por causa de um vídeo onde confronta os "conservadores de direita". E destila o ódio que lhe sai dos dentes pra fora: "Nós sabemos que você é nosso inimigo, mas considerando que você, como afirma, é uma boa pessoa, nós estamos dispostos a oferecer a você o seguinte: um bom paredão, onde vamos colocá-lo na frente de uma boa espingarda, com uma boa bala e vamos oferecer depois de uma boa pá, uma boa cova, né? Com a direita e o conservadorismo nenhum diálogo. Luta!".
O bom de um convite desses para tais valentes e portentosos figurões de almanaque é que, se eles aceitarem, estarão sozinhos para repetir o que disseram quando cercados por um bando de asseclas.
Se não aceitarem - porque quem é bom não se mistura - será a mesma coisa. A gente já sabe que eles são valentes sempre que estão armados, entrincheirados numa boa fortaleza e rodeados de exércitos "bons de briga", como todos os valentões e gabarolas que a gente conhece.
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