Em nota oficial, a ex-deputada Manuela d’Ávila (PCdoB-RS) confirmou ter intermediado o contato entre o suposto hacker e o jornalista Glenn Greenwald, do site The Intercept Brasil. Apesar de fazer a “ponte” com o repórter, Manuela diz que em nenhum momento soube qual era a identidade dele e que irá entregar a Polícia Federal (PF) cópias das mensagens que recebeu pelo aplicativo Telegram.
Por meio dessa nota, Manuela d’Ávila explicou que no dia 12 de maio deste ano foi comunicada pelo Telegram que o dispositivo dela havia sido invadido no estado da Virginia, nos Estados Unidos.
DO EXTERIOR – Minutos depois, de acordo com a ex-parlamentar, uma pessoa entrou em contato com ela para falar que tinha provas de graves atos ilícitos praticados por autoridades brasileiras. “Sem se identificar, mas dizendo morar no exterior, afirmou que queria divulgar o material por ele coletado para o bem do país, sem falar ou insinuar que pretendia receber pagamento ou vantagem de qualquer natureza”, explicou.
Manuela disse que inicialmente achou que se tratava de uma “armadilha” montada por seus adversários políticos. Mas que em seguida optou por passar o contato de Glenn Greenwald ao suposto hacker. “Apesar de ser jornalista e por estar apta a produzir matérias com sigilo de fonte, repassei ao invasor do meu celular o contato do reconhecido e renomado jornalista investigativo Glenn Greenwald”.
À DISPOSIÇÃO – Por fim, Manuela d’Ávila argumenta que desconhece a identidade do hacker e que está à disposição da Polícia Federal para esclarecimentos, e que os seus advogados irão levar provas até a polícia.
“Meus advogados vão fazer a entrega imediata das cópias das mensagens que recebi pelo aplicativo Telegram, bem como a formalmente informarem, a quem de direito, que estou à disposição para prestar quaisquer esclarecimentos sobre o ocorrido e para apresentar meu aparelho celular à exame pericial”, concluiu.
VERSÃO DO HACKER – Um dos presos na terça-feira (dia 23) sob suspeita de ter hackeado celulares de autoridades, Walter Delgatti Filho, de 30 anos, afirmou que obteve o contato do jornalista Glenn Greenwald, do site The Intercept Brasil, por meio da ex-deputada Manuela d’Ávila e que não editou as mensagens de membros da Lava Jato antes de repassá-las.
O teor do depoimento dele foi revelado nesta sexta-feira (dia 26) pela GloboNews. Segundo o depoimento, Delgatti procurou Grennwald por conhecer sua atuação no vazamento de documentos secretos dos EUA, no caso de Edward Snowden. O compartilhamento com o Intercept, segundo o preso, foi voluntário e não envolveu pagamento. Fonte: Blog Tribuna da Internet. -
NOTA DA REDAÇÃO – Para quem gosta de teorias conspiratórias, nesse enredo há dois fatos intrigantes, interessantes e inquietantes. 1) O hacker Walter Delgatti ligou para Manuela d’Ávila e disse que estava no exterior. Pouco antes, os responsáveis pelo aplicativo Telegram informaram que o celular dela tinha sido invadido na Virginia, justamente o Estado norte-americano onde mora o escritor Olavo de Carvalho. 2) O hacker Gustavo dos Santos, em depoimento, disse que seu amigo Delgatti iria vender o material para o PT. Os dois moram em Araraquara, cujo prefeito é Edinho Silva, dirigente nacional do PT e ex-ministro de Dilma Rousseff. É o que se chama de tremenda coincidência. (C.N.)
Nenhum comentário:
Postar um comentário