Na esteira do Outubro Rosa, foi instituído o Novembro Azul. Providencial e em tempo. Ou a politicamente correta e frouxa macharada dos dias de hoje já estaria de choramingos e chororôs. A macharada sensível do século XXI estaria a protestar com todas as forças de sua testosterona de salão de beleza que a falta de um mês também dedicado ao outrora sexo forte é puro preconceito, é discriminação flagrante, é feminismo xiita, é vaca chauvinismo, é machofobia.
O primeiro teve data definida em 1997, lá nos EUA, e alerta para a necessidade de exames preventivos regulares do câncer de mama, daí o rosa com que pintaram outubro, embora homens também possam padecer desse mal; o segundo, em 2003, lá em terras de cangurus e ornitorrincos, e avisa da precisão de exames preventivos regulares do câncer de próstata.
Um parêntese : discordo do termo "preventivo". Nenhum exame previne o câncer, ou qualquer outra doença. Também não concordo com exame de diagnóstico "precoce". Que nenhum exame também detecta o câncer antes dele surgir. Exames de diagnósticos regulares podem detectar tumores em seus estágios iniciais e aumentar as chances de cura. As chances.
Voltando. Então, a coisa ficou assim : um mês mar de rosas para as meninas e um mês tudo azul para os meninos. Mais politicamente correto e babaca, impossível. Devo, no entanto, nesses casos, apesar de abominar o politicamente correto, dar meu braço à torção e meu cu a dedo : as iniciativas são boas e meritórias.
Apenas um porém : os cartazes, os anúncios, os folhetos explicativos etc sobre o tal do Novembro Azul são, óbvio, politicamente correto demais. Polidos e comportados demais. Sutis demais. Suas mensagens, quase que subliminares. Próprios de um tipo de conduta de quem gosta de opinar sobre tudo, dar palpite e meter o nariz em tudo, mas sem se comprometer. Eu, mandei alguém ir levar dedada no cu? Imagine... onde está escrito isso? Diria um canalha politicamente correto frente a um machão ofendido.
Os cartazes do Novembro Azul trazem a famosa fita dobrada em laço, na cor azul, alguns recomendam que se faça o exame de próstata e, a confirmar que é uma campanha direcionada ao público masculino, ostentam um basto e viril bigodão como figura central. Com diversas variações, todos são mais ou menos assim :
Se para bom entendedor, meia palavra basta, para o mau, ou pior, para aquele que não é sequer capaz de entender porra nenhuma - nem bem nem mal -, nem todos os léxicos do mundo são suficientes.
No geral - e na melhor das hipóteses -, o brasileiro é um povo semiletrado. Duvido, inclusive, que o grosso da população - o povo que vota no PT, por exemplo - saiba o que é a próstata, qual sua função, onde se localiza e qual é a sua temerosa via de acesso.
Ler nas entrelinhas? Captar a intenção e as nuances da mensagem? Nem fudendo! Provavelmente, esses cartazes são inspirados, ou seja, são cópias brabas mesmo de campanhas veiculadas nos EUA, Europa, Japão etc. Locais em que a escola é obrigação, não divertimento. Locais onde reprovar um incapaz que se recusa em aprender, ou expulsar um mau elemento em prol da comunidade escolar não são crimes previstos nas Leis de Diretrizes e Bases da Educação.
Aqui, não funciona! Com o brasileiro, há de se ser curto e grosso. Feito dedo de urologista. Há de se usar a linguagem mais primária possível. A pictórica. A das cavernas, de preferência. A rupestre. Entendeu ou quer que eu desenhe? O brasileiro quer que desenhem pra ele.
Foi pensando nisso, uma vez que o Marreta tem um compromisso de utilidade pública firmado para com a sociedade, que lanço agora um cartaz alternativo do Novembro Azul. Sem rodeios nem circunlóquios. Direto ao ponto.
O cartaz foi concebido, composto e editado por mim mesmo, que fui lá no programa Photofiltre e aprendi uns truquezinhos. O recado está dado. Daqui em diante, cada um que cuide do seu.
E esse tá zeradinho! Com todas as pregas no lugar! Em dia! Passa fácil no teste da farinha! - Texto gentilmente roubado lá no Blog A MARRETA DO AZARÃO -
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